Archives for posts with tag: Maria Margarida Gomes

Promovida pela professora de piano, canto e dança, senhora D. Maria Margarida Gomes, (1) realizou-se, no dia 3 de Maio, no Teatro D. Pedro V, uma récita de beneficência com a colaboração de jovens amadores e sob o patrocínio da Exma. Esposa do Governador, Sra. D. Laurinda Marques Esparteiro

Os jovens artistas que colaboraram na récita
A professora D. Maria Margarida Gomes, conduzida ao palco, sendo muito aplaudida Extraído de «MOSAICO» IV – 21/22 de Maio e Junho de 1952

(1) Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/maria-margarida-gomes/

Extraído de BGC XXVI-305, 1950

Realizou o «Círculo Cultural de Macau», (1) no dia 16 de Setembro de 1950, no Teatro D. Pedro V, uma conferência-recital, integrada no seu plano de conferência para a 1.ª temporada.

Um aspecto da assistência

Dado que se tratava do primeiro espectáculo apresentado pelo Círculo, Pimentel Bastos, Vice-Presidente deste organismo disse algumas palavras de introdução sobre os artistas que actuaram nessa noite referindo-se em traços rápidos às actividades culturais do Círculo e aos principais acontecimentos da sua fundação.

Hernâni Anjos lendo a sua conferência

Hernâni Anjos iniciou, seguidamente, a leitura da sua conferência, versando o tema “Afinidades Transitórias: do Simbolismo Português – Camilo Pessanha – ao Romantismo Alemão, Henrique Heine (Estudo Retrospectivo)”

Álvaro Leitão declamando poesias de Camilo Pessanha

Álvaro Leitão declamou alguns sonetos de Camilo Pessanha.

Maria Gomes interpretando “lieder” de Schumann

Fechando o programa, a cantora D. Maria Margarida Gomes interpretou alguns “lieder” de Schumann com letra de H. Heine.
Informações retiradas de «MOSAICO» VOL I- n.º 2 Outubro de 1950.
Fotos de Chun Kwong

Na noite de 11 de Outubro de 1950, no Teatro D. Pedro V, incluído no Ciclo de Concertos da cantora macaense Maria Margarida Gomes, (1) o Círculo Cultural de Macau (C. C. M.) organizou o segundo recital, (2) este dedicado a Schubert. (3) Colaborou neste concerto a pianista Maria Amália de Carvalho e Rego (4) que, pela primeira vez tomou parte de um programa do Círculo Cultural de Macau.
O programa foi dividido em 4 grupos de 3 “lieder”, sendo estes escolhidos com a intenção de mostrar a evolução sentimental do Autor, desde a época das ingénuas composições de sabor lírico até ao tempo das obras dramáticas, revelando as suas desilusões e o seu sentido da proximidade do fim.
No intervalo de cada um dos grupos de “lieder”, Luís Gonzaga Gomes, chefe da secção musical do C. C. M. proferiu alguns comentários técnicos e biográficos sobre Schubert e a sua obra, que revelaram profundos conhecimentos de musicista e uma facilidade de expressão digna de relevo.” (5)
Este acontecimento cultural foi também noticiado no «Boletim Geral das Colónias» (6) acompanhado com duas fotos.
(1) Maria Margarida de Alacqoque Gomes, irmã de Luis Gonzaga Gomes, estudou canto e piano no «Trinity College» de Londres e é autora do livro «A Cozinha Macaense» (7)
(2) O primeiro recital foi realizado no dia 16 de Setembro de 1950 aquando da primeira apresentação pública do Circulo Cultural de Macau (após a tomada de posse no dia 1 de Setembro dos Corpos Gerentes dos fundadores do Círculo Cultural). Nesta apresentação também realizada no Teatro D. Pedro V, constava de uma conferência de Hernâni Anjos sob o tema: “Afinidades Transitórias: do simbolismo português – Camilo Pessanha – ao Romantismo alemão – Henrique Heine (estudo retrospectivo” e de um recital dedicado a “Schumann” cantada por Maria Gomes.
(3) Franz Schubert por Wilhelm August Rieder,
Óleo pintura, após aguarela em 1875.
Franz Peter Schuber (1797-1828) , compositor austríaco do fim da era clássica, escreveu cerca de seiscentas canções (o “lied” alemão) bem como óperas, sinfonias, e sonatas.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Franz_Schubert
(4)Maria Amália de Carvalho e Rego, “pianista sobejamente conhecida e apreciada pelo público de Macau e Hong Kong, onde tem actuado várias vezes, sempre com geral agrado “ (segundo a mesma revista) (5), é filha de Francisco Ernesto Palmeira de Carvalho e Rego, já citado em anteriores postagens (8)
(5) Extraído de «Mosaico», I-3, 1950.
(6) Extraído de «BGC» XXVI–306, 1950.
(7) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/maria-margarida-gomes/
(8) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/francisco-de-carvalho-e-rego/

Continuação da apresentação dos 12 postais (1) emitidos pela ” 澳門特別行政區政府旅遊局/ Direcção dos Serviços de Turismo / Macau Government Tourist Office”, intitulados

 “O SABOR E AROMA DE MACAU”.

Sabor e Aroma Macau Bebinca de leiteBEBINCA DE LEITE / Coconut Milk Pudding

 “Bebinca de leite – é o mesmo que o «Custard» dos ingleses, mas com mais ovos, leite condensado, sumo de coco , farinha Maisena, leite «Carnation», água e açúcar” (Maria Margarida Gomes) (2)

Bebinca – nome genérico de uma espécie de pudins, doces ou salgados, cujos ingredientes são ligados com farinha de arroz ou creme de arroz (arroz cru moído e misturado com água, de modo a obter-se um creme leitoso). Em Macau faz-se bebinca de leite, bebinca de rábano, bebinca de batata, bebinca de arroz palu, etc. Wilkinson regista o malaio : bingka «a Malay cake made of rice flour, coconut cream, eggs and sugar», doce que parece assemelhar-se bastante à bebinca de leite de Macau”(Graciete Batalha) (3)

Sabor e Aroma Macau Bebinca de leite verso

(1) Ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/instituto-de-formacao-turistica/
(2) GOMES, Maria Margarida – A Cozinha Macaense. Imprensa Nacional de Macau, 1984, 24 p.
Ver: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/05/24/leitura-a-cozinha-macaense-por-maria-margarida-gomes/
(3) BATALHA, Graciete Nogueira – Glossário do Dialecto Macaense. Separata da Revista Portuguesa de Filologia, Coimbra, 1977, 338 p.

Pequeno opúsculo de capa castanha, com 24 páginas, editado pela Direcção dos Serviços de Turismo, em Junho de 1984.

A COZINHA MACAENSE

Por Maria Margarida Gomes

 LIVRO A Cozinha Macaense M.M. Gomes CAPA

Não é bem um livro de receitas da gastronomia macaense mas, conforme afirma a autora (escrita em 1981), Maria Margarida Gomes:
uma descrição de alguns pratos famosos da Cozinha Macaense e da sua História.”
Assim, traz a descrição de 31 iguarias (algumas delas já por mim citadas em anteriores postagens) que
Alegravam e consolavam o paladar, o vista e o coração

LIVRO A Cozinha Macaense M.M. Gomes CONTRACAPA

Da página 5, retiro:
A chamada hoje Transculturação na Cozinha Macaense, principiou desde a chegada dos primeiros portuguese que se estabeleceram na «Cidade do Nome de Deus», coadjuvados pelas suas mulheres, aias, escravos e crioulas. Habitavam esses pioneiros em «armações» ou verdadeiras cidadelas, que constavam de várias casa para cada uma das famílias: para os senhores, para s crianças, para os hóspedes, casas de recepção, casas para a criadagem, caves para cozinhar, dispensas para conservar a comida, com gudões (subterrâneos), hortas, etc.
Viviam em tal abundância que as visitas, sobretudo os recém-chegados, desembarcados de outras terras, entravam e saíam, comiam e bebiam; à vontade, sem sequer ter visto os donos.

GOMES, Maria Margarida – A Cozinha Macaense. Direcção dos Serviços de Turismo, 1984, 24 p., 21 cm x 14,5 cm

Para comemorar o dia 25 de Abril, um bolo especial (um dos bolos macaenses que mais gosto)

Continuação da apresentação dos 12 postais (1) emitidos pela ” 澳門特別行政區政府旅遊局 / Direcção dos Serviços de Turismo / Macau Government Tourist Office”, intitulados:

O SABOR E AROMA DE MACAU”. Sabor e Aroma Macau Bolo MeninoBOLO MENINO / ALMOND CAKE

 Nada mais, nada menos que um bolo «SEM FARINHA», diferente dos demais, somente com amêndoas, pinhões, coco e biscoitos em pó, na companhia de 24 ovos! Formidável! (Por ocaso, é este o bolo da minha preferência, entre todos quantos bolos existem).
Para ocasiões mais solenes, porém, o bolo cobria-se com açúcar em pó, era enfeitado com pequenos tufos de seda de várias cores à chinesa e atados com arame prateado. Esses tufos espetavam-se no bolo em vez do «icing», que apareceu muito depois.” (Maria Margarida GomesA Cozinha Macaense”)

Sabor e Aroma Macau Bolo Menino Verso

(1) Ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/instituto-de-formacao-turistica/

Continuação da apresentação dos 12 postais (1) emitidos por ” 澳門特別行政區政府旅遊局 / Direcção dos Serviços de Turismo / Macau Government Tourist Office”, intitulados

“O SABOR E AROMA DE MACAU”.

Hoje, talvez o “prato” macaense mais conhecido:

POSTAIS O Sabor e Aroma - MINCHIMINCHI (Sautéed Minced Pork)

A “história” do MINTCHI (macaização da palavra inglesa «Mince-meat» – carne picada), segundo Maria Margarida Gomes (2):
Importado de Hong Kong, este prato de carne de porco ou de vaca picada, estrugido com cebola e temperado com sutate (condimento líquido para amaciar, salgar e avivar o sabor, fabricado com feijão Soy), constitui o alimento principal das refeições das crianças macaenses – «Arôz di Minchi»)

POSTAIS O Sabor e Aroma - MINCHI verso

(1) Ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/instituto-de-formacao-turistica/
(2) GOMES, Maria Margarida – A Cozinha Macaense. Imprensa Nacional de Macau, 1984, 24 p.

 

A propósito da iguaria macaense “Saransurável”, o chamado «pão de ló» macaense, publicado no opúsculo “A Cozinha Macaense” (1)

A Cozinha Macaense  SARANSURÁVEL

publico a “história” deste “bolo”, segundo Maria Margarida Gomes (2)

Sarán-Suráve

A nau atracara, há muitos dias, no cais. Longe da sua pátria, o cozinheiro de bordo queixou-se, com enfado, certa manhã, à sua cara metade que estava farto de comer, ao almoço, o “Son-Kou” – espécie de pão insípido – e que estava tentado a experimentar cozer o « pão de ló» português, mesmo com a exagerada quantidade de 16 ovos a banho-Maria, isto é, a vapor. Todos os bolos chineses são cozidos a banho-Maria; e, nesse tempo, não havia forno apropriado para assar bolos.
          Cortou uma fatia e deu-a à mulher para provar. O efeito foi instantâneo e inesperado. Ela deu uns pulinhos de satisfação paladaresca e, abraçando o marido, saltitou umas voltinhas e exclamou
          « Ai! Sarán-suráve! »
Foi uma paráfrase instintiva de sons alegres ou a poetização oriental da frase:
           «San suave!»
É realmente muito leve!
          Foi assim que ela baptizou o «pão de ló» português, chamando-lhe «Sáran-suráve».
Macaizou-se, ainda, cobrindo o bolo com coco ralado, cozido com açucar. Não contente, acrescentou uma camada de canela em pó, variando às vezes com feijão torrado e moído ou com farinha de biscoito, para saber melhor.

Acrescenta a mesma autora:
Há quem pense que este bolo tem de ser cozido a banho-Maria, não se convencendo de que daria melhor resultado, se fosse assado ao forno.”

(1) Ver anterior “post” – «A Cozinha Macaense»:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/03/08/leitura-a-cozinha-macaense-the-macanese-cooking-%E5%9C%9F%E7%94%9F%E5%BB%9A-%E8%97%9D/   
(2) GOMES, Maria Margarida – A Cozinha Macaense. Imprensa Nacional de Macau, 1984, 24 p.