
Este livro (com prefácio do Almirante Ernesto de Vasconcelos) é o relato (adoptando uma forma epistolar) da viagem efectuada por Armando Moraes e António Cardoso pelas colónias portuguesas, no ano de 1926, abordando as colónias sob o ponto de vista físico, económico e político sempre de uma forma patriótica de propaganda colonial.
O capítulo dedicado a Macau é o VII, intitulado “Da Índia a Macau” – pp. 187 a 219

“Eles (os chineses) são o humorístico detalhe dos bazares, que a sua chalra, a sua actividade, e a colorida mancha das suas vestes enchem de movimentação e de barulho. Com outro sol e outro azul do céu, com mais escarlate nas faces planturosas, dir-se-iam esses bazares, revivescências das kermesses de Flandres.
O chinês faz tudo e não há indústria que êle não exerça, inclusive a de vendedor ambulante da sua comezaina típica, cozinhada e servida ali mesmo à guia pronta do freguês.
Percorro a cidade e, com o meu guia na algibeira, faço em primeiro lugar a visita consagrada à gruta célebre.
Propriamente como gruta, nada tem de especial. Uma pedra poisada à guisa de tecto sobre duas pedras laterais. Isto apenas… (…)”

“ … a importação da Província está avaliada em 153:932 contos anuais, representada por arroz, açúcar, azeite, lenha, louça da China, tecidos de sêda e ópio. A sua exportação que orça por 93:600 contos, consta de: chá, conservas, fio de algodão, óleo de canela, panchões (estalos da Índia) e peixe salgado.
A sua receita calculada é de 5:000 contos e provém de impostos vários e arrematação de monopólios, como sejam a lotaria do Pacápio e do Chim Pápio; a venda de ópio, de peixe e de carne, a venda do sal e outros … (…) “
MORAES E CASTRO, Armando A. G. de; CARDOSO, A. Pereira – Uma Viagem Através das Colónias Portuguesas. 4.º Milhar. Companhia Portuguesa Editora, Lda, Porto, 1926, 241 p.