O “Professor A. Naftaly” em trânsito pelo território, proprietário de um ambulante “Museu Anatomico e Panorama” (em Macau, exposição na Rua do Almirante Sérgio, n.º 1 e 3) manifestou o desejo de vender “os especimens” que possui, em virtude do estado de saúde de sua esposa que não lhe permite continuar a percorrer outros países, como era sua intenção.
Os dois últimos quadros de Fausto Sampaio, inseridos no livro já referenciado em anteriores postagens. (1)
Não tenho informações sobre estes dois quadros:“Velha rua com chuva” e “Entrada do pôrto interior”
NOTA: tenho uma vaga ideia deste edifício ainda existente na década de 60, localizado ao lado da ponte cais n.º 1(?) da carreira para as Ilhas, no porto interior (hoje, seria ao lado da ponte cais anexo ao Museu Marítimo). Nessa altura já sem a configuração que se vê nesta pintura. Não existia o muro e o portão da frente (destruída para alargamento da Rua do Almirante Sérgio) e a torre nas traseiras do edifício principal. Na década de 60 pertencia ainda à Marinha, e vivia nele o Sr. Coelho, que dava “explicações” a alunos do Liceu.
(1) Fausto Sampaio, Pintor do Ultramar Português. Agência Geral das Colónias, Lisboa, 1942, 182 p. Ver em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/fausto-sampaio/
ACTUALIZAÇÃO 18-01-2015: Recebi do João Botas do blogue “Macau Antigo” , o seguinte esclarecimento sobre este segundo quadro : “Entrada do pôrto interior” : “a entrada do porto interior a que Fausto Sampaio se referia é a que se vê ao fundo no quadro. O edifício fica bem mais acima e ainda existe; fica na Penha junto à igreja e residência do bispo é da década de 1920 (estilo art déco ). Foi residência do pres. da Melco e já muito mais tarde de Carlos Assumpção. Ainda em 2012 a vi; tem na fachada principal a inscrição Skyline“.
Agradeço este esclarecimento e tem toda a razão. Analisei o quadro do ponto de vista , à beira do porto interior e não da perspectiva da Colina da Penha, tendo por isso, confundido o edifício.
Pode-se ver o residência “Slyline” num “Postal de Macau Antigo (IV) – Colina da Penha“, postado em 18-05-2013:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/colina-da-penha/
Foi introduzido o novo sistema de iluminação pública “Osira” (1) em diversas artérias e largos durante o triénio 1947-1950 nomeadamente em 9 avenidas, 8 ruas, 2 largos, 2 estradas e 1 calçada (Calçada de S. Francisco)
A “Avenida Marginal” do Porto Interior ( Rua das Lorchas e Rua do Almirante Sérgio) iluminada pelo sistema” Osira”
Um aspecto da cidade iluminada pelo sistema “Osira“
Concluía o relatório do Leal Senado sobre a iluminação pública da cidade:
“Com a introdução deste novo sistema de iluminação, Macau deve ser das cidades mais bem iluminadas do Ultramar”
NOTA: Gaba-se a cidade de Macau de ter sido uma das primeiras cidades portuguesas a montar um serviço de fornecimento de energia eléctrica para consumo do público.
De facto, ele data dos princípios do século XX, pois foi em 1904 que o Leal Senado, em escritura de 17 de Setembro (2), dava ao sr. Marius Bert, francês, estabelecido na Indochina, o exclusivo do fornecimento de electricidade. Começou o fornecimento em bases regulares em 1906, ano em que se estabeleceu que a concessão duraria pelo prazo de 30 anos.
Mas muitas vicissitudes aconteceram ao longo dos anos, até à entrada da “The Macao Electric Lighting Co. Ltd” (MELCO) como accionista da concessão da elecricidade, em 1911 (3) mas estas estórias ficam para os futuros “posts”.
(1) As lâmpadas para iluminação pública “Osira” foram desenvolvidas pelo “The General Electric Company of England” e as primeiras surgiram em 1932 em Londres. A sua eficácia era 2,5 vezes maiores que as lâmpadas de tungsténio usadas até então.
(2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Século XX, Volume 4. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, 2.ª Edição, Macau, 1997, 454 p., ISBN 972-8091-11-7
(3) “31-05 -1911 – Charles Ricou embora como principal accionista, estende à MELCO a concessão da eletricidade a Macau. A M.E.L.C.O. inglesa, tinha sede em Hong Kong e técnicos (franceses, ingleses e de Macau) que garantiam menos interrupções no fornecimento de energia.“(1)