No dia 26 de Junho de 1717, «Neste dia chegou a esta Cidade o Vice Rei de Cantão com dois mandarins de Graduação Grande, e logo forão a S.Paulo e d´aly para a Caza de Antonio de Siquera que lhes tinha preparado com asseio para sua assistência, onde forão os Ministros do Senado vezitá-lo, além dos recebimentos que se lhes fiserão, com as companhias formadas a allas e muitas salvas. AS 3 horas da tarde forão para a Fortaleza do Monte e se foi embora pela porta de S. Lázaro, deixando a todos satisfeitos pelo bom modo com que recebia a todos e pelos saguates que deixou de pessarias, farinha, etc., o que outro nenhum tinha feito athe este tempo» (1) (2)
(1) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia daHistória de Macau, Volume 2, 1997
(2) “15-06-1717 – O Senado, com a assistência do Governor, Francisco de Alarcão Sotto-Maior, propôs que, estando para se receber a visita do Vice-Rei de Cantão, fossem oferecidas ao Imperador da China, por seu intermédio, duas embarcações de guerra providas de gente e armas, para proteger estas ilhas e mares contra qualquer invasão de piratas, que estavam muito activos, contando que o Imperador isentasse esta cidade do foro do chão que costuma pagar–se todos os anos bem como da arqueação dos barcos desta cidade (3)
“17-6-1717 – Concordaram os Homens Bons da cidade com o Senado, estando presente o Governador Dom Francisco de Alarcão Sotto-Maior, em que fosse apresentado ao Vice-Rei de Cantão, na sua visita a Macau, um memorial constante de 9 pontos no qual se pedia para se acabar com as vexatórias e abusivas interferências dos mandarins e um meio para se queixar contra eles sem ser por intermédio dos tribunais. (3)
17-06- 1717 – O Senado propõe-se queixar-se ao Vice-Rei de Cantão que os mandarins se intrometiam no Governo de Macau «como he o probirem o lançar-se os Chinas das boticas fora, que supomos serem prejudiciaes nesta Cidade, e com os roubos, que commetem» (4)
(3) GOMES. Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954
(4) TEIXEIRA, P. Manuel – Os Macaenses, 1965.
Continuação da minha colecção de marcadores de livro referentes à Exposição de Plantas de Edifícios Históricos”, realizada entre 22 de Agosto e 22 de Outubro de 2005 e organizada pelo Instituto Cultural do Governo da R. A. E. de Macau no Arquivo Histórico. (1) (2)
Marcador: Bairro de São Lázaro
“Na sequência da sua demolição em finais do século XIX devido às deficientes condições higiénicas, surgiu um novo bairro de malha regular que albergou a vivência urbana e peculiar de Macau dos anos 20 do século passado.”
NOTA: “Em 10 de Setembro de 1808 o Pe. Agostinho espanhol, José Segui requereu ao Senado um terreno baldio, defronte uma povoação que estava fora das portas de S. Lázaro onde estavam 300 a 400 novos cristãos chineses. Estes foram perseguidos por ordem dos Mandarins mas muitos deles voltaram, registando-se em 1818, nada menos de 98 casas de cristãos chineses. O jornal “Echo Macaense”, de 21.02-1897 dizia: «Até 1871 as freguesias da Sé, S. Lourenço, e Santo António eram as únicas onde estavam estabelecidas as residências de portuguezes: em 1878, estenderam-se elas já para S. Lázaro, e em 1896 disseminaram-se pelos bairros chinas: ora sendo em geral os rendimentos dos prédios das três primeiras freguesias, pela natureza da construção e pela sua situação, superior ao dos prédios da freguesia de S. Lázaro e dos bairros, a dispersão encontra natural explicação no presente estado financeiro dos filhos desta terra, como também a este estado se pode atribuir a sucessiva diminuição d´esta parte da comunidade portugueza, e, como consequência, a sua emigração»” (3)
Marcador: Igreja de Nossa Senhora do Carmo
“A construção desta igreja foi proposta em 1882 e concluído em 1885, sob o motivo de promover a missão católica junto dos três mil habitantes da Taipa”
NOTA: “Dado o constante aumento da população que se entregava à pesca, construiu-se em 1876 na Taipa para atender às suas necessidades espirituais uma ermida e com tão bom sucesso que em breve foi necessário um edifício mais vasto, levantando-se em 1883 uma igreja; a actual igreja dedicada a Nossa Senhora do Carmo foi levantada em 1885, ficando ali como pároco o P. José V. da Costa, antigo missionário e superior de Hainan”. (4)
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/02/17/marcadores-de-livro-i-exposicao-de-plantas-de-edificios-historicos/
(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/02/28/marcadores-de-livro-ii-exposicao-de-plantas-de-edificios-historicos/
(3) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I.
(4) TEIXEIRA, P. Manuel – Macau e a sua Diocese I, 1940