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“10-04-1822 – O coronel José de Aquino Guimarães e Freitas foi nomeado, pelo Governador José Osório de Castro Cabral e Albuquerque e Leal Senado da Câmara, para ir a Lisboa felicitar, em nome da cidade de Macau, el-rei D. João VI pelo seu regresso do Brasil, e o Soberano Congresso pela sua instalação. José de Aquino partiu de Macau para esse fim em 14 de Abril a bordo do navio “Scaleby Castle” da Companhia das Índias.” (1)

“Ephemerides Commemorativas da Historia de Macau; Das Relações da China com os Povos Christãos” (1867) (p.34) por António Marques Pereira

(1) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954, p.72

(2) Sobre o coronel José de Aquino Guimarães e Freitas, ver em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/09/29/leitura-memoria-sobre-macao-de-1828/

Pequeno livro , primeiro ensaio da história de Macau de FREITAS, José de Aquino Guimarães – Memoria sobre Macao. Coimbra na Real Imprensa da Universidade, 1828, 94 p., (20 cm x 11, 5 cm) (com encadernação: 20,5 cm x 12,5 cm x 1,2 cm) (1)

Encadernação, com lombada de pele decorada a ouro.
No frontispício: letra manuscrita “Oferta do Auctor” e “ natural da Província de Minas Gerais, Coronel de Artilheria, ex-Procurador da mesma Cidade, e actualmente Governador da de Coimbra
Ilustrado com um quadro de dados da população cristã, homens de 14 anos para cima; homens, dito para baixo; mulheres e escravos por freguesias: Sé, São Lourenço e em S. António. (Capítulo XI, p. 14)

Do autor, José de Aquino Guimarães e Freitas, recolhi as seguintes informações:

I – “O Sr. A. Marques Pereira ocupou-se deste autor n’uma serie de artigos biobibliográficos publicada no Ta ssi yang kuo, de 1864, e aí leio: «Chegou (o coronel José de Aquino) a Macau pelos anos de 1815, e serviu no batalhão do príncipe regente, sob as ordens do brigadeiro Francisco de Mello da Gama Araujo, que mais tarde foi governador de Diu. Recebida em Macau, em 1822, a noticia do regresso de D. João VI a Portugal, o governador e capitão geral desta cidade, que então era José Osório de Castro Cabral e Albuquerque, nomeou o coronel José de Aquino Guimarães e Freitas (2) para passar a Lisboa com a comissão de felicitar a sua majestade e sua real família pela sua feliz chegada a seu país natal, e ao soberano congresso pela sua instalação e progressivo empenho pelo bem nacional, devendo ao mesmo tempo dar conta da «maneira satisfatória com que se tinha recebido e solenizado em Macau o novo sistema constitucional.» A esta nomeação se uniu o leal senado, conferindo a José de Aquino os poderes de seu deputado. Tratando-se desta possessão portuguesa, não devem deixar de comemorar-se aqui os importantes artigos e memorias, que a seu respeito se encontram nos Annaes Maritimos e Coloniaes”. http://www.castroesilva.com/store/sku/1311JC035/memoria-sobre-macao

II – “JOSÉ DE AQUINO GUIMARÃES E FREITAS, natural de Minas geraes; Coronel de Artilheria, e Governador militar de Coimbra em 1828. Tractando-se d’esta possessão portugueza, não devem deixar de commemorar-se aqui os importantes artigos e memórias, que a seu respeito se encontram nos Annaes Marítimos e Coloniaes (Diccionario, tomo i, n.° A, 335), na serie 1.» n.°s  8, 9 e 10-“ SILVA, Inocêncio Francisco da, Diccionário Bibliographico Portuguez, IV, , 1860, p. 249. file:///C:/Users/ASUS/Downloads/016843-04_COMPLETO.pdf

III – “Nascido na segunda metade de Setecentos em Minas Gerais, no Brasil, coronel de artilharia e procurador da cidade mineira, servidor militar em Angola, mais tarde no ocaso da sua vida, governador de Coimbra, José de Aquino Guimarães e Freitas viria a publicar aquele que se mostra cronologicamente o mais antigo trabalho singular de história de Macau. Tendo visitado e cumprido funções militares no enclave português do Sul da China nas primeiras décadas do século XIX, por volta de 1820 a 1825.”(ver NOTA I) https://www.researchgate.net/publication/279195897_Um_autor_e_uma_obra_para_a_memoria_da_presenca_colonial_portuguesa_em_Macau_e_no_mundo_asiatico_A_Memoria_sobre_Macao_de_Jose_de_Aquino_Guimaraes_e_Freitas_1828”

 (1) O livro está disponível para leitura em: https://books.google.pt/books?id=OP1AAAAAcAAJ&printsec=frontcover&hl=pt-PT#v=onepage&q&f=false

(2) “10-04-1822 – O Coronel José de Aquino Guimarães e Freitas foi nomeado pelo Governador José Osório de Castro Cabral e Albuquerque e Leal Senado da Câmara, para ir a Lisboa felicitar, em nome da cidade, o Rei D. João Vi, pelo seu regresso do Brasil, e o Soberano Congresso, pela sua instalação, seguindo para o seu desempenho desta missão, no dia 14 de Abril, a bordo do navio Scaleby-Castle da Companhia das Índias.” SILVA, Beatriz Basto da — Cronologia da História de Macau, Volume 3, 1995, p.44.

10 de Abril de 1822 – Ephemerides Commemorativas da Historia de Macau; Das Relações da China com os Povos Christãos por A. Marques Pereira http://purl.pt/32607/2/

Trabalhando na sua especialidade de artilharia no batalhão português de Macau sob as ordens do Brigadeiro Dionísio de Melo Sampaio, José de Aquino Guimarães e Freitas apenas cumpriria uma tarefa prestigiante no território quando, em 1822, foi nomeado pelo governador e Leal Senado para representar em Lisboa a cidade na cerimónia de felicitações pelo regresso do Brasil de D. João VI”. SILVA, Beatriz Basto da — Cronologia da História de Macau, Volume 3, 1995, p.44.

NOTA I – Aconselho leitura do trabalho do Professor e Investigador Ivo Carneiro de Sousa, publicado  em “Administração” n.º 76, vol. XX, 2007-2.º, 619-645 : “Um autor e uma obra para a memória da presença colonial portuguesa em Macau e no mundo asiático: A “Memória sobre Macao” de José de Aquino Guimarães e Freitas (1828)” , disponível em: https://www.researchgate.net/publication/279195897_Um_autor_e_uma_obra_para_a_memoria_da_presenca_colonial_portuguesa_em_Macau_e_no_mundo_asiatico_A_Memoria_sobre_Macao_de_Jose_de_Aquino_Guimaraes_e_Freitas_1828”

NOTA II: disponível para leitura carta do Leal Senado que José de Aquino Guimarães e Freitas apresentou à sua majestade em 9 de Março de 1825, Arquivos de Macau, 3.ª série Vol XXVI, nº 4 – Outubro de 1976,  pp 176-177-178 http://www.archives.gov.mo/library/slsfiles/201108/22/154554_am-iii-26-04.pdf

“Por Provisão de El-Rei D. João VI de 19 de Dezembro de 1821, se faz saber ao Governador do Estado da Índia que as Cortes Gerais e Extraordinárias da nação ordenam que os Governadores das Províncias Ultramarinos se não chamem mais Capitães-gerais mas usem somente o título de Governadores.”
Macau conheceu sucessiva, alternada ou concomitantemente os seguintes agentes de Governo: Chefe Ocasional, (1) Capitão de Terra, (2) Capitão-mor da Viagem ao Japão, (3) Capitão da cidade, (4) Capitão de Guerra, (5) Capitão-mor da cidade, (6), Conselho do Governo ou Junta governativa, (7) Governador e Capitão-Geral, (7) (8), Capitão-Geral (9) e Governador-Geral (10) 

MACAO – António Mariz Carneiro
1639

Alguns exemplos dos titulares do governo de Macau:
(1) 1557-1558 – Governo ocasional de Leonel de Sousa.
Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/leonel-de-sousa/
(2) Nos primeiros tempos de Macau havia um Senado, cujos membros eram eleitos a intervalos regulares. Um capitão-mor, nomeado pelo vice-rei da Índia, que seguia anualmente para o Japão, aguardava em Macau a monção favorável para a viagem e, durante este tempo era-lhe confiada a presidência do Senado.
1558-1587 – Governo de Diogo Pereira – capitão de terra nomeado pela população, governado com 2 homens-bons, sem prejuízo para o capitão da viagem ao Japão que sobrepõe enquanto permanecia em Macau, e sempre na dependência do Vice-Rei da Índia.
(3) 1558-1559 – Rui Barreto – Capitão-Mor da Viagem ao Japão.
(4) 1600 – D. Paulo de Portugal – Capitão da Cidade.
(5) 1616 – Francisco Lopes Carrasco foi nomeado governador permanente de Macau, mas não chegou a tomar posse efectiva do cargo. Deveria encarregar-se das fortalezas. Viria no entanto mais tarde, como Capitão de Guerra, independente do Capitão-Mor da Viagem ao Japão.
Ver anterior referência em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/08/31/noticia-de-31-de-agosto-de-1616-governador-francisco-lopes-carrasco/
(6) 1616-1617 – Lopo Sarmento de Carvalho – Capitão-Mor da Cidade. Cargo que repetiu em 1621-1622. 1632 e 1634.
Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/lopo-sarmento-de-carvalho/
(7) 1622 – 1623 – Um conselho de Governo de quatro membros, presidido por frei António do Rosário, tomou conta do governo, até à chegada, nesse ano, do primeiro governador e capitão-geral, D. Francisco Mascarenhas.
(8) 7 de Julho de 1623 – Posse de D. Francisco Mascarenhas (cercou de muralha a cidade). Governou então, a chamada Primeira Capitania Geral de Macau,  até 18 de Julho de 1626.
Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/francisco-mascarenhas/
(9) 1628 – D. Jerónimo da Silveira – Capitão-Geral
(10) Nessa data de 18 de Dezembro de 1821 estava no governo de Macau, José Osório de Castro de Albuquerque que foi substituído em 23 de Setembro de 1823, por uma comissão absolutista chefiada pelo Major Paulino da Silva Barbosa. O primeiro governador com regalias legais de Governador, depois do liberalismo (1822), foi Bernardo José de Sousa Soares Andrea.
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/bernardo-jose-de-s-s-de-andrea/
Informações retiradas de:
SILVA, Beatriz Basto da – Elementos de História de Macau, Volume 1, 1986 e Cronologia da História de Macau, Volume 3, 1998;
Anuário de Macau de 1980.