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Extraído de «A Voz do Crente», I Anno, n.º 25 de 11 de Junho de 1887

António Joaquim Garcia (1835 – 1919) então capitão da guarnição de Macau, partiu de Macau para Timor a 17 de Janeiro de 1869, a bordo da corveta Sá de Bandeira, ao comando de uma expedição para “castigar os revoltosos timorenses de Cova” (1) e por motivos de saúde do então governador Capitão de fragata Francisco Teixeira da Silva, assumiu o cargo de governador interino de Timor Português em 1869, que ocupou até 1870. Depois de terminar seu serviço em Timor, voltou a Macau e escreveu um relatório (2) muito detalhado sobre as condições da colônia de Timor para seus superiores em Macau, reclamando, entre outras coisas, da má situação financeira da colônia (3)

Em 23 de Março de 1877, já major, foi nomeado em Macau para uma comissão como vogal. (4)

Foi depois como coronel, comandante Geral da Guarda Policial e ajudante de campo do Governador Joaquim Joze da Graça (governou de 28-11-1879 até à tomada de posse de Thomaz de Sousa Roza em 23-04-1883). (5)

Em 29 de Março de 1887, António Joaquim Garcia chegou a Timor para novamente tomar posse como governador interino de Timor, substituindo o capitão Adriano Augusto do Rego. Não terá ficado muito tempo pois nesse mesmo ano, 1887, tomou posse como governador, o major de cavalaria, António Francisco da Costa (1)

É autor de um livro intitulado “ Vicente Nicolau de Mesquita” publicado em 18??  –  50 p., 18 cm.

António Joaquim Garcia. Coronel da guarnição de Macau
Autor não identificado
Copyright: Arquivo Histórico Ultramarino,
Foto retirado do Instituto de Investigação Científica Tropical
https://actd.iict.pt/eserv/actd:AHUD7989/web_n6631.jpg

(1) SILVA, Beatriz Basto da Silva – Cronologia da História de Macau, Volume 3, 1995

(2) Relatório do governador interino António Joaquim Garcia, publicado no «Boletim da Província de Macau e Timor», XVI, 44, 31 de Outubro de 1870, pp. 183-185; 184. Veja-se também em Gunn s.d.: 49; e Sherlock 1986: 57, 64.

(3) “Depois de terminar seu serviço em Timor, ele escreveu um relatório detalhado sobre as condições da colônia para seus superiores em Macau. Garcia reclamou, entre outras coisas, da má situação financeira da colônia. Em 1776, 44 reinos pagavam finta, no valor de cerca de 23.000 pardaos de ouro, enquanto em 1869 apenas 23 liurai (pequenos reis) pagaram impostos um total de 2.000 florins. Garcia colocou esperança no uso de recursos naturais: cobre em Vemasse, enxofre em Viqueque e ouro, sal e carvão em Laga . No entanto, não houve sucessos reais. (https://de.wikipedia.org/wiki/António_Joaquim_Garcia)

(4) “21-03-1877 – Portaria n.º 25 publicada nesta data, contém os considerandos que levam à nomeação de uma Comissão que estude o sistema administrativo e económico em vigor nas povoações das Ilhas, introduzindo-lhe as reformas necessárias, segundo a classificação do concelho militar em que se deve basear. A comissão presidida pelo Secretário Interino do Governo, José Maria Teixeira Guimarães integra ainda como vogais o major António Joaquim Garcia, o Comandante Militar da Taipa, tenente João Severino da Silva Reis, o 1.º interprete Sinólogo da Procuratura, Pedro Nolasco da Silva e o 2.º Escriturário da Junta da Fazenda, Francisco de Paula Marçal. ( (1)

(5) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/03/19/noticia-de-19-de-marco-de-1880-tragedia-em-macau-vicente-nicolau-de-mesquita-i/

NOTA: Nesta mesma notícia, vem referido o nome de Porfírio Zeferino de Sousa, (1838-1898) que acompanhou o coronel António Joaquim Garcia, como secretário do governo de Timor, já anteriormente (1882-1883) tinha exercido o cargo de governador interino de Timor (quando Bento da França Pinto de Oliveira renunciou a o cargo porque seu filho e um enteado morreram de malária) e seria depois governador em 1889 (até 1890) e novamente (interino) em 1894 entre o governo de Cipriano Forjaz até à posse de José Celestino da Silva

O Coronel Porfírio Zeferino de Sousa, que fez toda a carreira militar no oriente, veio para Macau em 1868 como alferes de Infantaria, como ajudante de campo de seu tio almirante Sérgio de Sousa, então governador de Macau, Acabou por se fixar definitivamente em Macau. Quando era coronel comandante do Grupo de Companhias de Infantaria de Macau, foi assassinado no Quartel de S. Francisco por um subordinado, o cabo António Pereira Borges no dia 29 de Novembro de 1898. O funeral realizou-se a 1 -12-1898 (FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, Volume III, 1996)

Extraído de «A Voz de Macau» de 5 de Julho de 1937

Fernando Nolasco da Silva nasceu na freguesia da Sé (Macau) a 15-06-1907 e faleceu em Paço de Arcos (Portugal) a 1-10-1993. Licenciado em medicina pela Universidade de Lisboa, especialista em oftalmologia. Exerceu medicina em Macau até 1939, ano em que se fixou residência definitiva em Lisboa. Filho de Luís Gonzaga Nolasco da Silva (1881-1954) (neto de Pedro Nolasco da Silva) e de Beatriz Emília Bontein da Rosa (1885-1959) (1)
No «Anuário de Macau» de 1938, está registado a actividade privada do Dr. Fernando Nolasco, no Largo de S. Domingos n.º 4, o mesmo endereço do consultório do Dr. Pedro Joaquim Peregrino da Costa, major médico, Director interino dos Serviços de Saúde e Higiene. Este médico, Dr. Pedro Peregrino da Costa tinha o consultório na Avenida Almeida Ribeiro, n.º 27, 1.º andar no ano de 1934 (Anuário de Macau, 1934).
No «Anuário de 1940/41» já não constava o registo do Dr. Fernando Nolasco e nessa morada (Largo de S. Domingos n.º 4) estava o consultório do Dr. António Alberto de Barros Lopes, médico de 1.ª Classe, chefe interino da Repartição Técnica dos Serviços de Saúde e Higiene e Director do Laboratório Bacteriológico.
(1) FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses , Volume II, 1996.

Publicado na «Revista Colonial», de 1921 a propósito de um artigo publicado pelo «Hong Kong Daily Press»
(1) «Revista Colonial», ANO IX, II série, n.º 6, Dezembro de 1921, p. 183
Na primeira página (na capa) deste número da “Revista Colonial” está inserido o retrato do General de Engenharia Joaquim José Machado, cuja biografia vem na página 174 desse mesmo número. (2)
Salienta-se desta biografia a nomeação do general, em 1909, como Alto-comissário para delimitação de Macau.
Na verdade já em 1902, o General Joaquim José Machado foi enviado por Portugal à China, para acertar a convenção relativa aos limites de Macau (ilhas) mas as diligências diplomáticas não foram conclusivas. Apesar da ratificação do Tratado entre os dois países, em 1888, este assunto permaneceu pendente, até 1909 quando recomeçaram em Pequim as negociações sobre a delimitação de Macau entre o Conselheiro/ General Joaquim José Machado (nomeado Alto Comissário de Portugal) e o Mandarim Kao-Erh-Chie.
Em 13 de Novembro de 1909, suspenderam-se, após 4 meses de negociações, as conferencias entre o General Joaquim José Machado, e Kao-Ohr-Kim, representante chinês, para a fixação definitiva dos limites de Macau, indicando o Comissário português o recurso à arbitragem. A missão portuguesa era composta pelo General Joaquim Machado (Alto-Comissário); Capitão Demétrio Cinatti (Comissário Auxiliar); Capitão J.M.R. Norton de Matos (Secretário) e Pedro Nolasco da Silva (Intérprete). A parte chinesa era composta por Kao-Ohr-Kim; Shun-Pau-Ho, Superintendente da Polícia de Cantão; Tsung-Yuen-Pi sub-perfeito Marítimo de Tch´in-San; e o Secretário-Intérprete Hou-To-Na. As duas conferências realizaram-se numa sala da residência do Cônsul de Portugal em Hong Kong, João Leiria. Os delegados chineses não aceitaram a proposta de nomeação de uma comissão para definir as delimitações de Macau, a propósito das Ilhas.
Em 1921, o assunto foi submetido à Conferência de Washington mas foi invocado pela China que o governo revolucionário de Cantão não tinha representação na Conferência.(3)
(2)

http://purl.pt/26919

(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997.

Para os festejos de gala para celebração do IV Centenário do Descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia por Vasco da Gama, (1498 -1898) que começou a 17 de Maio de 1898, em Macau, estavam programados para o dia 20 de Maio – feriado no território – o Te-Deum na Sé Catedral, a abertura solene da Avenida Vasco da Gama, (1) o lançamento da 1.ª pedra para o monumento a Vasco da Gama (2) no Jardim do mesmo nome (3)  e a publicação de um jornal ilustrado que se chamou “Jornal Único” (4).
Este jornal foi publicada sob a direcção de uma subcomissão composta pelo comendador António Joaquim Basto, conselheiro Arthur Tamagnini da Motta Barbosa, Dr. José Gomes da Silva, Dr. Horácio Poiares, Eduardo Cyrillo Lourenço. Pedro Nolasco da Silva e João Pereira Vasco.
O Presidente da comissão executiva da celebração em Macau do IV Centenário do Descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia por Vasco da Gama, (1498 -1898), foi o Conselheiro Eduardo Augusto Rodrigues Galhardo (governador de Macau)
Sumário dos artigos publicados e seus autores:
1 – Glorificar os heroes da Pátria comemorando os seus altos, é honrar a mesma Pátria – Eduardo Augusto Rodrigues Galhard
2 – 8 de Julho de 1497 – 20 de Maio de 1498 – José, Bispo de Macau (D. José Manuel de Carvalho)
3 – A Caminho da Índia – João Pereira Vasco. Tradução para chinês por Pedro Nolasco da Silva
4 – Praia Grande – António Joaquim Basto
5 – S. Gabriel – sonetos -Camilo Pessanha (5)
6 – O Centenário em Macau – José Gomes da Silva
7 – Portugal – Macau – Wenceslau de Moraes
8 – O edifício do Leal Senado – António Joaquim Basto
9 – O assalto do Passaleão – E. A. Marques
10 – Hontem, hoje e amanhã – G. S.
11 – Na China, conto pueril – Horácio Poiares
12 – Currente calamo – Mário B. de Lima
13 – Avenida Vasco da Gama – Augusto Cezar d´Abreu
14 – A Vasco da Gama – soneto – J. L. Marques
15 – Querer é poder – Domingos M. Amaral
16 – Sé Catedral – Arthur Tamagnini Motta Barbosa
17 – Cam Pau Sai – Abeillard Gomes da Silva
18 – A gruta de Camões –G. S.
19 – A Voz da Infância – Anna Caldas
20 – Fachada do antigo convento de S. Paulo – António Joaquim Basto
21 – Pharol da Guia – Eduardo Cyrillo Lourenço
22 – O patois de Macau – Pedro Nolasco da Silva
23 – O pagode da Barra – António Joaquim Basto
24- A Porta do Cerco – Arthur Tamagnini Barbosa
25 – O Porto Interior de Macau – A. Talone da Costa e Silva

Projecto do Monumento a Vasco da Gama

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/avenida-vasco-da-gama/
(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/monumento-a-vasco-da-gama/
(3) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jardim-de-vasco-da-gama/
(4) O “Jornal Único” publicou-se, num único número, no dia 20 de Maio de 1898, com óptima apresentação e interessante colaboração, em comemoração do 4. º Centenário do Descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia por vasco da Gama (GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954)
Impresso nas Tipografia « N. T. Fernandes e Filhos» e «Noronha & Ca», 1898, 65 p.
Disponível para leitura em:
http://purl.pt/32511
(5) Dois poemas inéditos de Camilo Pessanha publicadas na revista Contemporânea, 3.ª Série, n.º1, de Maio de 1926.
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/01/24/poesia-dois-sonetos-ineditos-de-camillo-pessanha/

Exemplar com encadernação de época – lombada em pele e papel

Livro intitulado «南指話教 (1) Texto Chinez da Bussola do Dialecto Cantonense adaptado para as Escolas Portuguezas de Macau» por Pedro Nolasco da Silva, (2) de 1912, impresso por “Guedes & Co., Ld., Printers”, (21 cm x 12,5 cm). São 75 textos em chinês como lições, para a aprendizagem do chinês (cantonense). São 130 folhas (páginas com texto num só lado)
A tradução portuguesa do texto foi publicada em volume separado.
Prólogo (2 páginas) datado 1 de Janeiro de 1912 e assinado 伯 多禄 (2)( nome chinês de Pedro Nolasco da Silva
(1) 南指話教mandarim pīnyīn: nán zhǐ  huà  jiāo ;  cantonense jyutping: naam4 zi2 waa2 gauu1
(2) Pedro Nolasco da Silva -1908

伯 多禄- mandarim pīnyīn: bǎi duō lù; cantonense jyutping:  baa3  do1 luk6

Ver anteriores referências em:
https://www.google.com/search?q=nenotavaiconta+pedro+Nolasco+da+Silva&oq=nenotavaiconta+pedro+Nolasco+da+Silva&aqs=chrome..69i57j69i64.10614j1j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8

“O Correio Macaense,” Vol. V, n.º 230, 17-02-1888,  (1)

Os Estatutos do “Club União” (autoria de Pedro Nolasco da Silva)  foram aprovados em 28 de Agosto de 1879 (Portaria Provincial n.º 99) depois, reformados pela Portaria Provincial  n.º 58 de 13 de Abril de 1887. Esta Associação transformou-se em duas posteriormente: “Associação dos Proprietários do Teatro D.Pedro V” e “Associação do Club União” – estatutos aprovados pelo Governo em 9 de Julho de 1896 – Portaria Provincial n.º 89 (Boletim Oficial n.º 28). Mais tarde, a Associação “Club União” dissolveu-se , sendo substituída pelo “Clube de Macau”. (2)
Do «Directório de Macau de 1885», retiro o seguinte:
e do «Directório de Macau» de 1890
(1) O semanário político, literário e noticioso «O Correio Macaense» apareceu a 2 de Setembro de 1883, fundado por António Gomes da Silva Teles, tendo sido suspenso, em 1888.(3)
Do Directório de Macau, 1885
(2) TEIXEIRA, M. – Galeria de Macaenses Ilustres, 1942, p. 297
(3) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954.

Extraído de «Boletim da Província de Macau e Timor», XXXI-5 de 31JAN1885, p. 40

O bacharel António Marques d´Oliveira, procurador dos negócios sínicos e administrador da comunidade chineza por Sua Magestade Fidelissima que Deus guarde, etc.
Faço saber que por queixas de muitos commerciantes d´esta cidade consta que a communidade chineza tem sido frequentes vezes obrigada por alguns maleficos indivíduos de Macau, combinados com outros de fóra, ao pagamento d´um imposto denominado – despezas para defesa do litoral –, designação com que se pretende disfarçar uma extorsão repugnante, à qual correspondem graves penas comminadas no código penal. E sendo urgente pôr cobro a similhante ardil empregado pelos ociosos e malfeitores com o fim de se locupletarem à custa dos cidadãos honestos e laboriosos, ficam por este edital prevenidos todos os chinas de que devem recusar-se a pagar quaisquer quantias que por tal título, ou por outro illegal, lhes forem exigidas, sendo de esperar que, por sua própria conveniência, não deixarão de capturar os criminosos em flagrante delicto, ou de os denunciar às auctoridades ou agentes policiaes, indicando testemunhas que possam esclarecer a justiça, na certeza de que, procedendo assim, além de se pouparem particularmente a um vexame revoltante, prestarão um bom serviço à sociedade, para a qual a impunidade de taes delictos é uma ameaça e um perigo que não pode deixar de afastar-se pelo emprego dos meios para a mais severa repressão.
É para constar mandei passar o presente e outros de egual têor, que serão afixados nos logares de costume.
Macau, administração da procuratura dos negócios sínicos, 29 de janeiro de 1885 – E eu, Eduardo Pereira Leite, escrivão da administração, que o escrevi.
O procurador e administrador da comunidade chineza
António Marques d´Oliveira
Este documento foi traduzido para a língua chinesa pelo 1º intérprete Pedro Nolasco da Silva.«The Directory & Chronicle for China, Japan, Corea, Indo-China, Straits… » , 1882

Foi inaugurado no dia 28 de Setembro de 1894, o Liceu Nacional de Macau criado pelo decreto de 27 de Julho de 1893 (assinado pelo Ministro da Marinha, João António de Brissac das Neves Ferreira), instalado no Convento de Santo Agostinho com uma simples visita do Governador Horta e Costa. Não se realizou nenhuma solenidade por a família real se encontrar de luto. Estiveram presentes na inauguração os professores do Seminário e da Escola Central  (1)
Portaria n.º 92, de 14 de Abril de 1894: «Tendo sido posta em vigor na província por portaria provincial n.º 89 desta data a carta de lei de 27 de Julho de 1893 que criou o Lyceu Nacional de Macau: Hei por conveniente determinar que o edifício do extincto convento de Santo Agostinho seja entregue ao reitor do mesmo Lyceu para alli serem devidamente instalados os estabelecimentos criados pela citada carta de lei»

Convento de Santo Agostinho – o primeiro edifício que albergou o Liceu em Macau

Segundo Pedro Nolasco da Silva, o primeiro a solicitar do Governo da Metrópole a criação do liceu foi D. António Joaquim Medeiros, bispo de Macau. O Liceu era sustentado pelo Governo, mas recebeu para a sua criação de um subsídio do cofre municipal, atribuído pela vereação do
Leal Senado de 1893-1894, no valor de $ 4 000 anuais para a manutenção do ensino. Teve apoio também da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (subsídio anual de 500 mil reis)
O Regulamento foi aprovado pelo Governador José Maria de Sousa Horta e Costa  por Portaria n.º 164, de 14-08-1894.
No dia 16 de Abril de 1894, no palácio do governo de Macau, foi conferido auto de posse aos seguintes professores:
1.ª cadeira – língua e literatura portuguesa – Horácio Poiares
2.ª cadeira – língua francesa –Mateus de Lima
3.ª cadeira – língua inglesa – P.e Baltazar Estrócio Faleiro
4.ª cadeira – língua latina – João Albino Ribeiro Cabral
5.ª cadeira  – matemática elementar – Wenceslau de Morias
6.ª cadeira – física, química e história natural – Dr. José Gomes da Silva
7.ª cadeira – geografia e história – João Pereira Vasco – tomou posse a 14-05-1894
8.ª cadeira – filosofia elementar – Camilo Pessanha
9.ª cadeira – desenho – Abreu Nunes
O reitor interino foi Dr. José Gomes da Silva.
No mesmo dia e local se fez a primeira reunião do Conselho Escolar, numa das salas do palácio (posta à disposição pelo Governador. Nessa sessão foi resolvido por unanimidade a eleição de Camilo Pessanha como Secretário do Conselho.
Começou apenas com 30 alunos.
O porteiro – Francisco Xavier Brandão
O contínuo – Clementino José Borges
Guarda da Biblioteca – Damião Maximiano Rodrigues (2)
(1) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954.
(2) Informações retiradas do livro TEIXEIRA, Monsenhor Manuel – Liceu de Macau, 1986.

“O provérbio diz: “Soffrei por um momento e conservareis o vosso corpo”.
É por isso que deveis aplacar a cólera e o odio para conservar o corpo e proteger a família.
Cultivae a brandura e evitae a violência, e não tereis precisão de esperar por mediadores para aplanar difficuldades e para desfiar a meada;o habito de insultar e de fazer questões há de desaparecer naturalmente.
Quão puros não serão então os costumes. 

Parte da à 16.ª MÁXIMA do Imperador Kangxi, –康熙帝 (1654-1722) (1) (2)
(1) Esta máxima encontra-se na p. 138, com tradução na p.142 da Edição Fac-similada da “Amplificação do Santo Decreto” do Imperador Yongzheng, Versão Portuguesa e Organização de Pedro Nolasco da Silva publicada por Fundação Macau em 1995, 145 p.
(2) Imperador Kangxi, –康熙帝  (mandarim pinyin: Kāngxīdì; cantonense Jyutping: hong1 hei1 dai3)  é considerado um dos maiores imperadores da China. Ele suprimiu a revolta dos Três Feudos, forçou o Reino de Tungning em Taiwan para submeter-se aos Qing, bloqueou a Rússia czarista no rio Amur e expandiu o império no noroeste. O reinado Kangxi foi um período de esplendor no âmbito da cultura chinesa, graças em grande medida ao intenso trabalho de mecenato artístico desenvolvido pelo próprio imperador (compilação do Dicionário Kangxi). O seu reinado trouxe estabilidade a longo prazo e riqueza relativa depois de anos de guerra e caos. Ele iniciou o período conhecido como a “Era Próspera de Kangxi e Qianlong”, que durou gerações depois de sua própria vida. Até o final de seu reinado, a dinastia Qing controlava toda a China propriamente dita, Taiwan, Manchúria, parte do actual Extremo Oriente russo, ambos Mongólia Interior e Exterior, e Tibete.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Kangxi

A Companhia Portuguesa Coronel Mesquita foi criada em Xangai (Shanghai) a 26 de Fevereiro de 1906, em resultado dos esforços e empenho de Fernando J. de Almeida, Joaquim F. das Chagas, José M Placé dos Remédios e João Frederico Nolasco da Silva (1).
Presidiram aos destinos da Companhia Portuguesa, dela fazendo um símbolo perpétuo de valor alguns nomes para os quais Portugal não estava distante:

João Nolasco da Silva (Capitão) (1906-1914) (2)
António M. Dinis (Major) (1914-1925)
Fernando Leitão (Major) (1925-1930)
Manuel F. R. Leitão (Major) (1930-1941)
Próspero A. da Costa (Capitão) (1941-1942)

A Companhia fazia parte do Corpo de Voluntários de Xangai – Brigada Mista e Internacional criada pela Câmara Municipal de Shanghai (1853 até 1942) para defesa dos europeus. (3)(4)
A história da organização e evolução desta Companhia já foi relatada em anterior postagem (5)
Após a autorização pelo Município de Xangai em 1907, para a Companhia usar uniforme, vozes de comando, instrução e disciplina, segundo o padrão do Exército Português, a instrução dos voluntários foi rigorosa e desde cedo estes evidenciaram-se tanto em torneios individuais como colectivas. Em 1910 a Companhia Portuguesa ganho o magnífico prémio «American Cup» instituído pela comunidade americana para um torneio de tiro.

Vencedores da competição anual “SVC Inter-Company Challenge Shield” (1919). (6)

Em 1919 começou a série de vitórias das equipas e membros da Companhia. O «Eficiency Shield», a mais apreciada e difícil prova de exercícios militares (contra relógio), foi ganha em 1921/1922, 1930/1931 e 1931/1932. (6)
Outras distinções da Companhia:
«Japanese Cup» (tiro) ganha em 1929, 1930, 1931 e 1932.
«Fraser Shield» (futebol) ganha em 1930, 1931 e 1932.
«Lewis Gun Pair» (tiro) ganha em 1931, 1932 e 1933.
«Inter-company Challenge Shield» (exercícios militares) ganha em 1919,1920, 1921 e 1926.
«Barnes Cups» (exercícios militares) ganha em 1921.
«Bray Cup» (exercícios militares) ganha em 1929, 1933 e 1934.
«British Cup» (exercícios militares) ganha em 1920, 1921, 1926, 1928 e 1929.
«Trueman Cup» (tiro) ganha em 1931 e 1937.O Campeonato do Corpo e a “Cruz de Ouro” (tiro) foram ganhos em 1921 pelo então segundo-sargento Manuel Leitão; o 2.º lugar e a” Cruz de Prata” foram ganhos nos anos seguintes pelos segundos-sargentos José Campos, Artur Leitão e segundo-cabo Carlos da Silva.
Em outros desportos, futebol, bilhar, etc., alcançou a Companhia Portuguesa em vários anos o título de campeã. Na organização de festivais, saraus, reuniões elegantes, festas e bailes, nunca nenhuma outra lhe ofuscou o brilho, tornando-se disputados os seus convites na alta sociedade.(1)
(1) «Macau Boletim Informativo» Ano II- n.º 38 de 28 de Fevereiro de 1955, pp.4-5
(2) João Frederico Nolasco da Silva. (1871 – 1951) (filho de Pedro Nolasco da Silva) integrou-se na Companhia como 1.º oficial – tenente e um ano depois (1907) com a graduação em Capitão foi nomeado Comandante. Para esta nomeação terá contribuído a sua formação militar em Lisboa (dois anos) depois transferido para a Guarnição de Macau e Timor (onde esteve cerca de 5 anos). Posteriormente trabalhou como funcionário público em Macau, tendo pedido demissão para ir trabalhar para Shanghai, em 1903, para firma “Messrs Buchheiste & Co”.
Fotografia retirada de “Pela Pátria”, Vol II N.º4 Abril 1941 p. 20 (7)
(3) Após o fim da Rebelião de Taiping (1864) um corpo de voluntários foi constituído com o nome de “Shanghai Volunteer Corps” (SVC) em 1854, para defender os interesses estrangeiros principalmente britânicos e americanos sediados em Shanghai e arredores. Em 1870 este corpo passa a ser gerido pelo Município de Xangai, tendo a primeira unidade portuguesa “SVC n.º 4” sido constituída em 1882 , liderada por Mário Augusto Ferrás (1905- 1978) e Moisés M. Honorato Gutterres (1889 –  ?)
(4) “ A unidade portuguesa tinha como objectivo zelar pela segurança e controlo de pessoas na zona norte da cidade, onde vivia a maioria da comunidade portuguesa. Passados poucos anos, em 1889, numa óptica de reorganização funcional dos SVC, a unidade foi extinta, sendo os seus membros integrados nas seguintes unidades: Guarda Civil, Artilharia e companhia inglesa, mais conhecida por “Companhia C”. Passados apenas dois anos, devido ao permanente descontentamento dos elementos portugueses separados e integrados em outros corpos, o Conselho do Município de Xangai autorizou a criação da “Companhia D”, constituída integralmente por portugueses. Esta companhia esteve ao serviço por cinco anos, sendo também ela extinta em 1886. Com esta nova ruptura os elementos da “Companhia D” decidiram juntaram-se ao já independente corpo francês
GARRETT, Gonçalo Almeida – A Presença Portuguesa nos Shanghai Volunteer Corps de Hong XiuQuan ao Imperador Hirohito in
https://www.revistamilitar.pt/artigo/1151
(5) Referência anterior à Companhia Portuguesa Coronel Mesquita em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/companhia-portuguesa-coronel-mesquita/
(6) http://www.macanesefamilies.com/  
(7) “Pela Pátria” jornal mensal publicado pela comunidade portuguesa em Shanghai nos anos 1940 e 1941.
http://www.macanesefamilies.com/PrivateE-o/uipelapatria.htm