Tomada de posse do primeiro Governador, D. Francisco Mascarenhas, (1) também Capitão-Geral, que tinha chegado a Macau a 15 de Julho. Os moradores pediram um Governador (2) nomeado e permanente, logo após o ataque dos holandeses, mas revoltaram-se e levantaram-se contra este, porque lhes requestava as mulheres e filhas, além de lhes fazer extorsões. O mesmo Governador usurpou aos Jesuítas a Fortaleza do Monte , que tomou como sua residência. (3). Até 1623, a autoridade municipal era partilhada, temporariamente pelos capitães-mores que, vindos de Goa, comandavam as armadas, as quais, após estacionarem em Macau cerca de seis meses para o trato na feira de Cantão, prosseguiram até Nagasaki a trocar a seda pela prata.
O Governador foi substituído em 19 Julho de 1626, data de tomada de posse do cargo de capitão-Geral e Governador da cidade de Macau, o Fidalgo e Trinchante da Casa Real, D. Filipe Lobo, que prestou relevantes serviços no cargo de capitão em Pangim, tendo também servido em Ceilão e Malaca.(3)
Recorda-se que foi a 24 de Junho de 1622 que se deu a derrota dos holandeses na praia de Cacilhas e foi em 1626 que se concluíram as obras da Fortaleza de S. Paulo. É também desses anos c. 1615-c. 1622, o “primeiro esboço” do mapa de Macau do Cartógrafo luso-malaio, Manuel Godinho de Erédia
(1) Francisco Mascarenhas, filho de D, Nuno Mascarenhas, Senhor de Palma e de D. Isabel de Castro ,acompanhou D. Francisco da Gama, 4.º Conde da Vidigueira para a Índia quando este foi nomeado Vice-Rei da Índia em 1622 e no ano seguinte foi nomeado 1.º Governador Macau. Tomou o poder das mãos do Conde da Vidigueira no dia 6 de maio de 1623, rendendo-lhe homenagem e prestando-lhe o juramento da praxe (4) Ficou célebre por mandar construir uma muralha entre a Fortaleza de S. Paulo e o Bairro de Patane com cerca de quinhentas braças que foi destruída pelo Senado de Macau a mando do mandarim da cidade. (5)
(2) «A cidade de Macau pediu ainda ao Vice-Rei da Índia um capitão-geral e 100 soldados, afim de poder defender dos inimigos que continuavam a rondar estas paragens…O Vice-Rei anuiu a este pedido e nomeou logo o capitão geral a Dom Francisco Mascarenhas, Fidalgo muito prudente, valeroso, e entendido, como suas acções sempre comprovarão; destinou-lhe cem soldados Portugueses para este novo prezidio, supondo bastante este numero para defender huma terra, em que havia tao animosos Portugueses que sós e se este subsídio a defenderão…»
TEIXEIRA, Pe. Manuel – A Medicina em Macau, Volumes I-II. Edição do Governo de Macau, 1998, 502 p, ISBN 972-97934-1-7
(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Séculos XVI – XVII, Volume 1. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, 2.ª Edição, Macau, 1997, 198 p. , ISBN 972-8091-08-7
(4) VELEZ, Manuela Blanco – A 1.ª Capitania Geral de Macau 1623-1626
http://www.library.gov.mo/macreturn/DATA/PP291/index.htm
(5) http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Mascarenhas,_Governador_de_Macau
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