Archives for posts with tag: Universidade da Ásia Oriental

Primeiro número, Volume 1, do ”Boletim de Estudos de Macau”, do Instituto de Estudos de Macau da Universidade da Ásia Oriental. Publicado em Junho de 1988. (1)
Director: Prof Paul T.K.Lin, reitor da Universidade da Ásia Oriental.

O Preâmbulo ao Boletim é do Prof. Paul T.K. Lin.
O Índice geral e o resumo de cada umas das publicações em chinês, português e inglês.

O Índice em português

Os trabalhos apresentam-se todos em chinês à excepção de cinco, que estão em inglês sendo destes, dois deles do Dr. Jorge Rangel “A localização dos Serviços Públicos – Uma Tarefa Urgente” e “O Papel da Educação na Modernização de Macau”
(1) «Boletim de Estudos de Macau», Volume 1, publicação do Instituto de Estudos de Macau, da Universidade da Ásia Oriental, Macau, Junhode1988, 144 p., 25,5 cm x 18,5 cm

No dia 16 de Março de 1982, a Senhora de Almeida e Costa procede ao lançamento da primeira pedra da futura Casa Internacional da Universidade da Ásia Oriental. (1)

No dia seguinte a 17 de Março de 1982, o Cônsul Geral de Portugal em Hong Kong, Dr. Pedro Catarino veio a Macau proferir uma palestra no Leal Senado. A comunicação, feita a convite da Universidade da Ásia Oriental, tratou da acção diplomática e consular de Portugal no Extremo Oriente e o papel de Macau, bem como daquela instituição de ensino nesse contexto. Depois de descrever a evolução histórica da acção diplomática portuguesa nesta área geográfica, desde o início da expansão até hoje, Pedro Catarino deteve-se nas perspectivas que se levantavam Portugal na Ásia.

Pedro Catarino acrescentou que não só Macau podia constituir uma plataforma para a penetração de Portugal no Extremo Oriente, como servia à China para alcançar Portugal, a Europa, o Brasil e as antigas colónias africanas portuguesas. Permanecia, assim a vocação de Macau como ponto de encontro de povos e países. (2)

NOTA I – Em 1981, foi inaugurado o primeiro edifício da Universidade da Ásia-Oriental, em Macau, na sequência da concessão de um terreno à «Ricci Island West Ltd.», em 1979. A recém criada Universidade, na Ilha da Taipa, é uma federação de 5 colégios à maneira anglo-saxónica: Pré-universitário (Junior College); Instituto Aberto (Open College); Universitário ; Politécnico; Pós-graduação (Graduate College). Acrescenta-se ainda ao sistema o Centro de Investigação Económica da China e o Instituto de Estudos Portugueses; com tal estrutura a UAO mantém-se até 1988, data em que o Governo de Macau adquirirá o estabelecimento transformando-o na actual Universidade de Macau. (3)

NOTA II – Anterior a essa Universidade da Ásia-Oriental, em 1980, o Governo de Macau criou a UNIM – Universidade Internacional de Macau – “um primeiro gesto tradutor da necessidade desse nível de ensino, mas com estrutura demasiado flutuante, que veio a comprometer a sua existência efémera”. (3) Foi seu fundador e reitor o Professor Dr. Almerindo Lessa. A sua extinção foi dada na Assembleia Geral da Universidade Internacional de Macau, em 15 de Janeiro de 1982, em que se decidiu a sua extinção para dar lugar a um novo organismo. Segundo o curador da UNIM, Secretário-Adjunto para a Educação, Cultura e Turismo, Dr. Jorge Rangel, a nova instituição terá como principais objectivos, o apoio às comunidades de cultura portuguesa do Oriente e ainda a realização de encontros, conferências, cursos e trabalhos de investigação. (4)

(1) «Macau82 jornal do ano», 1.º semestre, GCS, 1982, pp. 11, 65 e 66. 

(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, pp. 415 e 421

“As obras de construção de uma Universidade privada em Macau, localizada na Ilha da Taipa com uma área de 10 hectares, poderão iniciar-se no corrente ano (1) devendo a mesma entrar em funcionamento até Setembro de 1981. A Universidade terá Faculdades de Ciências Sociais; Artes e Letras e Administração e Gestão de Empresas, prevendo-se que com a experiência adqurida e de acordo com as condições económicas possam vir a ser instituídos novos cursos nomeadamente de formação científica, como Ciências Puras, Medicina e Engenharia. Os interessados no empreendimento, um grupo com capitais de Hong Kong, Canadá e Estados Unidos da América (empresa “Ricci Island West Ltd”, empresa ligada a diversos projectos educativos) comprometem-se a dar prioridade absoluta de matrícula aos estudantes do território devidamente qualificados e que hajam satisfeito as condições de admissão à Universidade. O mesmo estabelecimento de Ensino Superior garante a admissão de alunos de Macau em número e condições a fixar entre o Governo e a Universidade. A Universidade obriga-se a incluir uma secção de estudos portugueses assegurando para o efeito o apoio de instituições congéneres portuguesas através de protocolos ou convénios, designadamente com a Universidade Católica Portuguesa e a Universidade Livre de Lisboa.

A edificação da Universidade incluirá instalações de apoio social desportivo e recreativo cultural e terá capacidade final para dois mil alunos, em instalações construídas por fases, cada uma com a capacidade de 500 alunos. A Universidade, com programas em português, chinês e inglês, englobará ainda acomodações para o pessoal, alunos, corpo docente e visitantes.” (2)

Maqueta das instalações

(1) “Fevereiro de 1979- Assinado o contrato de concessão de terreno para a Construção da Universidade de Macau, localizada na Taipa, para onde Macau prometia crescer a partir da 1.ª ponte, em Outubro de 1974. Mais de cem reitores de todo o Mundo assistiram, engalanados com as suas vistosas insígnias, à cerimónia da abertura da Universidade da Asia Oriental” (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p. 409)

(2) Extraído de «MACAU Boletim de Informação e Turismo»,  Vol. XIV, N.ºs 3 e 4 Mar/Abr, 1979, p. 20.

TAIPA Mapa Turístico 1991 CAPATAIPA 氹仔, MAPA TURÍSTICO 旅遊地圖, (1)

 A frente do folheto de 19 cm por 11 cm, editado pela Câmara Municipal das Ilhas, sem indicação da data (provavelmente 1991).

TAIPA Mapa Turístico 1991 VERSOO verso do folheto, com um mapa “miniatura” da ilha.

No interior, desdobrável, um mapa da Ilha da Taipa (45 cm x 35,5 cm).

TAIPA Mapa Turístico 1991 Planta da Ilha

Estão sinalizados (em português e chinês) além dos Templos e Mosteiros, do Largo do Carmo com a Igreja de Nossa Sr.ª do Carmo, do Jardim do Cais na Fortaleza da Taipa, do Jardim do Monumento, da sede da Câmara Municipal das Ilhas e da Biblioteca, as construções mais modernas como os solares da Avenida da Praia (vivendas construídas em 1921), o istmo Taipa-Coloane (construído em 1968), a ponte Governador Nobre de Carvalho (construção de 1970 a 74), o conjunto escultórico e miradouro da Montanha da Taipa Pequena (concluído em 1985). a Universidade de Macau (com esta denominação, em 1991, substituindo a Universidade da Àsia Oriental) e o hipódromo (reorganizado pela S.T.D.M em 1991),

Não sinalizados, mas já aparecem no mapa, os aterros de Pac On, à frente do cemitério chinês da Taipa, com a indicação do lugar da futura Central de Incineração dos Resíduos Sólidos de Macau (inaugurado em 1992) e os aterros para a construção do Aeroporto Internacional de Macau (inaugurado em 1995), junto à ponta Cabrita.

TAIPA Mapa Turístico 1991 Resenha históricaPor detrás do mapa, uma pequena resenha histórica da ilha de que retiro:
Oficialmente estabelecidos na península de Macau desde 1557, os portugueses a pedido das populações locais, no sentido de as protegerem de ataques de malfeitores que constantemente ameaçavam as suas embarcações, vidas e negócios, ocuparam em 1847, no tempo do Governador Ferreira do Amaral, a Taipa Pequena construindo-se nesse mesmo ano, uma fortaleza na parte ocidental da ilha.
Em 1851, o Governador António Gonçalves Cardoso mandou, pelas mesmas razões ocupar a outra parte da ilha, a Taipa Grande, que se encontrava então separada daquela. Recorde-se que até aos primeiros anos deste século a Taipa era formada por duas ilhas, a Taipa Grande e a Taipa Pequena

(1) 旅遊地圖 – mandarim pinyin: lu yóu di  tú ; cantonense jyutping: leoi5 jau4 dei6 tou4.

Macau City of Commerce ...Capa inteira

Livro (1) publicado em 1987 pela UEA (University of East Asia) Press Ltd , sendo editor, R. D. Cremer (2), imprimido em Hong Kong (em inglês).

Macau City of Commerce ...Capa

Tem um prefácio do então Reitor da Universidade da Àsia Oriental, Professor Paul T. K. Lin:
“…The course of Macau´s future cannot be charted without understanding her past. Dr. Cremer has done us a service in compiling these highly informative studies of Macau by well-know scholars embracing various aspects of the past and present  as seen from different points of view….”

Macau City of Commerce ...Contra capaForam vários os colaboradores para os diversos capítulos subordinados a 3 temas: “Origem e História” , Cultura e Língua” e ” Comércio e Constituição”

ORIGINS AND EARLY HISTORY OF MACAU B. V. PIRES
FROM PORTUGAL TO JAPAN: MACAU’S PLACE IN THE HISTORY OF WORLD   TRADE R. D. CREMER
THE CHURCH IN MACAU M. TEIXEIRA
MACAU THROUGH THE EYES OF NINETEENTH CENTURY PAINTERS C. GUILLÉ-NUÑEZ
DEVELOPMENT OF MACAU’S CITY LANDSCAPE C. DUNCAN
TRACES OF CHINESE AND PORTUGUESE ARCHITETURE C. MARREIROS
CHINESE DIALETS IN MACAU W. L. WOOM
CENTRE OF CHINESE AND PORTUGUESE CULTURES J. M .R LUME
INTERFACES OF CHINESE AND PORTUGUESE R. A. ZEPP
MACAU’S MODERN ECONOMY R. FEITOR
GAMBLING IN MACAU A. PINHO
MACAU’S ECONOMIC ROLE IN THE WEST RIVER J. T. KAMM
THE CONSTITUTION AND LEGAL SYSTEM R. AFONSO AND F. G. PEREIRA

Apresenta um mapa da Província de Zhongshan em que já nesse ano (1987), a  “Ilha da Lapa” ( 湾仔Wanzai) se encontra unida ao continente, bem como a junção da “Ilha de D. João (小横琴Xiao Hengqin) com a “Ilha da Montanha ou Tai-Vong-Cam (大橫琴Da Hengqin ).

Macau City of Commerce ...Mapa Zhongshan

A revista Macau n.º 42 de 1991, publicou o texto do capítulo 6 do livro (“Traces of Chinese and Portuguese Architecture”) do arquitecto Carlos Marreiros, uma versão reduzida e com tradução livre para português  com o título: ” Sinais de arquitectura portuguesa e chinesa” (3).

Macau City of Commerce ...Praia Grande c 1900Praia Grande c. 1900

Macau City of Commerce ...Rua da Praia Grande c 1940Rua da Praia Grande c. 1940

 Nada nas figuras (Praia Grande c. 1900; Rua de Praia Grande c. 1940), excepto alguns caracteres chineses, riquexós  e juncos, indica que as fotografias foram tiradas no Extremo Oriente. Inspiradas em contrução do século XIX, as fachadas dos edifícios são Ocidentais, procurando referenciar alguns modelos ecléticos neo-clássicos, mas tipologicamente, as suas plantas têm uma organização espacial especificamente chinesa.” (Carlos Marreiros) (3)

(1) CREMER, R. D. (editor) – MACAU City of Commerce and Culture. UEA Press Ltd., Hong Kong, 1.ª edição, 1987, 202 p. , 24 cm x 16 cm, ISBN 962-308-002-6
NOTA 1: Exemplar que ainda traz marcada o preço, 135.00 dólares de HK . Comprado no ano de 1988, em Hong Kong (salvo erro no “TIMES BOOK STORE”)
NOTA 2 : Creio que presentemente já tem 7 edições  publicadas entre 1987 e 1991
O editor publicou em 1991 (API Press Ltd. – Hong Kong) o mesmo livro (revisto e aumentado):
            “Macau: city of commerce and culture, continuity and change
(2) Rolf Dieter Cremer foi professor associado de Economia e Director do Centro de Estudos Económicos da China na Universidade de Ásia Oriental (futura Universidade de Macau)
(3) MARREIROS, Carlos – Sinais de arquitectura portuguesa e chinesa in MACAU – Gabinete de Comunicação Social, n.º 42, 1991, pp.30-35

Em 1985, foi inaugurado na então Universidade da Ásia Oriental o “Mural dos Nove Dragões“, reprodução, à escala reduzida do célebre mural do mesmo nome existente na Cidade Proibida (Beijing) (1) e reproduzida também, no Parque Beihai (Beijing) (2).
O mural foi oferecido pela Comissão de Educação Estatal da República Popular da China. O painel foi construído em cerâmica colorida vidrada na fábrica de porcelana de Pequim e transportada em três camiões desde a capital chinesa até Macau, numa viagem que durou dez dias. (3)

UAO - Mural Nove DragõesO primeiro edifício da Universidade da Ásia Oriental (東亞 大學/University of East Asia) foi inaugurado em 28 de Março de 1981.
A Universidade que posteriormente se transformaria na Universidade de Macau (4), na ilha da Taipa, era uma federação de 5 colégios à maneira anglo-saxónica (5):
1 – Pré-universitário (Junior College)
2 – Instituto Aberto (Open College)
3 – Universitário
4 – Politécnco
5 – Pós-graduação (Graduate College)
O Professor Hsueh Shou Sheng foi nomeado reitor fundador. A divisa da universidade era “Humanidade, Integridade, Propriedade, Sabedoria e Sinceridade“.

UAO - ConstruçãoFase de construção (MACAU, n.º 9 FEV/MAR 1988)

NOTA: recordar que o dragão chinês é benevolente, dá sorte e longevidade, por isso foi adoptado pelos imperadores chineses, identificando-o como símbolo do poder. É também o símbolo da chuva e tem poderes para acalmar inundações (de rios, de mares).
Notar por isso que os dragões  no mural, estão “a nadar nas ondas” (do oceano) e “nove dragões” é um símbolo muito poderoso da Feng Shui – boa fortuna e protecção.
A tradução de Kowloon, área continental defronte a Hong Kong é “a casa dos nove dragões”  (九龍 mandarim pinyin: jiu lóng; cantonense jyutping gau2 lung4), daí a sua grande prosperidade.
(1)

Mural Nove dragões Cidade ProibidaCidade Proibida (故宫博物院) Mural dos Nove Dragões ( 九龙壁)

O “Mural dos Nove Dragões”  (九龙壁 – mandarim pinyin: Jiǔ Lóng Bì) foi construído em 1773, aquando da grande renovação da secção nordeste do palácio durante o reinado do Imperador Qianlong (1735-1796). O mural providenciava a privacidade dos aposentos do imperador(palácio da Longevidade). Tem cerca de 29.5 metros de largura e 3.5 m de altura. Tinha como finalidade bloquear os espíritos demoníacos que só sabem “andar” em linha recta.
Retirado do site da wikipédia.
(2)

Mural Nove dragões Parque BeihaipngMural dos Nove Dragões ( 九龙壁) no Parque Beihai (wikipédia)

(3) Retirado de Nam Van n.º 18, 1985
(4) Em 1988, o Governo de Macau adquiriu o estabelecimento e na sequência do Decreto-Lei nᵒ. 50/91/M, a Universidade da Ásia Oriental (UAO) tornou-se uma universidade pública e foi designada Universidade de Macau (UM) em 1991; 東亞 (mandarim pinyin: dong yà dà xué; cantonense jyutping: dung1 aa3 daai6  hok6)
(5) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Século XX, Volume 5. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, Macau, 1998, 320 p (ISBN 972-8091-64-8)