Aproveitando esta notícia datada de 6 de Agosto de 1970, presto a minha homenagem a este pintor macaense, Herculano Estorninho (1)
“06-08-1970 – Regressa de Timor Herculano Estorninho” (2)
Herculano Estorninho em 1968 seguiu para Timor a fim de dirigir a Sociedade de Turismo e Diversões de Timor e regressa em 1970. Durante a sua permanência em Timor pintou muito da paisagem, usos e costumes dessa terra.
CAPA do livro “Herculano Estorninho, Aspectos da sua vida e obra” (1)
(1) Herculano Hugo Gonçalves Estorninho nasceu em Macau, na freguesia da Sé, em 1 de Abril de 1921. Era o nono filho de José Gonçalves Estorninho (natural de Lagoa, Portugal) e de Palmira Maria Augusto Estorninho (natural de Macau).
Frequentou o Seminário S. José e mais tarde o Liceu Nacional Infante D. Henrique, onde foi aluno dos mestres que lhe deram os primeiros ensinamentos de desenho e composição, Fernando Lara Reis, Bordalo Borges e António de Santa Clara. Começou a pintar aguarelas em companhia de Luís Demée.(3). Prosseguiu os seus estudos com Brigite Reinhart, no então Colégio de Belas-Artes de Macau e depois em Belas-Artes Aplicadas com Frederic Joss, no Instituto de Arte Aplicada de Viena de Áustria.
Em 1962 com um grupo de artistas de Macau fundou o “Grupo Arco-Iris”.
Trabalhou durante 17 anos como observador meteorológico antes de ir para Timor e no regresso trabalha para a administração do Hotel Lisboa e em 1976 no Hotel Sintra até 1993. Faleceu a 30 de Abril de 1994.
A obra de Herculano Estorninho encontra-se na Europa, Ásia, América, África e Austrália nomeadamente em Portugal, França, Itália Suécia, Áustria, Macau Hong Kong, China, Japão, Estados Unidos, Brasil, Angola e Moçambique. Em Portugal há trabalhos do pintor no Palácio de Belém, Palácio de S. Bento, Casa de Macau e Colecções Particulares (4)
Herculano Estorninho – Museu Luís de Camões (hoje, Casa Garden)
Aguarela sobre papel, 1963
Museu de Arte de Macau
“Nos óleos pintados em Macau também o espatulado ou a pincelada são vibrantes de cor fazendo lembrar um seu contemporâneo, Fausto Sampaio, embora muito mais velho, cuja pintura se apresenta com características semelhantes às do Estorninho. Em ambos, as texturas variadas conseguidas através de espessos empastamentos, a pincelada esperta na composição sólida, transmitem toda a emoção e a interpretação perceptivo – instintiva do lugar. Os contornos não são importantes e apagam-se para dar lugar à vibração e cintilação do movimento”.. (…)
Quanto à aguarela, a própria natureza do género conduziu-o a uma grande liberdade de expressão onde a rebeldia ” fauve” ficou presente, transmitindo a exaltação do pintor perante o assunto a tratar. O depuramento do tema e funcionalidade da cor, que passou a actuar como tradução da poesia contida no olhar, é sentida em muitas das suas aguarelas.”
Maria Margarida L. G. Marques Matias, na “Introdução” da exposição de 71 quadros de Herculano Estorninho em Dezembro de 1995, no Clube Militar (4)
(2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 5, 1998
(3) Ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/luis-demee/
Herculano Estorninho – Junco
Aguarela em papel (1963)
http://www.macauart.net/News/ContentE.asp?region=L&id=162038
(4) Dados biográficos recolhidos do livro: ” Herculano Estorninho, aspectos da sua vida e obra. Exposição realizada na Sala do Comendador Ho Yin do Clube MIlitar, 21 de Dezembro de 1995. Edição da Fundação Macau, ISBN 972-8147-55-4
Anteriores referências:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/herculano-estorninho/