Archives for posts with tag: John Thomson

No dia 5 de Novembro de 1869, regressou a Macau o Governador António Sérgio de Souza (governo de 3 de Agosto de 1868 a 22 de Março de 1872) de volta de Hong Kong para onde tinha ido no dia 2 a fim de cumprimentar o príncipe Alfredo, Duque de Edimburgo (1) (primo do Rei Português D. Luís) e assistir à recepção oficial, representação teatral e baile em honra do príncipe.

Extraído de «BPMT», XV-45 de 8 de Novembro de 1869, p. 203

O Duque Alfredo de Inglaterra visitou Macau, vindo de Cantão no dia 9 de Novembro (estadia de 1 dia) (ver para postagem no dia 9 de Novembro)

Duke of Edinburgh, Alfred Ernest Albert, Sydney, ca. 1868, por Montagu Scott

(1) Alfred Ernest Albert (1844 – 1900) foi proclamado Duque de Edimburgo em 1866 até ser duque de Saxe-Coburg e Gotha de 1893 a 1900 (herdado do seu tio Ernesto II do Imperio germânico). Segundo filho da Raínha Victoria e Príncipe Alberto de Saxe-Coburg e Gotha. Fez carreira militar na Marinha inglesa, atingindo o posto de “Admiral of the Fleet” e entre outros cargos (Commander-in-Chief, Plymouth; Mediterranean Fleet, Channel Fleet; Admiral Superintendent of Naval Reserves, Malta), foi capitão do navio “HMS Galatea” e com este navio visitou Hawai em 1969 e depois Nova Zelândia (1.º membro da família real a visitar este país) com desembarque em Wellington em 11 de Abril de 1869. Foi depois ao Japão sendo o primeiro príncipe europeu a visitar este país (em 4 de Setembro de 1869, foi recebido pelo então adolescente imperador Meiji em Tóquio) e passou por Hong Kong, Cantão e Macau (um dia) em Novembro, para em Dezembro estar na Índia onde permaneceu três meses. https://en.wikipedia.org/wiki/Alfred,_Duke_of_Saxe-Coburg_and_Gotha

The Galatea, in Hong Kong harbour, carrying H. R. H. The Duke of Edinburgh. Iconographic Collections Keywords: John Thomson; john thompson; Water; J. Thomson; China; Landscape”(2)  in https://en.wikipedia.org/wiki/Alfred,_Duke_of_Saxe-Coburg_and_Gotha

(2) John Thomson (1837-1921) um dos primeiros fotógrafos a viajar para o oriente, estava em Hong Kong desde 1868 (ficou cerca de 4 anosneste território) tendo registado este visita real com fotografias a pedido do capelão colonial anglicano,  William Beach, para figurar num livro/álbum (3) comemorativo da visita e cuja receita foi para construção do novo coro da Catedral de St. John, em Hong Kong. https://www.princeton.edu/~graphicarts/2011/12/john_thomson_in_hong_kong.html

(3) John Thomson (1837-1921) and Rev. William R. Beach, Visit of His Royal Highness the Duke of Edinburgh, K.G., K.T., G.C.M.G., to Hong kong in 1869: Compiled from the Local Journals, and Other Sources (Hong kong: London: Printed by Noronha and Sons, Government Printers; Smith, Elder and Co., 1869).

NOTA: está disponível a série de fotos que John Thomson realizou dessa visita em: https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:1869_Duke_of_Edinburgh%27s_visit_to_Hong_Kong

Ver anteriores referências a este fotógrafo neste blogue em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/john-thomson/ .

“Chinese Marine Temple, Macao” (1)
Atribuído a  John Thomson 1870s – 1890s (2)

(1) https://artsandculture.google.com/asset/chinese-marine-temple-macao/XwHWkEfOobj4-w
(2) Ver referências anteriores em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/john-thomson/

“Festa de arromba, porém, e que ficaria a marcar, foi a que o governador, Visconde de S. Januário deu, no dai 31 de Outubro, para assinalar o aniversário natalício do rei D. Luís, para a qual se tinham efetuado, com a devida antecedência, todos os preparativos, para que nada faltasse ao luzimento que se lhe pretendia imprimir. Era, portanto, esperada com grande ansiedade, na cidade, não se falava noutra coisa, e, efectivamente, a sua realização excedeu toda a expectativa.
Nessa noite, a Praia Grande, desde o largo do Chunambeiro (hoje Praça Lobo d´Avila) até ao quartel do batalhão, mostrou-se garridamente engalanada, sendo uma fita continua de balões multiformes e multicores, e as fachadas das moradias ao longo dessa avenida apresentavam-se primorosamente iluminadas, diligenciando os seus proprietários por se superarem uns aos outros em riqueza de ornamentação, originalidade e bom gosto, sendo de destacar o palácio do Barão do Cercal, que tinha no centro da elegante varanda uma luz eléctrica – autêntica novidade para a época – levando as espias até ao topo do mastro do consulado – era ele cônsul da Itália – balões de variedades cores.

Macau – Praia Grande
Fotografia de John Thomson, 1870 (1)
https://wellcomelibrary.org/item/b11767042#?c=0&m=0&s=0&cv=0&z=-0.3509%2C0.0056%2C1.789%2C0.8411

Na residência de B. E. Carneiro via-se o retrato de D: Luís a óleo, encaixilhado numa cercadura de cristal policromo e lanterninhas de diversas cores dispostas em arco nas janelas.
A varanda de Bernardino de Sena Fernandes. De todas a que mais sobressaía na Praia Grande, estava enfeitada com as letras V. L. I., encimadas por uma estrela, constituindo também atracções que obrigavam os transeuntes a deter-se para as admirar, as residências do Visconde do Cercal, cônsul do Brasil, a do Sr. Garcia e a do cidadão britânico Deacon, cônsul de Portugal em Cantão.
No mar, a iluminação mais surpreendente era a da lancha a vapor dos agentes de emigração, brilhantemente decorada à veneziana, e dois grandes lustres espargiam intensa luz em frente do peristilo do Palácio do Governo
Era tão grande a concorrência nas ruas, que as cadeirinhas – meios de transporte usados nessa época – dificilmente conseguiram prosseguir o seu caminho, obrigadas constantemente a longos compassos de enervante espera.
No Palácio do Governo, com o salão recentemente ampliado e intensamente iluminado por grande profusão de luzes e reflexos de cintilantes cristais dos lustres e candelabros bem como dos grandes espelhos que ornamentavam as suas paredes, iniciou-se o baile, a preceito, com a esposa do Governador de Hong Kong, sir Arthur Kennedy e este com a esposa de Carlos Correa Paes d´Assumpção.
O jardim, onde se armou um pavilhão chinês e se serviam refrescos, estava um brinquinho. As três salas contíguas ao salão do dossel estavam, porém, mobiladascomo nos anos anteriores, mas com mais profusão de luzez, tendo a segunda das salas sido toda forrada de branco e preparada para valsas e polcas. No elegante bufete, caprichosamente ornamentado e disposto, serviam-se, interminavelmente, os mais finos vinhos e gelados.
Lauta e rica fora a ceia com que pelas duas horas de manhã, se banqueteavam os convivas.”
…………………………………………………continua (2)
(1) John Thomson (1837-1921) efectuou a sua primeira visita à China entre 1868 e 1872, registando a vida e os costumes locais através da fotografia. Tirou mais de 200 fotografias obtidas compreendendo tiradas em Macau, Hong Kong, Guangzhou, Shantou, Fuzhou, Xiamen, Taiwan, Shanghai, Ningbo, Nanjing, Sichuan, Tianjin, Beijing e Pequim, entre outros locais.
http://www.gcs.gov.mo/showNews.php?DataUcn=78902&PageLang=P
Ver referências anteriores  em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/john-thomson/
(2) GOMES, Luís Gonzaga – Páginas da História de Macau, 2010, p.301
Referências anteriores em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/10/08/leitura-a-vida-em-macau-no-ano-de-1872-i-outubro/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/10/17/leitura-a-vida-em-macau-no-ano-de-1872-ii-17-de-outubro/

Uma nota inserida no «The Canton Register», Vol 8, DEC 8th, 1835, n-º 49, p. 195, (assinada com o nome de “Cícero”), acerca dos pintores chineses da escola de Lam Qua.
Lam Qua 林官  (1), foi um pintor chinês da província de Cantão, que com os seus retratos de estilo ocidental (muitos são retratos de mercadores estrangeiros e chineses de Cantão e Macau) criou uma “ fábrica /escola” de desenho e pinturas (onde se fazia também cópias de pinturas e depois quadros a partir de fotografia) na sua oficina em Cantão (na zona dos grandes armazéns estrangeiros) grande parte destinados a clientes ocidentais.
Foi o primeiro pintor chinês a ter uma exposição dos seus quadros no Ocidente

“View of Foreign Factories, Canton, 1825–1835” atribuído a Lam Qua
Lam Qua trabalhando num estúdio em Hong Kong c. 1850
Fotografia de John Thomson (2) (3)

Auto-retrato de Lam Qua cerca de 1840

 

Embora sempre referenciado como discípulo em 1820 de George Chinnery, (4) este terá negado que fosse um seu aluno. Chinnery ensinou muitos estudantes chineses e provavelmente por intermédio destes e dos próprios quadros de Chinnery, exerceram uma grande influência na pintura de estilo ocidental de Lam Qua.
Lam Qua é também conhecido por ter colaborado com o médico Peter Parker, (5) pintando os retratos dos doentes com patologia pré operatória, a maioria com  tumores  e deformidades (3)

 

Auto-retrato de Lam Qua c.1853-1854

 

Um dos quadros atribuídos a Lam Qua é o retrato do macaense Miguel António de Cortela
Miguel António Cortela, (1783 – 1844), 5.º filho de Inácio Baptista Cortela de Sousa e Albuquerque e de Mariana da Silva Faria, casou em casa, em 8 de Abril de 1829, com Ana Maria dos Remédios, (fal. a 1860) que corria perigo de vida , sendo ela viúva de Eduardo Organ e filha de  António Bernardino dos Remédios e de Maria Rita dos Remédios. Tendo-se ela restabelecido, receberam ambos as bênçãos nupciais em 12 de Novembro de 1829.
Miguel sucedeu a seu pai, cerca de 1820, nos cargos de Depositário Geral dos Cofres de Macau e tesoureiro dos Defuntos e Ausentes. Foi proprietário da barca «Tranquilidade» que naufragou na viagem de Macau para Solor em 1843 com 48 homens a bordo, que todos se salvaram. Tinha 1 das 82 acções da «Casa de Seguros» de Macau fundada em 1810
TEIXEIRA, P. Manuel – Galeria dos Macaenses Ilustres do Século XIX, 1942.
FORJAZ, Jorge – Família Macaenses, I Volume
(1) Guan Qiaochang (1801 – c.1860) (Lam Qua 林官; ou Kwan Kiu Cheong 關 喬 昌), é neto do famoso artista de Cantão, Spoilum (Guan Zuolin, activo entre 785 and 1810) e filho de Lamqua (com o mesmo nome) que terá herdado o estúdio familiar de pinturas. Com a colaboração de muitos dos seus alunos, produzia-se um grande número de quadros de pintura para exportação. Seu irmão Tinqua (Guan Lianchang- ca. 1809-1870) refinou o método de trabalho com produção em massa dos quadros quer a óleo quer de aguarelas.
https://visualizingcultures.mit.edu/rise_fall_canton_01/cw_essay04.html
林官 mandarim pīnyīn: lín guān; cantonense jyutping: lam4 gun1
(2) Sobre este fotógrafo, ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/john-thomson/
(3) https://en.wikipedia.org/wiki/Lam_Qua
(4) George Chinnery (1774 – 1852) que deixou a Inglaterra aos 28 anos de idade em 1802, e passou 23 anos na Índia e depois 27 na China, chegou a Macau em 1825 tendo aí falecido em 1852.
Ver anteriores referências em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/george-chinnery/
(5) De 1836 a 1855, Lam Qua produziu uma série de quadros de pacientes em tratamento com Peter Parker, médico missionário dos Estados Unidos. Parker que estabeleceu o primeiro hospital americano Guangzhou em 1835, introduzindo técnicas cirúrgicas novas (introdução de anestesia) como amputações e cirurgias reconstrutivas, contratou Lam Qua para pintar os retratos pré-operatórios dos pacientes que tiveram tumores grandes ou outras grandes deformidades. Algumas das pinturas agora fazem parte de uma coleção do trabalho de Lam Qua, realizado pela Universidade de Yale, na Coleção Peter Parker, na Biblioteca Médica Harvey Cushing / John Hay Whitney; outras estão no Museu Gordon, no Guy’s Hospital, em Londres.
http://whitney.med.yale.edu/gsdl/collect/ppdcdot/
https://library.medicine.yale.edu/find/peter-parker 
NOTA: Outro quadro de Lam Qua,de 1843, é : “A Praia Grande vista da varanda, residência do mercador Nathan Kinsman, já postado em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/02/23/noticia-de-23-de-fevereiro-de-1837-tomada-de-posse-do-governador-adriao-silveira-pinto/

Chegou a barca Jeddo da praça de Macau e propriedade do Visconde e Barão de Cercal, vinda de Singapura, para Hong Kong, com carga de açúcar, pimenta e rotim (1)  . Na noite de 4 de Julho, nas alturas de 13.º 45´de lat. N. e 112.º 20´de long, deu-se um misterioso crime, pelas 11 horas, no qual um marinheiro chinês feriu, mortalmente, o timoneiro filipino matando em seguida às cutiladas o capitão do navio, Primo dos Santos, o 2.º piloto Valério dos Remédios e o 3.º piloto Machado. O velho contra-mestre Macedo Nunes não foi atacado mas enlouqueceu perante tão horrível tragédia. Entretanto, na proa, os filipinos da tripulação eram feridos por um ou dois chineses. O barco trazia também 65 passageiros chineses e, consumada a tragédia, voltaram todos a trabalhar como se nada tivesse ocorrido até ao dia 8, em que o navio inglês Veritas prestou socorro, prendendo dois chineses e levando o Jeddo para Hong Kong.

MACAU 1868-1872 John ThomsonMacau – John Thomson 1868 – 1872 (3)

(1) ROTIM (nome científico da rotim é: Calamus Rotang.) é o nome popular de um espécie de palmeira da família das Arecáceas. Trata-se de uma planta nativa da Índia e da Indonésia (mas actualmente encontrada sobretudo no sudoeste da Ásia). Dela são extraídas tiras que são usadas na confecção de cadeiras e outros móveis abrico de móveis, cestas, bengalas, guarda-chuvas e outros objetos muito procurados. Também pode ser chamada de ratã ou ratam. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Calamus_rotang)
(2) GOMES, L.G. – Efemérides da História de Macau, 1954
(3) John Thomson (1837-1921) efectuou a sua primeira visita à China entre 1868 e 1872, registando a vida e os costumes locais através da fotografia. Tirou mais de 200 fotografias obtidas compreendendo tiradas em Macau, Hong Kong, Guangzhou, Shantou, Fuzhou, Xiamen, Taiwan, Shanghai, Ningbo, Nanjing, Sichuan, Tianjin, Beijing e Pequim, entre outros locais.
(http://www.gcs.gov.mo/showNews.php?DataUcn=78902&PageLang=P
Ver referências anteriores  em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/john-thomson/ 

Continuação da publicação das fotografias deste pequeno álbum (1)

“SOUVENIR DE MACAU”

Souvenir de Macau 1910 Um Templo Chinez - Kum Iam I“UM TEMPLO CHINEZ”
Templo de Kun Iam (Kun Iam Tong) 

”Outrora havia um largo, chamado Largo do Pagode de Mong Há. Esse largo ficava em frente do Kum Yam Tong, mais conhecido por Pagode de Mong Há, mas foi quase totalmente absorvido pela Avenida do Coronel Mesquita, pelo que deixou de existir.
Kun Yam Tong ficava na antiga aldeia chamada Mong – Há Tch´un . Esta designação tem sido traduzida de três maneiras: Aldeia do Vestíbulo da Esperança, Aldeia que contempla H´á Mun ou Aldeia que contempla a Casa Grande ou Palácio.
O actual edifício de Kun Yam Tong data de 1627, (2) sendo o templo restaurado durante os reinos de Chia Ching (1796-1821) (3) e de Tong Chih (1862-1875) (4).
Na fachada do 1.º templo há frisos de barro vidrado polícromo.
Dentro, no altar, três budas de madeira dourada – os Sám Pou Fát  (三寶佛) – três Budas Preciosos), isto é: Sek Ka Man Ni Fat – 釋迦牟尼佛 (Saquiamuni) tendo à esquerda O Mi T´ó Fat –阿彌陀佛 (Amitabha) e à direita, Mi Lak Fat –彌勒佛 (Maitreia); ignora-se a época da sua construção.” (5)

Souvenir de Macau 1910 Um Templo Chinez - Kum Iam II“UM TEMPLO CHINEZ”
Templo de Kun Iam (Kun Iam Tong)

Segue-se o 2.º templo, em que se vê o Tch´eong Sau, deus da eternidade, sentado numa flor de lotus.”
O templo de Kun Yam tem em chinês dois nomes Kun Yam T´ong  (pavilhão da deusa da Misericórdia) e P´ou Tchai Sin Sim Yun (Asilo de Beneficência); os bonzos são da seita esotérica.” (5)

NOTA: Anteriores referências a este templo, 觀音堂 – Kun Iam Tong ver em:
      https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/templo-kun-iam/
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/artes/
(2) Os edifícios actuais do templo foram construídos em 1627, facto comprovado por uma laje do pátio onde está escrito, em chinês: “Construído no sétimo mês do sétimo ano do reinado do Imperador Tian Qi”.
(3) Imperador Jiaqing  (Chia ching ) –  嘉慶帝: mandarin pinyin: Jiāqìng Dì; cantonense jyutping: Gaa1 hing3 dai3
(4) Imperador Tongzhi (Tong chih) – 同治帝 –  mandarin pinyin: Tóng zhì Dì; cantonense jyutping: Tung4 ci4 dai3
(5) TEIXEIRA, Padre Manuel – Pagodes de Macau, 1982

寶佛mandarim pinyin: sàn bǎo fó; cantonense jyutping: saam1 bou2 fat1.
釋迦牟尼佛mandarim pinyin:  shì jiā móu ní fó; cantonense jyutping: sik1 gaa1 mau4 nei4 fat1.
阿彌陀佛mandarim pinyin: à mí duò fó; cantonense jyutping: aa2 mei4 to4 fat1.
彌勒佛mandarim pinyin: mí lè fó; cantonense jyutping: mei4 laak6 fat1.

Continuação da publicação das fotografias deste pequeno álbum (1)

“SOUVENIR DE MACAU”

Souvenir de Macau 1910 Guia e o Farol“A MONTANHA DA GUIA E O FAROL” (à esquerda, em primeiro plano, a casa “Silva Mendes”)

“THE GUIA FORT

The Guia Fort is one of the most conspicuous objects in a landscape whore nearly very thing seeins conspicuous. lt crowns the Guia Hill and is approached by a zig-zag path from the Gap. Within its enclosures is an old chapel, containing old graves and opened once a year when a proces sion ascends to it. The lighthouse is also within the walls of this fort, The light is a revolving one going by clock- work, the works being wound up by two convicts, who have a cell for their incarceraton within the fort. The Guia Fort was built in A. D. 1637 and the lighthouse in 1865.There is a small chapel in the Guia Fort the ermida da nossa senhora da Guia, or Neves.”(2)

 O Farol da Guia foi custeada pela comunidade estrangeira de Macau tendo à testa o comerciante H. D. Margesson que tinha a sua firma na Rua Central n.º 17. Construído sob a direcção do governador José Rodrigues Coelho do Amaral, sendo o hábil macaense, Carlos Vicente da Rocha, o autor do engenhoso maquinismo que funcionava com um candeeiro de petróleo e acendeu-se pela primeira vez a 24 de Setembro de 1865. (3)

Souvenir de Macau 1910 Praia da Guia“PRAIA DA GUIA” (em primeiro plano, a rua empedrada que dava acesso ao Hospital Militar Sam Januário)

Ampliação Mapa 1921 -Tellurologie et ClimatologieAmpliação do mapa de 1921, anteriormente publicado (4)
Localização da Praia da Guia (C)
Outros pontos de referência no mapa: n.º 19 – Fortaleza de S. Paulo do Monte; n.º 20 – Jardim de S. Francisco; n.º 21 – Grémio Militar; n.º 22- Quartel de S. Francisco;
n.º 23: Observatório Meteorológico; n.º 24 – Farol/Fortaleza da Guia;
n.º 25: reservatório de água n.º 26: Jardim da Flora;
n.º 27: Quartel e Monumento da Vitória;
n.º 29 – Monumento e Avenida de Vasco da Gama; n.º 30 – Cemitério de S. Miguel;
n.º 31 – Cemitério dos Parses.

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/artes/
(2) BALL, J. Dyer – Macao the Holy City: the gem of the Orient Earth.1905.
(3) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Vol I, 1997.
(4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/06/01/leitura-tellurolo-gie-et-climatolo-gie-medicales-de-macao/

Continuação da publicação das fotografias deste pequeno álbum (1)

“SOUVENIR DE MACAU”

Souvenir de Macau 1910 jardim Chinez

 “UM JARDIM CHINEZ”

Jaime do Inso escreve sobre este “Jardim Chinez” – o jardim de Lou Lim Ioc (também conhecido por Jardim de Lou Kao):
“Estes jardins, ali para os lados do Campo do Tap Seac, encerram uma vivenda cheia de verdadeiras fantasias orientais, formada por um palacete, pavilhões, lagos com pontes caprichosas, grutas artificiais, cascatas, flores, muitas flores, sendo de admirar como so chineses, com a aparência que nos manifestam tanto as apreciam.
Encontram-se ali recantos de verdura, fechados, discretos, com mesas e bancos, em redor, caramanchões exóticos, cheios de dragões decorativos, quiosques com vidros de cores casinhas misteriosas dispersas pelos cantos, que bem revelam quando Lu Lim Ieoc era um pagão adorador da vida…
E os trabalhos de embelezamento do famoso jardim nunca se acabavam, havia sempre mais uma gruta, uma cascata, uma árvore a dispor, etc, para não fugir à superstição de que, acabada a casa, o dono morrerá.” (2)
E na verdade, com a morte de Lou Lim Ioc, em 1927, o jardim entrou em decadência e os herdeiros (filhos) após a Segunda Guerra Mundial, em 1951,por questões financeiras venderam a extensa área (parte do jardim foi para construções urbanas, outras partes ocupadas pelas escolas Pui Cheng e Leng Nam) restando pouco, residência, pavilhões, lago que foram adquiridos pelo Governo em 1974. Após restauro abriu como jardim público.

Souvenir de Macau 1910 Um aspecto da Gruta de CamõesOUTRO ASPECTO DA GRUTA DE CAMÕES

Escreve Luís G. Gomes no Boletim do Instituto Camões, Vol. VII, n.º3, Outono de 1973:
Situado no Jardim da Gruta de Camões, está instalado em vetusto palacete, um dos raros exemplos de construção arquitectural dos meados do século XVIII, que sobreviveu ao camartelo inexorável do incessante progresso.
Foi dono, tanto deste edifício como do amplo parque que o rodeia, o abastado negociante Manuel Pereira, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real do Conselho de Sua Majestade, Conselheiro da Fazenda, Comendador das Ordens de Cristo e da Senhora da Conceição de Vila Viçosa, um dos fundadores da Casa de Seguros de Macau e seu Vice-Presidente e Tesoureiro. Tendo-se radicado nesta cidade, aqui constituiu família, casando três vezes e aqui faleceu em 10 de Março de 1826, tendo sido sepultado na igreja do extinto Convento, hoje Quartel de S. Francisco” (2)
(1)  https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/artes/
(2) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Vol I, 1997

Continuação da publicação das fotografias deste pequeno álbum (1)

“SOUVENIR DE MACAU” 

Souvenir de Macau 1910 Estrada do Hospital MilitarESTRADA DO HOSPITAL MILITAR

 “Military Hospital
From forts it is an easy transition to the Military Hospital of San Janario, which, erected in 1873, is built on a most commanding and healthy site fronting the sea. It is on the slope of the hill, just below the old fort of San Joao and just above the San Francisco Barracks, being one of the first objects that the visitor to Macao sees from the deck of the steamer. It is named after the Viscount S. Januario, a former Governor of the Colony, during whose term of office it was built, the former military hospital being in the old Convent of San Augustino. The site was that of an old gunpowder manufactory. The model for the construction of the building was the Hospital of San Raphael in Belgium.
It cost $38, 500, and covers 75 metres by 34. The building consists of a main body facing the sea with several wings running back from it. In the front are the Entrance Hall, the porter’s Lodge, the Quarters for the Chief Hospital Attendant and his Assistant, and the stairs to the Secretary’s Office in the upper story. In the Northeast part there are apartments for the Physician, the Chaplain, a room containing surgical instruments, the Dispensary, and the ChapeL while in the South-west portion of the building there are Quarters for the Officers, Bath-rooms, and the Linen Stores. The upper storey contains the Committee Room, Secretary’s Office, and the Director’s Office. The wings contain Surgical and other wards for Sergeants and Reserved Ward, Accountant’s Quarters, and a Hall for Surgical Operations, Cells, and Quarters for Military Servants.
The Mortuary, Room for Post Mortem Examinations and Room for the Collection of Soiled Linen are in a separate building some four or five metres distant from the main building and still further distant in the same direction is the Guard House. There is a garden to the South-west for the use of convalescents and there is also a tower for an Observatory. (2)

Souvenir de Macau 1910 Hospital MilitarO HOSPITAL MILITAR

 Tivemos ocasião de observar o inteligente aproveitamento das ruínas da muralha, para consolidar os vastos taludes que limitam a esplanada e as suas estradas que circundam o outeiro. Estes taludes também estão recobertos por uma vegetação própria para dar coesão às terras, e cortados por sulcos convenientemente dispostos para o escoamento das águas, de modo que a perfeição da obra não tem nada a temer da impetuosidade das chuvas. Do alto da esplanada descobre-se uma das vistas mais extensas e formosas de que é possível gozar em Macau” (3)
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/artes/
(2) BALL, J. Dyer – Macao: the Holy City,  the Gem of the Orient Earth, 1905
(3) Parte do artigo de Henrique Carvalho na Gazetta de Macau e Timor in TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Vol II, 1997.

Continuação da publicação das fotografias deste pequeno álbum (1) (2) (3), com as legendas originais.

“SOUVENIR DE MACAU”

Souvenir de Macau 1910 Um Templo Chinez - BarraUM TEMPLO CHINEZ
(Pagode/Templo de Á Má ou da Barra)

Parece ter sido construído nos princípios da dinastia Ming; a actual estrutura data do reinado de Wan-Li (1573-1621).
Em 1828, os negociantes de Fuquiem e Taicho ofereceram mais de dez mil taéis de prata para a restauração do pagode da Barra.
Jaime do Inso descreve assim o templo da Barra num artigo publicado em 1929: «É este o único ante o qual se erguem os dois mastros ou «Vai-Coni», anunciadores dos pagodes, e encimados, por duas esferas de vidro azul. À entrada, dois leões de pedra, de fera expressão, terríficos e misteriosos, em esgares de ironia e crueldade, como costumam ser estes leões mitológicos dos chineses, guardam, quais sentinelas, as portas do pagode.” (4)

Souvenir de Macau 1910 Pagode da BarraPAGODE DA BARRA 

Seguem-se dois pórticos em pedra, de arquitectura típica e por detraz fica o primeiro santuário, de um deus desconhecido, «San-Fong» – o que sabe tudo em primeira mão – e que talvez por muito frequentado, está pedindo certos cuidados de limpeza a que os crentes não são muito sensíveis” (4)

(1)  https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/04/29/macau-de-1910-souvenir-de-macau-i/ 
(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/05/01/macau-de-1910-souvenir-de-macau-ii/
(3) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/05/02/macau-de-1910-souvenir-de-macau-iii/
(4) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Vol. I, 1997.