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Continuação da reportagem do enlace matrimonial, do dia 17 de Abril de 1955, da filha do Governador da Província, Maria Helena Botelho da Costa Marques Esparteiro e do tenente miliciano de cavalaria Mário Nuno Borges do Canto Lopes da Costa. (1) (2) (3)

“  (…)  saída do templo, os simpáticos e felizes noivos passaram sob um arco de espadas empunhadas por camaradas portugueses e ingleses do Sr. Ten. Mário Nuno Lopes da Costa, formados em alas. Seguiu-se, um interminável cortejo de automóveis, em número superior a duas centenas, os quais, após terem feito um prolongado percurso através das principais ruas da cidade, fizeram o seu termo no Palácio do Governo, à Praia Grande.

O Palácio do Governo apresentava-se, nesse dia, como em grandes dias festivos. O vasto átrio e toda a escadaria tinham-se transformado num autêntico jardim, tal a profusão dos lindos ramos de gigantescas malvas-rosas, cravos e malmequeres com que haviam sido ornamentados. Cerca de 800 convidados, das mais variadas posições sociais e de nacionalidades diferentes, dentro de poucos minutos tinham enchido, literalmente, os vastos salões do Palácio.

Numa mesa redonda, colocada ao fundo da grande sala e ornamentada com toalha de cetim branco e apanhados de pequenas orquídeas brancas, revelando inexcedível bom gosto, via-se, imponente, o lindo bolo de casamento, todo ele enfeitado a primor, no estilo inconfundivelmente português. Feito no Hotel «Península», de Kowloon, por indicação expressa da Sr.ª Dr.ª D.ª Laurinda Marques Esparteiro, este bolo de sete andares era todo verdadeiro, reatando uma tradição que se perdera devido à carestia dos anos da guerra.

Com a ajuda de seu esposo, a Sr.ª D.ª Maria Helena Marques Esparteiro Lopes da Costa cortou, com a espada, o rico bolo. (…) “

Pelas prosperidades dos noivos brindou o Meritíssimo Juiz da Comarca Dr. Rafael Marques Mano
A mesa estava elegantemente ornamentada e coberta de variadas e delicadas iguarias de confecção retintamente portuguesa

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2022/04/17/noticia-de-17-de-abril-de-1955-enlace-matrimonial-i/

https://nenotavaiconta.wordpress.com/2022/04/19/continuacao-da-noticia-de-17-de-abril-de-1955-enlace-matrimonial-ii/

(2) Artigo não assinado em «MACAU Bol. Inf.», ANO II, n.º 42, de 30 de Abril de 1955, pp.2-7)

(3) Mário Nuno Borges do Canto Lopes da Costa (1922-2013) e Maria Helena Botelho da Costa Marques Esparteiro (1929-2013), pais do actor Luís Esparteiro (Luís Augusto Esparteiro Lopes da Costa) https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Esparteiro

O Sr. Governador e esposa inaugurando o novo emissor de 15 kWs
Membros da comunidade chinesa cumprimentando o Sr. Almirante Esparteiro

Artigo e fotos extraídos de «BGU», XXIX-341-342, Novembro/Dezembro de 1953, pp.187-195

Desde 24 de Junho de 1622, a memorável data em que os portugueses obtiveram a retumbante  vitória sobre os holandeses que abusivamente se queriam apossar desta terra, Macau vem celebrando a festa de S. João Baptista, patrono da Cidade do Santo Nome de Deus, por voto do Município e da população.
Além do feriado municipal, tem relevo especial a parte religiosa.
Às 18 horas em ponto do dia 23, entrou na Sé Catedral a Comissão Administrativa do Leal Senado, (1)  com a Bandeira do Município à frente, levada pelo secretário, e subiu até ao cruzeiro, onde ocupou os seus lugares reservados. pela primeira vez, de há anos para cá, Sua Ex.º Rev. o Bispo de Macau presidiu às Vésperas Pontificais.
Findo o sermão , panegírico do Santo Precursor do Messias, organizou-se a procissão, em que se incorporaram várias congregações católicas, o Seminário e o Clero diocesanos.

MBI II-46 30JUN1955 S. João Baptista IA imagem de S. João Baptista que se venera na capela do Leal Senado

Sua Ex.ª Rev. o Bispo de Macau, D. Policarpo da Costa Vaz, levava a relíquia do Santo Lenho debaixo do pálio. E, logo após, seguia Sua Ex.ª o Governador da Província, Almirante Joaquim Marques Esparteiro, acompanhado do chefe de Gabinete e ajudante do campo, capitão José Vaz Dias da Silva, e do seu oficial às ordens, tenente Mário Lopes da Costa. Imediatamente depois, caminhava a Comissão Administrativa do Leal Senado rodeando a Bandeira do Município, e o Deputado por Macau à Assembleia Nacional, Dr. Alberto Pacheco Jorge, e sua esposa.
A banda do Instituto Salesiano da Imaculada Conceição fechava o cortejo… (…)
MBI II-46 30JUN1955 S. João Baptista IIÀ passagem pelo edifício do Leal Senado, S. João agradeceu, com uma bênção especial, ao povo deste Município a sua generosidade e fidelidade à promessa formulada há 3 séculos… (…). E lá vai caminhando para a Sé Catedral, onde está a sua capelinha, abrigo donde despacha todas as petições que Macau lhe apresenta.
Mas a homenagem continuou, no dia 24, ainda em cumprimento da promessa com a missa solene.
Às 10.30 horas entrava, novamente, na Sé a Comissão Administrativa do Leal Senado, ocupando os seus lugares reservados no cruzeiro. E. logo a seguir, veio Sua Ex.ª p Governador da Província, Almirante Joaquim Marques Esparteiro, e Sua Esposa conjuntamente com o Meritíssimo Juiz da Comarca, Dr. Rafael Marques Mano que foram sentar-se nas cadeiras reservadas à grade da Capela-Mor. Estiveram também presentes o Deputado por Macau, Dr. Alberto Pacheco Jorge e esposa, o Comandante Militar, Coronel Rui Pereira da Cunha e esposa, o corpo consular e várias outras representações.
Num ambiente religioso, em que o povo de Macau dava largas à sua tradicional devoção, iniciou-se a missa.”

Reportagem retirada de «Macau B. I.»,  1955.
(1) A Comissão Administrativa do Leal Senado,  nesse ano:
Presidente – António de Magalhães Coutinho
Vice-presidente – Luís Gonzaga Gomes
Vogais – Jorge Alves Estorninho, Alferes Joaquim Ramos da Costa Roque e Guilherme Vitaliano da Silva.