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Hoje realiza-se a Procissão de Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos em Macau. A propósito desta festividade, recordamos a mesma, no ano de 1955, numa notícia publicada no «BGU» (1)

A procissão ao sair da Sé Catedral

A procissão do Senhor dos Passos ao chegar ao Largo do Senado, vendo-se, sob o pálio o Bispo de Macau e à frente o cónego Morais Sarmento, na altura, decano dos missionários portugueses de Macau

A menina Judite Colaço com o Santo Sudário

(1) Extraído de «BGU» XXXI – 357, 1955.
Anteriores referências a esta festividade em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/02/21/a-tradicional-procissao-do-senhor-dos-passos-1973/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/03/25/noticia-de-25-de-marco-de-1708-tradicoes-que-se-continuam-ii-a-procissao-dos-senhor-dos-passos-ou-senhor-da-cruz-as-costas/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/03/04/noticias-de-4-e-5-de-marco-de-2017-tradicoes-que-se-continuam-a-procissao-do-senhor-dos-passos-i-fotos-de-1974/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/03/07/noticia-de-7-de-marco-de-1954-a-grande-devocao-ao-senhor-dos-passos-em-macau/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/02/21/a-tradicional-procissao-do-senhor-dos-passos-1973/

“A católica e quadrissecular Cidade do Santo Nome de Deus de Macau viveu, nos dias 18 e 19 de Fevereiro de 1956, momentos valiosos de piedade e devoção, enquanto celebrava a conclusão das festas em honra do Senhor Bom Jesus dos Passos.
Esta festividade, que se comemora através de cerimónias de rico significado religioso, é quase tão remota como a vinda dos primeiros portugueses para esta terra de cristãos.
Todas as cerimónias da festividade em honra do Senhor dos Passos se impõem pela grandiosidade da concorrência dos fiéis…(…)
Das mais piedosas são, sem dúvida, as cerimónias de que se revestem as duas procissões com que fecha tão respeitável manifestação de fé.
A população católica de Macau acorreu em massa a todas as comemorações, dando com a sua presença um exemplo extraordinário da devoção e da piedade com que os fiéis acolhem a tradicional e solene festividade….(…)

SEnhor dos Passos n.º 62 1956 IA veneranda Imagem do Senhor Bom Jesus dos Passos sai da Sé Catedral

Na velha igreja de Santo Agostinho, onde, durante nove dias, se rezou a Novena do Senhor dos Passos, os fiéis marcaram a sua presença, enchendo o templo sem deixar  único lugar vago. Durante a Novena, mais de seis mil pessoas se abeiraram da Sagrada Mesa da Comunhão.

Na noite do sábado, dia 18, um mar de gente se acercou da igreja de Santo Agostinho, aguardando pacientemente a saída da Procissão da Cruz, aprazada para as 19 horas. À multidão, concentrada no largo, se juntaram as centenas de pessoas que se encontravam no templo, caminhando todas, com piedade devotamento, atrás do andor, rigorosa e respeitavelmente coberto com ténues cortinados roxos.
A banda do Corpo de Polícia de Segurança Pública tocou durante a Procissão, quer percorreu o itinerário de todos os anos. Na Sé Catedral onde recolheu a Procissão, pregou o sermão da Cruz o Venerando Bispo da Diocese, D. Policarpo da Costa Vaz.

No domingo, à tarde, à hora marcada, subiu ao púlpito o Revdo P.e José Barcelos Mendes, que, com empolgante emoção, pregou o sermão do Pretório, escutado pela igreja transbordando de fiéis.
Antes da saída da Procissão dos Passos, a Verónica– cujo papel esteve este ano confiado à menina Maria Henriques da Silva – entoou, na Sé, em 1.ª estação, o cântico de «O vos omnes…»
«Ó vós que passais pelo caminho, detende-vos e vede se há dor semelhante à minha dor….»
Juntamente com o clero e seminaristas, muitos fiéis entoaram, em seguida ao cântico da Verónica, o «Parce, Domine»P e «Senhor, Deus, misericordioso»

SEnhor dos Passos n.º 62 1956 IIA Verónica faz ouvir, perante a multidão, contrita e silenciosa, a sua lamentação.

A Procissão saiu depois, levando consigo um acompanhamento calculado em mais de dez mil pessoas, das quais muitas vindas expressamente de Hong Kong, e novamente nela se incorporou a banda de Policia…(…)
Em cada uma das estações seguintes, até à sétima, se ouviu novamente por sobre a multidão, constrita e silenciosa, a lamentação da Verónica . (1)

SEnhor dos Passos n.º 62 1956 IIIDebaixo do Pálio e à frente da multidão, seguia o Prelado da Diocese levando o Santo Lenho

Recolhida a Procissão, em Santo Agostinho, pregou o sermão do Calvário, o Revdo P.e Artur das Neves, que nos disse de quanto sofreu Jesus e Maria Santíssima, Jesus pregado na cruz, no alto do Gólgota, entre o Céu e a Terra, e Maria Virgem Mãe chorando a perda do Filho Amado, Salvador do Mundo.
(1) Reportagem recolhida de Macau B. I., 1956

Fiz várias vezes referências a este livro (1) em anteriores postagens. (2)
O autor descreve o passado missionário e evangelizador de Portugal no Oriente, justificando no “Preâmbulo”:
“…oferecer uma visão panorâmica e compendiosa da grande obra missionária da Nação Portuguesa, através da mais pequena e remota das suas províncias ultramarinas.”

Salienta-se que o livro foi traduzido do original espanhol pelo Pe. Artur Augusto Neves. (3)
Na “Apresentação”, Pe. Neves refere que o “Pe. Eusébio Arnaiz tendo-se proposto escrever um artigo sobre a acção missionária e evangelização de Macau através da história , para ser publicado um número especial do Boletim Diocesano, comemorativo  da passagem do quarto centenário da fundação desta cidade, com persistente esforço e não menor paciência, foi coligindo todos os elementos que a compulsão e o manuseamento dos arquivos macaenses lhe facultaram, verificando a breve trecho ser impossível enclausurá-los adentro dos acanhados limites de um artigo…”

Apresenta dois mapas, um entre as páginas 52-53 e outro, numa página, não numerada, após o índice.

Mapa da Diocese de Macau na História (21,6 cm x 19,5 cm), com indicação da sua “erecção” em 1575

Mapa Delta de Cantão (10 cm x 9,5 cm)

(1) ARNÁIZ, Eusébio Pe – Macau, Mãe das Missões no Extremo Oriente. Separata do “Boletim Eclesiástico”, 1957,  Tipografia Salesiana, Macau, 182 p., + 2.
Este livro é uma separata do trabalho que foi publicado parcial e mensalmente noBoletim Eclesiástico” da Diocese de Macau. – 1956, vol. LIV, n.º 631, pp. 814-823
(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/missoes/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/centro-historico-de-macau/
(3) Pe. Artur Augusto Neves – Director do seminário “O Clarim”, de 4-3-1962 a 4-8-1966;  professor do Seminário de S. José (externato) e da disciplina de Religião e Moral no Liceu Nacional Infante D. Henrique (1964 a 1966)