Archives for posts with tag: Ma Kau Seac / Macau Siac

Artigo não assinado sobre Macau de 1921 na “Revista Colonial», II série, IX-n.º2 de Agosto de 1921, pp. 49/50. (1)

MACAU – A praia grande (2)
OBRAS DO PORTO (enseada do Patane, bacia Sul) – Julho de 1920

(1) Ver outros artigos sobre Macau nomeadamente sobre a Gruta de Camões, publicados na «Revista Colonial»: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/revista-colonial/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/08/01/leitura-macau-e-a-gruta-de-camoes-xliii-1921/

(2) A foto que acompanha o artigo, já tinha sido apresentada pela mesma revista em 1920 com o título “PROVÍNCIA DE MACAU – Praia Grande (Vista geral) ”.

No dia 27 de Setembro de 1926, caiu sobre a cidade um inesperado tufão (1) que causou grandes prejuízos e estragos, devido ao facto de o tufão ter mudado inesperadamente de direcção e a população de Macau ter sido apanhada de surpresa. (2)
Assim registaram-se avarias na iluminação pública, naufrágios principalmente no Porto Exterior. A lancha canhoneira «Macau» (3) esteve em perigo de se afundar. O cruzador «Republica» (4) ficou encalhado no Porto Interior. Afundaram-se cinco batelões da «Netherlands Harbour Works». O rebocador Otto encalhou perto de um muro de retenção da Areia Preta. A draga Nanking garrou (5) e foi encalhar em Macau Siac. Encalhou também um batelão na Lapa, outro junto do muro da rua marginal, e outro no Porto Interior. Afundaram-se várias embarcações com perdas de vidas.(6)
O jornal «Diário de Lisboa» informava no dia 28 de Setembro de 1926 que “”UM TUFÃO ASSOLOU MACAU parecendo que houve mortes”
MACAU, 27 – Um violento tufão assolou esta cidade. Nem todos os juncos de pesca que estavam ao largo recolheram, receando-se que a maior parte se tenha afundado causando a perda de muitas vidas. Os estragos no litoral são relativamente pouco importantes.
Nos dois dias seguintes (29 e 30 de Setembro) completava a notícia:
No Ministério das Colónias não foi ainda recebido qualquer novo telegrama sobre o tufão de Macau. O cruzador «Republica» garrou, não tendo, porém, sofrido qualquer avaria.”
“Pela vistoria a que se procedeu, verificou-se que o cruzador «República», não sofreu qualquer avaria, em consequência de ter “garrado” em Macau.
(1) “Formou-se no Pacífico  no dia 22 de Setembro de 1926 nas proximidades de Guam; deslocou-se para WNW e depois NW, atravessou Luzon e no Mar da China, recurvou para W passando a poucas milhas a norte das Pratas. passou a cerca de 60 milhas a Sul de Macau e entrando no Continente dissipou-se a N. de Hanoi no dia 28 de Setembro”. (NATÁRIO, Agostinho – Tufões que assolaram Macau.) 1957.
(2) O mesmo acontecendo em Hong Kong conforme relatório anual (1926) de “Hong Kong General Chamber of Commerce”
tufao-27set1926-hk-chamber-of-commercehttps://www.chamber.org.hk/FileUpload/201108261214531386/1926AR.pdf
(3) N.R.P «Macau» – lancha-canhoneira (1909-1943)
canhoneira-macau-1909-1943Sobre esta lancha, aconselho a postagem do site:
http://naviosenavegadores.blogspot.pt/2008/09/marinha-de-guerra-portuguesa-o-nrp.html
Nos comentários a esta postagem, Ricardo Matias dá uma informação sobre o destino desta canhoneira:
A canhoneira Macau e duas dragas do porto de Macau, foram entregues às autoridades militares japonesas que ocupavam a China por troca com 10.000 sacos de arroz, foi uma troca desigual e forçada pela ameaça de invasão. O navio passou a chamar-se Maiko e com o final da Guerra caiu em mãos chinesas em Cantão, rebaptisado Wu Feng, passou em 1949 para a China Comunista e perdeu-se o rasto. A troca foi realizada em 15 Agosto 1943, mas o navio continuou na lista da Armada até 1945, uma maneira de mostrar aos americanos que não ajudávamos os japoneses.”
(4) Cruzador «República» (ex-HMS Gladiolus) (1920 -1943)
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/03/06/noticia-de-6-de-marco-de-1927-o-cruzador-republica/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/01/02/leitura-o-cruzador-republica-na-china/
(5) GARRAR – (termo náutico) – quando o navio é levado a vogar à mercê das ondas, por não estar bem segura a amarra.  Desprender as amarras.
(6) GOMES, Luís G – Efemérides da História de Macau, 1954.

MACAU E SEU PORTO ARTIFICIAL - CapaPublicação de 1922, coordenada e autorizada pelo Vice-almirante Hugo de Lacerda, Director das Obras do Porto, com a colaboração artística e fotográfica de Barbosa Pires. (1) Hugo de Lacerda nos “Preliminares” (p. 3) refere o seguinte:
Tratando-se de organizar tão eficazmente quanto possível a propaganda tal como parece necessária a Macau, nas novas condições que muito especialmente vão sendo creadas com o estabelecimento do porto para navios, foi elaborada uma relação de questões a atender n´este genero de trabalho; são alguns pormenores d´essa lista de questões que figuram em primeiro logar no presente folheto…”
MACAU E SEU PORTO ARTIFICIAL - 1.º PáginaOs artigos desta publicação são:
I parte, em português:
1 – Apontamentos servindo de base aos trabalhos necessarios à propaganda de Macau e do seu futuro porto – vice almirante Hugo C. Lacerda, pp. 4 – 13.
2 – Resumo do que tem sido feito relativamente às obras dos portos desde Abril de 1919, até ao fim de 1921, – sem indicação de autor, pp. 14-16.
3 – Publicações referentes ao porto que convem consultar – p. 17.
4 – Porto de Macau ( do Anuário de Macau de 1921) – Hugo C. de Lacerda, pp. 18 – 23.
5 – Porto de Macau – Do periódico “O Liberal” de 2-2-22 pp. 24-36.
6 – O caminho de Ferro Macau Kong-mun – ex-Senador Henrique Valdez, pp. 27 – 41.
7 – O porto que nos convem – Henrique Valdez,  pp. 42 – 44.
8 – Em torno do Porto e do Caminho de Ferro (Do periódico “O Liberal” de 8-6-922) – H. Lacerda, pp. 45-50.

MACAU RENASCENTE - Dragando a bacia Norte do PataneMACAU RENASCENTE – OBRAS DO PORTO – Dragando a bacia Norte do Patane

II parte, em inglês – Macao and Its Harbour
1 – Informations given to Messrs. Koppel Ltd. – pp. 52-53.
2 – Macao Harbour Projects – An expenditure of about ten million dollars involved- Work already in progress – From ” The Hong Kong Week´s Press & China Overland Trade Report” the 20 th. November 1920), pp. 54-61.
3 – What is said in the important – Review “Pacific Ports”, p. 62.
4 – Macao , pp.63-65.
5 – Macao by R. Hurley, pp. 66-67.
6 – Camões pp.68-73.
7 – Macao by Viscount Northcliffe in “The London Times”, pp. 74-75.
8 – Macao by J. arnold, pp.76-80.
9 – Portuguese in the Far East  by J. B Pires, pp. 81-84.

MACAU RENASCENTE - Construcção da doca de Macau SiacMACAU RENASCENTE – OBRAS DO PORTO – Construção da doca de Macau-Siac

O livro traz três mapas desdobráveis:
1 – 31 cm x 28,5 cm – Planta de Macau e Territorios Visinhos com a indicação do projecto de obras na Peninsula e ilha da Taipa; escala 1/80,000
2 – 27,5 cm x 24,5 cm – Plano Geral das Obras do Porto Artificial de Macau; escala 1/20,000
3 – 20 cm x 15,5 cm – Mapa Chorografico de Macau e Regiões Circunvisinhas; escala 1/14,285 (?)

MACAU E SEU PORTO ARTIFICIAL - Mapa Chorográfico“Mapa Chorografico de Macau e Regiões Circunvisinhas

(1) Macau e o seu porto artificial. Publicação coordenada e autorizada pelo Vice-almirante Hugo de Lacerda, Director das Obras do Porto (colaboração artística e fotográfica de Barbosa Pires).  Macau, 1922, Tip: Mercantil – N. T. Fernandes e Filhos. Rua Central Nos. 26 e 28, 84 p. + 16 p. anúncios, 23,5 cm x 15 cm.
Anteriores referências a Hugo C. de Lacerda e ao Porto de Macau
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/05/27/leitura-a-necessaria-morigera-cao-dos-costumes/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/04/27/o-projecto-do-porto-de-macau-em-1925/
Do periódico “O Liberal” ver em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/08/10/anuncio-jornal-o-liberal/

Eudore de Colomban Aterros da Areia Preta 1927“Um dos sítios outrora mais procurados pelos chineses pela razão da sua beleza era a magnífica praia da Areia Preta.
Incrustada numa pequena angra era ali que nas tardes de Verão  os habitantes desta cidade concorriam em grande número para se divertirem, quer nadando quer gozando a fresca aragem vinda do mar.
Frente à enseada, as escalvadas Nove Ilhas e a Lêng-Têng quebravam a monotonia do extenso horizonte com as suas recortada s silhuetas, disfrutando-se assim da praia um admirável e inspirador cenário.
Enterradas na praia, os recifes e os penhascos, brunidos e exalviçados pela ressaca das vagas, forneciam outra nota de graciosidade ao local já de si tão aprazivelmente encantador.” (GOMES, Luís Gonzaga – Curiosidades de Macau Antiga, 1996)
Eudore de Colomban Aterros de Macau Siac 1927Má Kau Seac (Macau-Siac) significa ” Rochedo do Cavalo no Coito“, pois essa pedra tinha a forma de dois cavalos a cobrir-se um ao outro; ficava na Areia Preta, tendo sido destruída durante os trabalhos das Obras do Porto Exterior.
A Monografia de Macau /Ou-Mun Kei-Leok diz a pág. 37: «Na encosta setentrional fica a Ma-Kau-Seak (Rochedo do Dragão-Cavalo), diminuto, áspero  sem base, pois é sustentado por três pequenos blocos de pedra, que têm sido conservados até hoje, alisados pelas vagas do mar
12-10-1922 – Foi assinado o contrato definitivo da empreitada da primeira fase das obras do porto artificial de Macau, entre o representante do governo da província, o Almirante Hugo de Lacerda, Director das Obras dos Portos , e o Engenheiro Vam Exter, representante da companhia adjudicatária «The Netherland Harbour Work & C.º» Amesterdão”. (GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954)
“15-04-1925 – Contratos celebrados entre a Direcção das Obras  dos Portos e a «Netherlands Harbour Works Co.»; publicação em Boletim Oficial e divulgação através de separatas (A.H.M. – F.A.C.  P. n.º 126-S-C)”. (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997)

Anteriores referência de Ma Kau Seac /Macau Siac, ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ma-kau-seac-macau-siac/
Fotos do livro COLOMBAN, Eudore de – Resumo da História de Macau, 1927.

“Junto à embocadura do rio, existia uma povoação de pescadores que trocava o peixe, recolhido no alto mar, por arroz e legumes cultivados por agricultores que viviam para além dos muros da cidade, no local hoje conhecido por Bairro de Mong-Há.
Um dia, quando os pescadores andavam na faina, foi visto um grande cardume de peixe, nadando e saltitando em alta velocidade, em direcção às nove ilhas. Desde logo, os pescadores concluíram que qualquer coisa de anormal provocara aquele súbito movimento colectivo.
Minutos mais tarde, o céu cobriu-se de nuvens escuras e um forte vendaval veio colocar em perigo a maioria dos juncos de pesca, devido às gigantescas ondas que se formavam . Numa luta desesperada contra as forças da natureza, os pescadores tentaram chegar à Ponta da Cabrita, na ilha da Taipa, mas algumas embarcações foram de encontro aos enormes calhaus que havia naquelas bandas.

Pormenor Macau Taipa Ponta Cabrita 1934Pormenor de um Mapa de 1934 onde se assinala a localização da Ponta Cabrita
(arrasada para construção do aeroporto de Macau)

Quando o vendaval começou a abrandar, por entre as negras nuvens que cobriam o firmamento, os pescadores depararam-se coma  presença de um vulto sobre o mar, semelhante à imagem de uma mulher, que, de braços abertos e girando em tornos dos quatro pontos cardinais , parecia ordenar fim ao temporal.
De facto, assim aconteceu: de repente, o Sol tornou a brilhar sobre o azul do firmamento, como se nada tivesse acontecido, deixando os homens do mar boquiabertos.
De regresso a Macau, os pescadores ancoraram na Praia do Manduco e imediatamente foram agradecer à deusa A-Má, a quem atribuíram ele bondoso milagre que lhes poupara a vida, acendendo pivetes e oferecendo bons acepipes, como manda a tradição.

Pormenor Mapa Macau Siac 1929Pormenor de um Mapa da Colónia de Macau, de 1929
Sinalizada a zona de Macau Siac, já com os aterros efectuados.

Nessa mesma tarde, os pescadores reuniram-se numa residência, a fim de trocarem impressões sobre o acontecimento, tendo a maioria concluído que tinham tido a mesma visão.
A partir de então, resolveram destinar parte do lucro da venda do pescado para a construção de um novo templo (Macau-Siac) que foi, entretanto, erguido no topo de um pequeno outeiro existente nas proximidades do reservatório de água.
BARROS, Leonel – Tradições Populares, Macau. Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), 2004.
Sobre o Templo de Ma Kau Seak /Macau-Siac, e a Ponta de Cabrita, ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/07/15/o-pagode-de-macau-seac-jaime-do-inso-1929/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ponta-cabrita/

Mapa que muitos ainda se recordarão, pendurado  no “quadro preto” ou na parede da Escola Primária (na sala da 4.ª classe).

Mapa de Portugal Insular e Imperio Colonial Português - 1934MAPA DE PORTUGAL INSULAR E IMPÉRIO COLONIAL PORTUGUÊS

Este mapa é de 1934; edição da LIVRARIA ESCOLAR “PROGREDIOR”  (Rua Passos Manuel – Porto); coordenado por Manuel Pinto de Sousa.

Mapa de Macau 1934Assinalados na cidade de Macau:  os Fortes de D. Maria II, da Guia, de S. Francisco, de S. Tiago da Barra; as  Portas do Cerco, a Ilha Verde já com istmo de ligação à cidade, a Baía da Praia, e Macau Siac.
Na Taipa: o Forte da Taipa, a Ponta Cabrita e  a Ponta Maria.
Em Coloane: o Forte Coloane, a Ponta de Cahó (Ka Hó) , a Baía de Hac-Sá, as povoações de Cahó (Ka Hó),  de Lai Chi Van, de Coloane, de Hac Sá e de Tai Van;
e as pequenas ilhas : da Pedra, de Kai Kiong e a Pedra da Areca.