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Extraído de «BPMT», XXIII-1 de 6 de Janeiro de 1877, p. 4

Aviso publicado em «O Correio Macaense», Vol. V, n.º 218 de 25-11-1887, p. 4

O dia 8 de Dezembro é reservado pela Igreja Católica para celebrar a imagem da Imaculada Conceição, que é uma referência à Virgem Maria.

Chega a Macau a 24-10-1826, D. Jerónimo José da Mata (1804-1865) que foi Bispo da Diocese de Macau entre 1845 a 1862, como seminarista dos lazaristas. Admitido no seminário aos 18 anos de idade, concluiu os estudos teológicos no Real Colégio de S. José em 1827. Ordenado subdiácono em 1827, ainda pelo Bispo de Chacim. Em 1829, recebeu o diaconado e presbiterado em Manila (não havia Bispo em Macau para essa ordenação). Voltou a Macau, continuando os seus estudos em Matemática e astronomia com a fim de passar para o Tribunal das Matemáticas em Pequim, o que não se concretizou por ordem imperial de não admitir ali mais padres. Foi professor do Seminário de S. José, lecionando várias disciplinas, entre elas, matemática.

Bispo D. Jerónimo José da Mata No pergaminho sustentado pelo Prelado lê-se:
Plano da Igreja Cathedral de Macau – J. Thomas d´Aquino – 1845

Celebrou a primeira missa em Macau, em 1830. De 1837 a 1843 esteve no reino e foi nomeado coadjutor do Bispo de Macau (D. Nicolau Rodrigues Pereira de Borja, com estado precário de saúde). Voltou a Macau em Maio de 1844, confirmado pela Santa Sé em 17 de Junho de 1844, com o título de Altobosco. Com o falecimento do bispo Borja, foi sagrado Bispo de Macau, em 21 de Dezembro de 1846, na igreja de S. Domingos pelo Bispo de Cebu, D. Romualdo Ximenes. Renunciou o cargo em 25 de Setembro de 1862. Faleceu em Campo Maior (Portugal) em 5 de Março de 1865.

Publicou em 1839 uma Memória sobre as missões da China. Foi ele que sagrou a nova Sé Catedral a 19 de Fevereiro de 1850 e ampliação do Recolhimento de Santa Rosa de Lima. Em 1948 trouxe para Macau as “Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo” . Resignou em 1862

SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 46

TEIXEIRA, P. Manuel – Macau e Sua Diocese, Vol II, 1940.

https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/d-jeronimo-jose-da-mata/

18 de Setembro de 1708 – “Neste dia se fes na Se Cathedral desta Cidade as Exequias  funebres pela morte do Sr Rey D. Pedro 2.º na forma e modo seguinte –Sahirão da Caza do Senado os Ministros e Officiaes do mesmo com varas alçadas acompanhados da nobresa e povo desta cidade todos vestidos de luto, e se dirigirão a Sé para assistirem as Vesperas do seu Officio. Ao Sahirem da Caza do Senado fóra da porta se quebrou o primeiro Escudo que levava no braço o primeiro Vereador que era o mais velho, dizendo – Chorai povo a morte do nosso Rey D. Pedro. 2.º – Ao pé de S.m Domingos se quebrou o segundo que levava o segundo Vereador com as mesmas ceremonias e ao pé da Se se quebrou o 3.º que levava o 3.º Vereador também na forma do primeiro.”(1)

19 de Setembro de 1708 – “ Se fes o Officio com Missa Cantada achando-se huma Eça no Corpo da Igreja magestozamente coberta de preto e illuminada por todos os lados: assistirão a esta função fúnebre o Gov. Diogo Teixeira Pinto, o Cap.º do Senado – O sr. Bispo D. João do Cazal e todos os lugares próprios de representação que tinhão. Os Conegos e Clero na Capella-mor cantando com muzica todas as partes do Officio – Fez a orção fúnebre com toda a Eloquencia própria deste acto o P.e João Mourão da Cp.ª de Jesus.” (1)

NOTA: Quebra dos Escudos – cerimónia praticada desde a morte de D. João I. Consistia em quebrar os escudos do rei falecido para os substituir pelos do novo monarca. O Regimento do Senado, feito na época de D. Manuel I, regulamentou esta cerimónia

D. Pedro II faleceu de apoplexia em 9 de Dezembro de 1706. Reinou de 1683 a 1706. Sucedeu a Afonso VI e foi sucedido por João V.

Retrato de D. Pedro II, autor desconhecido (séc. XVII).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_II_de_Portugal

OUTRAS FONTES: “18-09-1708 – Effectuou-se n´este dia, em Macau, a quebra de escudos pela morte de el-rei D. Pedro II, sendo esta cerimonia feita pelos tres vereadores, com grande acompanhamento do povo. Foi quebrado á porta do palácio do senado o escudo, defronte da igreja se S. Domingos o segundo, e o terceiro junto á sé catedral, onde o préstito assistiu a vésperas. No dia seguinte se celebraram, também na sé, as exéquias, com missa e officio, estando erguida ao meio do templo uma eça, magnificamente odornada e allumiada. Foram presentes a este acto o governador Diogo de Pinho Teixeira, o senado, o bispo D. João do Cazal, e as mais pessoas notáveis da cidade. Orou o padre João Mourão da Companhia de Jesus. (GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954) (PEREIRA, A. M. – Ephemerides Commemorativas, 1868, p. 85)

Beatriz Basto da Silva na sua Cronologia da História de Macau, Volume I, 2015, p. 215, data este acontecimento a 17 de Setembro de 1708 – Quebra de escudos por morte de D. Pedro II.      

(1) BRAGA, Jack M. Braga – A Voz do Passado, 1987, p. 25)

01-09-1865 – A inscrição do relicário grande de S. Francisco Xavier, em prata, hoje guardado no Seminário de S. José, revela-nos que o mesmo relicário «foi mandado fazer em Londres por António Pereira seus filhos e noras e oferecido a Sé Cathedral de Macao em 1.º de Septembro do ano de 1865». A relíquia de S. Francisco Xavier (um pedaço de osso do braço do Santo Missionário) pertencia à Igreja de Madre de Deus, onde esteve exposta durante a batalha contra os holandeses (1622). Foi salva do incêndio que destruiu o complexo de S. Paulo a 26 de Janeiro de 1835 e levada a 19 de Fevereiro seguinte para a Sé Catedral, como consta dos autos de arrecadação, à guarda da Câmara Eclesiástica (Cfr. Mons. Teixeira, Macau e a sua Diocese, II, 1940, p. 486). Esta e outras relíquias foram confirmadas pelo Bispo de Macau D. António Joaquim de Medeiros (1885-1897).  (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, 2015, Volume II, p. 175)

Ver anterior referência a este relicário em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/09/01/noticia-de-1-de-setembro-de-1865-relicario-de-s-francisco-xavier/

Faleceu o Pe. Jorge António Lopes da Silva, nascido em Macau, em 8 de Maio de 1817. Foi muito estimado por toda a população, tendo recebido, em Manila, aos 24 anos de idade a sagrada ordem de Presbítero. De volta a Macau, regeu a cadeira de português no Colégio de S. José e abriu, em sua casa, uma escola donde saíram alguns padres e muitos guarda-livros. (1) (2)

(1) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 193. (2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/07/14/noticia-de-14-de-julho-de-1870-falecimento-do-padre-jorge-antonio-lopes-da-silva-e-a-escola-principal-de-instrucao-primaria/

Extraído de «BPMT», XVI-30 de 25 de Julho de 1870, p. 128
Extraído de «BPMT», Vol. XXII, n.º 23 de 3 de Junho de 1876, p. 92
Extraído de «BGC», XXII Agosto de1946, n.º 254/255, pp. 169-170

O Boletim Oficial (B.O.G.P.M.T.) n.º 20 de 14 de Maio de 1898 publica o Programa dos festejos de gala para celebração do IV Centenário do Descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia. (1)

 (1) O Programa que foi formulado em 1897, é autorizado pelo Governo. Salienta-se que há uma certa uniformização nos festejos em todo o território nacional, nas Embaixadas, Legações e Consulados Portugueses. (2) O dia 20 é de completo feriado – o ponto alto das comemorações começa a 17 de Maio. É nesta ocasião, em Macau, celebrado Te Deum na Sé Catedral, aberta solenemente a Avenida Vasco da Gama e feito o lançamento da 1.ª pedra para o seu monumento no Jardim do mesmo nome. Também se realça a publicação de um jornal ilustrado que toma o nome de Jornal Único e é hoje uma raridade bibliográfica. (3) (4) (5) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/05/20/noticia-de-20-de-maio-de-1898-comemora-cao-do-iv-centenario-do-descobri-mento-do-caminho-maritimo-para-a-india/

(2) O livro lançado recentemente (Abril de 2022) “ Os Retornados de Xangai. Histórias de Portugueses do Oriente”, o autor António Caeiro descreve nas pp. 47-48: “A Primeira festa Portuguesa”, os festejos que se realizaram em Xangai a propósito desta celebração. Aconselho a leitura deste livro.

(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, pp. 324-325

(4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2019/05/20/noticia-de-20-de-maio-de-1898-iv-centenario-do-descobri-mento-do-caminho-maritimo-para-a-india-1498-1898-e-o-jornal-unico/

(5) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/avenida-vasco-da-gama/

Continuação da reportagem do enlace matrimonial, do dia 17 de Abril de 1955, da filha do Governador da Província, Maria Helena Botelho da Costa Marques Esparteiro e do tenente miliciano de cavalaria Mário Nuno Borges do Canto Lopes da Costa (1) (2)

Um belo aspecto da capela-mor durante a Missa celebrada pelo Bispo da Diocese

“Atrás da noiva, vinham as oito caudatárias da noiva, qual delas mais elegante, qual delas mais graciosa no sue vestido de tule de nylon confecionado segundo a moderna linha de torso comprido, luvas brancas altas e sapatos de cor do vestido, levando cada uma, nas mãos, mimosos bouquets de odoríferos cravos brancos. Eram chinesas as duas primeiras, Joana Hó e Katie Chung, e iam vestidas de amarelo claro; as duas que se lhes seguiam, eram britânicas, Ana Rosa e Eleonora Eva Dismore, iam de verde-aqua; o terceiro par, formado por duas portuguesas naturais da metrópole, iam de cor-de-rosa; e, por fim o par constituído por duas macaenses, Luísa Maria de Barros Lopes e Maria Cristina Marques Mano, de azul.

As oito elegantes caudatárias deixam o templo após a longa cerimónia do casamento

Dando o braço à Sr.ª D.ª Maria Cândida Pereira da Cunha, vinha depois o noivo, Sr. Tenente Mário Nuno Borges do canto Lopes da Costa, e, atrás deste par, o Exmo. Comandante Militar, Sr. Coronel Rui Pereira da Cunha dando o braço à Exma. Sr.ª Dr.ª D.ª Laurinda Marques Esparteiro, mui respeitável no seu elegante vestido de cetim cor-se-creme, combinado com finíssima renda preta, chapéu da mesma cor, bordado a pérolas e encimado por um paradi preto. Esta linda «toilette», assim como a da noiva, constitui trabalho dum costureiro chinês, directa e habilmente dirigido, na confecção pela Exma. Sr.ª Dr.ª Laurinda Marques Esparteiro.

Na sacristia foi assinado, depois, o respectivo termo de casamento.

O cortejo continuou com o simpático casal inglês, Sir Alexander Grantham, ilustre Governador de Hong Kong e Lady Grantham, fechando com os ajudantes de campo, Sr. Capitão Abílio de Oliveira Ferro e o Sr. Tenente M. C. Illingworth, dos Governadores, respectivamente , de Macau e de Hong Kong. (…).

Os noivos comungaram durante a Missa celebrada pelo Sr. D. Policarpo e, em seguida, foi ainda Sua Ex.ª quem leu o decreto do Vaticano, pelo qual era concedida aos recém-casados, pela primeira vez em Macau, a Benção Papal. (2)

Toda a cerimónia, além de dezenas de fotografias, foi também filmada por duas equipas de filmagem da «Eurásia Filmes, Limitada» e por uma equipa de Hong Kong.

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2022/04/17/noticia-de-17-de-abril-de-1955-enlace-matrimonial-i/

(2) Artigo não assinado em «MACAU Bol. Inf.», ANO II, n.º 42, de 30 de Abril de 1955, pp.2-7)