MAIO de 1719 – Chegou nova carta de Pequim do Padre João Mourão, reiterando a grande estima que o Imperador fizera do mimo que o Senado lhe ofereceu, mandando-lhe em recompensa 8 peças de óptima seda, e várias curiosidades de esmalte fabricadas por sua direcção, e outras mais de fino ouro; as de esmalte, por muito notáveis, foram mandada pelo Senado para Portugal de presente a El-rei, (o que depois soube o Imperador, e o estimou), tendo primeiro o Suntó feito aviso ao Senado para que fosse à cidade onde residia, para receber este precioso mimo, e uma chapa com expressão de elevada honra, que o Imperador lhe mandava; tudo veria a ser recebido com grande fausto (em 28 de Junho de 1719) (1)
Cumprimentando o Suntó com magnificência, e estando os nossos gravemente assistidos, entregou-se com muitas cerimónias o presente, entre duas fileiras de soldados e músicos; o presente foi conduzido pelos chinas em dois andores até à barca, vindo coberto com panos de seda amarela os caixões. Na ida levou o Senado um presente que ofereceu por mimo ao Suntó, que o agradeceu, correspondendo-lhe com outro de três balças de louça, um cesto de chá pelouro, carneiros e porcos que lhe mandou também à barca. (2)
NOTA: O Imperador da China era Kangxi (Seng Chou em cantonense) – 1662-1723 https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/imperador-kangxi-%E5%BA%B7%E7%86%99%E5%B8%9D-1654-1722/
(1) “28-06-1719 – Manuel Vicente Rosa, Pascoal da Rosa e Manuel Leite Pereira foram recebidos em Siu-Heng pelo Prefeito que lhes entregou os presentes do Imperador destinados ao Senado. Não receberam chapa, como esperavam, limitando-se o Prefeito a informar que o Imperador mandava dizer que vivessem os portugueses de Macau quietos e sossegados). (2)
(2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume I, 2015, pp. 233-234)