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CAPA

O 2.º número da “ASIANOSTRA revista de cultura portuguesa do oriente”, (1) que se anunciava de publicação semestral, (infelizmente só foi publicada dois números) com a coordenação de António Aresta, António Carmo e Maria da Conceição Rodrigues, foi lançado em Novembro de 1994, com 107 páginas.

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 A edição e propriedade era do Instituto Português do Oriente (IPOR), e foi impressa na tipografia Martinho (23 cm x 15,8 cm x 0,5 cm). Revista com etiqueta de compra da Livraria Portuguesa, em Macau.

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(1) Anteriores referências a esta revista nomeadamente o seu primeiro número em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2021/05/01/noticia-de-1-de-maio-de-1994-leitura-revista-asianostra/

Título de uma reportagem que o Prof. Doutor António Carmo fez para a revista MacaU (1), acerca da transladação de algumas relíquias (ossos) dos mártires cristãos de Nagasáqui que estavam em Macau há quatrocentos anos.

Tive a honra de integrar a comitiva de 26 peregrinos (curiosamente, o mesmo número dos mártires de 1597) (2) que acompanharam estas relíquias de Macau a Nagasáqui e o privilégio de ser convidado pelo Sr. Bispo de Macau, nessa altura, D. Domingos Lam, para colaborar na catalogação e selecção das ossadas que estavam depositados na Igreja de S. Francisco Xavier, em Coloane.
Foi na verdade impressionante o acolhimento que as entidades eclesiásticas e os fiéis de Nagasáqui dispensaram à comitiva e tudo fizeram para receberem com dignidade essas relíquias.

MacaU n.º 35 MAR95 O Regresso dos MártiresI“Desembarcámos no aeroporto internacional de Fukuoka (diocese de Nagasáqui) ao cair da noite de 20 de Janeiro de 1995. Uma multidão de cristãos japoneses – homens, mulheres e crianças – de mãos postas, lágrimas correndo pelas faces e cantando hinos religiosos, esperava ansiosamente para poder ver e tocar as três caixas de madeira que continham as ossadas.

MacaU n.º 35 MAR95 O Regresso dos Mártires IINa cerimónia tocante em que as relíquias mudaram de mãos, e foi lido por D. Domingos Lam o documento comprovativo da sua autenticidade, redigido em latim, os cerca de 1 500 presentes choravam comovidamente. Muitos destes cristãos eram sobreviventes do holocausto nuclear, bem como a própria igreja – a enorme catedral de Urakami, outrora a maior de toda a Ásia, completamente desfeita pela bomba e reconstruída 13 qnos depois no mesmo loca agora com capacidade para 3 000 pessoas. Nesta cerimónia a homilia foi feita pelo arcebispo de Nagasáqui, D. Francisco Xavier Kaname Shimamoto,  que relembrou os laços históricos e de afecto que unem Nagasáqui a Macau.”

MacaU n.º 35 MAR95 O Regresso dos Mártires IIIO Bispo de Macau, D. Domingos Lam selando (autenticando) as caixas, auxiliado pelo Padre Luís Sequeira e Dra. Maria Margarida Matias. Observando, o Dr. João Guerra Salgueiro, embaixador de Portugal em Tóquio (Japão) e o Arcebispo de Nagasáqui, Revmo. Francis Xavier Kaname Shimamoto.

As relíquias foram depositadas no Museu dos Mártires (duas das caixas) (3) e a terceira seguiria para a diocese de Tóquio.

MacaU n.º 35 MAR95 O Regresso dos Mártires IVA Colina dos Mártires, fora dos muros da cidade, à beira da estrada, local de execução de criminosos comuns, a colina de Nishizaka. As 26 figuras de bronze dos santos mártires da autoria do escultor japonês Angélico Y. Funakoshi, estão dispostas pela ordem em que as suas cruzes se perfilavam.

(1) António Duarte de Almeida e Carmo (1936-2003), doutorado em Ciências Sociais (Antropologia Cultural), trabalhou em Macau de 1986 a 1996, autor (entre muitos artigos académicos) do livro “A Igreja Católica na China e em Macau, no contexto do Sudeste Asiático – Que Futuro?”.
(2) Reportagem e fotos retirados de “MacaU”,  n.º 35 (II série), Março 95.
(3) Chefiou a delegação macaense, o Dr. António Manuel Salavessa da Costa, secretário –adjunto para a Comunicação, Turismo e Cultura,  em representação do Governador de Macau.
(4) O Museu dos Mártires foi inaugurado a 10 de Junho de 1962.