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Na comemoração do 130.º Aniversário do Centro Hospitalar Conde de São Januário, foi impresso com autorização da Direcção dos Serviços de Correios, uma colecção de 4 postais (17,7 cm x 12 cm), intitulados: Assistência, Cordialidade, Dedicação e Profissionalismo.

Cinta de papel (12,2 cm x 4 cm) para envolver os quatro postais com o logo no centro (3,6 cm x 4 cm)

Apresento os dois primeiros postais (autorização da Direcção dos Serviços de Correios n.º 014/2004 (BPX014)- Assistência  e n.º 015/2004 (BPX015) – Cordialidade.

BPX014 – Assistência – Conjuntamente prestamos a maior atenção aos doentes

BPX015 – Cordialidade – Tratamento com Cortesia, Compreensão do Público

Verso do postal BPX014 – Assistência

Verso do postal BPX015 – Cordialidade

NOTA: “06-01-1874 – O Hospital Militar de S. Januário, delineado pelo ilustre macaense António Alexandrino de Melo, Barão do Cercal., foi benzido pelo Governador do Bispado Pe. António Luís de Carvalho e solenemente inaugurado pelo Governador, Visconde de S. Januário, com luzida cerimónia e a presença das autoridades e representantes nacionais e estrangeiras.” GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954). Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/hospital-militar-de-sam-januario/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/centro-hospitalar-conde-s-januario/

Extraído de «BPMT»,  XX-2 de 10 de Janeiro de 1874, p. 6

O discurso do governador encontra-se disponível para leitura em: https://www.archives.gov.mo/pt/bo/1874/01 (pp.6-7)

Os discursos do chefe de serviço de saúde, Dr. Lúcio Augusto da Silva, bem como do presidente/procurador do Leal Senado, Júlio Ferreira Pinto Basto e do secretário-geral do governo, bacharel Henrique de Castro) encontram-se disponíveis em: https://www.archives.gov.mo/pt/bo/1874/01 (pp. 7-8))

Extraído de «BPMT»,  XX-2 de 10 de Janeiro de 1874, pp. 7-8

O cemitério de S. Miguel foi inaugurado no Dia de Finados, a 2 de Novembro de 1854. Anteriormente a esta data, os mortos eram sepultados no cemitério de S. Paulo. Como este estivesse muito arruinado e as paredes ameaçassem desmoronar-se, em 14 de Outubro de 1852, o governador Isidoro Francisco Guimarães por portaria, ordenou um empréstimo sem juros, por subscrição pública (que chegou a 720 patacas oferecidas por nove cidadãos, concorrendo o governo com 230 patacas) para construção dum novo cemitério a ser construído fora da porta da cidade.
O sítio escolhido foi num pequeno outeiro, o actual Cemitério de S. Miguel.
Excerto do relatório do Padre Francisco Anacleto da Silva, administrador do cemitério de S. Miguel, (1) nomeado presidente duma comissão em 1867, pelo governador José Maria da Ponte e Horta, para avaliar o estado do cemitério de S. Miguel e propor os melhoramentos necessários.
“Antigamente se enterrava nas igrejas e os rendimentos ficavam para a fabrica das mesmas, porem por decreto de 21 de setembro de 1835 foi prohibido esses enterramentos, e mandou se estabelecer cemitérios muralhados em todas as povoações e fora dos limites dellas, passando a sua administração ao municipio.
Em Macau, ao que parece, foi em 1836 que se observou esse decreto aproveitando-se para esse fim, as ruínas da igreja de S. Paulo, incendiada em 1835. Este cemitério foi construído pela Santa Casa de Misericordia, e depois reclamado pela autoridade ecclesiastica, indemnizando-a das despezas que nelle fizeram…” (2)
Do mesmo relatório, na conclusão, a Comissão propunha o seguinte:
A capela de maiores dimensões e com melhor ventilação”, proposta pela comissão só foi construída e inaugurada em 5 de Junho de 1875 pelo Governador do Bispado António Luís de Carvalho tendo a planta desse edifício sido desenhada pelo Barão do Cercal. (3)

A capela do cemitério de S. Miguel Arcanjo, um dos poucos edifícios de Macau em estilo manuelino, no ano de 1956 (4)

(1) A Administração do Cemitério de S. Miguel Arcanjo até 27 de Novembro de 1868 estava a cargo da Diocese; a partir desta data, a administração e a manutenção do cemitério foi transferida para o Leal Senado.
(2) «Boletim do Governo de Macau e Timor», Vol. XIV, n.º 14 de 6 de Abril de 1868.
(3) Ver anterior postagem em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/06/05/noticia-de-5-de-junho-de-1875-inaugura-cao-da-capela-do-cemiterio-s-miguel/
(4) «MBI» IV-79, 15NOV1956.

No dia 6 de Janeiro de 1874, o Hospital Militar de S. Januário, delineado pelo ilustre macaense António Alexandrino de Melo, Barão do Cercal, foi benzido pelo Governador do Bispado Pe. António Luís de Carvalho e solenemente inaugurado pelo Governador, Visconde de S. Januário,, com luzida cerimónia e a presença das autoridades e representantes nacionais e estrangeiras.Foi feita a entrega da chave ao Dr. Lúcio Augusto da Silva, Presidente da Junta de Saúde e entregue à mesma Junta a direcção de estabelecimento .  (1)

Prospecto 120 anos - Hospital Militar 1874 IO ataque holandês em 24 de Junho de 1622 veio chamar a atenção das autoridades para a necessidade da fortificação e defesa de Macau. Cedo se fez sentir também a necessidade de criar uma estrutura especialmente vocacionada para dar assistência na doença aos militares que entretanto se fixaram no território.
A construção do Hospital Militar só viria a ser realizada anos mais tarde por determinação e empenho do Governador Visconde de S. Januário.
O projecto, da autoria do capitão Dias de Carvalho que delineou o plano e do Barão do Cercal a quem competiu a parte arquitectónica, foi considerado na época como um dos mais modernos edifícios hospitalares. Constituído por um corpo principal a que se ligavam perpendicularmente as enfermarias gerais com uma lotação de 60 camas, contava ainda com uma enfermaria para subalternos, quartos-prisão, uma secção de isolamento e quartos para oficiais, o que perfazia uma lotação de 100 camas. A 1 de Dezembro de 1872 era lançada a 1.ª pedra e a a 6 de Janeiro de 1874 era inaugurado o Hospital Militar de S. Januário.” (2)
Prospecto 120 anos - Hospital Militar 1874 IIPortaria n.º 71, de 11 de Novembro de 1872:
«O Governador da província de Macau e Timor e suas dependências determina o seguinte:
Tendo-me sido apreciado pelo director das obras públicas o projecto de um novo hospital militar, que deverá edificar-se no terreno para esse efeito já preparado no monte de Sam Jerónimo, e que se acha compreendido na classe 6.ª da distribuição de fundos para o corrente anno económico, aprovada por portaria de 11 de junho ultimo; hei por conveniente, com o voto afirmativo do conselho technico e da junta da fazenda aprovar o dito projecto e seu orçamento na importância de $ 47:266,197, e determinar que se execute com previa arrematação perante a junta da fazenda.
As auctoridades, a quem o conhecimento e execução d´esta competir, assim o tenham entendido e cumpram.
Palacio do governo em Macau, 11 de novembro de 1872 – o Governador da província, Visconde de Sam Januário.» (3)
NOTA: o primeiro Hospital Militar (com esta denominação) foi criada em 29-11-1855 (3) (4) sendo extinta, a partir de 1 de Dezembro, a velha Enfermaria Militar do batalhão de Artilharia estabelecida pelo decreto de 13 de Novembro de 1845 (1) e que funcionava nas dependências do Hospital da Misericórdia. Mas só a 6 de Junho de 1857, os doentes militares foram transferidos para o antigo mosteiro de S. Agostinho, convertido em Hospital Militar.
(1) GOMES, Luís Gonzaga – Efemérides da História de Macau.
(2) Retirado do impresso (prospecto ou folheto desdobrável), constituído por uma folha (70,5 cm x 28,5 cm) com duas dobras, intitulado “120 anos de História”, editado pelo Centro Hospitalar Conde de S. Januário, distribuído aquando dos 120 anos do Hospital (1994).
(3) TEIXEIRA, Pe. Manuel – A Medicina em Macau, Volumes I-II, 1998.
(4) Luís G. Gomes aponta 21-11-1855 nas “Efemérides da História de Macau.”
Outras referências ao Hospital Militar de Sam Januário:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/hospital-militar-de-sam-januario/ 

Foi inaugurada a capela de Cemitério de S. Miguel, (1) pelo governador do Bispado, o padre António Luís de Carvalho, (2) tendo a planta desse edifício sido desenhado pelo Barão do Cercal. (3) (4)  Assistiram à inauguração, o Presidente do Leal Senado, camaristas, pessoal do Seminário e vários outras individualidades, tendo o Padre António Luís de Carvalho procedido à bênção solene da capela, celebrando, em seguida, ali a primeira missa.

Capela de S. MiguelCAPELA DO CEMITÉRIO DE S. MIGUEL NA DÉCADA DE 80

No átrio dessa Capela lêem-se as seguintes inscrições nas bases de duas colunas

Delineada                         Começada em
por                                       1874
Barão                                Concluído em
do                                         1875
Cercal

Recorda-se que o cemitério de S. Miguel foi benzido a 2 de Novembro de 1854, pelo Bispo D. Jerónimo José da Mata e entregue a sua posse ao Leal Senado em 1869.

A pequena capela existente no cemitério de São Miguel do Arcanjo construído com o objectivo de efectuar os ritos católicos funerários daqueles que iam ser sepultados neste cemitério, merece ser visitada. Esta pequena capela é um dos edifícios mais bem conservados em Macau. O exterior está pintado a verde e branco. Um vitral filtra luz colorida para o interior da capela.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Capela_de_S%C3%A3o_Miguel_(Macau)

(1) Ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/11/02/noticia-de-2-de-novembro-de-1854-cemiterio-de-s-miguel/
(2) António Luís de Carvalho foi Governador do Bispado entre 1870-1875, no período da vacância (1857-1877) (designa-se vacância, o cargo, neste caso, Bispo de Macau, que ficou vago enquanto não é preenchido por nova nomeação)
Durante a sua governação, foi criado o asilo para pobres e uma escola de português para chineses (1872); o Seminário de S. José, dirigido pelos jesuítas desde 1862, foi secularizado em 1871; e faleceu a última clarissa local (1875).
(3) 2.º Barão do Cercal, António Alexandrino de Melo. Ver em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/barao-de-cercal/
(4) GOMES, Luís Gonzaga – Efemérides da História de Macau. Notícias de Macau, 1954, 267 p.