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A Comissão Administrativa da Associação de Futebol de Macau (1) organizou e fez disputar em Campeonato Escolar de Futebol de Macau, no ano de 1956, com a participação de sete escolas de território.
No dia 26 de Fevereiro (domingo) no Campo Desportivo «28 de Maio», após o desfile de apresentação das sete equipas perante as Autoridades e o público, realizou-se o primeiro encontro em que intervieram a equipa da Escola Comercial «Pedro Nolasco» e a equipa do Liceu nacional Infante D. Henrique. (2)

As equipas das sete escolas saúdam as Autoridades e o público após o desfile de apresentação (foto pouco nítida)

(1) Na época de 1956/57 a Associação de Futebol de Macau, fundada em 1 de Junho de 1939, foi dirigida por uma Comissão Administrativa, nomeada pela Portaria do Governo da Província, de 14 de Dezembro de 1956, publicada no Boletim Oficial n.º 50, do mesmo ano, e assim constituída:
Presidente – Dr. Carlos Augusto Correia Pais de Assunção
Vogal-secretário – José Silveira Machado
Vogal-tesoureiro – Manuel de Magalhães
(2) «MBI», III-62 de 29 de Fevereiro de 1956, p.14

No dia 26 de Abril de 1972, a equipa de honra do Hóquei Clube de Macau (H. C. M.) acompanhados do presidente do Conselho Provincial de Educação Física, José Silveira Machado, do presidente da Comissão Administrativa do Hóquei Clube de Macau, Humberto Rodrigues, e de outros dirigentes, esteve pelas 16,00 horas, no Palácio da Praia Grande, para apresentar cumprimentos de despedida ao Governador.
A digressão desportiva ao Japão no período de 29 de Abril a 6 de Maio, compreendeu 4 encontros de hóquei em campo. Os jogadores macaenses actuaram em Osaka, no dia 29 de Abril como Selecção de Macau contra a Selecção de Osaka; em Tóquio, no dia 1 de Maio, como Hóquei Clube de Macau contra a Universidade de Keio e em Tóquio, no dia 3 de Maio como Selecção de Macau contra a Selecção de Tóquio. O último jogo que se realizou no campo desportivo de Kemigawa (Tóquio), os hoquistas macaenses representaram Portugal no primeiro encontro oficial de hóquei em campo entre Portugal e o Japão (já relatado numa anterior postagem) (1)

Os dirigentes do H.C.M. mostram ao Governador as lembranças que iam oferecer aos grupos japoneses a enfrentar na sua digressão desportiva.
Da esq p/ dta.: José Silveira Machado, Governador José Nobre de Carvalho, Humberto Fernando Rodrigues, Mário Aureliano Robarts (de costas) e António Lagariça..

Os hoquistas e dirigentes do H.C.M com o governador no Palácio da Praia Grande
(peço uma ajuda dos amigos para uma correcta identificação de todos os que estão nesta fotografia)

O Engenheiro Humberto Rodrigues, em nome dos hoquistas presentes agradeceu ao Governador o subsídio concedido, permitindo assim que um velho sonho acalentado durante tantos anos pelas diversas equipas do H. C. M. se visse transformado numa flagantre realidade. Acentuou, no entanto, que essa deslocação ao Japão não visava unicamente efeitos desportivos; pretendia-se que ela fosse também uma oportunidade para a publicidade turística de Macau, não esquecendo os aspectos culturais.

O Presidente do Leal Senado no acto da entrega de galhardetes e mensagens para os municípios de Osaka e Tóquio.
Da esq p/ dta: Joaquim Morais Alves, Humberto Fernando Rodrigues, Pedro Xavier, Amadeu Cordeiro,  António Almeida e ?

Os hoquistas de Macau também estiveram no gabinete do Presidente do Leal Senado, Joaquim Morais Alves para lhe apresentarem cumprimentos de despedida e receberam dele os galhardetes e mensagens para serem entregues aos presidentes dos municípios de Osaka e Tóquio. A embaixada não ia ao Japão apenas para jogar. Levava também a incumbência de estreitar os laços de amizade entre a cidade de Macau e as referidas cidades japonesas.
Os jogadores e dirigentes do Hóquei Clube de Macau partiram no dia 27 de Abril, pelas 11,00 horas. À partida da caravana assistiram numerosas pessoas. Entre os presentes, o Presidente do Leal Senado, Joaquim Morais Alves e o Presidente do Conselho Provincial de Educação Física, José Silveira Machado, representando os munícipes e o sector desportivo local. E lá partiram…
NOTA: Informações de Henrique José Manhão Jr. que relatou em diário esta digressão para o bissemanário católico «O Clarim», reproduzido depois no Boletim de Informação e Turismo.
(1) NOTÍCIA DE 6 DE MAIO DE 1972 – O PRIMEIRO PORTUGAL-JAPÃO EM HÓQUEI EM CAMPO:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/05/06/noticia-de-6-de-maio-de-1972-o-primeiro-portugal-japao-em-hoquei-em-campo/

A propósito do filme «Caminhos Longos» que abordei em anteriores postagens (1) (2) , encontrei outra notícia relacionada com este filme no BGU (3)
Caminhos Longos” (1955), drama, 105 minutos, produção da «Eurásia Filmes», realização e argumento de Eurico Ferreira com Chung Ching, Wong How, Irene Matos, José Pedro, Joaquim Rufino e Lola Young. Estreado no Teatro Vitória no dia 23 de Novembro de 1955.
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/11/23/noticias-23-11-1955-caminhos-longos-uma-iniciativa-arrojada-da-eurasia-filmes/
(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/05/07/noticia-filme-caminhos-longos/
(3) «BGU» XXXI- 1955.

Nos enleios subtis de fantasia,
Florido é o jardim da vida bela!
Quantos há que, sonhando, vivem nela
De doces ilusões em prenhe orgia!
 
Por longes terras, leda correria,
Libando em cada flor, em cada estrela,
Não temem o perigo de perdê-la.
Que ditoso sonhar, doce magia!
Mas não é de sensatos tal viver,
Pois a vida não é flor, é amargura
E a ilusão do  prazer mui pouco dura.
 
Na vida é mor fortuna mais sofrer;
Ter espinhos, martírios suportar.
Que prazeres e gozo é vão sonhar!

Rolando das Chagas Alves (1)
O Clarim“, 1950

(1) Poema de Rolando das Chagas Alves incluído nas duas antologias : “Trovas Macaenses” (1992), p. 163 e “Antologia de Poetas de Macau” (1999), p. 93.
Rolando das Chagas Alves, nasceu em Macau em 1923. Foi funcionário dos Serviços de Saúde e do Banco Nacional Ultramarino em Macau. Um dos fundadores do jornal «O Clarim» (2) e colaborador em vários jornais de Macau, nomeadamente «O Clarim», «Notícias de Macau» e «Gazeta Macaense»
É seguramente, um dos melhores poetas da sua geração e de até ao tempo actual, nada justificando o semi-anonimato em que permanece a sua poética, de tão impressiva como genuína qualidade.
Poeta de grande sensibilidade e de observação impressionista, tem-se por grande pesar não haver ainda publicado em forma de livro, o melhor da sua poesia“(REIS, João C. – Trovas Macaenses, 1992.)
(2) O jornal “O Clarim” que iniciou como semanário, a sua publicação em 2 de Maio de 1948 , só apareceu quando um grupo de jovens católicos (composto por José Patrício Guterres, Herculano Estorninho, José Silveira Machado, Abílio Rosa, Gastão de Barros, José de Carvalho e Rego, Rui da Graça Andrade e Rolando das Chagas Alves) apresentou aos padres Fernando Leal Maciel e Júlio Augusto Massa a ideia de publicarem um jornal.
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Clarim_(Macau)
Anterior referência em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/rolando-das-chagas-alves/

MOSAICO I-6 FEV 1951 SALVE MACAU (IV) José Silveira MachadoA José Silveira Machado
e
José dos Santos Ferreira

Junto ao palácio dum chinês ricaço
O miserável cule e o jerinxá (1)
O rico vai tomar o iâm-chá (2)
Graças ao pobre de potente braço.

Chegam ao restaurante em tempo escasso
Que o animal é forte e espera já
O câm-sé (3) que o senhor não deixará
De lhe dar, como prémio ao seu bom passo. (4)

E enquanto o pobre fica a avaliar
O óbulo de há tanto ambicionado
O rico pede o chá que pouco tarda …

… Mas o cule também quer petiscar:
Entra e senta-se então na mesa ao lado,
Toma o jornal, pede os a-cau (5) e aguarda …
                                                                      Hernâni Anjos

As referências seguintes são notas do próprio autor:
(1) Pequeno carro de duas rodas e dois varais, de tracção humana
(2) Deliciosa e curta refeição chinesa
(3) Gorjeta
(4) “Passo” tem aqui acepção de “andamento”
(5) Aperitivo feitos a base de camarão
Ver anteriores sonetos em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/hernani-anjos/
Referências anteriores a José Silveira Machado e José dos Santos Ferreira em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jose-silveira-machado/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jose-dos-santos-ferreira/

No dia 15 de Janeiro de 1955, realizou-se no Teatro D. Pedro V, o 3.º concerto da temporada,  promovido pela Delegação de Macau do Círculo de Cultura Musical  (1) sendo concertista o conhecido violinista escocês Maurice Clare (2) que foi acompanhado ao piano por Janeta  McStay, (3) uma das melhores pianistas da Nova Zelândia. Ao concerto assistiu o Governador, Almirante Joaquim Marques Esparteiro  e família. (4)
MBI 35 15JAN55 - Concerto CCM I(1) A delegação de Macau do Círculo de Cultura Musical (com sede na Avenida da República s/n) foi inaugurada no dia 24 de Junho de 1952, por ocasião da visita do Ministro do Ultramar, Comandante Sarmento Rodrigues a Macau. Nesse dia, foi promovido o primeiro concerto com a apresentação de dois artistas portugueses de destacado valor e conhecido relevo no meio musical: o jovem (com 16 anos de idade) pianista Sérgio Varela Cid (5) e o Director de Orquestra e violinista Silva Pereira.(6)

MBII 36 31JAN55 - Direcção CCM24JUN1952A Direcção da Delegação de Macau do Círculo de Cultura Musical com Silva Pereira e Sérgio Varela Cid no dia 24 de Junho de 1952

A Direcção, no ano de 1952, era constituída por Dr. Pedro José Lobo, presidente (3.º a contar da esq.);  Luís Gonzaga Gomes, secretário (2.º a contar da esq.);  Dr. Abel de Carvalho, director-artístico (2.º a contar da dt.); Dr. António Nolasco da Silva, vogal (1.º a contar da dt.) e José Silveira Machado, tesoureiro. (6)
MBI 35 15JAN55 - Concerto CCM Maurice Clare(2) Maurice Clare, em 1962, violinista e chefe de orquestra inglês.
National Library of Australia
http://trove.nla.gov.au/work/167571308?selectedversion=NBD49347224
MBI 35 15JAN55 - Concerto CCM Janetta MacStay(3) Janetta McStay, pianista neo-zelandesa.  Biografia consultar em:
http://www.musicinnz.com/Issues/mcstay.htm
Janetta McStay, final déc 50 (séc.XX) (Fotografia de Clifton Firth)
(4) Macau Boletim Informativo, 1955
(5) Sérgio Varela Cid (1935 – desaparecido no Brasil, em 1981, declarado morto em 1994, o seu corpo  nunca foi encontrado ), concluiu o curso no Conservatório Nacional, com 19 valores. Foi estudar para Londres, onde viveu praticamente toda a sua vida, e de onde encetou uma carreira internacional de concertista. Em finais dos anos 70 muda-se para o Brasil. Considerado um dos mais célebres e talentosos pianistas, no entanto, a sua vida privada (jogador inveterado e possível envolvência com negócios de contrabando) levaram-no ao triste fim.  (COSTA, Joel – Balada para Sérgio Varella Cid. Casa das Letras, 2007).
(6) Silva Pereira (1912-1992) violinista e chefe de orquestra, realizou os seus estudos musicais no Conservatório Nacional, onde obteve as mais altas classificações. Após terminados os estudos em Portugal, Silva Pereira parte para Paris, cidade onde prossegue os estudos de violino findo os quais inicia uma brilhante carreira internacional de concertista que o leva a actuar em diversos palcos da Europa, África e Extremo Oriente. Mais tarde dedicou-se à arte de reger vindo a apresentar-se em público, em 1944, como maestro. Maestro titular da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional/Porto, cargo que ocupa entre 1957 e 1974, ano em que é nomeado maestro titular da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional/Lisboa, posteriormente Orquestra Sinfónica da RDP. Silva Pereira manteve-se nestas últimas funções até 1989, ano em que a Orquestra da RDP foi extinta. Entre 1975 e 1980, exerceu ainda funções de director musical do Teatro Nacional de S. Carlos.
Informação retirada de António Ferreira em:
http://www.rtp.pt/antena2/premio-jovens-musicos/obras-compositores/maestro-silva-pereira_3082
(6) Macau Boletim Informativo, 1955.
NOTA: no Youtube circula  concertos dos artistas atrás referidos, nomeadamente:
Maurice Clare e Galina Solodchin com a Orquestra de Camerata String, em 1968:  “J. S.Bach Concerto for two violins & strings, second movemente”
https://www.youtube.com/watch?v=SAXM_gnr-s4
e Sérgio Varela Cid, em 1968,  “Beethoven Sonata n.º 23 “Appassionata“.
https://www.youtube.com/watch?v=bpua7Sto48g

Foi inaugurada, no dia 1 de Janeiro de 1952, a sede da filial do Sport Lisboa e Benfica, com grande entusiasmo dos benfiquistas locais.

MOSAICO III-17-18 1952 - Inauguração sede SMB ISe não me engano, no meio, o Professor António da Conceição, um sportinguista entre os convidados e benfiquistas.

O «Sport Macau e  Benfica» foi fundado em 13 de Agosto de 1950  e era a filial n.º 74 do «Sport Lisboa e Benfica» de Portugal. Os Estatutos foram aprovados pela Portaria n.º 4:888, de 23 de Dezembro de 1950, publicada no Boletim Oficial n.º 51, de 1950.
No triénio de 1953 e 1955, tinham cerca de 400 sócios.
As actividades  desportivas do então Clube eram: futebol, ténis de mesa e desportos atléticos.
Neste triénio os corpos gerentes eram:
ASSEMBLEIA GERAL
Presidente – Tenente-coronel José Domingos Lampreia
Vice-presidente – Frederico Nolasco da Silva
1.º Secretároio – Fernando de Ayala Vieira
2.º Secretário – José da Conceição Noronha
DIRECÇÃO
Presidente – Guilherme Vitaliano da Silva
Vice-presidente – José Silveira Machado
Secretário-geral – Manuel Araújo da Costa
Secretário-adjunto – Tenente António Moreira da Costa
Tesoureiro – Carlos Maurício dos Santos
Tesoureiro-adjunto – Joaquim de Sousa Fava
Vogal – Francisco Florêncio Peru
CONSELHO FISCAL
Presidente – Manuel de Magalhães
Relator – Manuel Joaquim Eusébio
Secretário – Pedro Ló da Silva

MOSAICO III-17-18 1952 - Inauguração sede SMB IIA sede que foi inaugurada, ficava na Rua Nova à Guia n.º 19-J.

NOTA: actualmente, o clube «Sport Lisboa e Benfica» de Portugal está representado em Macau pela «Casa do Sport Lisboa e Benfica em Macau» mais conhecida como “Benfica de Macau“. Em futebol, é o actual bi campeão da Liga de Elite (1.ª divisão do Campeonato de futebol de Macau) – 2014 e 2015.

Número especial/suplemento do Diário de Notícias de 1980, (1) dedicado a MACAU / 澳門/OU MUN, com 62 páginas, 33 cm x 24 cm, muitas delas com anúncios das empresas privadas sediadas em Macau, nesse ano.

Diário de Notícias 1980 MACAU

Diário de Notícias 1980 MACAU CONTRACAPANa contra-capa o anúncio do BNU idêntico ao já publicado no post”
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/05/16/anuncio-do-banco-nacional-ultramarino-de-1981/

Na primeira página, na introdução, «MACAU: década de 80»:
Os anos 80, do século XX, ficarão assinalados na História de Macau, como os do período de maior surto de desenvolvimento económico verificado no território, como salientou o governador Melo Egídio, em declarações confiadas ao “Diário de Notícias”, durante uma deslocação a Lisboa, em Abril deste ano, ao afirmar que “até ao final desta década a fisionomia de Macau deverá alterar-se extraordinariamente”.

Diário de Notícias 1980 MACAU Ruínas S. PauloAlguns dos principais artigos incluídos neste suplemento:

Macau: uma porta aberta para a China,
Desporto Macaense,
Macau: desafio a Portugal,
Jogo: concessão exclusiva para a fortuna ou para o azar,
Mais de 20 milhões de contos de exportações em 1979.

Diário de Notícias 1980 MACAU MapaSituada na orla meridional da costa da China sensivelmente a meio do delta formado pelos rios Pérola e do Oeste, o território de Macau compreende uma superfície total de apenas 15,5 kim2., incluindo as ilhas de Taipa (ligada a Macau pela ponte Nobre de Carvalho) e de Coloane (ligada à Taipa por um aterro). A população não deverá atingir, actualmente os 400 000 habitantes (estimando-se que 97 por cento sejam chineses), existindo três centros de refugiados vietnamitas, com cerca de 3 900 pessoas, considerados (apesar das condições de improvisação) dos melhores daquela área geográfica.

(1)   O Diário de Notícias tinha como director Mário Mesquita e Director-Adjunto Dinis de Abreu. Na primeira página:
Os textos inseridos neste suplemento são da responsabilidade do jornalista Beltrão Coelho. Colaboram também o secretário-adjunto para a Coordenação Económica de Macau, Dr. Henrique de Jesus e, para tratar de Desporto, José Silveira Machado. As fotografias foram obtidas pelos repórteres fotográficos Manuel Cardoso, Leong Chiu Ngôk e Franky Lei.”

Macau Mitos e Lendas CAPANa “Apresentação”, o autor, José Silveira Machado (1) (2) refere o conteúdo do livro:

Se é certo que os chineses permitiram que os portugueses se estabelecessem na pequena aldeia de pescadores, à beira do Rio das Pérolas, é certo que a China ficou em Macau.
Ficou com os seus mitos, as suas lendas, as suas festividades. Nos pagodes de pedra rendilhada, o chinês, na sua religião politeísta, presta culto ao deus da paz, ao deus da guerra, ao deus da ciência, ao deus da fortuna, venera Kum Iam, a deusa da misericórdia, Neong Ma, a protectora das gentes do mar, respeita os heróis, reverencia os antepassados, procura apaziguar os espíritos malignos… (…)

Macau Mitos e Lendas CONTRACAPA

Daí este pequeno livro chamar-se “Macau Mitos e Lendas” pois nele se narram algumas lendas ligadas ao passado deste território, as dos templos de Kun Iam, de Lótus e de Tou Tei, e se descreve, em relação a outras lendas chinesas, como se festejavam antigamente essas efemérides, Sete Irmãs, Bolo Lunar, Barcos-Dragão, que ocupam um lugar de destacada primazia na mitologia chinesa

São 15 pequenas histórias relacionadas com lendas e festividades de Macau e a última (16.ª) está relacionada com Confúcio.

(1)   MACHADO, José Silveira – Macau, Mitos e Lendas. Editora Mar-Oceano, Macau, 1998, 137 p., 23 cm x 16 cm.
(2)   Anteriores referências a José Silveira Machado, em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jose-silveira-machado/

UM ASPECTO DA FACHADA DO TEATRO VITÓRIA NA NOITE DE ESTREIA DO FILME  «CAMINHOS LONGOS»

A Eurásia Filmes, Limitada“, (1) novel empresa cinematográfica, constituída há pouco mais de um ano, promoveu, no dia 23 de Novembro findo (1955) a estreia da sua primeira produção de longa metragem, «Caminhos Longos», (2)  em sessão especial no Teatro «Vitória»,  a que assistiram Sua Ex.ª o Governador da Província, Almirante Joaquim Marques Esparteiro, e a sua Ex.ma esposa, Sr.ª Dr.ª D.ª Laurinda Marques Esparteiro, bem como numerosas entidades e individualidades convidadas…(…) O filme continuou em exibição no mesmo cine-teatro, nos três dias seguintes, com a casa sempre cheia…..(…)
IRENE MATOS, A JOVEM ESTREANTE DE «CAMINHOS LONGOS», OFERECE UM LINDO RAMO DE FLORES À EXMA. SRA. DRA. D. LAURINDA MARQUES ESPARTEIRO

Ao mesmo tempo que se abalançou a traçar na tela uma história, que mais não é do que uma das muitas facetas da vida desta terra, a Eurásia Filmes não se esqueceu de reproduzir também Macau, focando na mesma tela os inúmeros recantos de beleza e as lindas paisagens com que a Natureza dotou esta cidade.
O público teve, assim, ocasião de ver Macau na tela, de admirar quão linda ela é e quanto  de sedutor tem o conjunto quiçá incomparável das suas belezas.

UM ASPECTO DA GALERIA DO TEATRO VITÓRIA NA NOITE DE ESTREIA, VENDO-SE NA PRIMEIRA FILA, SUA. EXA. O GOVERNADOR DA PROVÍNCIA E OUTRAS INDIVIDUALIDADES COMO PEDRO JOSÉ LOBO  e  JOSÉ SILVEIRA MACHADO.

 A sessão de estreia do filme teve a honra da presença de Sua Ex.ª o Governador, Almirante Joaquim Marques Esparteiro, a quem Silveira Machado,(3) produtor do filme, dirigiu as primeiras palavras, de saudação e agradecimento, momentos antes da passagem da película…(…)
Outro nome proferiu ainda Silveira Machado: o do Sr. Dr. Pedro José Lobo (4) « alma grande de artista, espírito de iniciativas arrojadas, inteligência privilegiada e desempoeirada»… (5)
NOTA: Infelizmente não há nenhuma cópia deste filme.
Sobre o filme “Caminhos Longos”, poderá consultar:
“As minhas memórias” de Eurico Ferreira em
http://bloomland.blogspot.pt/2007/07/as-minhas-memorias_22.html e
http://macauantigo.blogspot.pt/2009/05/caminhos-longos-1955.html
 (1) Sobre a “Eurásia Filmes Limitada“, ver anterior post:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/filmes/”>https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/filmes/
(2)Caminhos Longos” (1955), drama, 105 minutos, realização de Eurico Ferreira (e argumenstista) com Chung Ching, Wong How, Irene Matos, José Pedro, Joaquim Rufino e Lola Young
(3) José Silveira Machado foi o produtor e co- argumentista do filme
(4) Pedro José Lobo consta como “Film Editing” do filme (IMDB)
(5) Retirado do artigo não assinado do Boletim «MACAU»III-56, 1955.