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Poesia de J. M. da Fonseca datada de Novembro de 1854 e publicada no «Boletim do Governo da Província de Macau, Timor e Solor», de Dezembro desse ano (1) com o título “A AMASONA” (lorcha de guerra «Amazona») e dedicado ao 1.º Tenente J. E. Scarnichia (2) que em 10 de Novembro de 1854, passou a comandar já no posto de 2.º tenente, a lorcha de guerra Amazona.(1) Extraído de «BGPMTS» I-7 de 2 de Dezembro de 1854, p. 27
(2) João Eduardo Scarnichia (1832- 1888) guarda marinha em 1841, colocado na corveta D. João I em 1853 e em 10 de Novembro de 1854, passou a comandar no posto de 2.º tenente, a lorcha de guerra Amazona. Por esta brilhante acção de 12 de Novembro de 1854, foi promovido por distinção em 12-11-1854, a 1.º Tenente. Do comando da Amazona passou a desempenhar o cargo de Capitão do Porto de 1861 a 1876. Depois foi comandante da Polícia Marítima durante 8 anos (1868-1876) e posteriormente em 1877 foi eleito deputado pelo círculo de Macau. Reeleito, exerceu o cargo de deputado até à morte. (TEIXEIRA, Mons. Manuel – Marinheiros Ilustres Relacionados com Macau)
Anteriores referências em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/joao-eduardo-scarnichia/
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Antigamente, o aviso de aproximação dos tufões, aos habitantes e gentes do mar, era feito com hasteamento de bandeira e com tiros de canhão quando o ciclone caía sobre a cidade. Em 1898, a Repartição da Administração Marítima de Macau começou a adoptar as “Bandeiras do Código Internacional para as Letras”, (1) concebidas pelos Serviços Meteorológicos de Xangai, para informar os cidadãos da vinda e direcção dos tufões. O actual sistema de aviso por código de sinais numerados foi adoptado pela Capitania dos Portos de Macau em 1912, em consonância com os sistemas usados nas zonas costeiras da China e de Hong Kong.(2) 
Mas a adopção dum “signal para indicar a probabilidade de taes temporaes, com uma bandeira “toda branca com um quadrado vermelho no centro” acompanhado “com um tiro de peça”, já é de 1862, com a publicação do AVISO emitido pelo Conselho do Governo no Boletim Oficial de 16 de Agosto de 1862.
Extraído do «Boletim do Governo de Macao» VIII – n.º 37 de 16 de Agosto de 1862
(1)
(2) Retirado do Catálogo “Em Tempo de Tufões” do Instituto Cultural do Governo da RAEM., 2014.
Ver anteriores referências a sinais de tufão em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/sinais-de-tufao/

Extraído do Boletim do Governo de Macau, VIII- n.º 23 de 10-05-1862.

O 2.º tenente João Eduardo Scarnichia (1) da guarnição da corveta D. João I, (2) foi nomeado, em 10 deste mês, comandante da lorcha Amazona que fez de vela, às 11.30 horas em direitura a Coulan, onde avistou na baía muitas embarcações de piratas, tendo uma delas disparado um tiro que foi imediatamente respondido. A Amazona foi fundear próximo do «Canton», onde estava o comandante do «Encounter», que lhe comunicou tencionar bloquear o porto durante a noite, para atacar os piratas na manhã seguinte. À vista encontravam-se mais cinco barcos a vapor, o «Barracuda», o «Encounter», o «Styx» e o «Charles Forbes», todos ingleses, e o americano «Queen». Pouco depois das 9.00 horas, a Amazona recebeu ordens para romper fogo, batendo as fortificações que os piratas tinham construído à beira mar, a fim de proteger o desembarque das forças anglo-americanas. Uma hora depois, efectuado o desembarque, a Amazona cessou o fogo e Scarnichia desembarcou com 11 soldados da Naval e 16 praças da marinhagem, com os guarda-marinhas J. J. d´Almeida e Álvaro A. M. da Silva, a fim de se juntar às forças anglo-americanas. Os piratas fugiram para as montanhas. Foram capturadas nesta acção 22 peças, sendo o maior calibre 12, queimaram-se 60 embarcações de diversos tamanhos e destruíram-se quatro povoações abandonadas. Perderam-se apenas 2 homens da força americana. (3)
Sobre esta importante acção naval conjunta, o Comandante-Chefe das Forças Navais Inglesas, Contra-Almirante J. Sterling enviou ao Governador de Macau um honroso ofício, em que se exalta a actuação da Lorcha de Guerra «Amazona» e o brilhante comportamento do seu jovem Comandante, nos seguintes termos: (4)
«Bordo do navio Winchester, de S. M. B., surto em Hongkong, 21 de Novembro de 1854.
Ex.ª J. Guimarães, Governador de Macao.
Ex. mo Sr.–A expedição contra a grande força dos piratas, reunidos na ilha de Tylo, tendo cumprido satisfactoriamente o seu objectivo, como V. Ex.ª melhor verá pela cópia inclusa da exposição feita pelo Capitão O´Colloghan; tenho a honra de expressar a V. Ex.ª a minha gratidão pelas informações tão francamente dadas por V. Ex.ª préviamente áquelle serviço, e pelo auxilio prestado á expedição com a cooperação da Amazona. V. Ex.ª conhecerá pelo offido do Capitão O´Colloghan a honrosa menção que elle faz, do brilhante, e habil comportamento do Sr. João Eduardo Scarnichia, commandante da Amazona, e permitta-me V. Ex.ª que eu lhe rogue se sirva tarnsmittir áquelle official o meu respeitoso reconhecimento pelos seus serviços. V. Ex.ª conhecendo desde ha muito tempo a minha pessoal inclinação para com a nação a que pertence o Sr. Scarnichia, facilmente compreenderá o grande prazer que eu tenho em ver-me habilitado a fallar por tal modo da conducta da Amazona. Tenho a honra de ser de V. Ex.ª muito obediente e humilde criado–J. Stirling, Contra-Almirante e Commandante em chefe.”

(1) João Eduardo Scarnichia (1832- 1888) guarda marinha em 1841, colocado na corveta D. João I em 1853, chega a Macau em 1854. Casou na Sé de Macau com Maria Nikol Goularte em 1856. Em 10 de Novembro de 1854, passou a comandar no posto de 2.º tenente, a lorcha de guerra Amazona. Por esta brilhante acção de 12 de Novembro de 1854, foi promovido por distinção em 12-11-1854, a 1.º Tenente. Do comando da Amazona passou a desempenhar o cargo de Capitão do Porto de 1861 a 1876. Depois foi comandante da Polícia Marítima durante 8 anos (1868-1876) e posteriormente em 1877 foi eleito deputado pelo círculo de Macau. Reeleito, exerceu o cargo de deputado até à morte. (TEIXEIRA, Mons. Manuel – Marinheiros Ilustres Relacionados com Macau)
(2) A corveta D. João I largou de Lisboa a 6-10-1853, chegando a Macau em 1854 sob o comando do capitão-de-fragata Carlos Craveiro Lopes, com escala pelo Cabo da Boa Esperança e Timor, levando na viagem 6 meses e vinte e tantos anos.
(3) GOMES, Luís Gonzaga – Efemérides da História de Macau.
(4) http://www.library.gov.mo/macreturn/DATA/PP159/PP1592071.HTM
NOTA: pode-se ler o relatório que o Tenente Scarnichia dirigiu ao Governo, pelo Ofício de 13NOV1854 em:
http://www.library.gov.mo/macreturn/DATA/PP159/PP1592071.HTM

João Eduardo Scarnichia AlmanaqueDo “Almanach Luso-Chinez de Macau para o Anno de 1866”

Anterior referência a João Eduardo Scarnichia em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/09/24/noticia-24-de-setembro-de-1865-farol-da-guia/