No dia 6 de Janeiro de 1952, efectuou-se na Igreja de Sto António, o baptismo de 41 praças indígenas do Batalhão de Caçadores N.º 1, sendo a função litúrgica presidida por S. Exa. Revdma. o Prelado Diocesano, D. João de Deus Ramalho, S. J., com a assistência de S. Exa. o Comandante Militar, Brigadeiro Paulo Benard Guedes e esposa e outros oficiais da guarnição. (1)
“S. Exa. Revma. o Bispo de Macau, com as suas vestes pontificais, à porta do templo onde se realizou a cerimónia do baptismo”
O Batalhão de Moçambique desembarcou no dia 27 de Junho de 1951, à noite, passando a pertencer-lhe o Asilo de Mong Há e a enfermaria temporária do Hipódromo. Chegaram 7 oficiais, 4 sargentos, 7 cabos e 671 praças indígenas. Passou a ser comandado pelo Tenente Coronel Júlio César da Costa Chaby. Passou a Batalhão de Caçadores n.º 1 em 22 de Setembro de 1951. (2)
Pertencia à 2.ª Companhia deste Batalhão o soldado Jacinto Mundau (3) que foi ferido (e viria a falecer) no dia 25 de Julho de 1952 na disputa de uma barricada, nos confrontos fronteiriços entre a guarnição portuguesa e o Exercito Popular de Libertação da China, junto à Porta do Cerco.
A título póstumo foi condecorado com a Medalha de cobre de Valor Militar – Portaria de 6 de Maio de 1953 (Ordem do Exército nº 9 / II Série / 1953)
“Condecorado com a Medalha de cobre de Valor Militar, a título póstumo, nos termos do § 2° do artigo 8° do Regulamento da Medalha Militar, de 28 de Maio de 1946, por satisfazer às condições expressas no § 1° do artigo 7° do mesmo regulamento, o Soldado Indígena de Moçambique, Jacinto Mundau, nº 50/A/335, da 2ª Companhia do Batalhão de Caçadores nº 1, da guarnição militar da Província de Macau, porque, quando se procedia ao encerramento da fronteira na tarde de 25 de Julho do ano findo, foi atingido gravemente com tiros, disparados por militares chineses, que lhe causaram a morte, quando, desarmado, lutava corpo a corpo, a fim de libertar e trazer para território nacional um seu camarada, que, apanhado de surpresa, era arrastado para território chinês, demonstrando valentia, coragem e dedicação patriótica.” (4)
“As praças em formatura recebendo o sacramento do baptismo“
(1) Fotos e reportagem retirados de «MOSAICO», 1952.
(2) CAÇÃO, Armando A. A. – Unidades Militares de Macau, 1999, p. 35
(3) Muito possivelmente terá sido baptizado neste dia 6 de Janeiro de 1952 , já que o seu funeral foi católico.
(4) http://www.acd-faleristica.com/archives/308