Archives for posts with tag: Joaquim Pacheco

O Grupo Desportivo «Argonauta», agremiação de gloriosas tradições que muito contribuiu para o progresso do desporto nesta terra, festejou, hoje, 30 de Junho, o seu 25.º aniversário de fundação, tendo concorrido às comemorações grande número de associados, entre os quais alguns sócios fundadores.
Pela manhã, os associados assistiram à Santa Missa, na Sé Catedral, mandada rezar pela colectividade, em sufrágio das almas dos sócios falecidos. à noite, reuniram-se na Pousada «Macau», (anexo), onde tomaram parte num  jantar de confraternização.“(1)
O Grupo Desportivo «Argonauta»  foi fundado em 1931 (os Estatutos aprovados pela Portaria n.º 680-E, de 29 de Junho de 1931, foi publicada no Boletim no Boletim Oficial n.º 28/31) e a sede ficava na Rua do Campo n.º 8.
No ano de 1956, tinha a sede na Avenida Conselheiro Ferreira de Almeida, n.º 27 com cerca de 300 sócios e tina como actividade desportiva,  o futebol e desportos atléticos.
Estava filiado no Clube de Futebol «Os Belenenses», de Lisboa.
Jogava neste clube o famoso jogador macaense Joaquim Pedro Pacheco, desde o ano de 1942 – os anos da Guerra do Pacífico, não se realizaram campeonatos de futebol embora mantivessem os jogos de “bolinha” – e em 1946, tendo ingressado na Polícia passou a alinhar pelo Grupo Desportivo da Polícia. Em 1948 jogou na equipa de  St Joseph de Hong Kong até ao seu ingresso no Sporting em Portugal em 1950  e onde permaneceu até 1959 (jogou depois pelo Leixões de 1959 até 1962)  (foi quatro vezes campeão nacional pelo Sporting e foi uma vez internacional por Portugal, em Milão contra a Itália que ganhou por 3-0)
Se o «Tenebroso» lhe deve, deve-lhe a Polícia  e deve-lhe muito o «Argonauta», pois Manuel Maria de Jesus, o «Manecas, era o coração do «Argonauta». Deste clube tipicamente macaense, aonde se juntava Frederico, José Borges, Pedro Silva, Guta, Boaventura do Rosário, «Pum-Pum» (Manuel de Magalhães) , os irmãos Madeira de Carvalho (A Fét, Luís, José, Augusto), Laertes – tantos e tantos” (2)
A Direcção (ano 1956) era constituída por:
Presidente – Anísio Rómulo Luís.
Secretário – Constâncio José Gracias.
Tesoureiro – António do Rosário
Vogais – Acácio Miguel Osório Xavier e Eduardo Armando de Jesus.
(1) «Macau B. I.», 1956.
(2) RÊGO, José de Carvalho e – Figuras Desportitivas do Passado, 1996
Referências anteriores em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/04/14/final-da-taca-de-macau-1951/

Hoje é dia da Taça de Portugal. Frente a frente, o Sporting Clube de Portugal e a Associação Académica de Coimbra. A Académica venceu o Benfica em 1939 por 4-3 conquistando a 1.ª Taça de Portugal. Foi finalista vencido em 1951 (derrota com o Benfica por 5-1), em 1967 (derrota com o Setúbal por 3-2) e 1969 (derrota com o Benfica 2-1, na célebre final em plena crise académica) (1) (2).
E por falar da Académica, presto a devida homenagem ao extraordinário/genial  jogador  macaense,  Augusto Rocha. Retiro esta notícia da sua partida para a Metrópole, em 1955.
A fim de ingressar no Sporting Clube de Portugal, partiu recentemente para a Metrópole o jovem futebolista macaense Augusto Rocha que é, sem dúvida, uma das maiores revelações de futebol nesta Província.  No cais de desembarque, a despedir-se do jovem futebolista, compareceram, além de sua mãe, alguns amigos meus, antigos professores e dirigentes do Sporting Clube de Macau, e o Dr. António Maria da Conceição que foi quem tratou da sua ida para o Sporting” (3)
Augusto Rocha (Macau, 7-02-1935), representou O Negro Rubro (1952/53) e Sporting Clube de Macau (1953/54). Chamavam-lhe Lou Fu Chai, o Pequeno Tigre, porque tigre era a alcunha do seu pai, que partiu de Alcobaça à aventura, casando-se com uma chinesa de origem. Augusto cresceu e depressa se afamou como jogador de bolinha, um jogo de futebol de sete com uma bola mais pequena que a do andebol. O seu ídolo era, com naturalidade, Joaquim Pacheco, o polícia macaense que jogava a defesa no Sporting. (4)
Vimos Augusto no desafio Negro Rubro – «Sete tigres» com a vitória dos macaenses por 4-1. Dois golos de Augusto e dois de João Rocha. O último golo foi uma maravilha de execução. Augusto, depois de fintar e de driblar todos os adversários, apareceu isolado em frente do famoso I Iu Tak – este, pensando que  a bola seria atirada para o lado esquerdo, lançando-se mal, vê a bola tocada para o direito” (5)
Noutro encontro Negro Rubro contra o South China com a vitória dos macaenses por 3-1; “recordamos o últi o golo marcado por Augusto. Após receber a bola vira-se para a esquerda e dribla sucessivamente dois adversários e prepara-se para cruzar. Não o faz e leva a bola para a grande área fingindo querer ceder a bola a João Rocha e, de repente atira e a bola entra sem possibilidade de defesa. Foi o delírio no campo” (5)
No confronto com a “fortíssima” seleção de Hong Kong … “no último golo quando recebeu a bola do João Rocha correu uns metros e atirou a 15 metros da baliza. A bola foi embater no poste direito e entrou sem possibilidade de defesa para o guarda-redes inglês. Após esse sucesso é convidado a jogar no St. Joseph e no Eastern”. (5).
Representou o Sporting (1954/55 e 1955/56) e a Académica (1956/57 a 1970/1971) Foi o melhor jogador de futebol de origem macaense de todos os tempos e é considerado o mais carismático futebolista de toda a história da Académica. Depois de se ter notabilizado ao serviço do Sporting de Macau, foram vários os clubes interessados em contratá-lo. O Sporting acabou por ganhar essa corrida. A passagem por Alvalade não foi brilhante, jogou um ano pelas reservas e só em 1955/56 conseguiu chegar à equipa principal. No ano seguinte, seguiu para Coimbra onde iria demonstrar todo o seu valor. Trouxe à Académica um perfume e uma criatividade que marcaram o futebol dos estudantes. Sob o seu comando, a Académica conseguiu excelentes resultados no campeonato onde se destacam a sua melhor classificação de sempre (segundo posto, em 1966/67 ). Realizou quase quatro centenas de partidas de negro vestido, tendo marca, do mais de meia centena de golos. Alcançou sete internacionalizações. Pela selecção, estreou-se a 13 de Abril de 1958, em Madrid, contra a Espanha (derrota por 1-0) e despediu-se a 21 de Abril de 1963, com o Brasil, em Lisboa (vitória por l-0). (6)
(1) http://pt.wikipedia.org/wiki/Ta%C3%A7a_de_Portugal  
(2) A Crise estudantil de 1969 e a final da Taça
     http://www.zerozero.pt/text.php?id=1345
(3) Notícias da Revista quinzenal “MACAU”, n.º 35, JAN 1955
(4) http://www.forumscp.com/wiki/index.php?title=Rocha#ixzz1vPz4hTlZ 
(5) RÊGO, José de Carvalho e – Figuras Desportivas. Instituto Cultural de Macau, Instituto dos Desportos de Macau, Fundação Oriente, 1996, 366 p., 972-35-0152-X ICM
(6) http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Francisco_Rocha
NOTA :  A Académica homenageou Augusto Rocha  no dia 20 de Abril de 2012
http://www.academica-oaf.pt/noticias/aacoaf/2422-academica-homenageia-portugal-e-augusto-rocha/    e
http://www.academica-oaf.pt/noticias/aacoaf/2434-briosa-homenageou-portugal-e-augusto-rocha/