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Leitura de «Macau industrial», extraído do artigo de Lopo Vaz de Sampayo e Mello «O Renascimento de Macau – Uma riquíssima possessão, cheia de vida e com um grande futuro» (1) publicado nas pp. 7-9 do folheto “MACAU e o seu Porto Artificial através a IMPRENSA PORTUGUESA (Volume I)” (2)

(1) «O Renascimento de Macau – Uma riquíssima possessão, cheia de vida e com um grande futuro» foi originalmente publicado no jornal “A ÉPOCA”.

(2) “MACAU e o seu Porto Artificial através a IMPRENSA PORTUGUESA (Volume I) ”, Macau, Tip: Mercantil N. T. Fernandes e Filhos, 1924, 68 p. https://nenotavaiconta.wordpress.com/2022/04/12/macau-e-o-seu-porto-artificial-atravez-a-imprensa-portuguesa-volume-i/

Fotografias de Macau, cerca de 1965, da Agência-Geral do Ultramar.

Postal c. 1965 Fabrico de panchõesA indústria dos panchões (fogo de artifício) era das mais antigas de Macau, existindo em 1927, 8 fábricas a produzir e 6 firmas registadas que comercializavam panchões.

Postal c. 1965 Seca do peixe salgadoParte do peixe pescado pelos barcos de Macau era seco ao sol para posterior revenda como peixe salgado

Uma Viagem através das Colónias I

Este livro (com prefácio do Almirante Ernesto de Vasconcelos) é o relato (adoptando uma forma epistolar) da viagem efectuada por Armando Moraes e António Cardoso pelas colónias portuguesas, no ano de 1926, abordando as colónias sob o ponto de vista físico, económico e político sempre de uma forma patriótica de propaganda colonial.

O capítulo dedicado a Macau é o VII, intitulado “Da Índia a Macau” – pp. 187 a 219

Uma Viagem através das Colónias II

Eles (os chineses) são o humorístico detalhe dos bazares, que a sua chalra, a sua actividade, e a colorida mancha das suas vestes enchem de movimentação e de barulho. Com outro sol e outro azul do céu, com mais escarlate nas faces planturosas, dir-se-iam esses bazares, revivescências das kermesses de Flandres.
O chinês faz tudo e não há indústria que êle não exerça, inclusive a de vendedor ambulante da sua comezaina típica, cozinhada e servida ali mesmo à guia pronta do freguês.
Percorro a cidade e, com o meu guia na algibeira, faço em primeiro lugar a visita consagrada à gruta célebre.
Propriamente como gruta, nada tem de especial. Uma pedra poisada à guisa de tecto sobre duas pedras laterais. Isto apenas… (…)”

Uma Viagem através das Colónias III

“ … a importação da Província está avaliada em 153:932 contos anuais, representada por arroz, açúcar, azeite, lenha, louça da China, tecidos de sêda e ópio. A sua exportação que orça por 93:600 contos, consta de: chá, conservas, fio de algodão, óleo de canela, panchões (estalos da Índia) e peixe salgado.
A sua receita calculada é de 5:000 contos e provém de impostos vários e arrematação de monopólios, como sejam a lotaria do Pacápio e do Chim Pápio; a venda de ópio, de peixe e de carne, a venda do sal e outros … (…) “
MORAES E CASTRO, Armando A. G. de; CARDOSO, A. Pereira – Uma Viagem Através das Colónias Portuguesas. 4.º Milhar. Companhia Portuguesa Editora, Lda, Porto, 1926, 241 p.

A pesca e o comércio do sal I“Os barcos de pesca na sua faina”

A pesca e o comércio do sal II“Embarcações surtas no porto interior de Macau” 

Poderemos considerar que atualmente em Macau, uma das industrias mais importantes é a industria da pesca, que paga ao governo a renda anual aproximada de 15.000$00.

A pesca e o comércio do sal III“Escolhendo os peixes salgados”

Desnecessário dizer que esta industria constitue um monopolio, pois Macau é a terra dos monopolios.

A pesca e o comércio do sal IV“Embarcações surtas na baía da Praia Grande, vendo-se sair algumas para a pesca”

Ligado a este ramo de industria está o comercio do sal, dando origem a um comercio importante de peixe salgado, que é também exportado em grande quantidade para os varios portos visinhos de Macau.

A pesca e o comércio do sal V“Enxugando o peixe salgado” 

Inumerosas embarcações, milhares de almas e capitaes importantes são dedicadosnà manutenção e ao desenvolvimento da industria do peixe salgado.

A pesca e o comércio do sal VI“Regressando da pesca”

Há um gremio formado pelos negociantes de peixe, e são estes os monopolistas, que contribuem para as receitas da colonia de Macau.” (1)

(1) Artigo de Adolfo J. d´Eça, publicado na revista “Ilustração Portuguesa”, 1917