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Neste dia (16 de Novembro de 1963) José dos Santos Ferreira publicou na «Gazeta Macaense» o «poéma» “Caréta Dôdo já vêm” (carros de corrida estão chegando”) a propósito da realização do 10.º Grande Prémio de Macau. (1)

Retiro parte do longo poema (18 quadras), as últimas 7 quadras:

(1) Nesse ano (1963) Arsenio “Dodjie” Laurel, (1931 – 1967), filipino, num «Lotus 22-Ford», venceria o seu segundo trofeu consecutivo em Macau, no 10.º Grande Prémio de Macau. Foi o primeiro condutor a ganhar dois grandes prémios consecutivos em Macau (1962, 1963). Viria a morrer em 19 de Novembro de 1967, com 35 anos de idade, na 3.ª volta ao circuito, após embater com o seu «Lotus 41» no muro á frente do mar logo a seguir ao Clube Náutico (onde hoje está o Hotel Grand Lapa) (2) alguns metros depois foi de encontro a um poste eléctrico, (3) e incendiou-se, não conseguindo o condutor sair da sua viatura. Foi o primeiro caso fatal dum corredor no Grande Prémio em Macau.

Foi também nesse ano que Teddy Yip teve a sua melhor classificação das várias participações que teve no Grande Prémio, ficou em terceiro lugar com um «Jaguar E Type».

Classificação do X Grande Prémio de Macau                                               

1.º – Arsenio Laurel – Lotus 22 FJ (Ford)                              

2.º – Bill Baxter – Jaguar E Type                               

3.º – Teddy Yip – Jaguar E Type                                

4.º – Grant Wolfkill – Lotus Super Seven                              

5.º – H Asmussen – Porsche Super 90                                  

6.º – B Poole – Triumph TR4

(2) Recentemente o “Hotel Grand Lapa” que já foi denominado “The Macau Excelsior”, e “The Mandarin Oriental”) foi  publicitado como “ Artyzen Grand Lapa Macau”.https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/08/31/caixas-de-fosforos-hotel-excelsior-hotel-mandarin-oriental/

(3) Por este motivo no circuito da Guia, no ano seguinte, todos os postes eléctricos que estavam “á frente dos muros”, foram retirados, passando a estarem incorporados nos muros ou então para lá dos muros do circuito.

Iniciam-se, hoje, as corridas constantes do 67.º Grande Prémio de Macau que neste ano, devido á situação sanitária de Macau, (1) ficaram muito reduzidas (com um programa de somente 5 corridas somente em três dias, 20 a 22) (2) e sem a presença de muitos dos mais conceituados condutores e marcas das diferentes modalidades.

Uma das corridas canceladas é a prova de motos por isso recordando antigas corridas, desta modalidade, apresento cinco fotografias (infelizmente não datadas e com poucas condições de conservação) de uma das corridas de moto (de finais da década de 60 ou princípios dos anos 70). De interessante serem fotos pessoais de um dos percursos do circuito pouco fotografados durante as provas – a Estrada de Cacilhas – á frente dos actuais prédios n.º 7 e n.º 9. (esta última, no lugar onde era a casa dos meus pais).

Ao fundo, o Miradouro de Nossa Senhora de Mar, à direita as três “vivendas” da STDM (nomeadamente para a permanência do Stanley Ho quando vinha a Macau, nos primeiros tempos da STDM, constituída em 1962), (3) (à esquerda a “guarita” de madeira construía pela STDM, para a vigilância (a PSP fazia guarda nas 24 horas, quase sempre por polícias trabalhando em horas extraordinários)

À esquerda, uma saliência à estrada (ainda hoje existente) obra da STDM que alisou e cimentou parte do monte que exista atrás do muro para fazer parque de estacionamento para frota dos carros dos seus gerentes e convidados para as festas. Nos dias de grande prémio, com o circuito “fechado”, servia para colocação dos carros rebocados “avariados” ou  “acidentados” – na foto uma mota e um carro.

No inferior direito, o muro da casa n.º 9

(1) De forma a assegurar que o evento decorra com as condições de segurança, a comissão organizadora implementou um número de medidas de prevenção epidémica. Como por exemplo a obrigatoriedade de quarentena de 14 dias à entrada em Macau, e redução dos lugares para o público de 14.000 para 10.000.

 (2) O 67º Grande Prémio de Macau será realizado de 20 a 22 de Novembro. O programa inclui cinco corridas: Grande Prémio de Macau de Fórmula 4, (a substituir a de Fórmula 3), Taça GT Macau, Corrida da Guia Macau, Taça de Carros de Turismo de Macau e Taça GT – Corrida da Grande Baía. https://www.macau.grandprix.gov.mo/pt/news/event/1553

(3) Após a compra à família da vivenda do alferes Luís (n.º 7 da Estrada de Cacilhas), a STDM, acrescentou num dos terrenos do lado, um prédio com garagem que serviu para, nesses primeiros anos, estacionamento dos automóveis de corrida utilizados por Teddy Ip (1913-2003) – um dos sócios da STDM – grande impulsionador do Grande Prémio de Macau e piloto participante, na década de 50 (século XX). https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/teddy-ip/

Foi assinado, no dia 23 de Abril de 1976, entre o Governo de Macau e os representantes da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (S.T.D.M.), um novo contrato para a exploração dos Jogos de Fortuna e Azar, após os trabalhos de estudo iniciados em 5 e Dezembro de 1975 de maneira a salvaguardar os interesses da comunidade.
À  S. T. D. M. foi adjudicada a exploração do Jogo em Macau, no ano de 1962, através de um contrato firmado entre os seus delegados e o Governo do território, tendo sido cessada a última revisão do contrato em causa em 1972, que terminaria em 1977, pelo que a presente revisão, entrou em vigor com a antecipação de uma ano.

Momento da leitura das cláusulas do novo contrato

De acordo com as novas cláusulas, a S.T.D.M. passou a pagar a renda anual de 30 milhões em dólares de Hong Kong sendo que as obrigações anuais passariam a mais de 80 milhões anuais, contra os 9  milhões do contrato que terminava.
Foram também integradas no novo contrato cláusulas referentes aos investimentos que a Concessionária seria obrigada a realizar como participação no desenvolvimento económico de Macau, ficando estipulado que o montante anual seria de 30 milhões de dólares de Hong Kong.
– Aumento do capital social da Companhia de Electricidade de Macau no valor de 100 milhões
– Construção de um complexo de estaleiros navais em associação com as Oficina Navais e a obrigação da S.T.D.M. mandar executar nas Oficinas Navais os trabalhos de conservação e reparação das suas embarcações, mantendo ainda a antiga obrigação contratual de dragar os canais dos portos interior e exterior. No entanto permitia ao Governo contratar outras empresas especializadas para a realização de trabalhos que a S.T. D. M. não pudesse cumprir, correndo as despesas por conta da Concessionária.
– Construção dum terminal marítimo no Porto Exterior, mantendo a obrigação de sanear e urbanizar os aterros do porto Exterior, suportando a S.T.D.M. o encargo de indemnizar e alojar 200 famílias por ano.
– Fomento das indústrias transformadoras excepto têxteis.
– Criação de empresas de utilidade pública.
– Construção de infraestruturas do território.

Um aspecto da assistência à cerimónia da assinatura do novo contrato

Ficou, igualmente, estipulado que tanto o valor da renda como o montante dos investimentos seriam revistos, anualmente, face à evolução dos lucros brutos da empresa.
Para tanto, a Inspecção dos Contratos dos Jogos tinha o cargo de fiscalização das receitas ilíquidas cobradas pela empresa de modo a que o Governo pudesse ter conhecimento do movimento financeiro da exploração.
Para além dos pagamentos da renda e dos investimentos, em moeda de Hong Kong, a S.T.D.M. foi obrigada a contribuir para o equilíbrio cambial da pataca, pondo também à disposição da Companhia de Electricidade de Macau (CEM), a importância necessária, na mesma moeda, para que esta empresa pudesse liquidar os seus compromissos com o exterior.

O Governador, Coronel Garcia Leandro assinando o documento do novo contrato

Quintuplicava o rigor das penalidades, traduzidas em multa, a que a S.T.D.M- se sujeitaria caso não cumprisse as leis e as cláusulas do contrato.

Stanley Ho, Administrador-delegado da S.T.D.M. assinando o documento do novo contrato

No capítulo do Turismo, a empresa concessionária obrigava-se a realizar a propaganda turística de Macau, de acordo com as directrizes do Centro de Informação e Turismo Centro além de impender sobre a mesma a obrigação de realizar, quinzenalmente, espectáculos de variedades, atracções e diversões de bom nível artístico, além de organizar anualmente, exposições, espectáculos e provas desportivas.

Teddy Hip, um dos directores da S.T.D.M., apondo a sua assinatura novo contrato

Nesse ano o capital social da STDM, que era de 3 milhões foi aumentado para uma importância nunca inferior a 80 milhões sendo o depósito da caução para garantia do cumprimento do contrato elevado para 10 milhões
Extraído de «MBIT», XI-1/2, 1976.

MACAU B.I.T. VIII-11-12 1973 VÉSPERA DO ANO NOVO IVéspera do Novo Ano Lunar, no ano de 1973 – Ano do Boi, a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau ofereceu um lauto jantar a numerosos convidados, portugueses e chineses no dia 2 de Fevereiro de 1973, no restaurante «Portas do Sol» do Hotel Lisboa.
MACAU B.I.T. VIII-11-12 1973 VÉSPERA DO ANO NOVO IIO Governador e Esposa dão entrada no Restaurante «Portas do Sol», do Hotel Lisboa,acompanhados pelos anfitriões, Henry Fok, Stanley Ho e Teddy Ip,

MACAU B.I.T. VIII-11-12 1973 VÉSPERA DO ANO NOVO IIIMesa de honra do  jantar

MACAU B.I.T. VIII-11-12 1973 VÉSPERA DO ANO NOVO IVMACAU B.I.T. VIII-11-12 1973 VÉSPERA DO ANO NOVO VNa altura dos brindes falaram os Comendador Henry Fok, Presidente do Conselho de Administração da Empresa e Comendador Stanley Ho, Administrador delegado, o primeiro em chinês e o segundo em português tendo apresentado à consideração dos presentes os planos e as realizações da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau,relacionados com o desenvolvimento turístico da e Macau.
Do discurso de Stanley Ho:
Os meios marítimos entre esta Província e Hong Kong  continuam na agenda dasnossas preocupações. Com a chegada do vapor «Nam Shan», e, Agosto do ano findo, e dos «hydrofoils» «Balsa», «Cacilhas» e «Barca», a frota que esta sociedade traz ao serviço das carreiras diárias passou a ser de 7 «hydrofoils» e 5 barcos do tipo clássico.
Contudo, ainda antes do próximo Ano Novo Lunar teremos mais um vapor, o «Lou Shan» , e dois novos «hydrofoils» do tipo PT75, encomendados da Itália e Inglaterra.
Ordenamos também dos Estados Unidos,, ao preço de 24 milhões de patacas, um «jetfoil» Boeing, o qual, a partir de Junho de 1974, cobrirá a distância entre Macau e Hong Kong em apenas 45 minutos. A lotação deste «jet-foil» é de 284 lugares.
Dado ao aumento da frota, a ponte-cais do Porto Exterior terá de ser beneficiada em extensão, com um acréscimo de cerca de 116 metros, para permitir a atracção simultânea de 4 «ferries».
Os trabalhos com o saneamento e urbanização dos aterros do Porto Exterior vão iniciar-se em ritmo acelerado, tudo indicando que muito em breve disporá Macau de novos terrenos para construção, ao mesmo tempo que receberá nessa zona tão importante a fisionomia própria dos modernos centros urbanos.
O Hotel Lisboa foi aumentado em 55 quartos, ficando agora com um total de 400 quartos, enquanto outros 200 estão em construção. Assim em meados de 1974, este moderno e luxuoso hotel que continua a ser umas das atracções de Macau funcionará com 600 quartos.
O nosso  edifício «Tudima» está a ser adaptado a estabelecimento hoteleiro de nível turístico. Chamar-se-á «Hotel Sintra» e terá 200 quartos, além de 70 apartamentos residenciais…. (…)
MACAU B.I.T. VIII-11-12 1973 VÉSPERA DO ANO NOVO VINo fim , o Governador General José Manuel Nobre de Carvalho proferiu o discurso de agradecimento.
Reportagem não assinada e fotos retirados de «MACAU Boletim de Informação e Turismo, 1973».

As  provas automobilísticas  integradas na XIX Grande Prémio de Macau realizaram-se nos dias 19, 25 e 26 de Novembro.
No dia 19, foram realizadas as eliminatórias do Troféu ACP; Motociclos Júnior até 250 ccs; e a Final do Troféu ACP e «Guia 200»
Os resultados destas competições foram os seguintes:
Motociclos Júnior:
1.º – N.º 11 – Jason Ho (HK) – Yamaha DTI – 38m 38s, 34
2.º – N.º 72 – Chan Yoi Yuen (Macau) – Yamaha DT2 – 39m 14s,09
3.º – N.º 16 – Siu Kwok To (Macau) – Suzuki – 39m 17s,99
Troféu ACP
1.º – N.º 40 – U. Ritcher (HK) – BMW 2002TI – 33m 03s,39
2.º – N.º106 – Wan Shek Kong (HK) – Morris Cooper S – 33m 54s,13
3.º – N.º 3 – John Fraser (HK) – Austin 1275GT – 34m 20s,25
Guia 200 (200,4 milhas)
1.º – N.º 2 – John Macdonald – Austin Cooper S – 3h 11m 15s,94
2.º – N.º 22 – Harold Lee – Opel Ascona – 3h 12m 09s,30
3.º – N.º 23 – Albert Poon – Opel Ascona –  3h 15m 01s,06

MACAU B. I. T. XII-9-10 Nov-Dez 1977 XIX GPM IIUm aspecto do trágico acidente em que perdeu a vida o malogrado corredor, Chan Shui Fat, de 26 anos de idade, conduzindo um Mini-Cooper S.

Provas do Dia 25:
Corridas de Motociclos, Sénior, acima de 251 ccs.
1.º Yutaka Oda (Japão) – Yamaha R5F – 34m 34s,90
2.º Jason Ho (Hong Kong) . Norton Commando 745 – 36m 11s,70
3.º O Gunvawan (Indonésia) – Zuzuki – 36m 25s,57
Eliminatórias de Carros de Produção Corrente (principiantes)
Carros do Grupo 2, Sénior -Turismo
1.º – K. Misaki – Toyota Celica – 1h 17m 11s,16
2.º – N. Tachi – Toyota Corolla- 1h 19m 58s,87
3.º Trd Moorat – BMW 2002 T1 -1h 20m 14s,29
Carros de Grande Turismo e Sport
1.º – H. Adamzcyk – Porche Carrera 906 – 1h 32s,89
2.º – Harold Lee – Honda S800 -1h 01m 09s,66
3.º – K. J. Doerr – Porsche 911R – 1h 11m 01s,57
Provas do Dia 26:
Carros de produção corrente (principiantes) – final
1.º – U. Richeter (Alemanha) – BMW 2002 Alpina – 49m 13s,43
2.º – Paul  Stania (Hong Kong) – BLMC Mini Cluman – 50m 56s,20
3.º – Tony Cheong – Honda Coupé 9S – 51m 19s,27
MACAU B. I. T. XII-9-10 Nov-Dez 1977 XIX GPM IVI Grande Prémio de Motocicletas
1.º – Ikujiro Takai- Yamaha TR3 – 1h, 19m 51s,04
2.º – Yutaka Oda –  Yamaha TR3 – 1h 19m 51s,27
3.º – Akira Terui – Yamaha TR3 – 1h 21m 52s,81.
MACAU B. I. T. XII-9-10 Nov-Dez 1977 XIX GPM IIIXIX Grande Prémio de Macau
1.º – N.º 11 – John Macdonald – Brabham BT 36 – 2h 00m 08s,64.
2.º – N.º 73 – M. Stewart – Dolfin – 2h 00m 39s,77.
3.º – N.º 6 – Sonny Rajah – March 712 -M – 2h 00m 41s,70.
MACAU B. I. T. XII-9-10 Nov-Dez 1977 XIX GPM IVNOTA:
John Macdonald (1936, escocês, radicado em Hong Kong de 1963 a 1978) principiou em provas de motas e carros em 1957 mas foi após a sua fixação de residência em Hong Kong em 1963 (onde viveu até 1978) que alcançou grande sucesso em circuitos e provas na Ásia quer em motociclismo quer em automobilismo. É uma das lendas do circuito da Guia de  Macau, com recorde de vencedor por quatro vezes do Grande Prémio de Macau (Fórmula Livre):   1965 (Lotus 18-Ford), 1972 (Brabham BT36), 1973 (Brabham BT40) e em 1975 (Ralt RT1-Ford). Foi 2.º no Grande das Motocicletas em 1968  e 1.º em 1969 (Yamaha). Foi em 1972, o 1.º vencedor da Corrida da GUIA 200 (prova para carros de turismo)

John Macdonald GPM 1972John Macdonald – Vencedor do XII Grande Prémio de Macau – 1972
(Na foto, outra legenda do Circuito da Guia, Teddy  Ip)

Competed on two and four wheels throughout England, Africa, Japan, SE Asia and Australia and was based in Hong Kong from 1963 to 1978. Over the years won the Asian Kart Prix, Macau Motorcycle GP, 3 international rallies, Macau Guia 101, Philippine Driving Championship, 4xMalaysia GP, 3xSelangor GP, 3xPenang GP, 2xPhilippine GP, 1xIndonesia GP, 4xMacau GP and 1xMacau Motorcycle GP . Won over 100 races. Prepared vehicles and ran teams for Marlboro, Lancia and Ford from 1969 to 1972, and from 1972 to 1976 ran the Cathay Pacific racing team.”
http://www.teamdan.com/people/m.html
Fotos e informações de «MACAU B. I. T.», 1972

A propósito do Grande Prémio de Macau (a 61.ª edição) que este ano, se realizará de 13 a 16 de Novembro, apresento uma visão dessas “corridas de carros” no circuito da Guia, em banda desenhada, dos princípios da década de 80 (século XX). O álbum original em francês foi publicado em 1983.

BD Encontro em Macau CAPA

Este livro de 1995, com edição em português «Michel Vaillant – Encontro em Macau» foi um número especial de venda conjunta e inseparável com o jornal “AutoSport“. (1)

BD Encontro em Macau Michel VaillantPersonagem da banda desenhada francesa, herói de múltiplas aventuras no grande circo do desporto automóvel (todas as suas aventuras decorrem nas provas automobilísticas desde a fórmula um até ao rallies). Michel Vaillant é piloto da equipa do pai, Henri Vaillant, proprietário dos motores Vaillant usados nessas corridas. O seu irmão Jean-Pierre, é o construtor. A série Michel Vaillant que retrata portanto o mundo do desporto automóvel, é criação de Jean Graton (1.ª aparição em 7 de Fevereiro de 1957, numa revista «Tintin» n.º 433). Nos anos noventa, o seu filho, Philippe Graton passou a colaborar nos argumentos. (2)

BD Encontro em Macau Circuito GuiaSinopse: Enquanto o grande prémio de Macau decorre dentro da normalidade, a equipa Vaillant aproveita o acontecimento para se reunir com um possível parceiro asiático. No entanto, trata-se de uma operação de grande envergadura, a qual deve-se manter “top secret”, para evitar qualquer tipo de vigilância ou de intercepção pela concorrência. Mas, para ganhar os futuros associados, requer uma vitória de dois carros Vaillants no grande prémio e vencer as manobras maquiavélicas de Ruth, que quer a todo o custo obter o contrato milionário! (3)

 

BD Encontro em Macau Teddy IpO autor retrata neste “Encontro em Macau”, uma personagem real, figura que muito contribui para a projecção do Grande Prémio de Macau, Theodore “Teddy” Yip.(4) Entusiasta em corridas já na década de 50, começou a participar nas corridas em Macau como piloto desde 1956 (terminou em terceiro em 1963, com um Jaguar E-Type, no ano que Arsenio Laurel ganhou pela 2.ª vez em Macau). Era proprietário da «Theodore Racing Team» , equipa, que nos anos 70, participou em diversos campeonatos automobilísticos: Indi, Formula 5000, Can Am e fórmula 2. Esta equipa tentou entrada na Formula 1 em 1978 sem grandes resultados (participação numa só corrida). Patrocinou vários corredores em Macau, entre eles, Ayrton Senna que venceu em 1983, o 1.º Grande Prémio de Macau em Fórmula 3.

Referência anterior de Teddy Yip em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/05/10/estrada-de-cacilhas-i/
(1) GRATON, Jean (texto e desenhos) – Michel Vaillant, Encontro em Macau. 2005.
Tradução de «Rendez-vous à Macao», de 1983, publicado pela “Graton éditeur”, (editora criado pelo próprio em 1982). A 1.ª edição em português foi editada pela Meriberica/liber em 1984, republicada no Jornal da BD e posteriormente Álbum Auto Sport (2005)
A colecção Michel Vaillant é editada em Portugal por Criativos – Marginália Editora.
(2) http://en.wikipedia.org/wiki/Michel_Vaillant
(3) http://comics-na-web.blogs.sapo.pt/43393.html.
(4) Theodore “Teddy” Ip (ou Yip) 葉德利 (1907-2003), de nacionalidade holandesa (nasceu na Indonésia de pais chineses, na altura colónia holandesa) negociante em Hong Kong a partir dos anos 40. Em 1962 formou com Stanley Ho, Yip Hon e Henry Fok, a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (S.T.D.M.)
Outra referência a Teddy Ip em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/05/10/estrada-de-cacilhas-i/

Esta foto retirada do Anuário de Macau, 1938 (foto entre pág. 72 e 73) (1) , retratando a chegada do “China Clipper” ao “aéreo-porto” de Macau, vê-se a Estrada de Cacilhas (“ao meio” da foto), uma pequena “guarita” no futuro “Miradouro de Nossa Senhora do Mar“, e a vivenda do “alferes Luís”, como era conhecida.
Esta foto, infelizmente com má qualidade, tirada em 9-12-1964, vê-se o Porto Exterior com hortas e “barracas” onde se cultivava as variadas hortaliças e se criava porcos e galinhas; a mesma Estrada de Cacilhas com a vivenda do “alferes Luís” (n.º 7 ) (nessa altura já adquirida pela STDM e conhecida pela casa de Stanley Ho)
A vivenda do “alferes Luís” foi  comprada  pela STDM,  nos finais de 50/princípios de 60, para “instalar” os seus administradores quando se deslocavam a Macau e foi utilizada muitas vezes por Stanley Ho nas suas estadias em Macau. Posteriormente foi “acrescentado”  um prédio no jardim.  A garagem era utilizada por Teddy Ip (um dos administradores da STDM) para guardar  os seus “bólides” durante o período do Grande Prémio de Macau, na altura em que participava como piloto e depois como patrocinador.
No lado direito da foto, vê-se uma casa mais pequena (n.º 9), a casa do Cabo Pereira, o Paioleiro de Cacilhas. O paiol da Estrada de Cacilhas ficava mais á frente, após duas/três curvas.
Notícias de um acidente de trabalho na Estrada de Cacilhas, possivelmente em Junho de 1955 (2) – TRÁGICO DESASTRE”  
“Quando seis operários chineses se encontravam em trabalho de escavação para alargamento da Estrada de Cacilhas, nesta cidade, deu-se um desmoronamento de terra que os soterrou por completo. Das seis vítimas, 4 tiveram morte instantânea, conseguindo-se salvar as outra duas devido ao pronto socorro prestado por oficiais e praças do nosso Exército. Compareceram, pouco depois, no local uma brigada de Bombeiros e outra da P.S.P. Sua Ex.ª o Governador da Província, que visitou o local do sinistro, interessou-se pela condição dos feridos e pelas famílias das vítimas.”.
É de recordar que no ao anterior, em 30 e 31 de Outubro de 1954, se realizaram as primeiras provas do 1.º Grande Prémio de Macau. Estas obras de certeza que faziam parte dos planos para o alargamento do circuito, no troço da Estrada de Cacilhas.
(1) Anuário de Macau, 1938, 7.º Ano de Publicação. Colónia de Macau, Repartição Central dos Serviços Económicos.
(2) «MACAU – Boletim Informativo». Repartição Central dos Serviços Económicos – Secção de Propaganda e Turismo, 1955, n.º 48.

NOTA POSTERIOR (CORRECÇÃO) DE 28-06-2017: O acidente deu-se em Julho (dia 25 ) e não em Junho de 1955.
“25-07-1955 – Um trágico desmoronamento de terra, ocorrido à entrada da Estrada de Cacilhas, em frente do Aquartelamento do Ramal dos Mouros, colheu a vida de quatro operários chineses e feriu outros dois. Sua Exa. o Governador visitou o local do sinistro“.  (Número especial dedicado ao Governador de Macau, comemorando o 4.º aniversário do seu governo. Editado e Publicado pelo Diário “Tai Chung Pou”, Macau, 23 de Novembro de 1955).