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“16-04-1892 – Dizem-nos em uma carta de Hong Kong que brevemente começará a correr entre aquela cidade e esta um novo vapor para transporte de carga e passageiros pertencentes a grandes capitalistas chinas e que, se a experiência der bom resultado, seguir-se-ão outros. O novo vapor chama-se Nanking, é de 140 toneladas e tem magníficas acomodações para 400 passageiros.”

«O Independente», 16 de Abril de 1892 in ORTET Luís – MacaU, II série, n.º 8, Dezembro 92, pp III.

Estreia no dia 7 de Abril de 1969 e repetida nos dias 8 e 9, no Teatro D. Pedro V, a comédia “Qui Nova Chencho” da autoria de José dos Santos Ferreira. O texto base da comédia foi posteriormente publicada em 1974, na IV Parte do livro de dialecto macaense de José dos Santos Ferreira com o mesmo título “Qui-Nova Chencho” (1)

A peça teatral compunha-se de 4 quadros:

I QUADRO – Apresentação da Comédia (p. 165), feita por uma “moça moderna, bem apresentada, vem de mini-saia, calçando botas, com boné na cabeça”. Um pequeno enxerto desta apresentação:

“Qui-nova, Chencho

Vôs ta bem, Chencho,

Iou qui tanto tempo nunca olá pa vôs …

Qui-nova, nho-nhónha! Qui-nova, nhu-nhúm, co tudo títi-títi, máno-máno! Qui-nova, iou-sua Chencho! Únde têm estunga demónio!

Divéra sabroso olá nosso Clubo assi inchido di gente! Qui tanto tiro-grándi já vêm hoze … Vosôtro sabe qui-cusa sã tiro-grándi? Ilôtro no Ongcông falá sã «big shot”

Na Macau, tánto tiro grándi-grándi busca vânda di Chunambéro co Pénha pa ficá. Iou-sua avô-công, quelóra já tocá Pacapio, azinha-azinha mudá vai Pénha ficá. Non-pôde achá casa bem-fêto, já virá nós tudo fica na vacaria. Avô falá, masqui-seza vacaria, tamêm sã Pênha, bairo do tiro-grándi, j´olá? … Iou nunca triste … Qui-foi? Quelóra iou passá rua, andá, torcê qui torcê, hóme-hóme seguí trás do iou, falá: «Mas qui tiro!» Iou sã logo virá respondê: «Tiro-grándi, istopôr!»… (…)”

Más unchinho ora, comédia ta começa-ia.

Lôgo têm russo-russo cantá pa vosôtro uví. Nunca~sã russo-mentira! Sã divera russo di Muscôvo, chomá Cussacu di Dom …

Têm unga mestre-china ui-di capaz vendê su mizinha di cobre … Êle falá mizinha sã mizinha-sánto , pôde curá tudo ancusa… Língu di gente má-língu tamêm pôde fica curado. Sômente ruça unchinho pomada, língu logo virá fica dóci qui dóci…”

Vôs ta bem, Chencho,

Iou qui tanto tempo nunca alá pa vôs …

Qui-nova, nho-nhónha! Qui-nova, nhu-nhúm, co tudo títi-títi, máno-máno! Qui-nova, iou-sua Chencho! Únde têm estunga demónio!

Divéra sabroso olá nosso Clubo assi inchido di gente! Qui tanto tiro-grándi já vêm hoze … Vosôtro sabe qui-cusa sã tiro-grándi? Ilôtro no Ongcông falá sã «big shot”

Na Macau, tánto tiro grándi-grándi busca vânda di Chunambéro co Pénha pa ficá. Iou-sua avô-công, quelóra já tocá Pacapio, azinha-azinha mudá vai Pénha ficá. Non-pôde achá casa bem-fêto, já virá nós tudo fica na vacaria. Avô falá, masqui-seza vacaria, tamêm sã Pênha, bairo do tiro-grándi, j´olá? … Iou nunca triste … Qui-foi? Quelóra iou passá rua, andá, torcê qui torcê, hóme-hóme seguí trás do iou, falá: «Mas qui tiro!» Iou sã logo virá respondê: «Tiro-grándi, istopôr!»… (…)”

Más unchinho ora, comédia ta começa-ia.

Lôgo têm russo-russo cantá pa vosôtro uví. Nunca~sã russo-mentira! Sã divera russo di Muscôvo, chomá Cussacu di Dom …

Têm unga mestre-china ui-di capaz vendê su mizinha di cobre … Êle falá mizinha sã mizinha-sánto , pôde curá tudo ancusa… Língu di gente má-língu tamêm pôde fica curado. Sômente ruça unchinho pomada, língu logo virá fica dóci qui dóci…”

II QUADRO – comédia em 1 acto – Chico vai escola (p. 171)

III QUADRO – Opereta em 1 acto – Romeu co Juléta (p. 179)

“Romeu co Juléta tamém logo têm. Shakespia si têm vida logo morê ímpido quelóra uvi falá qui Romeu co Juleta sã gente di Macau, ta vivo na Bica de Lilau … (…) “

IV QUADRO – comédia em 2 actos – César co Cleópatra (p. 189)

Extraído da revista “MacaU” – II série, n.º 25, Maio de 1994, p.27

“Cavá, vosôtro logo olá comédia di César co Cleopatra. Estunga Cleopatra sã más chistosa que Isabel Alfaiate di animatógrafo, … (…)

NOTA: A comédia foi apresentada à comunidade macaense, em Hong Kong, no Colégio «Wah Yan», no dia 19 de Abril de 1969.

(1) FERREIRA, José dos Santos – Qui-Nova Chencho. Composto e impresso na Tipografia da Missão do Padroado, Macau 1973 (na última página refere” Acabou de se imprimir este livro aos 24 de Junho de 1974”), 208 p. , 21,3 cm x15, 4 cm x 1 cm.
ÍNDICE:
I parte – Poesia
II parte – Canções
III parte – Contos em Prosa
IV parte – Comédia Qui-Nova Chencho

Boletim Oficial da Colónia de Macau,, suplemento n.º 32 de 14 de Agosto de 1931, p. 710

No dia 14 de Agostode 1931 realizaram-se os funerais dos seis portugueses vítimas da explosão do Paiol da Flora. (1)

O cortejo fúnebre a caminho do cemitério (saído do Hospital Geral do Governo – denominado em 1937, Hospital Conde de S. Januário), passando pela Estrada dos Parses, à frente do Cemitério dos Parses.

Os serviços públicos fecharam e os espectáculos foram suspensos sendo o dia considerado de luto. A bandeira portuguesa conservou-se a meia haste em todas as fortalezas, estabelecimentos militares e públicos, das 9 e 30 às 13 horas. Os estabelecimentos particulares, o comércio e a indústria conservaram também, a meia haste, a bandeira chinesa.
A Liga Portuguesa de Hong Kong abriu uma subscrição a favor das vítimas da explosão, o mesmo acontecendo em Macau e Xangai. Os escuteiros de Macau promoveram uma récita no Teatro Victoria cuja receita reverteu também para apoio aos sinistrados” (2)
No dia 17 de Agosto, realizou-se a cerimónia fúnebre das 15 vítimas chinesas, saindo do Hospital Kiang Wu e foi acompanhada (transmissão oral) por mais de dez mil pessoas (?)

Boletim Oficial da Colónia de Macau, n.º 33 de 15 de Agosto de 1931

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2019/08/13noticia-de-13-de-agosto-de-1931-explosao-do-paiol-da-flora-e-o-episodio-do-estampido/
(2) (BELTÃO COELHO, Rogério – O Paiol da Flora Explodiu em Madrugada. MacaU, II série, n.º 28, Agosto 94, pp.63-68.

Encontrei num alfarrabista esta fotografia colada a um pequeno papelão com a seguinte inscrição

N, R. P. GONÇALVES ZARCO
HONG KONG
20-12-1959

Pelo posicionamento da tripulação e enquadramento da fotografia, lembrei-me de uma outra foto publicada na revista “MacaU” (1) que foi tirada no mesmo barco em Junho de 1963, também na altura estacionada em Hong Kong.

Ao centro (na foto) vemos o comandante, capitão-de-fragata Malheiro do Vale, tendo à sua esquerda o imediato, capitão-tenente Rosa Coutinho, e, à sua direita, o 1.º tenente Cristóvão Moreira, o oficial mais antigo do aviso português na altura. (1)

O N. R. P. Gonçalves Zarco (2) foi o primeiro aviso a entrar em Macau em 1935, e o último navio da Armada Portuguesa que esteve em comissão de soberania em Macau e Timor.
A última missão de nove anos em Macau foi de 14 de Outubro de 1956 (3) a 28 de Março de 1964. A sua partida após ter cumprido a sua gloriosa missão de nove anos consecutivos, no Oriente, teve honras de fogo de artifício (4) e “na véspera, em jeito de despedida, os marinheiros organizaram um cortejo em riquexós, pelas ruas da cidade, cantando e queimando panchões”. (1) A chegada a Lisboa foi a 16 de Maio de 1964, “a aguardar a tripulação no cais estavam apenas os familiares, nada de entidades oficiais, nem mesmo da marinha, tão pouco a imprensa. Restava-lhes a consolação do dever cumprido e o feito de terem conseguido trazer para Portugal aquela relíquia naval, que, com galhardia, desempenhou durante nove anos consecutivos a última missão de soberania de um navio da Armada Portuguesa, nas águas de Macau e Timor“(1)

https://arquivohistorico.marinha.pt/viewer?id=14925&FileID=4116

(1) TOMÉ, EDUARDO – A Última Missão Naval de Soberania no Oriente. MacaU, II série, n.º 58, Fevereiro de 97, pp.6-22.
(2) O aviso «Gonçalves Zarco» (igual ao aviso «Gonçalo Velho») foi uma classe de avisos coloniais de 2ª classe ao serviço de Marinha de Guerra Portuguesa. Os dois navios da classe, foram construídos nos estaleiros Hawthom-Leslie (Inglaterra) em 1933, encomendados ao abrigo do Programa Naval Português da década de 1930. Como avisos coloniais, os navios foram projetados com o objetivo reforçar e manter a capacidade de presença naval nos vários territórios do Império Colonial Português, assegurando aí, a soberania de Portugal.
Os navios da classe foram baptizados com os nomes de dois dos navegadores portugueses envolvidos na descoberta das ilhas do Atlântico: Gonçalo Velho Cabral e João Gonçalves Zarco.
Depois da Segunda Guerra Mundial, em 1946, os navios foram equiparados a fragatas, recebendo o prefixo F nos seus números de amura, pintado no costado.

Aviso de 2ª classe «Gonçalves Zarco» – por volta de 1940

Classe GONÇALO VELHO:
GONÇALO VELHO – F 475 (1933 – 1961) – efectuou quatro comissões de serviço em Macau entre 1937 e 1954
GONÇALVES ZARCO – F 476 (1933 – 1964) – efectuou três comissões de serviço em Macau, em 1935, 1939 e a última de 1955 a 1964, (durante os quais passou 17 meses na Índuia Portuguesa, 20 meses em Timor)
Os avisos foram alvo de grandes modificações durante os anos cinquenta. Em 1959 foram substancialmente modernizados, sendo equipados com armamento e sensores para guerra anti-submarina.
Ambos os navios deixaram de ser empregues como unidades combatentes em 1961. O Gonçalo Velho foi, imediatamente, abatido ao serviço, mas o Gonçalves Zarco foi transformado em navio hidrográfico, alterando a referência da amura para A 5200 e mantendo-se em serviço até 1964, ano em que foi activo (seria então o navio de guerra mais velho em serviço, em todo o mundo).
Apanhou, em Macau, dois violentos tufões, o «Glória», em 1957 e em 1962 quando estava em Hong Kong o «Wanda»

O NRP Gonçalves Zarco em Macau, 1950
http://jcsnavy.weebly.com/marine-naval-and-military-posts/nrp-goncalves-zarco-1950

Aviso de 2ª classe «Gonçalves Zarco»
Deslocamento: 1 784 tons (outras fontes: 1174 tons) (1933); 1 500 tons (1959)
Comprimento: 81,5 m; Boca: 10,8 m; Calado: 3,5 m; Sensores: radar de navegação e ASDIC (1959); Propulsão: 2 turbinas a vapor de 2 000 SHP, servidas por dois eixos permitiam atingir os 16,5 nós, de velocidade máxima.
Armamento: 3 peças de 120 mm e 2 peças de 40 mm (1933); 3 peças de 120 mm, 5 peças de 40 mm, 4 morteiros lança bombas, 2 calhas lança-bombas de profundidade (1959)
Tripulação/Equipagem: 142 homens
Informações e referências de:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Classe_Gon%C3%A7alo_Velho#/media/File:Portuguese_sloop_Gon%C3%A7alves_Zarco_in_the_1940s.jpg
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/goncalves-zarco/
(3) “ 14-10-1956 – Vindo do estado da Índia Portuguesa chegou ontem dia 14 o Aviso de 2.ª classe «Gonçalves Zarco» da nossa Marinha de Guerra.” (MBI IV-77, 1956)
“20-10-1956 – A fim de receber beneficiações, partiu para Hong Kong no passado dia 20 o Aviso «Gonçalves Zarco» do comando do capitão-tenente António Garcia Braga.”  (MBI IV-78, 1956)
Regressaria a Macau no dia 8 de Março de 1957 trazendo a bordo para o Porto Interior o novo governador, Capitão-tenente Pedro Correia de Barros.
“15-07-1963 – Após reparações seguiu para Timor. Chegados a Timor, não havia condições de reabastecer o navio de combustível pelo que a 9 de Setembro deram um pulo atè Darwin. O governador de Timor era Alberty Correia. O Gonçalves Zarco saiu de Timor a 2 de Janeiro de 1964. Chegou a Hong Kong a 12 de janeiro de 1964 – atracou ao cais da Royal Navy onde estiveram 4 dias.
Partida 10 de Março de 1964, para Hong Kong com objectivo de efectuar  uma inspecção geral, rasparem e pintarem o fundo” (1)
(4) “Its departure was heralded with fireworks and a large turnout odf the people of Macau who saw it as the end of an  era.”
GARRETT, Richard J. – The Defences of Macau, Forts, Ships and Weapons over 450 Years!.Hong Kong University Press, 2010.

A revista «MACAU» surgiu nas bancas de Macau em Maio de 1987. (1)
Tinha como Director, Miguel Lemos, director executivo da edição, Helder Fernando, na redacção: Helder Fernando, João Miguel Roque e Armanda Rodrigues e fotografias de Manuel Cardoso.
De periodicidade mensal, terminou com o n.º 42, em Janeiro de 1992.

1.º Número, n.º 1 de Maio de 1987
Último Número, n.º 42, de Dezembro de 1991/Janeiro de 1992.

(1) Edição do Gabinete de Comunicação Social do Governo de Macau. Administração e Redação na Rua da Praia Grande, 31, 1.º E.

De 15 a 21 de Março (Dia Mundial da Floresta) de 1982 realizou-se a «SEMANA VERDE DE MACAU“. Na sequência do dia Mundial da Floresta /Dia Mundial da Árvore de 1978 (1), António Estácio no seu artigo na Revista «Macau» (2) refere:
Em 1982 e na sequência de uma deslocação à Nova Zelândia no ano anterior, a fim de participarmos na 15.ª Assembleia Geral da União Internacional para a Conservação da Natureza (UCN), decidimos organizar uma série de acções que não circunscrevessem apenas ao dia 21 de Março mas pelo contrário, ganhassem uma maior dimensão temporal, com a particularidade de se iniciarem a 15 de Março e terminarem, precisamente, no Dia Mundial da Floresta, altura em que se atingiria o culminar de uma campanha de sensibilização cujo objectivo era, e é, a necessidade de se defenderem e valorizarem as Zonas Verdes, nomeadamente, as do território.
Com entusiasmo lançámo-nos ao trabalho e em pouco mais de um mês e meio estavam assegurados apoios de entidades oficiais e privadas que permitiram a implementação de uma campanha com 17 acções diferenciadas e que designámos por «SEMANA VERDE DE MACAU».
Das 17 acções diferenciadas propostas para o ano de 1982, com um total de 53 repetições, tiveram 100 % de concretização e um custo aproximado de $ 4.000,00 (MOP). (2)
(1) Ver
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/03/21/noticia-de-21-de-marco-de-1978-dia-mundial-da-arvore/
(2) ESTÁCIO, AntónioOs Reflexos do «Desenvolvimento» Incorrecto, in «MACAU», 1988.
As fotografias foram retiradas do artigo inserido na revista «Macau»
Referências anteriores ao Eng.º António Estácio em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/antonio-estacio/
Referência à «Semana Verde» de 1988 em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/03/15/noticias-de-15-21-de-marco-de-1984-e-1985-autocolan-tes-iii-e-iv-semana-verde-de-macau/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/07/13/anuncio-semana-verde-88/

Uma obra de arte – capa da Revista «Macau» (1), uma criação de Vítor Hugo Marreiros sobre o tema «500 Anos dos Descobrimentos»
(1) «MACAU», n.º 9, Fevereiro/Março de 1988.

“Macau elegeu em 10 de Setembro, a sua nova Miss. Até ao final do verão de 1989, Helena Branco, de 19 anos, portuguesa, nascida em Macau, vai ser o rosto do Território nos concursos internacionais de beleza.
revista MACAU n.º 13-1988 - Miss Macau 1988 I«Sou e continuarei a ser a mesma Helena de sempre» afirmou a sucessora de Olívia do Rosário, já na posse do ceptro de rainha das belezas de Macau, apesar de reconhecer que depois da grande noite de cor e fantasia do casino «Jai Alai» muita coisa vai mudar na sua vida.
O seu papel de embaixadora de Macau de Helena Branco, a mais nova de seis irmãos e secretária  Gabinete de Comunicação Social vai já em Novembro ter o seu maior teste quando representar, em Londres, o Território no concurso para «Miss Universo»
revista MACAU n.º 13-1988 - Miss Macau 1988 IIA felicidade de Helena Branco foi partilhada por Mok Pou Kin, eleita representante de Macau para o concurso «Miss Ásia-Pacífico», e Kou In Leng, 1-ª dama de honor e Vera Chao Wai Na, 2.ª dama de honor”. (1)
(1) Reportagem e fotos da revista «MACAU», n.º 13 de  1988.

Encontrei, entre os livros “herdados”, um pequeno “livrete” com 19 páginas, intitulada “BEST SONGS” n.º 1. (13 cm x 19 cm, de capa acinzentada).  Não traz mais nenhuma informação nem da editora/impressora nem do ano de publicação. (1)
Contém 57 letras de cancões que muito provavelmente, eram as “mais populares”, na década de 50. Analisando os títulos de algumas canções que conheci através de versões mais recentes. pressuponho ter sido publicado em 1952-1953.
Na época, eram músicas “populares”, emitidas na Rádio Vila Verde (2) (3) (綠邨738台 – luk6 cyun1 toi4), rádio que era muito ouvida entre 1950-1960 (mais popular que o Rádio Clube de Macau, fundado em 1941, canal oficial). E muito provavelmente, terão sido “tocadas” no programa muito popular durante anos, o famoso”REQUEST” – música a pedidos.
Segundo informações da minha prima, eram adquiridas na “Papelaria SIO SIO” que ficava na Rua de S. Domingos 1-C (no Anuário de Macau de 1938, o “SIO SIO” estava referenciada como “livraria portuguesa e chinesa” e não como “papelaria e artigos de escritório” que na verdade o era, ao longo de muitos anos de funcionamento)
Pode-se ler em (5), a propósito de um artigo sobre Johnny Reis:
” E apresentou programas como os “Hit Parade”, “Yours for the Asking” (em inglês) e os “Request”, de grande audiência, porque dias havia em que o carteiro despejava na emissora quilos de cartas com pedidos de discos e se preenchiam 5 folhas A4 com dedicatórias de cada canção. Eram tantas e tão fiéis as radiouvintes que chegou a ser necessário apaziguar pais que julgaram atentatório do bom nome das filhas a frequência alarmante de dedicatórias públicas dos (múltiplos) enamorados. Alegavam forte “distracção em horas de estudo”. E o meio-termo foi a proibição de inclusão de apelidos.”
Analisarei algumas das músicas desse “livrete”, em futuros postagens.
(1) Este livro terá sido o precursor de outras pequenas revistas que foram aparecendo e  que continham letras das músicas. Eram muito populares  em Macau no final da década de 50 (lembro-me dos “Hit Parade“, “Songs“)  e toda a década de 60, (“OK HIT SONGS), publicadas em Hong Kong. “Aprendíamos”, as letras das canções do Elvis Presley, Paul Anka, Neil Sedaka, Ricky Nelson, Connie Francis e depois na década  seguinte dos Beatles, Rolling Stones, etc. Enquanto que as revistas antigas  continham somente as letras, (para serem “cantaroladas” ao ouvir o “request” por exemplo),  as mais recentes (década de 60), vinham já acompanhadas com a pauta e o acorde de viola/ guitarra.
(2) http://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A1dio_Vila_Verde
A rádio Vila Verde iniciou emissão em 1948 (ou em 1952 segundo outras versões) fundada por Pedro José Lobo. Emitia em cantonense (principalmente ao longo do dia, programas e anúncios publicitários) e à noite ( a partir das 21H00 até à meia noite), programas em língua portuguesa e inglesa (a música era quase exclusivamente em língua inglesa). A partir de 1965, após a morte de Pedro José Lobo passou a transmitir somente em cantonense. Adquirida em 1994 pela STDM suspendeu funções. Já na fase terminal passou a transmitir somente relatos das corridas de galgos e cavalos. Terá reiniciado actividade 2000 ou 2002, emissão em cantonense
(3) http://macao.communications.museum/por/exhibition/secondfloor/moreinfo/2_9_3_RadioMacau.html
(4) em cantonense jyutping
(5) JORGE , Cecília -Revista Macau Junho 1998
Pode-se ler mais sobre esta rádio em “Rádio Vila Verde e outras rádios
http://macauantigo.blogspot.com/2010/11/radio-vila-verde-e-outras-radios.html
e “Rádio Vila Verde” em
cronicasmacaenses.wordpress.com/tag/radio-vila-verde
e fotos dessa rádio  em
http://macauantigo.blogspot.com/2009/04/radio-e-televisao-em-macau.html
http://rpdluz.tripod.com/projectomemoriamacaense/johnny-reis.html