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Para assinalar o DIA DA CIDADE, 24 de Junho – dia do seu padroeiro, São João Baptista – em 1992, foi comemorada com diversas actividades:

– Três exposições: uma fotográfica sobre o “Leal Senado  e o Cidadão”, uma de flores de lotus e uma de notas. A mostra fotográfica, na galeria de exposições temporárias do município, destinada a informar os cidadãos sobre as actividades e o funcionamento do Leal Senado, abriu a 23 de Junho e esteve patente durante quase 15 dias. A exposição de flores de lotus decorreu no novo parque municipal Dr. Sun Iat Sem, construído junto ao canal dos Patos. O Banco Nacional Ultramarino que nesse ano festejava os 90 anos da sua presença no território promoveu, também no Leal Senado, uma exposição de notas, moedas e documentos de Macau.

– Uma corrida pedestre pelas ruas de Macau – “Uma légua na cidade”, a corrida pedestre aberta a todos os cidadãos, reuniu atletas divididos em cinco escalões: homens, mulheres, deficientes físicos, adultos com mais de 55 ano e crianças com menos de 13. Concentrados manhã cedo no Largo do Senado, os atletas correram cerca de 4.500 metros.

– Uma representação teatral

– Um espectáculo de variedades no Largo do Senado

No dia anterior, 23 de Junho, foi celebrada missa na Sé Catedral em honra de São João Baptista e à noite realizou-se o arraial de S. João em Hac Sá, Coloane.

Fotos e informação extraídos de «MacaU», II série n.º 4 de Agosto de 92, p.91.

Anúncio duma empresa sediada na Avenida Almeida Ribeiro (Largo do Senado) n.º 11-13, publicitando:

“Pintor, empreiteiro, fornecedor, fotógrafo, fabricante de carimbos de borracha e molduras. Conserto e pintura de imagens”

Extraído de «BOGPM»,  n.º 3 de 20 de Janeiro de 1923, p. 57

É como fotografo que aparece nos Anuários de Macau de 1922 (p. 366) e 1924 (475).

E no Anuário de Macau, 1927 (p. 316), já aparece como “atelier, vendendo artigos fotográficos”

Em 12 de Janeiro de 1774, o governador Saldanha (1) sugere ao Vice Rei da Índia que se renova a cadeia do terreiro de St.º Agostinho, para junto do Senado e dá a razão: o tronco ou cadeia está em lugar solitário, tendo apenas em frente uma casa com janelas para outra parte e o Convento de S.to Agostinho, que tem apenas uma pequena janela de coro que dá para a cadeia; esta «não tem capacidade, nem fortaleza nem segurança». Mas junto ao Senado há uma casa do estado que se pode transformar em cadeia segura. O Vice-rei (D. José Pedro da Câmara) remeteu cópia desta carta ao Senado, a 4 de Maio de 1775, preguntando se havia algum inconveniente; como o Senado respondesse que havia grande despesa e dificuldades, o Vice-rei, a 30-04-1776, determinou «que não faça inovação alguma».

Para a cadeia que ficava anexa ao Senado, foram transferidos, pouco depois de 1776, os presos do tronco que ficava no Largo de Santo Agostinho, e que deu o nome à Calçada do Tronco Velho. (2) A casa onde antes estava era dos jesuítas, alugadas ao Senado; a nova, do Estado. A nova cadeia deu o nome “Rua da Cadeia,” (3) que em 1937 recebeu o nome de Rua Dr. Soares, em homenagem ao Dr. José Caetano Soares. (4) A 5 de Setembro de 1909, os presos passaram para a Cadeia Pública na Colina de S- Miguel e em 1990 para Coloane. (5) (6)

(1) Carta do Governador de Macau Diogo Fernandes Salema de Saldanha, datada de 12-01-1774: “O tronco desta Cidade está situado em hum lugar tão desamparado de cazas, que não tem mais que humas, q´ ficão de fronte delle com janelas para outra parte, e o convento de S. Agostinho, que não tem para parte delle mais que huma piquena janela do seo coro. Tambem não tem capacidade nem fortaleza, nem segurança para prezos recomendáveis; e como junto a caza do Senado, que hé o mais publico lugar há humas cazas pertencentes a Fazenda Real da Administração do Adjunto desta mesma Cidade, as quaes tem capacidade para nella se fazer huma cadeya segura, e com commodos suficientes, e fortes p.ª nella se prenderem os prezoz … Supplico a V. Exa. determine que trocando-se estas do actual tronco pelas outras junto do Sennado; nestas se estaleca a cadeya publica.» Ver anterior referência em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/diogo-fernandes-salema-e-saldanha/

(2) Calçada do Tronco Velho começa no Largo de Santo Agostinho, ao cimo da Calçada do Gamboa, e termina entre a Rua do Dr. Soares (outrora Rua da Cadeia) e a Rua dos Cules, em frente do Beco da Cadeia. Em chinês chamava-se 监牢斜巷 Kam Lou Ch´é Hóng, (7)  i. é, Calçada ou Encosta do Tronco Velho. O tronco ficava no Largo de S. Agostinho, passando depois para junto do Senado. (6)

(3) Rua da Cadeia começa na Rua dos Cules e acaba no Largo do Senado (hoje, Avenida Almeida Ribeiro) («Cadastro das Vias Públicas de 1874») Existe ao Beco da Cadeia que está junto da Rua dos Cules, tendo a entrada entre esta rua e a Rua do Dr. Soares, em frente da Calçada do Tronco Velho (6)

(4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/rua-da-cadeiarua-dr-soares/

(5) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume I, 2015, p.277.

(6) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, volume I, 1997, p. 331-332

(7)监牢斜巷mandarim pīnyīn: jiān lóu xié hàng; cantonense jyutping: gaam1 lou4 ce3 hong6. Hoje o nome chinês é 東方斜巷 mandarim pīnyīn: dōng fāng xié hàng; cantonense jyutping: dung1 fong2 gaam1 lou4 ; calçada oriental, referindo-se ao hoje inexistente Cine-Teatro Oriental (東方戲院) que esteva nessa calçada, desde 1950 a 1973.

Notícia publicada na imprensa estrangeira (1) sobre os festejos da aclamação (2) do rei D. João VI (3) realizados em Macau, no dia 26 de Dezembro (4) que começou com uma salva real e assistindo o Senado a uma Missa pontifical. Às 15 horas foi inaugurado o retrato do Rei, no salão nobre do Senado.

(1)«The Asiatic Journal and Monthly Register for British India and its Dependencies»,  VOL V – From July to December 1819, p. 396.

Retrato de D. Joao VI por Albertus Jacob Frans Gregorius.

(2) A aclamação do rei de Portugal era a cerimónia em que o herdeiro ao trono ascendia a monarca de Portugal. Em Portugal, após a coroação de D. João IV que se tornou rei de Portugal em 1640, este colocou a sua coroa aos pés de uma estátua de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, declarando-a “a verdadeira Rainha de Portugal” , nunca mais existiu uma coroação, existindo no seu lugar uma aclamação. https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_VI_de_Portugal

 (3) Em 20 de Março de 1816, faleceu a rainha Dona Maria I, subindo ao trono seu filho e já regente (por demência de D. Maria I), o futuro João VI de Portugal (1767-1826). A sagração não se realizou de imediato, sendo aclamado somente em 6 de fevereiro de 1818, dois anos depois, com grandes festividades. Sua aclamação realizou-se no Rio de Janeiro (Brasil) onde estava o reino. D. João VI (O Clemente) foi rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves de 1816 a 1822 (ano da independência do Brasil) e depois, de 1822 até à sua morte, em 1826, rei de Portugal e Algarves.

(4) O “Bando” do Senado, de 18 de Dezembro de 1818 anunciava para as 15 horas do dia 26 de Dezembro, a aclamação de D. João VI, no lugar das Casas do Leal Senado, com festejos nos dois dias seguintes. SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 20165 p. 30

CONVITE

Convite (20 cm x 10 cm) da Comissão Organizadora (Instituto dos Desportos de Macau e Associação Amadora de Voleibol de Macau) do “Grande Prémio Mundial de Voleibol Feminino em Macau” para estar presente na inauguração da exposição fotográfica sob o tema “O Grande Prémio Mundial de Voleibol Feminino em Macau”, no dia 12 de Setembro de 1996, pelas 17H45, no Largo do Leal Senado, na qual estiveram presentes as jogadoras das quatro equipas participantes nesta ronda (3.ª – Grupo F em Macau): Brasil, China, Coreia do Sul e Rússia.

AUTOCOLANTE

Foram também distribuídos um autocolante (15 cm x 10 cm) com o logotipo desta 3.ª edição do Grande Prémio Mundial de Voleibol Feminino.

O Grande Prémio decorreu nos dias 13 a 15 de Setembro de 1996, no Forum de Macau.

BOLETIM

No dia anterior, 11 de Setembro, foi divulgado o boletim “Daily Bulletin”, Vol. 1 , (folhas agrafadas; 29,5 cm x 21 cm) com as informações sobre o calendário dos jogos e indicações pormenorizadas das selecções participantes bem como das jogadoras.

Anúncios “curiosos” datados de 2 de Setembro de 1873, e publicados na «Gazeta de Macau e Timor», I. 51 de 9 de Setembro de 1873, p. 4.

A data consagrada à memória do grande bombeiro português Guilherme Gomes Fernandes (1) – 20 de Agosto – foi, como nos anos anteriores, aproveitada pelos briosos bombeiros municipais de Macau para assinalar o «Dia do Bombeiro». Constantes dum programa cuidadosamente elaborado, os festejos deste ano tiveram brilhantismo especial, dada a presença honrosa de mais de 30 bombeiros de Hong Kong que se deslocaram a Macau, propositadamente, para assistirem às comemorações. Agrupados em duas deputações, os bombeiros visitantes pertenciam à «Hong Kong Fire Brigade» e ao «Auxiliary Fire Service», os primeiros sob o comando de Lee Pin Cheng e os últimos comandados por Henry Cheng, totalizando as duas deputações 34 homens.

Durante a romagem ao monumento-ossário dos bombeiros

De manhã foi hasteada, no mastro do quartel dos bombeiros municipais, a bandeira da corporação. Pelas 8.30 horas, o Revdo. Cónego Fernando Maciel celebrou, na capela do Cemitério de S. Miguel, uma missa em sufrágio das almas dos bombeiros falecidos, após o qual, houve uma romagem ao monumento-ossário dos bombeiros, onde várias individualidades depuseram coroas de flores naturais e onde foi observado um minuto de silêncio. Pelas 13 horas, no quartel, perante a formatura dos bombeiros, o comandante do Corpo, Sr. Manuel Dimas Pina, leu um trecho sobre a vida e personalidade de Guilherme Gomes Fernandes, cujo valor foi enaltecido com justiça.

O Bispo de Macau, benzeno, no Largo do Senado, a nova autobomba

Pelas 17 horas, no Largo do Senado e imediações, juntou-se uma enorme multidão que ali assistiu à bênção duma nova autobomba «Dennis», adquirida pelo Município de Macau para o serviço dos bombeiros. A bênção da nova viatura foi dada pelo Ver. Bispo de Macau, D. Policarpo da Costa Vaz, tendo a Da. Laurinda Marques Esparteiro servido de madrinha que pronunciou na ocasião as seguintes palavras: «Que a Divina Proveniência acompanhe sempre esta autobomba e todos os que a manejarem na sua nobre e humanitária missão». Em seguida, as viaturas do Corpo de Bombeiros Municipais desfilaram ao longo da Avenida Almeida Ribeiro, vindo prestar continência ao Governador e principais autoridades da Província, próximo do edifício do Leal Senado, em cuja varanda se encontravam.

Milhares de pessoas assistiram, no Largo do Senado, à demonstração do potencial de água

No Largo do Senado e circundando o monumento de Mesquita, houve, seguidamente, uma demonstração do potencial de água, com 12 agulhetas habilmente manejadas pelos bombeiros, demonstração que entusiasmou grandemente a enorme assistência.

No campo desportivo da Praia Grande (antigo campo dos operários; hoje ocupado pelo Hotel Grand Lisboa), realizou-se um encontro de bolinha entre o Grupo Desportivo «Negro- Rubro» e a equipa da «Hong Kong Fire Brigade», o qual terminou pela vitória do primeiro, que ganhou por 6-2. À noite, no quartel da corporação, foi servido um jantar a que assistiram os bombeiros de Hong Kong e de Macau, representantes da Imprensa e outros convidados. A festa terminou com uma animado sarau musical, levado a efeito pelo grupo «Negro-Rubro».” (2)

(1) Guilherme Gomes Fernandes (1850- 1902). Fundador, em Portugal, da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários (1874-75) e do Corpo de Salvação Pública, foi nomeado Comandante do Corpo de Bombeiros em 1877 e Inspector de Incêndios do Porto em 1885. De seguida, transferiu-se para a Companhia de Incêndios (designada Corpo de Salvação Pública a partir de 1889 e Batalhão de Sapadores Bombeiros de 1946 em diante), assumindo o cargo de comandante. Biografia mais completa em: https://ahbvvc.com/pt/guilherme-gomes-fernandes

(2) Retirado de «MBI», III-50 de 31 de Agosto de 1955, pp. 5-6 https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/09/30/leitura-corpo-de-bombeiros-municipais-de-macau-em-1955/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/08/18/noticia-de-18-de-agosto-de-1953-dia-do-bombeiro/

Hoje, 152 anos atrás, neste preciso dia de 11 de Junho, dia do Corpo e Sangue de Cristo – DIA DE CORPO DE DEUS – , realizou-se a habitual procissão que saiu da Sé Catedral pelas 17h30.

Extraído de «BPMT». XIV-22 de 30 de Maio de 1868, p. 161-162

O último postal da colecção “A Harmonia das Diferenças” – fotografias do princípio aos meados do século XX (1902 -1950) – publicados pelo Instituto Cultural do Governo da R. A. E. M / Arquivo Histórico de Macau, em 2015. (1)

De 1950, um retrato dos homens dos riquexós, (2) em tempos de chuva, “estacionados” no Largo do Senado, aguardando os clientes.

Homens dos riquexós em tempos da chuva c. 1950
Verso do postal

O meio de transporte mais popular e mais barato, em Macau, até finais da década de 40 (seculo XX) era o riquexó ou jinrixá (2). Em 1950 estavam ainda registados na cidade de Macau, 25 empresas ou locadores deste tipo de veículos, embora cada vez em menor número. Assim como exemplo o número de licenças passadas pelo Leal Senado de Macau para jinrixás de aluguer, no ano de 1948, decaíram ao longo do ano: 1.º trimestre (1106), 2.º trimestre (948), 3.º trimestre (955) e 4.º trimestre (873) e para jinrixás particulares ao longo do ano, somente 13 licenças. (Anuário de Macau, 1950)

LARGO DO SENADO c. 1940

No Largo do Senado, os riquexós de aluguer estacionados. Vê-se ainda dois automóveis ligeiros que em finais da década de 30, em Macau, já eram cerca de 200.

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/postais/

(2) Anteriores referências aos riquexós/ jinrixás https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/riquexos/

Continuação da divulgação dos postais da colecção “A Harmonia das Diferenças” – fotografias do princípio aos meados do século XX (1902 -1950) – publicados pelo Instituto Cultural do Governo da R. A. E. M / Arquivo Histórico de Macau, em 2015. (1)

O primeiro que o postal indica ser de c. 1925, (2) retrata o acampamento na Ilha Verde dos alunos da Universidade de Leng Nam (Cantão) que visitaram o território.

Alunos da Universidade de Leng Nam (Cantão) (3) acampados na Ilha Verde, c, 1925
Verso do postal

O outro postal é de 1927

Dança do Dragão no Largo do Senado, c. 1927 (4)
Verso do postal

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/postais/

(2) A data precisa da visita a Macau, dos estudantes chineses da Universidade Leng Nam de Cantão foi a 17 de Novembro de 1926. A Academia do Liceu Central de Macau retribuiu a visita dos estudantes da Universidade de Leng Nam em 7 de Dezembro de 1926 (A. H. M. – F.A. C.P. n.º 209 – S-E e 696 – S-V) in (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997)

(3) Universidade de Lingnan 嶺南大學; (mandarim pīnyīn: Lǐngnán Dàxué; cantonense jyutping: Leng5 Naam4 Daai6 Hok6)) em Guangzhou fundado em 1888 por missionários americanos Presbiteranos (Andrew Happer) (5) com o nome de Colégio Cristão de Cantão (格致書院). Em 1907 transformou-se numa escola médica e em 1916 passou a ser Universidade Lingnan. Nacionalizado em 1952, em 1953, ficou incorporado na Universidade de Chung Shan (hoje Universidade Sun Yat–sen)  e em 1988 de novo denominado Colégio Lingnan. Membros da Universidade fugidos da China para Hong Kong e, fundaram, em 1967, nesta colónia o Colégio Lingnan (a partir de 1999 Universidade Lignan,)

A Universidade devido às perseguições religiosas na Dinastia Qing, mudou-se para Macau em 1900 e era denominada em Macau por 嶺南學堂. (6). Regressou a Cantão em 1904. https://en.wikipedia.org/wiki/Lingnan_University_(Guangzhou)

(4) Referência anteriores à Dança do Dragão em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/dragao/

(5) Ver biografia em: https://en.wikipedia.org/wiki/Andrew_P._Happer

(6) 嶺南學堂 mandarin pīnyīn: lǐng nán xué táng; cantonense jyutping: leng5 naam4  hok6 tong4