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Extraído de «BPMT»,  XIV – 21 de 23 de Maio de 1868, p. 97

Anteriores referências a Jerónimo Pereira Leite (1812-1882) que foi ajudante de campo de Governador Ferreira do Amaral e que nesta data era comandante do Corpo da Polícia de Macau. https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jeronimo-pereira-leite/

NOTA: No sítio “GeneallFamília Pereira Leite”, encontrei: “Luís Pereira Leite de Elvas casou em Lisboa com Petronilha Rosa e foram pais, em 1812, do que viria a ser general Jerónimo Pereira Leite, o qual casou com Firmina Smith Gonçalves Serva. Fez a sua carreira militar nos Açores, Goa e finalmente Macau onde foi ajudante às ordens do governador Ferreira do Amaral e Comandante da Polícia de Macau. Foi condecorado com a Ordem da Torre Espada por feitos numa das batalhas do cerco do Porto em 1832, onde foi ferido gravemente. Morreu em Lisboa em 1882. ” .https://geneall.net/pt/forum/46185/familia-pereira-leite-elvas/#a410362

Extraído de «O Macaista Imparcial», I-80 de 13 de Março de 1837

NOTAS: O Governador de Macau era Adrião Acácio da Silveira Pinto (1837 a 1843)
A 3 de Novembro de 1828, os mandarins da Casa Branca e de Tch´in-Sán, respectivamente Lei e Chan, publicaram um edital, proibindo os chineses de causar distúrbios na cidade, por ocasião da representação dos auto chinas no Pagode da Barra A 4 desse mês, o mandarim da Casa Branca ordenou que fossem desmanchadas as barracas da Praia Pequena, Barra e outro lugares por serem coutos de maltrapilhos e publicou um edital, proibindo a construção de mais barracas nos referidos sítios (1)
Na Praia Pequena estava instalada uma alfândega chinesa (hopu grande) (2) no Pátio da Mina (freguesia de Santo António). Onde ficava o hopu grande?
A comissão do tombo das propriedades foreiras à fazenda pública, composta por Manuel Castilho, António de Azevedo e Cunha e Eduardo Marques, dizia no seu relatório de 19 de Maio de 1877:
«Julga a comissão conveniente chamar a atenção de S. Exa. o Sr. Governador (3) para o pateo da Mina que tem duas entradas pelas portas n.º B 19 e 32 na rua de N. S. do Amparo. Occupa a área que dantes constituí ao chamado Hopú grande da Praia pequena que foi derrubado por um dos governadores (4) antecessores de S. Exa…” (1)
(1) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Vol. I.  ICM, 1997
(2) O Hopu pequeno estava instalado na Praia Grande
(3) Governador Carlos Eugénio Correia da Silva –1876 a 1879
(4) Governador João Maria Ferreira do Amaral – 1846-18491

Notícia publicada no Boletim do Governo (1) respeitante à transladacção dos restos mortais do ex governador José Maria Ferreira do Amaral no dia 2 de Janeiro de 1851, do Palácio do Governo onde estava para a Capela de Nossa Senhora do Carmo na Igreja de S. Francisco, contígua ao edifício do então Quartel do Batalhão de linha.
(1) Extraído de «Bol. G.P.M.T.S.», VOL 6, n.º 8, 1851.
NOTA: sobre o governador João Ferreira do Amaral, ver referências anteriores em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/joao-m-ferreira-do-amaral/

Continuação da leitura da conferência realizada na Sociedade de Geografia de Lisboa, em 5 de Junho de 1946, pelo tenente-coronel de engenharia Sanches da Gama e publicada no Boletim Geral das Colónias de 1946. (1) (2)……………………………………………………………..continua
(1) Ver anteriores postagens em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/06/05/noticia-de-5-de-junho-de-1946-leitura-macau-e-o-seu-porto-i/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/10/24/leitura-macau-e-o-seu-porto-ii/
(2)  «BGC» XXII -253,1946.

“Siu vice-rei de Cantão e Kuangsi, em resposta passo a comunicar que recebi uma participação do Mandarim Y se Kuang-Chou, dizendo, que, um guia lhe dera parte em segredo em como alguns dos cúmplices no assassino do Governador Portuguez Amaral fugiram para Hu-Nan; que elle se oferecia a ir com gente prende-los. Em consequência escolheram-se logo às escondidas, soldados hábeis e com eles foi persegui-los até a villa de Ló-Chang na cidade de Xan-Chou (1); onde o guia indicou uma embarcação pequena, dizendo ser dos cúmplices em questão, e que estavam realmente nella uma chamado Ko-Ahon, e outro Li-Apao. A vista disto cahiram os soldados sobre a dita embarcação, e como della mostrassem resistência fazendo fogo, os soldados o fizeram também sobre eles; de que resultou cahir ferido no mar o LI-Apao, e morreo afogado. E tendo andado os soldados em busca do corpo não o puderam encontrar. O Ko-Ahon foi apanhado e levado para Cantão para ser examinado; e como se achava gravemente ferido com arma cortante, foi mandado curar-se. A copia junta é a confissão do Ko-Ahon.Eis o que tenho a comunicar em resposta ao Conselho do Governo Portuguez, 29 da 8.ª Lua do anno 29 de Taukuang, (2) 14 de Outubro de 1849 – Traduzido por mim – João Rodrigues Gonsalves” (3)
(1)Na cidade da província de Cantão (Guangdong) – Chaozhou潮州, referenciado em textos romanizados  como Siu Chao , ChiuChow  ou Teochew.
(2) Imperador Daoguang – 道光帝 (1782-1850); reinado 1820-1850
(3)Ta Ssi Yang Kuo Série I – Vols I e II, 1899,1900, pp. 365.
Sobre o Governador Ferreira do Amaral ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/joao-m-ferreira-do-amaral/

Tomou posse, no dia 3 de Outubro de 1843, do governo d´esta cidade o chefe de divisão da armada José Gregorio Pegado- 彼亞度 (1)
Foi no governo de José Gregório Pegado, (2) que se iniciou a ocupação da ilha da Taipa, depois de uma memorável visita de cortesia ao vice-rei Ki-Yin (3), alto comissário de Cantão que prometeu «fechar os olhos» ao nosso estabelecimento na mencionada ilha. Na Taipa Pequena mandou depois Ferreira do Amaral fazer um pequeno forte (terminado em Setembro de 1847. Em 20 de Agosto de 1851 o Governador Francisco António Gonçalves Cardoso procedeu à ocupação da Taipa Grande. Só mais tarde as duas Taipas (outrora três) se uniram geograficamente. Pegado faleceu em Adem no seu regresso a Portugal de 1846, tendo embarcado em Macau, em 28 de Maio desse ano. (4)
José Gregório Pegado, pela sua distinção e mestria no manejo dos fai-chis, (5) durante um jantar que lhe ofereceu, em Cantão, o delegado e alto-comissário imperial, Ki-Ying, ouviu da boca deste os seguintes elogio e garantia: –V. Exa é um homem tão polido nas maneiras e simpatizo tanto consigo, que nada lhe posso recusar. Recomendarei confidencialmente ao vice-rei dos dois Kuóns que feche os olhos ao estabelecimento dos portugueses na (ilha da) Taipa“.
Depois de ocupar militarmente toda a península de Macau, desde as muralhas à Porta do Cerco, o heroico governador João Maria Ferreira do Amaral executou essa promessa verbal, incumbindo o capitão do porto, Pedro José da Silva Loureiro, em Abril de 1847, de construir a Casa Forte da Taipa. Depois de difíceis negociações com os mandarins limítrofes e com o vice-rei de Cantão, a bandeira portuguesa arvorou-se pela primeira vez nessa ilha ao 9 de Setembro de 1847. Em 1879 foi também ocupada a Taipa Quebrada ou Ilha de Maria Nunes e aí levantado um quartel, no antigo edifício do hospital, hoje Centro de Recuperação Social.
A 23 de Dezembro de 1864, os habitantes de Coloane pediram que uma força militar portuguesa os fosse proteger contra os piratas. Um destacamento de 10 polícias dirigiu-se imediatamente para aquela ilha. A administração dos três novos territórios (note-se que então a Taipa eram duas ilhas) organizou-se em 1878. (6)

MAPA DE 1884 – PLANTA DA PENÍNSULA E PORTO DE MACAU
de A. Ferreira Loureiro
Em baixo, à esquerda, a Ilha da Taipa Quebrada e Ilha da Taipa Grande ou Kaikong

(1) PEREIRA, A. Marques –  Ephemerides Commemorativas da história de Macau e
(2) José Gregório Pegado governador de 3-10-1843 até 13-02-1846, data do embarque para Macau do Conselheiro Capitão de Mar e Guerra João Maria Ferreira do Amaral que tomou posse como Governador a 21 de Abril de 1846.
Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jose-gregorio-pegado/
(3) O ex-governador Adrião Acácio da Silveira Pinto (governador de 22-02-1837 até 3-10-1843) foi nomeado em 10-10-1843, pelo Governador José Gregório Pegado (em sessão do Senado de 10 de Outubro), Embaixador de Portugal para tratar com os Plenipotenciários chineses sobre as condições da existência política de Macau. O e governador seguiu no dia 27 de Outubro para Vampu, no brigue de guerra Tejo, do comando do Capitão-Tenente Domingos Fortunato de Vale. Acompanharam-no o Procurador da Cidade, João Damasceno Coelho dos Santos e o intérprete interino, José Martinho Marques. (7) No dia 4 de Novembro a missão diplomática seguiu de Vampu para Cantão, em escaleres, residindo, depois de realizada a conferência, na casa de campo do Mandarim graduado Pau-Teng-Kua e no Consulado da França, onde se realizou as reuniões, durante dez dias, com o segundo delegado chinês. A missão não conseguiu que fosse relevado o foro pago pela colónia nem dispensada a demarcação do limite para fora dos muros do Campo de Stº António,
Ver anterior referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/11/04/noticia-de-4-de-novembro-de-1843-conferencia-luso-chinesa-em-cantao/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/adriao-a-silveira-pinto/
(4) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Vol. 3, 1995.
(5) Faichis – “Pauzinhos” para levar a comida à boca.. Termo macaense usado pelos chineses desta região e também pelo portugueses de Macau e Hong Kong (BATALHA, Graciete – Glossário do Dialecto Macaense, 1977
Ver em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/05/10/os-antigos-cozinheiros-ambulantes-de-macau-1953-i/
(6) PIRES, Benjamim  Videira – Os Governadores e a vida de Macau no Século XIX.
http://www.icm.gov.mo/rc/viewer/30007/1510
(7) Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jose-martinho-marques/

Ordem à Força Armada n.º 19 de 1 de Julho de 1871 publicada no «Boletim da Provincia de Macau e Timor», XVII- n.º 27 de 3 de Julho de 1871 em que a junta da justiça (1) condena António Dias, soldado n.º 307 da 2.ª companhia do batalhão de linha de Macau na pena 30 dias de prisão no calabouço, por na noite de 10 para 11 de Novembro do ano 1757, no posto de sentinela, se deixou dormir e roubar a sua arma, devendo ainda pagar à fazenda por meio de desconto a arma, que deixou roubar.
(1) Junta de justiça composta por:
António Sérgio de Sousa (vice almirante) Governador (2)
Vicente Nicolau de Mesquita, tenente-coronel (3)
José António da Costa, tenente-coronel (4)
J.P. Leite tenente coronel (5)
Lourenço  Marques (6)
Júlio Ferreira Pinto Basto (7)
Francisco de Assis e Fernandes.
(2) Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/antonio-sergio-de-sousa/
(3) O tenente-coronel Vicente Nicolau Mesquita reformou-se em 1873 (27-11-1873) no posto de coronel estando nessa altura como comandante da Fortaleza do Monte (inaugurada a 01-07-1873). Vicente Nicolau Mesquita tinha sido comandante da Fortaleza da Taipa, e depois comandante da Fortaleza de S. Tiago (Barra).
Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/vicente-nicolau-de-mesquita/
(4) O então tenente Vicente Nicolau de Mesquita foi substituído no comando da Taipa em 24-09-1849 pelo alferes Caetano Gomes da Silva, mas este morreu pouco depois, afogado pelo que foi substituído pelo então tenente José António da Costa em Outubro de 1850.
(5) Jerónimo Pereira Leite tenente coronel foi  ajudante de campo do governador Ferreira do Amaral , depois nomeado  comandante da Polícia.
(6) Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/comendador-lourenco-marques/
(7) Dr Júlio Ferreira Pinto Basto foi Procurador dos Negócios Sínicos a partir de 1872 tendo depois sido eleito Deputado pelo círculo de Macau. Em 1880, nomeado Cônsul Geral de Portugal em Shanghai.

No dia 1 de Novembro de 1849, o Governador-Geral do Estado da Índia, José Ferreira Pestana, (1) satisfazendo a requisição do Conselho do Governo da Província de Macau, Timor e Solor, dum oficial com qualidade de mando e direcção, no ramo militar, nomeou o seu ajudante às ordens, Capitão do Exército de Portugal, António Pedro Buys, (2) para servir na colónia de Macau e enviou, igualmente, a pedido do mesmo Conselho, uma força de 105 homens, para reforçar a guarnição, em vista dos graves acontecimentos que se seguiram ao assassinato do Governador, o Conselheiro e Capitão de Mar e Guerra, João Maria Ferreira do Amaral. (3) (4)
Essa força expedicionária (Força Auxiliar de Goa) com 5 oficiais e 100 praças, chegou a Macau em Dezembro de 1849.
Ainda em Outubro de 1849 é referido que o armamento é velho, toda a artilharia de bronze está incapaz e de campanha poucas peças existem; as armas de infantaria estão quase todas arruinadas, há pouca pólvora, sendo pedidos soldados e armas, pois o perigo está a um tiro de canhão. O batalhão de Artilharia dispunha de 285 militares, existindo também o batalhão Provisório, de 2.ª linha .” (5)
(1) José Ferreira Pestana (1795 — 1885) foi um militar, político e administrador colonial madeirense, professor da Universidade de Coimbra. Deputado às Cortes e Par do Reino, foi governador civil do Distrito de Vila Real (1835-1836) e do Distrito de Coimbra (1836) e exerceu por duas vezes o cargo de Governador do Estado da Índia (1844-1851 e 1864-1870). Exerceu também as funções Ministro da Marinha e do Ultramar (1841-1842) e de Ministro do Reino (1851). Aconselho a leitura da biografia em:
href=”https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Ferreira_Pestana”>https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Ferreira_Pestana
(2) António Pedro Buys é da família Buys, (grafada também Buiz, Buis ou Buyz). descendentes de Jan Pieter Buys, holandês, e de D. Maria Theresia, espanhola de Huelva (Espanha).  Jan Pieter, grafado João Pedro nos documentos, veio da cidade holandesa de Hoorn (a norte de Amesterdão) para Portugal, assentando raízes em Faro, no reino do Algarve.
http://lecor.blogspot.pt/p/geneologia.html
Há uma referência de um António Pedro Buys, Capitão Director do Trem de Artilheria do Algarve em Faro em Agosto de 1826 («Gazeta de Lisboa» Edições 152-307)
Luís Gonzaga Gomes dá uma referência datada de 29-06-1853 – “Uma comissão composta por João Maria de Sequeira Pinto, António Pedro Buys, José Vivente Jorge, Lourenço Marques e António José de Miranda organizou uma quermesse, no Salão do Leal Senado, em benefício da Escola Principal de Instrução Primária.” (3)
(3) GOMES, L. G. – Efemérides da História de Macau, 1954
(4) Sobre o assassinato do governador Ferreira do Amaral, ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/joao-m-ferreira-do-amaral/
(5) Retirado de CAÇÃO, Armando António Azenha – Unidades Militares de Macau, 1999,p.20.

Com este título “Assassination of the Governor of Macao”, publicou o jornal “The Illustraded London News”, de 10 de Novembro de 1849, (1) a notícia do assassinato do governador João Maria Ferreira do Amaral no dia 22 de Agosto de 1849.

ASSASSINATION OF THE GOVERNOR OF MACAO
“Amaral was accompanied only by Lt. Leite, his aide-de-camp, not by three others, as shown here.”

No mesmo jornal, o jornalista  correspondente  na China, também noticiava o morte do governador
(1) «The Illustrated London News» Vol. XV, Jul to Dec, 1849.

Faleceu a 14 de Julho de 1870, dum ataque repentino que o privou dos sentidos, o padre Jorge António Lopes da Silva, nascido em Macau, em 8 de Maio de 1817. Foi muito estimado por toda a população, tendo recebido, em Manila, aos 24 anos de idade a sagrada ordem de presbítero. Na volta a Macau, regeu a cadeira de Português, no Colégio de S. José e abriu, em sua casa, uma escola, donde saíram alguns padres e muitos guarda-livros. Foi depois convidado, pela Câmara Municipal para exercer a cadeira de professor de liceu, que fora então aberto, em Macau (1)
Não foi professor de liceu pois não havia ainda liceu em Macau. O Senado de Macau convidou a 14 de Abril de 1847 o Padre Jorge António Lopes da Silva para ser um dos primeiros mestres da futura Escola Principal de Instrução Primária. (2) O Padre respondeu a 27 do mesmo mês que aceitava ser um dos mestres das primeiras letras com o ordenado de 350 patacas anuais, pondo no entanto as seguintes condições: 1) levar consigo os meninos que estudavam em sua casa; 2) os requerimentos para admissão deveriam ser dirigidos não a ele, mas ao Senado; 3) que se alterasse o horário de inverno, pois o tempo do meio-dia às 2 horas lhe parecia curto para descanso de professores e alunos”, O Senado concordou e o Padre Jorge foi nomeado director e mestre da Escola Principal de Instrução Primária que foi inaugurada a 16 de Junho de 1847. A Escola ficou instalada em metade das casas do Recolhimento de S. Rosa de Lima. (3) (4)
A 14 de Junho de 1847, dois pretendentes oficiaram ao Senado: José Vicente Pereira oferecendo-se para mestre de inglês e francês dessa escola e John Hamilton pedindo-lhe um lugar de professor; a 22 de Novembro de 1847, o Senado comunicou ao Padre Jorge a nomeação de José Pereira e perguntando-lhe se carecia de mais outro professor. A Escola compreendia 3 cadeiras: uma de ensino primário, a cargo de Joaquim Gil Pereira, outra de português a cargo do Padre Jorge Lopes da Silva e outra de inglês e francês a cargo de José Vicente Pereira (3)
Apesar do seu limitado pessoal chegou a ter mais de 300 alunos.
Em fim de 1853, o Padre Jorge António Lopes da Silva pediu a demissão de director e mestre da escola. (5) Para a direcção da Escola foi nomeado o Padre Vitorino José de Sousa Almeida (6) que ficou só um ano pois o Senado teve de o despedir, ou por ter achado nele inaptidão ou por sua severidade pois que no cabo de um ano, estava deserta a aula das línguas portuguesas e latina.

Planta da Colónia Portuguesa de Macau
1870
Desenhada  por M. Azevedo Coutinho (7)

(1) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954
(2) A 27 de Janeiro de 1847, o Senado de Macau oficiou a José Vicente Jorge, Francisco António Pereira da Silveira, Francisco João Marques e Padre António José Victor, comunicando-lhes que haviam sido nomeados para fazer parte duma comissão a fim de elaborar um plano de educação para a mocidade deste estabelecimento. A Escola Principal de Instrução Primária foi fundada pelo Senado de Macau por meio de uma subscrição pública. O  Senado comunicou a João Maria Ferreira do Amaral, governador de Macau entre 1846 e 1849, a 17 de Fevereiro de 1847 que
deliberou com os eleitos das freguesias  solicitar dentre os moradores abastados desta Cidade
Huma subscrição, cujo produto incorporado ao Capital agora existente de $ 5 000 (doado pelo inglês James Matheson feita a Adrião Acácio da Silveira Pinto, governador de Macau de 1837 a 1843), constitua hum fundo capaz de produzir hum rendimento, que junto  ao que este Senado agora despende com a sua escola de primeiras letras seja sufficiente para cubrir as despezas de huma Escola Principal de Instrução Primária: e na qual … se ensine também as línguas Ingleza e Franceza, cujo conhecimento he hoje reconhecidamente de suma utilidade, senão indispensável neste pais”. (3)
(3) TEIXEIRA, Padre Manuel – A Educação em Macau, 1982
(4) Em Abril de 1849, a escola foi transferida para o Convento de S. Francisco; mas a 28 do mesmo ano, o Conselho de Governo comunicou ao Senado que, tendo de aquartelar nesse convento a força auxiliar vinda de Goa, a escola devia ser mudada para outro lugar; regressou então ao Recolhimento. (3)
(5) Segundo artigo publicado no «Echo do Povo» n.º 68 de 15-07-1960, o Padre Jorge Lopes da Silva deixou a direcção que ocupava porque obrigaram-no a aceitar o vicariato de S. Lourenço. Foi portanto, nomeado pároco de S. Lourenço e a 5 de Fevereiro de 1866, foi nomeado Governador do Bispado. O Padre Jorge Lopes da Silva foi nomeado em 1867 presidente duma comissão encarregada de estudar as necessidades da Santa Casa de Misericórdia, nomeadamente do recolhimento das raparigas abandonas à porta da Santa Casa, que levou posteriormente ao decreto do Governador José Maria da Ponte e Horta à abolição da Roda dos Expostos da Santa Casa, a 2 de Fevereiro de 1867.
(6) Padre Vitorino José de Sousa Almeida chegou a Macau a 2 de Janeiro de 1832 no Novo Paquete. Foi pároco de S. Lourenço de 1842 a 1852. (3)
(7) Ver referência a este Capitão em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/08/22/noticia-de-agosto-de-1952-clube-militar/