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Programa das “COMEMORAÇÕES DO IV CENTENÁRIO DO COLÉGIO UNIVERSITÁRIO DE S. PAULO (1594-1994) ”, (1) com a sessão inaugural no dia 18 de Outubro a ser realizada no Salão Nobre do Leal Senado, seguida de inaugurações de exposições bibliográficas, documentais e fotográficas nos dias 15 e 16 de Novembro (respectivamente no Centro de Actividades Turísticas e Salão Nobre do Leal Senado), 29 de Novembro no Paço Episcopal, 22 de Novembro na Sala de Congressos do Centro de Actividades Turísticas e 9 de Dezembro no Salão Nobre do Leal Senado.

De 28 de Novembro a 1 de Dezembro decorreu um Simpósio Internacional “Religião e Cultura” e de 5 a 7 de Dezembro um Seminário Internacional “Os Estudos Superiores em Macau”, no Auditório da Universidade de Macau

No dia 30 de Novembro foi o dia de lançamento da edição de selos “Vitrais e Arte Religiosa”. A Missa solene de Acção de Graças foi no dia 1 de Dezembro com uma peregrinação a Sanchoão nos dias 2 e 3 de Dezembro.

Programa extraído da revista “ASIANOSTRA”, n.º2, Novembro de 1994, pp. 105-107

(1) 30-11-1594 – A “Casa da Companhia de Jesus”, onde já desde 1571 se ensinava a ler e escrever, bem como a língua latina, passou a denominar-se “Colégio dos Jesuítas”; ministrava a 60 alunos lições de Português e Latim, Artes, Casos e Teologia. A “Casa da Companhia” encontrava-se então instalada numa das casinhas térreas junto da ermida de St.º António. A Casa e o Colégio funcionaram distintamente até 1597, data em que passaram a ter um só Reitor, Pe. Manuel Dias Senior. A escola criada pelos jesuítas passou a categoria de “Colégio Universitário” a 1 de Dezembro de 1594 (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume I, 2015, p. 96)

1572 – Abertura de escola de primeiras letras, em português, a cargo dos jesuítas, em Macau. Em 1594, o ensino crescera até ao nível universitário com graus académicos para eclesiásticos e leigos. (Cfr. Monumenta Historica Japoniae, pp. 96 a 99) (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume I, 2015, p. 70)

Porta-chaves circular (5 cm de diâmetro) com o emblema da Universidade de Macau, nos dois lados, com argola de 2, 5 cm de diâmetro, da década de 90 (Século XX).

UNIVERSIDADE DE MACAU 澳門大學

O emblema da Universidade de Macau (UM) apresenta uma crista de cinco torres rodeada por círculos de ouro e o nome da universidade em chinês e em português. A chave sobre o livro representa a chave para o conhecimento, e as ondas representam a universidade localizada inicialmente na ilha da Taipa. (1). A ponte liga as culturas Oriental e Ocidental. Na fita está inscrita uma divisa chinesa, enumerando as cinco virtudes de um académico ideal: humanidade, integridade, propriedade, sabedoria e sinceridade. As cores são o vermelho para a esperança, o azul para a alegria do bem-estar, e o ouro para o avanço da humanidade.

(https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Macau)

(1) No lugar da Universidade da Ásia Oriental. Hoje, o campus da UM está localizado no leste da ilha de Hengqin (antiga ilha da Montanha/Tai Vong Cam).

https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ilha-da-montanha-tai-vong-cam-%E5%A4%A7%E6%A8%AA%E7%90%B4%E5%B3%B6-da-hengqin/

No dia 16 de Março de 1982, a Senhora de Almeida e Costa procede ao lançamento da primeira pedra da futura Casa Internacional da Universidade da Ásia Oriental. (1)

No dia seguinte a 17 de Março de 1982, o Cônsul Geral de Portugal em Hong Kong, Dr. Pedro Catarino veio a Macau proferir uma palestra no Leal Senado. A comunicação, feita a convite da Universidade da Ásia Oriental, tratou da acção diplomática e consular de Portugal no Extremo Oriente e o papel de Macau, bem como daquela instituição de ensino nesse contexto. Depois de descrever a evolução histórica da acção diplomática portuguesa nesta área geográfica, desde o início da expansão até hoje, Pedro Catarino deteve-se nas perspectivas que se levantavam Portugal na Ásia.

Pedro Catarino acrescentou que não só Macau podia constituir uma plataforma para a penetração de Portugal no Extremo Oriente, como servia à China para alcançar Portugal, a Europa, o Brasil e as antigas colónias africanas portuguesas. Permanecia, assim a vocação de Macau como ponto de encontro de povos e países. (2)

NOTA I – Em 1981, foi inaugurado o primeiro edifício da Universidade da Ásia-Oriental, em Macau, na sequência da concessão de um terreno à «Ricci Island West Ltd.», em 1979. A recém criada Universidade, na Ilha da Taipa, é uma federação de 5 colégios à maneira anglo-saxónica: Pré-universitário (Junior College); Instituto Aberto (Open College); Universitário ; Politécnico; Pós-graduação (Graduate College). Acrescenta-se ainda ao sistema o Centro de Investigação Económica da China e o Instituto de Estudos Portugueses; com tal estrutura a UAO mantém-se até 1988, data em que o Governo de Macau adquirirá o estabelecimento transformando-o na actual Universidade de Macau. (3)

NOTA II – Anterior a essa Universidade da Ásia-Oriental, em 1980, o Governo de Macau criou a UNIM – Universidade Internacional de Macau – “um primeiro gesto tradutor da necessidade desse nível de ensino, mas com estrutura demasiado flutuante, que veio a comprometer a sua existência efémera”. (3) Foi seu fundador e reitor o Professor Dr. Almerindo Lessa. A sua extinção foi dada na Assembleia Geral da Universidade Internacional de Macau, em 15 de Janeiro de 1982, em que se decidiu a sua extinção para dar lugar a um novo organismo. Segundo o curador da UNIM, Secretário-Adjunto para a Educação, Cultura e Turismo, Dr. Jorge Rangel, a nova instituição terá como principais objectivos, o apoio às comunidades de cultura portuguesa do Oriente e ainda a realização de encontros, conferências, cursos e trabalhos de investigação. (4)

(1) «Macau82 jornal do ano», 1.º semestre, GCS, 1982, pp. 11, 65 e 66. 

(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, pp. 415 e 421

Faleceu no dia 1 de Julho de 2019 aos 74 anos de idade, o historiador António Manuel Hespanha (1) que publicou o seu ultimo livro em Fevereiro deste ano, “Filhos da Terra Identidades mestiças nos confins da expansão portuguesa” (2) com abordagem no capítulo III (As «províncias» do império sombra) a “Macau” (pp. 195-204)

O Professor Doutor António Manuel Botelho Hespanha, foi coordenador científico da área de ciências jurídico-históricas e filosóficas do Curso de Direito e da Faculdade de Direito da Universidade de Macau. Manteve estreita cooperação com a Faculdade de Direito da Universidade de Macau, entre 1990 e 2000, tendo desenvolvido actividades lectivas e de investigação de relevo, dando também especial atenção aos temas da formação jurídica.
Publicou, entre várias obras e artigos de relevo, com especial interesse para Macau, designadamente, a obra «Panorama da História Institucional e Jurídica de Macau», edição da Fundação Macau, em 1995, traduzido para chinês e publicado numa edição da mesma Fundação Macau, e artigos, como «O Direito e a Justiça num Contexto de Pluralismo Cultural, Linhas de força da cultura chinesa contemporânea, e Direito e poder na cultura chinesa», na Revista Administração, e ainda a obra «Feelings of Justice in the Chinese Community of Macao, An Inquiry», pela Imprensa de Ciências Sociais, em 2003,  em Lisboa, com base num inquérito junto da comunidade chinesa e apresentado em Macau em 2000, na Casa Garden.
https://www.gov.mo/pt/noticias/204912/
https://www.odireitoonline.com/faleceu-antonio-hespanha.html
Sinopse
A história da expansão portuguesa contada às avessas: não do ponto de vista da metrópole, mas sim do ponto de vista daqueles que partiram e se instalaram nas margens do império português.
António Hespanha, alcança neste livro um feito singular: conta uma história que todos conhecemos – a da expansão portuguesa – revelando-nos a perspetiva que até aqui largamente ignorada s. É a perspetiva de quem deixou o país para não voltar e dos descendentes que, ao longo dos séculos, formaram as comunidades de «portugueses» no Brasil, em África e no Oriente. E é também a perspetiva dos portugueses e seus descendentes que, nos territórios longínquos da expansão , se desviaram da rede do «Imperio formal» para integrarem as sociedades indígenas locais. Será que nessas comunidades – em África, na América, no Oriente – estes mestiços eram de facto portugueses? Carregariam consigo memórias, sentimentos, valores e traços culturais que se pudessem relacionar com Portugal? E em tais lugares remotos, fora do controlo da coroa, que visão tinham deles as populações nativas e os estrangeiros «concorrentes»?

MARCADOR – 14 cm x 6 cm

(1) Licenciado em Direito e Doutor em História Institucional e Política com a tese (publicado em livro, 1986) “As Vésperas do Leviathan”, sobre o sistema de poderes das monarquias tradicionais europeias. Professor catedrático jubilado da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa e investigador do instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Doutor honoris causa pelas Faculdades de Direito da Universidade de Lucerna (Suíça) e da Universidade Federal do Paraná (Brasil)
Autor de duas dezenas de livros e de mais de centena e meia de artigos científicos, sobretudo nas áreas da História, História do Direito e teoria do Direito.
(2) HESPANHA, António Manuel – Filhos da Terra. Identidades mestiças nos confins da expansão portuguesa. Lisboa, Tinta da China, 2019, 166 p. , 154 x 233 x 22 mm, ISBN 978-989-671-476-5.
Disponível para visualização, o lançamento do livro «Filhos da Terra», na FNAC do Chiado, no dia 25 de Fevereiro de 2019, com apresentação de Rosa Maria Perez e Francisco Belard.
https://www.youtube.com/watch?v=cVQuo5_mZnM
Aconselho leitura de “Observador” de 17 de Março de 2019 por José Carlos Fernandes https://observador.pt/especiais/filhos-da-terra-o-que-aconteceu-nas-margens-do-imperio-portugues/
Ler entrevista a César Avó a propósito do livro no “Diário de Notícias” de 21 de Fevereiro de 2019
“Dizia-se que os portugueses enfraqueceram no Oriente porque o sangue se abastardou
https://www.dn.pt/edicao-do-dia/16-fev-2019/interior/dizia-se-que-os-portugueses-enfraqueceram-no-oriente-porque-o-sangue-se-abastardou-10582575.html

Capa de cartolina (fundo azul e desenho a dourado) da Universidade de Macau – 澳門大學,  (31 cm x 22 cm; lombada de 1,3 cm), da década de 90. (século XX), quando a Universidade estava ainda na Ilha da Taipa.

CONTRACAPA

No verso da capa, o logótipo inicial da Universidade de Macau – 澳門大學


Calendário “de mesa” da 澳門大學 – Universidade de Macau, de 2001 – dimensões: total 35 cm x 17 cm
Depois de “armado” para colocação numa superfície plana, apresenta duas faces laterais (cada: 12 cm x 17 cm) e uma base de 6 cm x 17 cm.

TAIPA Mapa Turístico 1991 CAPATAIPA 氹仔, MAPA TURÍSTICO 旅遊地圖, (1)

 A frente do folheto de 19 cm por 11 cm, editado pela Câmara Municipal das Ilhas, sem indicação da data (provavelmente 1991).

TAIPA Mapa Turístico 1991 VERSOO verso do folheto, com um mapa “miniatura” da ilha.

No interior, desdobrável, um mapa da Ilha da Taipa (45 cm x 35,5 cm).

TAIPA Mapa Turístico 1991 Planta da Ilha

Estão sinalizados (em português e chinês) além dos Templos e Mosteiros, do Largo do Carmo com a Igreja de Nossa Sr.ª do Carmo, do Jardim do Cais na Fortaleza da Taipa, do Jardim do Monumento, da sede da Câmara Municipal das Ilhas e da Biblioteca, as construções mais modernas como os solares da Avenida da Praia (vivendas construídas em 1921), o istmo Taipa-Coloane (construído em 1968), a ponte Governador Nobre de Carvalho (construção de 1970 a 74), o conjunto escultórico e miradouro da Montanha da Taipa Pequena (concluído em 1985). a Universidade de Macau (com esta denominação, em 1991, substituindo a Universidade da Àsia Oriental) e o hipódromo (reorganizado pela S.T.D.M em 1991),

Não sinalizados, mas já aparecem no mapa, os aterros de Pac On, à frente do cemitério chinês da Taipa, com a indicação do lugar da futura Central de Incineração dos Resíduos Sólidos de Macau (inaugurado em 1992) e os aterros para a construção do Aeroporto Internacional de Macau (inaugurado em 1995), junto à ponta Cabrita.

TAIPA Mapa Turístico 1991 Resenha históricaPor detrás do mapa, uma pequena resenha histórica da ilha de que retiro:
Oficialmente estabelecidos na península de Macau desde 1557, os portugueses a pedido das populações locais, no sentido de as protegerem de ataques de malfeitores que constantemente ameaçavam as suas embarcações, vidas e negócios, ocuparam em 1847, no tempo do Governador Ferreira do Amaral, a Taipa Pequena construindo-se nesse mesmo ano, uma fortaleza na parte ocidental da ilha.
Em 1851, o Governador António Gonçalves Cardoso mandou, pelas mesmas razões ocupar a outra parte da ilha, a Taipa Grande, que se encontrava então separada daquela. Recorde-se que até aos primeiros anos deste século a Taipa era formada por duas ilhas, a Taipa Grande e a Taipa Pequena

(1) 旅遊地圖 – mandarim pinyin: lu yóu di  tú ; cantonense jyutping: leoi5 jau4 dei6 tou4.

Em 1985, foi inaugurado na então Universidade da Ásia Oriental o “Mural dos Nove Dragões“, reprodução, à escala reduzida do célebre mural do mesmo nome existente na Cidade Proibida (Beijing) (1) e reproduzida também, no Parque Beihai (Beijing) (2).
O mural foi oferecido pela Comissão de Educação Estatal da República Popular da China. O painel foi construído em cerâmica colorida vidrada na fábrica de porcelana de Pequim e transportada em três camiões desde a capital chinesa até Macau, numa viagem que durou dez dias. (3)

UAO - Mural Nove DragõesO primeiro edifício da Universidade da Ásia Oriental (東亞 大學/University of East Asia) foi inaugurado em 28 de Março de 1981.
A Universidade que posteriormente se transformaria na Universidade de Macau (4), na ilha da Taipa, era uma federação de 5 colégios à maneira anglo-saxónica (5):
1 – Pré-universitário (Junior College)
2 – Instituto Aberto (Open College)
3 – Universitário
4 – Politécnco
5 – Pós-graduação (Graduate College)
O Professor Hsueh Shou Sheng foi nomeado reitor fundador. A divisa da universidade era “Humanidade, Integridade, Propriedade, Sabedoria e Sinceridade“.

UAO - ConstruçãoFase de construção (MACAU, n.º 9 FEV/MAR 1988)

NOTA: recordar que o dragão chinês é benevolente, dá sorte e longevidade, por isso foi adoptado pelos imperadores chineses, identificando-o como símbolo do poder. É também o símbolo da chuva e tem poderes para acalmar inundações (de rios, de mares).
Notar por isso que os dragões  no mural, estão “a nadar nas ondas” (do oceano) e “nove dragões” é um símbolo muito poderoso da Feng Shui – boa fortuna e protecção.
A tradução de Kowloon, área continental defronte a Hong Kong é “a casa dos nove dragões”  (九龍 mandarim pinyin: jiu lóng; cantonense jyutping gau2 lung4), daí a sua grande prosperidade.
(1)

Mural Nove dragões Cidade ProibidaCidade Proibida (故宫博物院) Mural dos Nove Dragões ( 九龙壁)

O “Mural dos Nove Dragões”  (九龙壁 – mandarim pinyin: Jiǔ Lóng Bì) foi construído em 1773, aquando da grande renovação da secção nordeste do palácio durante o reinado do Imperador Qianlong (1735-1796). O mural providenciava a privacidade dos aposentos do imperador(palácio da Longevidade). Tem cerca de 29.5 metros de largura e 3.5 m de altura. Tinha como finalidade bloquear os espíritos demoníacos que só sabem “andar” em linha recta.
Retirado do site da wikipédia.
(2)

Mural Nove dragões Parque BeihaipngMural dos Nove Dragões ( 九龙壁) no Parque Beihai (wikipédia)

(3) Retirado de Nam Van n.º 18, 1985
(4) Em 1988, o Governo de Macau adquiriu o estabelecimento e na sequência do Decreto-Lei nᵒ. 50/91/M, a Universidade da Ásia Oriental (UAO) tornou-se uma universidade pública e foi designada Universidade de Macau (UM) em 1991; 東亞 (mandarim pinyin: dong yà dà xué; cantonense jyutping: dung1 aa3 daai6  hok6)
(5) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Século XX, Volume 5. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, Macau, 1998, 320 p (ISBN 972-8091-64-8)