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Por decreto de 5 de Julho de 1865, passaram os procuradores da cidade que desde 1853 eram eleitos pelo povo, a ser de nomeação régia, sob proposta do Governador feita de entre os elegíveis para vereadores (1) (2) (3)

(1) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954.

(2) “5-07-1865 – Decretada a desvinculação total e definitiva da Procuratura em relação ao Senado. Por decreto desta data o Procurador foi desligado do Senado. O Procurador dos Negócios Sínicos de Macau desempenha, em conformidade com o Decreto desta data, as funções de Administrador do Concelho de Macau, acumulando-as ainda com as de membro da Junta da Justiça e Vereador da Câmara Municipal. Procuradores do Senado de Macau : 1865 -1866 – José Bernardo Goularte. SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 174; Volume IV, 2015, p. 62.

(3) Almanach Luso Chinez para o anno de 1866, p. 43

Almanach Luso Chinez para o anno de 1866, p. 43

Aconselho leitura de ARESTA, António – Os estudos sínicos no panorama da história da educação em Portugal. In: Administração: revista de administração pública de Macau. – Volume X, nº 38 (Dezembro 1997), p. 1045-1070. https://www.safp.gov.mo/safppt/magazines/WCM_003513

Esta mesma efeméride foi publicado pelo próprio autor (M. P.) no «BPMT», XIII-13 de 1 de Abril de 1867, p. 72 com indicação (creio, errada) da data: 1 de abril de 1859 (28,º dia da 2.ª lua do 9.º anno de Tau-Kuang) (1)

Extraído de BPMT», XIII-13 de 1 de Abril de 1867, p. 72

 (1) “1-04-1829 – O Mandarim de Heong-San pediu ao Procurador do Senado que mandasse suster o corte do monte, sitio conhecido por Tchu-Tchai, próximo da ermida de Nossa Senhora da Penha em virtude dos principais moradores chineses se terem queixado que isso prejudicava o Fong –Soi (influência geomântica) do Templo da Barra.” (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 54)

Extraído de «Gazeta de Macau e Timor», I- 22 de 18 de Fevereiro de 1873, p. 2

Dr. Júlio Ferreira Pinto Basto, Procurador dos Negócios Sínicos, eleito deputado pelo Círculo de Macau em 1-3-1874 e pela segunda vez em 8 de Julho de 1874.

O 2.º tenente Vicente Silveira Maciel foi nomeado comandante interino da Policia do Porto de Macau em 11 de maio de 1871, exercendo esse posto até 15 de Janeiro de 1872. Foi comandante da lorcha Amazona e em 1873 nomeado comandante da escuna “ Príncipe D.Carlos”. (1) Em 21 de Agosto de 1873, o mesmo 1.º tenente Maciel, na escuna “Príncipe D. Carlos”, (2) atacou e aprisionou uma lorcha de piratas, esta escuna era a “Salamandra” que fora construída em 1866 na Inglaterra e veio substituir a “Amazona” que ficou no Porto Interior a servir de aquartelamento da Policia de Mar. (3) Em 20 de Novembro de 1873, já como 1.º tenente, foi interveniente no episódio (4) de 20 de Novembro de 1873 quando caiu ao mar mas foi salvo por um marinheiro agarrando-se ambos a um bambu (5) (6)

(1) A escuna “Príncipe D. Carlos” (1866-1874) — Escuna de vapor construída em Inglaterra e que foi adquirida pelo governo de Macau em 1866. Armou com quatro bocas de fogo.Em 1874, em Macau, perdeu-se por encalhe, devido a um tufão.

(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/08/21/noticia-de-21-de-agosto-de-1873-escuna-principe-carlos/amp

(3) (TEIXEIRA, Mons. Manuel – Marinheiros Ilustres Relacionados com Macau, 1988, p. 111).

 (4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/11/20/noticia-de-20-de-novembro-de-1873-tragico-acidente-nas-aguas-do-porto-interior/

(5) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 207.

(6) Segundo outras fontes ??? que não consegui confirmar, o 1.º tenente Vicente Silveira Maciel viria a morrer em 21 de Novembro deste  “Trágico Acidente nas águas do Porto Interior” talvez por vingança dos piratas, pela acção da escuna Príncipe Carlos no combate à pirataria) (4)

Templo de Lin Fong (foto do autor: 2015)

No dia 3 de Setembro de 1839, reinado de Daoguang, o comissário Imperial Lin Zexu (1) acompanhado por Deng Tingzhen, (que era nesse ano Vice-Rei de Liangguang – Guangdong e Guangxi), que chegaram a Cantão em Março desse ano, vieram da Casa Branca/Qianshan (2) para Macau, acompanhados por centenas de soldados, através da Porta do Cerco. À espera do Comissário Imperial Lin Zexu estavam o Procurador José Baptista de Miranda e Lima, com o grau de mandarim outorgado pelo Imperador Wan-Li (1573-1620) (e não, o então Governador Adrião Acácio da Silveira Pinto – 1837-1843) e uma guarnição de cem soldados alinhados ao longo dos dois lados da rua e três bandas de música.

Lin Zexu declarou a Miranda e Lima a proibição do armazenamento e comércio de ópio dentro da cidade e se fosse encontrado algum estrangeiro com essa substância, deveriam reportar às autoridades chinesas e prenderem-no. Em nome de Macau, o Procurador concordou e prometeu cooperar com o Governo do Império Celeste, aceitando ficarem os portugueses neutrais no conflito sino-britânico e não permitir às forças invasoras inglesas usarem como base Macau durante o conflito.

Lin Zexu e o Vice-Rei de Liangguang, Deng Tingzhen apenas ficaram umas horas em Macau, pois ao meio-dia desse dia o Comissário retornou para Casa Branca/Qianshan, sendo acompanhado pelos portugueses até à Porta do Cerco.

Estátua de Lin Zexu no Templo de Lin Fong (foto do autor: 2015)

Em Macau, existe um Memorial no Templo de Lin Fong fundado em 1997 e uma Fundação Lin Zexu, criada em 1998, para promover e estudo da sua actuação nas guerras de ópio e sua relação com o território (3)

https://en.wikipedia.org/wiki/Lin_Zexu

(1) Lin Zexu (1785-1850) (Lin Tse-hsü; Yuanfu) , comissário imperial da dinastia Qing, vice-Rei de Liangguang (Guangdong e Guangxi) no ano de 1840, sucedendo a Deng Tingzhen vice-Rei de 1836 a 1839), governador geral, conhecido pelor seu papel na Primeira Guerra do Ópio de 1839–42. O Imperador Daoguang apoiou as políticas de linha dura defendidas por Lin, mas depois culpou-o pela guerra desastrosa para a China.

(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/qianshan-casa-branca/

(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 87)

Sobre este assunto aconselho leitura de José Simões Morais em: https://hojemacau.com.mo/2016/05/02/lin-zexu-visita-macau/

Extraído de «Boletim do Governo de Macau», VI- 17 de 31 de Março de 1860, p. 68

ANTÓNIO Feliciano MARQUES PEREIRA (1839-1881), jornalista e de folhetinista, veio para Macau em 1859. Casou em Macau (na igreja de S. Lourenço), no dia 8 de Janeiro de 1861, com Belarmina Inocência de Miranda, filha de António José Maria de Miranda, nome marcante na governação do Território neste período. É autor de uma série de “romances de acção contemporânea” publicados em vários números do Boletim do Governo de Macau (e depois publicados em separado com a denominação geral de “Esboços e Perfis”), e das “Efemérides Comemorativas a História de Macau” que foram apresentadas ao longo de vários números do Boletim e depois reunidas e publicadas em livro “Ephemerides commemorativas da história de Macau e das relações da China com os povos christãos”. (1) Ligado à publicação do semanário «Ta-Ssi-Yang-Kuo (Daxiyangguo 大西洋國)», de 1863 a 1866.

Além de outros cargos públicos foi Superintendente da Emigração Chinesa (1860-1865) (2); Procurador dos Negócios Sínicos, (1865 – 1868) (3); capitão da 1.ª Companhia do Batalhão Nacional de Macau (4); secretário da Missão Diplomática à Corte de Pekim nomeado pela Portaria de 15 de Abril de 1862 e exonerado a 11 de Setembro de 1862 (ordem n.º 34) de «BGMVIII», n.º 41 de 13 de Setembro de 1862, p. 164.

Depois da sua saída de Macau, António Feliciano Marques Pereira ocupou o posto de cônsul de Portugal no Sião (Janeiro de 1875) e Singapura (1876). Em Abril de 1881 embarcou para Bombaim, a fim de exercer as funções de cônsul-geral de Portugal na Índia Britânica, onde faleceu no dia 11 de Setembro desse ano.

NOTA: Sugiro a leitura da biografia mais pormenorizada de António Marques Pereira, publicado por António Aresta, recentemente na página 13 do «Jornal Tribuna de Macau», de 24 de Março, a evocação de «António Marques Pereira, o fundador da macaulogia» – https://jtm.com.mo/record/2021/03Mar/24-03-2021.pdf

(1) Acção filantrópica: 14-08-1868 – Doou a quantia de 104 patacas produto da publicação do livro “Ephemerides commemorativas da história de Macau e das relações da China com os povos christãos” à Santa Casa da Misericórdia

(2) Elaborou um relatório sobre a emigração chinesa a partir do porto de Macau. “Relatório da Emigração Chinesa em Macau”, que entregou ao governador em 31 de Julho de 1861 e é hoje considerado um texto fundamental no estudo da questão dos cules. Tem outro livro de interesse “As Alfândegas Chinesas de Macau. Análise do Parecer da Junta Consultiva do Ultramar Sobre Este Objecto” publicado em 1870.

(3) Elaborou o “Relatório acerca das atribuições da Procuratura dos Negócios Sínicos da Cidade de Macau”, dirigido ao Governador. Depois publicado em 1867 pela Typografia de J. da Silva.

(4) 9-01-1869 – Ordem n.º 16 – Nomeado capitão da 1.ª companhia do Batalhão Nacional de Macau («BPMT»,  XV n.º2 de 11 de Janeiro de 1869, p. 6

Anteriores referências neste blogue, em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/antonio-feliciano-marques-pereira/

Após prolongado sofrimento que o trazia prostrado no leito há mais dum ano, faleceu, na sua residência n.º 71 da Rua da Praia Grande, vitimado por uma tuberculose pulmonar, no dia 6 do corrente, o Sr. Leôncio Alfredo Ferreira, com 69 anos de idade. O funeral realizou-se no dia seguinte, às 17 e meia horas”.(1)

Nascido em Macau a 15 de Maio de 1849, era filho de D. Maria Gualdina Gonçalves, natural de Macau, e de João Eleutério Ferreira, nascido em Portugal. (2) Fez os seus estudos na «Escola Macaense» e transitou para o Seminário de S. José, onde foi sempre aluno distintíssimo, distinguindo-se em todo o seu curso pela sua aplicação, aproveitamento e comportamento exemplar, ganhando inúmeros prémios e referências elogiosas da imprensa.

Terminado no Seminário de S. José, o seu curso com distinção, dirigiu-se para Goa a fim de estudar Jurisprudência, regressando a Macau depois de formado. Estudioso apaixonado da língua chinesa, conhecedor profundo da mentalidade e psicologia dos chineses, revelou-se não só um valoroso intérprete mas mais especialmente um medianeiro inteligente nas relações destes como nosso governo.

Casou na Sé Catedral de Macau em 27 de Setembro de 1881, com Maria José Pereira (1861-?). Segunda núpcias, em 20 de Dezembro de 1894, com sua tia por afinidade Ana Teresa Vieira Ribeiro (condessa viúva de de Senna Fernandes). Não deixou filhos.

Além de advogado de provisão, professor da Escola Municipal e jornalista, (3) desempenhou os altos cargos públicos, com distinção e aprumo moral que eram o timbre do seu carácter integérrimo, enumerando aqui alguns dos cargos: pela Portaria n.º 82 de 20 de Julho de 1825, foi nomeado Secretário da Comissão Administrativa da Santa Casa de Misericórdia; pela Portaria n.º 106, de 8 de Novembro de 1875, foi nomeado Delegado interino da Comarca de Macau de que, porem, se escusou, em 5 de Julho de 1876

«BPMT», XXII-28 de 8 de Julho de 1876, p. 114

Comentando este caso alguém escreveu no «Jornal de Macau» n.º 29 de 24 de Novembro de 1875: “O Senhor Leôncio Ferreira que exerceu com zello e intelligencia o lugar de procurador da coroa, d´esta vez entendeu que não devia aceitar semelhante cargo porque não quer aferir pela balança por onde são pezados os membros da exma. Junta, que estão no equilíbrio das ilegalidades, em quanto se não justificarem das acusações que lhe hão feito” (1)

Pela Portaria n.º 97, de 23 de Dezembro de 1876, foi nomeado Administrador interino do Concelho de Macau, cargo que anteriormente já vinha desempenhando; em 23 de Setembro de 1879 foi nomeado pela Portaria n.º 118, administrador efectivo.

«BPMT», XXII-52 de 23 de Dezembro de 1876

Pela Portaria n.º 67 de 27 de Julho de 1877, foi exonerado do cargo de secretário da Comissão Administrativa da Santa Casa sendo nomeado Pedro Nolasco da Silva para o substituir (Portaria n.º 75 de 3 de Agosto de 1877); pela Portaria n.º 53 de 14 de Agosto de 1878, foi nomeado Procurador interino dos Negócios Sínicos. Exonerado em Setembro de 1879, para tomar posse, em 23 de Setembro, (Portaria n.º 118) do cargo de Administrador efectivo do Concelho de Macau. (até 1881). (4)

No dia 17 de Maio de 1881, António Joaquim Bastos Junior foi demitido do cargo do procurador dos negócios sínicos, para que havia sido interinamente nomeado por portaria n.º 56. Leoncio Alfredo Ferreira foi nomeado para o mesmo cargo. (BGPMT n.º 21 de 21 de Maio de 1881); pela Portaria n.º 81, de 12 de Novembro de 1881, foi nomeado Presidente da Comissão Administrativa da Santa Casa de Misericórdia; pela Portaria n.º 117 de 27 de Outubro de 1883, foi nomeado cônsul de 1.ª classe, em Shanghai (1883-1884).

Pela sua diplomacia, inteligência e valor demonstrados no desempenho desta missão, foi condecorado pelo Governo Central de Lisboa com o Grau de Oficial da Torre e Espada por Diploma de 23 de Janeiro de 1896.

Pela Portaria n.º 22, de 1 de abril de 1885, foi nomeado vogal do Conselho Inspector de Instrução Pública.; pela Portaria n.º 144, de 20 de Dezembro de 1898, foi louvado pela Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar, pela maneira como se houve durante a epidemia de petes bubónica que assolou Macau, de Fevereiro a Julho desse ano, no desempenho dos serviços de higiene e desinfecção; pela Portaria n.º 145, de 5 de Dezembro de 1902, foi nomeado Vogal do Conselho de Governo da Província.

Dados biográficos extraídos de : «Macau Boletim Informativo», II-27 de 15 de Setembro de 1954, pp. 11-12; FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses Volume I, pp. 1077-1078; e o livro referenciado em (1) 

(1) TEIXEIRA, P. Manuel- Galeria de Macaenses Ilustres do Século XIX, p. 449-497.

(2) João Eleutério Ferreira (c.1785 – 1872) nasceu em Coimbra, Portugal, vindo para Macau casou, nesta cidade, pela 1.ª vez em 1830 e pela 4.ª vez com Maria Galdina Fernandes, filha de Vicente José Fernandes e de Ricarda Constantina Fernandes e irmã de Bernardino de Sena Fernandes (1.º Barão, 1.º Visconde e 1.º Conde de Sena Fernandes), de quem teve apenas um filho, Leôncio Alfredo Ferreira.

(3) Em favor dos Jesuítas, expulsos de Macau publicou um opúsculo, intitulado: “Um brado pela verdade ou a questão dos Professores Jesuítas em Macao e a Instrução dos Macaenses, Macau, Tipographia Mercantil, 1872.

(4) Na sua qualidade de Administrador do Concelho fez o relatório sobre a morte trágica co coronel Mesquita. (1)

NOTA 1: A Câmara de Macau decidiu honrar a sua memória atribuindo o seu nome à «Rua Leôncio Ferreira» – começa na Avenida de Sidónio Pais, a entrada da Rua de Silva Mendes, e termina na Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida, entre os prédios n.ºs 58-H e 60.

NOTA 2 : Aconselho a leitura dos trabalhos de António Aresta, intitulados ” O Pensamento Moral de Leôncio Alfredo Ferreira, e “A Sinologia Portuguesa: um esboço breve” disponíveis para leitura em: https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/15959.pdf   e http://www.icm.gov.mo/rc/viewer/30032/1963

Anteriores referências neste blogue em: em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/leoncio-alfredo-ferreira/

Encadernação de época de lombada em papel

Livro fundamental para quem quiser saber cronologicamente por dias, meses e ano, a história de Macau, de Luís Gonzaga Gomes editado em 1954, pelo “Notícias de Macau», o XII volume da «Colecção Notícias de Macau, embora , como afirma o autor, não seja precursor, em Macau, deste tipo de documentação histórica por datas, numa sequência lógica.
Livro composto e impresso nas oficinas do Jornal «NOTÍCIAS DE MACAU», Calçada do Tronco Velho, n.º 6-8, Macau- Oriente (1)

Luís Gonzaga Gomes na sua introdução, elabora uma pequena “história” deste tipo de trabalho, e justifica a publicação do presente livro.
“ O primeiro trabalho no género do que presentemente apresentamos foi efectuado por A. Marques Pereira e publicado, e em números sucessivos do Boletim do Governo da Província de Macau e Timor de 1867. No ano seguinte, este trabalho foi editado, em forma de livro, por José da Silva, com o seguinte título “Ephemerides Comemorativas da História de Macau e das Relações com os povos christãos,”, por A. Marques Pereira, (2) antigo secretário da Legação de Portugal na China, Procurador dos Negócios Sínicos d Cidade de Macau, Membro honorário da Real Sociedade Asiática (Inglesa), Cavalheiro da Ordem de Nossa Senhora da Conceição, etc.
Em 1922 apareceu no Anuário de Macau um trabalho idêntico, porém, mais simplificado mas quase todo baseado nas “Ephemerides” de A. Marques Pereira.
Em 1842 a revista «Religião e Pátria» reproduziu, na íntegra, o trabalho aparecido no Anuário de Macau. Em 1944, o semanário «União» publicou trabalho idêntico mas, infelizmente, com muitas gralhas tipográficas, na parte respeitante às datas, registando, todavia, vários acontecimentos não mencionados em trabalhos anteriormente publicados.
Com o aparecimento de inúmeras obras de investigação, sobre assuntos referentes à actuação dos portugueses no Extremo-Oriente, conscienciosamente feitas por Jordão de Freitas, Frazão de Vasconcelos, Armando Cortesão, Manuel Múrias, Albert Kammerer, Dr. José C. Soares, C. R. Boxer, J. M. Braga, Pe. M. Teixeira, Pe. A. Silva Rego e outros, bem como a publicação dos “Arquivos de Macau”, surgiu a possibilidade de se elaborar um novo trabalho deste género, só com factos referentes a Macau, que publicamos, em 1950, na revista «Mosaico».
Este trabalho, depois de refundido e muito acrescentado, volta agora a aparecer, pela necessidade que existe duma obra, onde os que se interessem pela história desta província ultramarina podem encontrar breve notícia daquilo que lhes exigira muito tempo perdido em busca e rebusca por bibliotecas, pois tudo quanto se tem publicado sobre Macau…”

(1) GOMES; Luís Gonzaga – Efemérides da História de Macau. Notícias de Macau, 1954, 267 p., 18 cm x 11,5 cm x 2 cm.
Anteriores referências a L. G. Gomes em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/luis-gonzaga-gomes/
(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/joao-feliciano-marques-pereira/

Extraído de «Boletim da Província de Macau e Timor», XXXI-5 de 31JAN1885, p. 40

O bacharel António Marques d´Oliveira, procurador dos negócios sínicos e administrador da comunidade chineza por Sua Magestade Fidelissima que Deus guarde, etc.
Faço saber que por queixas de muitos commerciantes d´esta cidade consta que a communidade chineza tem sido frequentes vezes obrigada por alguns maleficos indivíduos de Macau, combinados com outros de fóra, ao pagamento d´um imposto denominado – despezas para defesa do litoral –, designação com que se pretende disfarçar uma extorsão repugnante, à qual correspondem graves penas comminadas no código penal. E sendo urgente pôr cobro a similhante ardil empregado pelos ociosos e malfeitores com o fim de se locupletarem à custa dos cidadãos honestos e laboriosos, ficam por este edital prevenidos todos os chinas de que devem recusar-se a pagar quaisquer quantias que por tal título, ou por outro illegal, lhes forem exigidas, sendo de esperar que, por sua própria conveniência, não deixarão de capturar os criminosos em flagrante delicto, ou de os denunciar às auctoridades ou agentes policiaes, indicando testemunhas que possam esclarecer a justiça, na certeza de que, procedendo assim, além de se pouparem particularmente a um vexame revoltante, prestarão um bom serviço à sociedade, para a qual a impunidade de taes delictos é uma ameaça e um perigo que não pode deixar de afastar-se pelo emprego dos meios para a mais severa repressão.
É para constar mandei passar o presente e outros de egual têor, que serão afixados nos logares de costume.
Macau, administração da procuratura dos negócios sínicos, 29 de janeiro de 1885 – E eu, Eduardo Pereira Leite, escrivão da administração, que o escrevi.
O procurador e administrador da comunidade chineza
António Marques d´Oliveira
Este documento foi traduzido para a língua chinesa pelo 1º intérprete Pedro Nolasco da Silva.«The Directory & Chronicle for China, Japan, Corea, Indo-China, Straits… » , 1882

Ordem à Força Armada n.º 19 de 1 de Julho de 1871 publicada no «Boletim da Provincia de Macau e Timor», XVII- n.º 27 de 3 de Julho de 1871 em que a junta da justiça (1) condena António Dias, soldado n.º 307 da 2.ª companhia do batalhão de linha de Macau na pena 30 dias de prisão no calabouço, por na noite de 10 para 11 de Novembro do ano 1757, no posto de sentinela, se deixou dormir e roubar a sua arma, devendo ainda pagar à fazenda por meio de desconto a arma, que deixou roubar.
(1) Junta de justiça composta por:
António Sérgio de Sousa (vice almirante) Governador (2)
Vicente Nicolau de Mesquita, tenente-coronel (3)
José António da Costa, tenente-coronel (4)
J.P. Leite tenente coronel (5)
Lourenço  Marques (6)
Júlio Ferreira Pinto Basto (7)
Francisco de Assis e Fernandes.
(2) Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/antonio-sergio-de-sousa/
(3) O tenente-coronel Vicente Nicolau Mesquita reformou-se em 1873 (27-11-1873) no posto de coronel estando nessa altura como comandante da Fortaleza do Monte (inaugurada a 01-07-1873). Vicente Nicolau Mesquita tinha sido comandante da Fortaleza da Taipa, e depois comandante da Fortaleza de S. Tiago (Barra).
Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/vicente-nicolau-de-mesquita/
(4) O então tenente Vicente Nicolau de Mesquita foi substituído no comando da Taipa em 24-09-1849 pelo alferes Caetano Gomes da Silva, mas este morreu pouco depois, afogado pelo que foi substituído pelo então tenente José António da Costa em Outubro de 1850.
(5) Jerónimo Pereira Leite tenente coronel foi  ajudante de campo do governador Ferreira do Amaral , depois nomeado  comandante da Polícia.
(6) Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/comendador-lourenco-marques/
(7) Dr Júlio Ferreira Pinto Basto foi Procurador dos Negócios Sínicos a partir de 1872 tendo depois sido eleito Deputado pelo círculo de Macau. Em 1880, nomeado Cônsul Geral de Portugal em Shanghai.

Eu procurador & faço saber ao Snr M- Cso-tam, que aos onze da prezente Lua , entrou hum ladrão em casa de Francisco Soares, e encontrando o moço deste a porta aberta, examinando o gudão, achou o dito ladrão, que lhe envio com esta – Soares diz, que o dito China lhe furtou quatro camisas, duas pantalonas, dous lenços, quatro pedaços de roupa velha, huma colcha, e huma gaiola de pássaros; e que o furto fôra depositado na botica Man-san, sita na travessa da Sé; e assim espero, eu o Snr M. examine, e castigue o ladrão, fazendo cobrar os furtos para serem restituídos a seu dono. Macao 13 de Abril de 1832 Castro