Archives for posts with tag: Largo do Lilau

Inserido numa das zonas mais típicas da parte histórica da cidade, o Largo do Lilau sofreu obras de beneficiação ao nível das fachadas dos edifícios e das calçadas, levadas a cabo pelos Serviços Técnicos Municipais do Leal Senado em colaboração com o Instituto Cultural de Macau (ICM). Um conjunto de cerimónias organizadas pelo Leal Senado, reunindo no local velhas famílias macaenses, animou o antigo bairro em Janeiro de 1996. Música e uma palestra do escritor Henrique de Senna Fernandes sobre a história e a lenda do Lilau assinalaram igualmente a devolução daquele espaço à cidade e à sua população.

Quem bebe água do Nilau / não mais esquece Macau/ Ou casa aqui em Macau/ou etão volta a Macau. Assim reza a lenda descrita nos versos populares, que nos dão conta de um sentimento comum a todos os macaenses: a saudade.

Nilau (em cantonense, Nei-lau) significa «corrente (de água) do monte. É o nome chinês primitivo (hoje pronunciado indevidamente Lilau) da colina da Penha. O culto da água, elemento e força fundamental da vida orgânica, princípio base do «fong-soi» ou geomancia, conferiu à Fonte do Nilau foros de mito.

O Largo do Lilau, zona privilegiada do património arquitectónico, histórico e cultural de Macau, integra o circuito pedonal das igrejas que passa pela Barra, junto ao Porto Interior, e terminou nas Ruínas de S. Paulo, o ex-libris do Território. A designação Largo do Lilau, em chinês Á Pó Chéang Cai Tei, foi decidida pelo Leal Senado na sessão ordinária de 1 de Setembro de 1995.

Extraído de “Leal Senado, Uma Experiência Municipal (1989-1997) ”, p.55

NOTA “Nas crónicas de S. Agostinho, lê-se: «Na cidade de Nome de Deos de Macao temos huma ermida consagrada a Nossa Senhora da Penha de França em hum dos montes da cidade, chamado Nilao, edificada pelo Padre Fr. Estevão de Vera Cruz, prior do convento da mesma cidade em o anno de 1623, em cuja fábrica muito trabalhou gastando do convento (alem das esmolas) trezentos, e tantos taéis de prata» in TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, 1997, p. 249

Extraído do «Boletim do Governo de Macau e Timor» n.º 9 de 2 de Março de 1868, p. 49.
NOTAS:
FONTE DE LILAU – originariamente denominada Bica do Nilau (nome primitivo da colina que depois é conhecida como Colina da Penha por ter sido lá construída  a Ermida de Nossa Senhora da Penha da França). Foi destruída.

Hoje no Largo do Lilau existe uma fonte que tenta memorizar a bica original.
BALSA – fogo de artifício chinês, muito comum em Macau até à década de 20 (séc. XX) depois caiu em desuso. Este fogo de artifício era chamado porque os foguetes eram colocados em balsas ou baldes Construía-se uma armação em bambu, espécie de torre de dois ou três andares, e em cada andar punha-se uma balsa de foguetes. Acendia-se a primeira, esta ao explodir pegava fogo à segunda e assim sucessivamente. (1)
Referência à «balsa» na «Carta de Siára Pancha a Nhim Miquéla» escrita em «3 de janero de 1865» (2)
Outro dia Voluntario inglez (3) d´Hong Kong já vem Macáo ! Qui lai di bonito ! eu já vai olá também. Macáo parece França, tudo gente fallá. Tem tifin (4), revista di tropa, salva de vinte un há tiro, balsa à note qui bonito, gastá cô tudo aquelle flamancias três mil fóra pataca.
“TUTI”TOU TEI – 土地 – Deus da Família – nos mitos antigos, Tou Tei é um deus que governa a terra, por isso esta festividade se denomina “Festa do Deus da Terra”. Ver anterior referência em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/02/27/noticia-de-27-de-fevereiro-de-2017-tou-tei-o-deus-da-familia/
(1) BATALHA, Graciete Nogueira – Glossário do DIalecto Macaense. Coimbra, 1977.
(2) Ta-Ssi-Yang-Kuo , Tomo I, 1899, p. 324.
(3) Refere-se à visita dos soldados voluntários da colónia inglesa de Hong Kong a Macau no dia 19 de Novembro de 1864, armados e com artilharia, com exercícios no campo de S. Francisco. Estiveram em Macau até o dia 21. Ver anterior referência a esta visita em postagem já publicada em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/01/19/noticias-de-19-a-21-de-novembro-de-1864-visita-do-corpo-de-voluntarios-de-hong-kong-a-macau/
(4) “TIFIN” É o mesmo que “lunch” (almoço)

Da colecção dos postais emitida em 16 de Julho de 2005  com o tema “Macau Património Mundial” (1) apresento hoje o postal (15 cm x 10,5 cm) emitido nesse dia com o mesmo tema  e dedicado à CASA DO MANDARIM – um dos edifícios patrimoniais do Centro Histórico de Macau e inscrito na Lista do Património Mundial da Unesco em 2005.

澳門 世界 遺 產
MACAU PATRIMÓNIO MUNDIAL
MACAO WORLD HERITAGE

POSTAL - CASA DO MANDARIMConstruído antes de 1869, este foi o lar de arquitectura tradicional chinesa da proeminente figura literária chinês Zheng Guanying, cujos trabalhos sobre mercados económicos influenciaram tanto o Dr. Sun Yat Sen e Mao Tse Tung e que foram utilizados por eles promovendo grandes mudanças históricas na China. Este complexo residencial de estilo tradicional chinês que tem uma área de cerca de 4.000 metros quadrados também com espaços abertos, integra vários estilos arquitectónicos e  constitui o maior complexo residencial Chinês existente em Macau. Está localizado junto ao Largo do Lilau, um dos primeiros da cidade ao estilo das praças Portuguesas.
POSTAL - CASA DO MANDARIM verso(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/04/18/dia-internacio-nal-dos-monumentos-e-sitios-postal-macau-patrimonio-mundial/
Anterior referência à Casa do Mandarim em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/casa-do-mandarim/