Continuação da divulgação da colecção de 12 postais (dimensão do postal: 15 cm x 10,4 cm), intitulada “Património Arquitectónico de Macau / 澳門建築文物 / Architectural Heritage of Macau” contendo desenhos de Ung Vai Meng (do ano de 1983), editado pelo Instituto Cultural de Macau – Departamento do Património Cultural. Impresso: Tipografia Welfare. (1)
Colégio Ricci – Ricci´s College Ung Vai Meng 5/5/1983
“O Colégio Ricci foi fundado em 1955 pelo P. Germano Alonso, S. J. no prédio n.º 21 da Rua da Praia do Bom Parto, cedido por D. Policarpo da Costa Vaz, Bispo de Macau (1954-1960). O eu objectivo era educar os filhos das famílias pobres e necessitadas. A escola primária teve os seus primeiros alunos da escola média inferior em 1957; em 1964 acrescentaram-se os alunos da escola média superior, de maneira que desde este ano teve todos os cursos dum colégio secundário chinês. O Colégio Ricci é dirigido pelo P.P. Jesuítas, antigos missionários da China, que se refugiaram em Macau em 1950 e se instalaram na Casa Ricci, no Largo de S. Domingos. O nome Ricci é em memória do famoso P. Mateus Ricci que abriu a China à envangelização em 1583 e faleceu em Pequim em 1610. Os superiores desta Casa são os directores do Colégio, tendo sido o P. Alonso o fundador e primeiro director do mesmo” (2)
Palacete na Guia – Stately House in Guia Ung Vai Meng 1983
Dr. Manuel da Silva Mendes (1876-1931) formado em Direito, nomeado professor no Liceu de Macau em 1901, tendo lecionado neste liceu durante 25 anos. Além de professor foi substituto do juiz de Direito e de Delegado do Procurador da República, presidente do Leal Senado, administrador do Concelho, membro de várias comissões exercendo também a profissão de advogado e jornalista.
Situado entre a Calçada do Paiol e a Estrada de Cacilhas, em frente da Estrada dos Parses, foi utilizado como instalações dos Serviços de Saúde, nomeadamente maternidade, escola técnica de enfermagem, unidade de tuberculose, etc. e é hoje, sede do Instituto Internacional de Tecnologia do Software da Universidade das Nações Unidas desde 1991. (3)
Convento do Precioso Sangue – Convent of the Precious Blood Ung Vai Meng 1983
“Luís Gonzaga Nolasco da Silva, 7.º filho de Pedro Nolasco da Silva e de D. Edith Maria Angier (1881-1954), bacharel em Direito, notário e advogado em Macau, em 1917 comprou a Manuel Ferreira da Rocha um terreno na encruzilhada da Estrada dos Parses (n.º 3) com a Calçada do Gaio e a Calçada do Paiol, onde construiu uma grande casa para sua residência, conhecida como a «Casa Branca», com projecto assinado por John Lemm, arquitecto de Hong Kong. A casa foi vendida em 1960 à Ordem das Irmãzinhas do Precioso Sangue, que aí instalou o seu convento de Macau.” Hoje (desde 1996, comprada pelo governo) e após remodelação, alberga a Autoridade Monetária de Macau. (4)
“Trata‐se de um grande palacete implantado num extenso jardim, feito ao gosto eclético e revivalista romântico e integrando sinais de exotismo oriental. Com dois pisos, apresenta uma mistura de estilos e referências, articulados numa concepção espacial de grande elegância e beleza arquitetónica. O jardim contribui para valorizar a beleza natural do lugar, formando um conjunto imponente.” (5)
Continuação da divulgação da colecção de 12 postais (dimensão do postal: 15 cm x 10,4 cm), intitulada “Património Arquitectónico de Macau / 澳門建築文物 / Architectural Heritage of Macau” contendo desenhos de Ung Vai Meng (do ano de 1983), editado pelo Instituto Cultural de Macau – Departamento do Património Cultural e impresso na Tipografia Welfare. (1)
Templo da Barra – 媽閣廟 – Barra Temple Ung Vai Meng 1983
“Na primeira capela de Ma-Kok-Miu (ou Ma – Chu-Poh)ou Pagode da Barra, em frente dos arcos do vestíbulo, lê-se uma inscrição chinesa na face interior da soleira da porta, cuja tradução é a seguinte: foi construída na dinastia Ming (1366-1644), no reinado de Mán-Leck (1573-1619) no ano Ut Chi (1605), 33.º ano de Man Leck. Foi reconstruída na dinastia Ming no reinado de Song Ch´ing (1628-1644), no ano K´ei Chi (1629), 2.º ano do reinado de Song. Foi consertada na dinastia Ch´ing (1644-1911), no 8.º ano do reinado de Tou Kuong (1828).
Segundo esta inscrição, o templo foi levantado em 1605, mas deverá ter sido de muitos anos antes. O Padre Mateus Ricci, que chegou a Macau a 7 de Agosto de 1582, menciona este templo no seu Diário, dizendo que os mandarins deram licença aos portugueses para se fixar em Macau, “onde era venerado um pagode que chamam Amá. Por isso chamavam àquele lugar Amacao, que quer dizer na nossa língua Baía de Amá”.
Portanto, segundo Ricci, este templo já existia quando os portugueses aqui fixaram em 1557. (2)
Edifício da Misericórdia -仁慈堂 – Misericórdia Building Ung Vai Meng 3-06-1983
A Santa Casa da Misericórdia de Macau (仁慈堂大樓), é um edifício histórico no Largo do Senado, Macau, China. Estabelecido como um ramo da Santa Casa da Misericórdia, foi construído em 1569 por ordem do Bispo de Macau, Belchior Carneiro Leitão. Foi uma clínica médica e com várias outras estruturas sociais no início da história de Macau. Mais tarde serviu como um orfanato e refúgio para as viúvas de marinheiros perdidos no mar. A 30 de Julho de 1969 a Santa Casa da Misericórdia de Macau foi distinguida como Membro-Honorário da Ordem do Mérito de Portugal.
Museu Luís de Camões – 博 物院 – Luís de Camões Museum Ung Vai Meng 1983
Museu de Luís de Camões, instalado no palacete que pertenceu a Manuel Pereira, no Jardim de Camões (arrendada em 1785 à Companhia Inglesa das Índias Orientais passando a chamar-se ao palacete, a «Casa Garden») foi aberta ao público em 25 de Setembro de 1960, integrado nas Comemorações Henriquinas de Macau. A primeira sugestão de se fundar este Museu partiu do Governador de Macau, Artur Tamagnini Barbosa, em 1927.
O Museu funcionava no edifício que, contíguo ao jardim de Camões foi construído em 1770 e serviu de residência do então presidente da Comissão Selecta da Companhia Britânica das Índias Orientais.
Em 1960, a construção foi convertida em Museu Comercial e Etnográfico Luís de Camões e depois Museu Camões e finalmente adquirido em 1988 pela Fundação Oriente, para sua sede.
Continuação da divulgação da colecção de 12 postais (dimensão do postal: 15 cm x 10,4 cm), intitulada “Património Arquitectónico de Macau / 澳門建築文物/ Architectural Heritage of Macau” contendo desenhos de Ung Vai Meng (do ano de 1983), editado pelo Instituto Cultural de Macau – Departamento do Património Cultural. (1)
Outras três igrejas: do Seminário (2), de S. Domingos (3) e de S. Agostinho (4)
Igreja do Seminário – 聖若瑟修院 – St. Joseph´s Church Ung Vai Meng 13-05-1983
Igreja de S. Domingos – 板樟堂 – St. Dominic´s Church Ung Vai Meng 19-02-1983
Igreja de S. Agostinho – 聖奧斯寶堂 – St. Augustine´s Church Ung Vai Meng 1983
Uma colecção de 12 postais (dimensão do postal: 15 cm x 10,4 cm), no interior duma capa e contracapa (total: 23,2 cm x17,5 cm) intitulada “Património Arquitectónico de Macau / 澳門建築文物/ Architectural Heritage of Macau” contendo desenhos de Ung Vai Meng (do ano de 1983), editado pelo Instituto Cultural de Macau – Departamento do Património Cultural. Impressos na Tipografia Welfare Co-Macau .
Comprado na década de 90 na Livraria Portuguesa
Capa e contracapa
Verso (interior) da capa e contracapa
Apresento três postais desta colecção, desenhos das três mais antigas igrejas de Macau: Igreja de S. Lázaro (1); Igreja de S. Lourenço (2); Igreja de S. António (3)
Do manuscrito do Padre Fr. Jozé de Jesus Maria Arrabino (4)
«Em o seguinte anno de 1558 até o de 69, achando-se já aqui alguns Padres da Sagrada Companhia de Jesus (…) com sua boa assistência e idéa entrarão a formar duas ou três pequenas igrejas de S. Lázaro, S. Lourenço e S. António, e junto a esta (que há dúvidas em qual fosse a primeira) concorrerão para se fazer um comodo hospicio em que os ditos Padres podessem habitar, servindo-lhe de espiritual conçolação, pela indigência de sacerdotes e Ministros que havia, suposto que com brevidade concorreraõ …»
Igreja de S. Lázaro – 聖母堂 – St. Lazarus Church Ung Vai Meng 4-05-1983
Igreja de S. Lourenço – 老愣佐堂 – St. Lawrence´s Church Ung Vai Meng 11-05-1983
Igreja de S. António – 聖安多尼堂 – St. Anthony´s Church Ung Vai Meng data?
(4) «Asia Sinica, e Japonica: Macao conseguido, e perseguida» obra póstuma do Padre Fr Jozé de Jesus Maria Arrabino, escrito entre 1744 e 1745, livro IV, e I, p. 76 in TEIXEIRA, Padre Manuel – Macau e Sua Diocese I, 1940, p. 166.
Exposição “Artistas no Hospital” no átrio do Centro Hospitalar Conde de S. Januário no mês de Junho de 1997, obras de 18 artistas plásticos de Macau – tema dominante do Búfalo – com a coordenação de Isabel Pyrrait
CAPA DO CATÁLOGO (24 cm x 21 cm)
Apresento o catálogo dessa exposição, de 40 páginas com texto de introdução do Dr. A. Gomes da Silva (Director do Centro Hospitalar, nessa data), design gráfico de Luís Mendonça, executado na “Tipografia Martinho” em Junho de 1997.
Carlos Duarte – “1997: Búfalo” – tinta da china e aguarela sobre papel
Apresentaram trabalhos, os artistas: Adalberto Tenreiro; Ana Jacinto Nunes; Anabela Canas; Carlos Duarte; Dennis Murrell; Emílio Remelhe; Fernanda Dias; Joana Ling; Joaquim Branco; Jorge Costa; José Maças de Carvalho; Konstantin Bessmertnyi; Kwok Woon; Luís Mendonça; Manuela Sousa; Paula Vieira; Sou Pui Kun e Ung Vai Meng; Retiro deste catálogo duas fotos dos quadros, que nessa altura mais apreciei: de Carlos Duarte (médico do Centro Hospitalar Conde de São Januário) e de Ung Vai Meng.
Ung Vai Meng – “Búfalo da Primavera” – acrílico sobre tela
Faleceu em Hong Kong no dia 24 de Março de 1993, José Santos Ferreira (Adé). (1)
“José Inocêncio dos Santos Ferreira, nasceu a 28-07-1919. Foi com a idade de 7 anos que começou a aprender as primeiras letras. Matriculou-se em 1931 no Liceu mas devido a falta de dinheiro para as propinas escolares frequentou até ao 5.º ano. O seu primeiro emprego foi na Repartição das Obras Públicas como amunuense recebendo apenas algumas dezenas de patacas. Cumpriu o serviço militar obrigatório de 1939 a 1940 mas devido à Guerra Sino-nipónica e à Guerra do Pacífico foi forçado a prestar o serviço militar mais alguns meses. Foi chefe de secretaria do Liceu. Trabalhou na Sociedade de Turismo e Diversões de Macau apór reformado. Quando trabalhou no Liceu colaborava com jornais de Macau como por exemplo: “Notícias de Macau”, o “Clarim”, “Gazeta Macaense”. Foi um grande desportista praticando várias modalidades em especial o hóquei no Campo de Tap-Seac. Além disso tomava parte nas representações no Teatro D. Pedro com diálogo em patuá. Foi Mesário da “Santa Casa da Misericórdia de Macau”, director do “Club de Macau”, presidente do “Rotaty Club de Macau”. Condecorado com a medalha de Cavaleiro da Ordem do Infante D. Henrique em 1979” (2)
JARDIM ABENÇOADO Nôsso Macau, terá sánto Sã unga jardim bendito Co fula di más bonito, Semeado na tudo cánto Tudo fula são abençoado, Pôs Dios j´ajudá semeá Gente antigo regá Co lágri adocicado. Coraçám, triste, chorá, Almá fica margurado Si têm gente mal-prestado Dessá fula cai, muchá.
Macau sã casa cristám Qui Portugal já ergui; Tudo gente vivo aqui Têm fé na su coraçam. Olá fé co amor juntado, Sã cuza Dios más querê … Vôs ne-bom disparecê, Macau, jardim abençoado
José dos Santos Ferreira (3)
(1) Ver anteriores referências a este grande promotor das récitas em Patuá, além de praticante e dirigente desportivo em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jose-dos-santos-ferreira/
(2) BARROS, Leonel – Homens Ilustres e Benfeitores de Macau, 2007, pp. 103-105. (3) Poesia em dialecto macaense, primeiro poema do livro “Macau Jardim Abençoado” com poesia e prosa em “língu maquista”, publicado em 1988, pelo Instituto Cultural de Macau. Capa de Ung Vai Meng. O livro está dividido em duas partes. A 1.ª parte, os textos são no dialecto macaense e a 2.ª parte, os textos são em português. FERREIRA, José dos Santos – Macau Jardim Abençoado. Instituto Cultural de Macau, 1988, 181 p.
“MACAU. JARDIM ABENÇOADO é um livrinho simples e despretensioso, como o são, afinal, a terra de sonhos e o bom povo de quem fala. Tudo que há nele, página a página, de verso em verso, foi ditado pelo coração, escrito com o amor que Macau nos inspira em todos os momentos e actos da nossa vida. Macau cristã Minha única riqueza, Meu tudo na vida… O maior bocado deste volume é apresentado na doce “língu maquista”, esse aliciante dialecto antigo criado pelos nossos maiores e que constitui, sem dúvida, uma das mais características tradições desta terra repassada de glórias e sentimentos cristãos, bem orgulhosa da Pátria que jurou amar para todo o sempre…” (“Aos leitores” na pág. 9) (3)