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No dia 8 de Outubro de 1960, realizou-se uma sessão de homenagem ao Infante D. Henrique. (1) À sessão, em que se fez a distribuição de prémios às alunas da secção portuguesa que mais se distinguiram nos estudos durante o ano lectivo de 1959-1960, presidiu sua Exa. o Governador da Província, tenente – coronel Jaime Silvério Marques, acompanhado de sua Exma. Esposa. O programa abriu com o Hino do Colégio, seguido de uma alocução proferida pela aluna Maria José Borges Martins.

A peça intitulada «O Infante de Sagres», (em 3 actos) adaptação de uma obra de J. Cortezão, ocupou o centro da festa. (2)

O «Infante» olhando o mar infindo
Uma cena da peça
«Frei Gaspar» (2) manifesta cepticismo

A sessão terminou com o Hino Nacional. (3)

(1) Um dos programas realizado em 1960 das “Comemorações, em Macau, do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique”, 

(2) No drama épico de Jaime Cortesão «O Infante de Sagres», representado em 4 actos pela 1.ª vez em Lisboa em Dezembro de 1916 – Frei Gaspar, Prior da Batalha vindo da corte para dissuadir o Infante (que estava em Sagres) da expedição a Tânger.

(3) Informações retiradas de “Comemorações, em Macau, do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique”, ver em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/01/16/leitura-comemora-coes-em-macau-do-v-centenario-da-morte-do-infante-d-henrique-ii/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/11/13/comemora-coes-em-macau-do-v-centenario-da-morte-do-infante-d-henrique-1460-1960-i/

O suplemento Ilustrado do jornal «Notícias de Macau», de 23 de Dezembro de 1972, documenta a homenagem promovida no dia 18 de Novembro, no jardim da Flora, em memória de Alfredo Augusto d’Almeida, (1) cidadão macaense que, sempre comum perfil modesto, tanto pugnou pela preservação do património histórico, cultural da sua terra, com especial carinho pela flora e aspectos paisagísticos. Foi descerrado um busto deste dedicado funcionário do Leal Senado, esculpido por Oseo Acconci.” (2)
O busto colocado no corredor central do Jardim da Flora, moldado em gesso em 1971, tem uma inscrição em português e chinês

A
ALFREDO AUGUSTO DE ALMEIDA QUE EM VIDA
TANTO AMOR DEDICOU A ESTE JARDIM
1898-1971

(1) Alfredo Augusto de Almeida (21 de Janeiro de 1898 – 13 de Novembro de 1971) –Autodidacta,naturalista e botanista amador, funcionário municipal e público por muitos anos, trabalhou no Serviço de  Obras Públicas e ao serviço do Leal Senado, renovou e transformou o espaço verde do Jardim da Flora, introduzindo novas espécies de flores, árvores de fruto e até uma pequena fauna.
Foi devido ao seu interesse e entusiasmo pelas plantas e jardins que planeou muitos espaços públicos de Macau. Preservou e recuperou muitas pedras que tinham alguma ligação histórica à cidade que estavam para destruição mormente aqueles que foram sujeitos ao vandalismo no período «1-2-3» de 1966, preservadas nas paredes do Leal Senado e na Fortaleza do Monte.
Era Tetraneto do Primeiro Barão de Porto Alegre, Januário Agostinho de Almeida (1759 -1825), um dos comerciantes de ópio mais ricos de Macau nos inícios do século XIX.
Segundo o que refere Jorge Forjaz (3) «Alfredo Augusto de Almeida não herdou a fortuna dos seus antepassados e, por isso, foi toda a vida um humilde funcionário público e municipal. Mas herdou as suas virtudes, a sua grandeza de alma e um nobre coração.
Filho de Macau, da mais ilustre aristocracia macaense, este homem foi sempre leal e honesto, nobre e respeitador no trato social e amigo da sua terra como poucos. Os jardins de Macau devem-lhe muito e o da Flora deve-lhe quase tudo, inclusivamente a classificação científica de todas as plantas e animais que lá existiam.
O Museu Arqueológico da Fortaleza do Monte foi ele que o salvou, foi ele que o colocou ali.
Era um self made man, lia e consultava as autoridades em botânica e na arqueologia; por isso o Prof. Williams, de St. Francis Xavier College, perito em botânica, nunca vinha a Macau que não fosse a sua casa; o mesmo fez sempre o brigadeiro e historiador Sir Lindsay Ride, que tinha por ele o maior apreço; o então Governador Jaime Silvério Marques (1959-1962) correspondia-se frequentemente com este funcionário, a quem tanto apreciara e elogiara durante o seu Governo de Macau.
Em 1935, ele reconstruiu o jardim da Igreja de S. Lourenço, sob as indicações da Srª D. Laura Lobato.
Oseo Acconci, que tanto o estimava, moldou o seu busto, um mês antes da sua morte.». (3)
(2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Vol. 5, 1998
(3) FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses , Volume I, 1996
Outra bibliografia consultada:
RIDE, Lindsay; RIDE, May; WORDIE, Jason –  The Voices of Macao Stones,1999.
ARAÚJO, Amadeu Gomes de – Diálogos em Bronze, Memórias de Macau, 2001-

Extraído de BGU, XL, 471/472, 1964.
NOTA: AlexanderMessing-Miezejewski, foi posteriormente, Director da Divisão de Drogas e  Narcóticos e depois, “chief of the representation and liaison unit of the Office for Inter-Agency Affairs and Co-Ordination of the UN”, entre 1969 -1977.
Da leitura do livro “ O Centro de Recuperação Social da Ilha da Taipa em Macau“ (1) do Major Sigismundo Revés, comandante da Polícia de Segurança Pública de Macau e do médico neuropsiquiatra dos Serviços de Saúde e Higiene que trabalhou em Macau de 1957 a 1966, Dr. Alberto Cotta Guerra, recolho as seguintes informações.

A assistência aos toxicómanos em Macau foi oficialmente iniciada em Dezembro de 1946 após publicação da Portaria n.º 4075, deste mês e ano do Encarregado do Governo Samuel da Conceição Vieira.
Até essa data, os doentes eram tratados nos hospitais da cidade – em maior número no Hospital do Governo – sempre que voluntariamente procuravam os serviços médicos ou que, em regime prisional, a iniciativa da assistência dispensada partia das autoridades.
Com a regulamentação estabelecida pela citada portaria, visando já um programa de saneamento social, foram criados dois Centros de Tratamento para Toxicómanos: um no Hospital Conde S. Januário (Hospital do Governo) e outro na Cadeia Pública.

A entrada para o Centro de Recuperação Social.

No primeiro eram assistidos os voluntários e no segundo os doentes cumprindo penas por delitos vários.
Neste regime – entre Janeiro de 1947 e Dezembro de 1960, foram tratados em Macau 6075 toxicómanos, sendo 2326 no Hospital do Governo e 3749 na Cadeia Pública.
A Portaria n.º 4075 foi revogada pela Portaria n.º 6594 de 19 de Novembro de 1960, por S. Ex.ª o Governador de Macau, tenente- coronel do C. E.M. Jaime Silvério Marques, que , por despacho de 17 de Janeiro de 1961, criou uma Comissão destinada a estudar e propor todos os meios de acção necessários à luta  contra o uso ilícito de estupefacientes, tratamento de doentes e sua recuperação social.
Esta Comissão mais tarde deu lugar à criação dum organismo, que foi designado por Centro de Combate à Toxicomania, pelo Despacho n.º 19/61, de 28 de Agosto de 1961, publicado no Boletim Oficial de Macau, n.º 36, de 9 de Setembro de 1961.
Neste despacho faz referência (n.º 2, alínea c, n.º 2: Orientar a acção do Centro de Recuperação Social no combate à toxicomania) ao Centro de Recuperação Social, que substitui o Abrigo de Mendigos e Vadios (2) existente na ilha da Taipa, que fora criado pela Portaria n.º 5529, de 20 de Fevereiro de 1954.

O edifício onde estava instalado o Centro de Recuperação, na Ilha da Taipa.

(1) REVÉS, Major Sigismundo; GUERRA, Dr. Alberto Cotta – O Centro de Recuperação Social da Ilha da Taipa em Macau, Agência-Geral do Ultramar, Lisboa, 1962, 45 p., 22.5 cm x 16 cm.
(2) A criação de um centro de apoio e abrigo de vadios e mendigos, a título experimental, na Ilha da Taipa foi em 08 de Setembro de 1951 (Boletim Oficial n.º36, Portaria n.º 4:998)
A Portaria n.º 5529, de 20 de Fevereiro de 1954, cria o Abrigo de Mendigos e Vadios, com sede na Ilha da Taipa, destinado a albergar todos os indivíduos maiores de 16 anos, sem meios de subsistências, que não tenham modo de vida ou residência na província e se entreguem à prática de mendicidade ou à vadiagem nas vias e lugares públicos.
Este este mesmo «Abrigo de Mendigos e Vadios» passa a ser, em 20 de Maio de 1961, o «Centro de Recuperação Social» (1) sob a responsabilidade do Corpo de Policia de Segurança Pública de Macau (Boletim Oficial n.º 20).
Ver anteriores referências ao Centro
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/centro-de-recuperacao-social-da-taipa/

Extraído de BGU XXXVII- 432-433, 1961.
Fotos de BGU XXXVII- 434-435, 1961.

DicionárioChinês-Português 1962 CAPACapa dura sem as letras (amarelo-ouro) visíveis, gastos pelo uso.

Dicionário Chinês-Português 中葡字典, edição do Governo da Província de Macau, composto, impresso e litografado no ano de 1962 na Imprensa Nacional de Macau.
DicionárioChinês-Português 1962 LOMBADAA impressão deste dicionário iniciou-se a 16 de Fevereiro, estando presente o Governador, tenente-coronel do C. E. M., Jaime Silvério Marques.
Acabou de se imprimir este dicionário chinês-português na oficina litográfica da Imprensa Nacional de Macau, aos sete de Julho do ano de mil novecentos e sessenta e quatro.
Dimensões: 19,3 cm x 13 cm x 5cm (lombada), com 921 páginas.
A lombada também sem as letras bem visíveis.
DicionárioChinês-Português 1962 1.ª PáginaO livro é dedicado, como “homenagem do Governo de Macau, ao Dr. Sun Yat Sen (1866-1925). O Dr. Sun Yat Sen viveu em Macau, onde exerceu clínica médica. A sua residência, hoje museu, constitui um monumento da Cidade.
DicionárioChinês-Português 1962 Sun Yat Sen“O dicionário baseia-se, quanto à pronúncia cantonense, nos dicionários A CHINESE-ENGLISH DICTIONARY IN THE CANTONESE DIALECT, do Dr. Esrnest John Eitel, LE DICTIONAIRE CHINOIS-FRANÇAIS, do Pe. Louis Aubazac, e no Novo Dicionário Chinês, com pronúncia mandarina e cantonense, de Wong Chông T´óng, da Casa Editora K´wan Yick e, quando aos significados dos mesmos caracteres, servimo-nos, além dos citados, dos dicionários de Hóng-Hei, Ch´i-Yun, Ch´i-Hói e outros.” (2)
DicionárioChinês-Português 1962 InstruçõesComo exemplo duma apresentação dum caracter pronunciado em cantonense segundo este dicionário como «FÔK» , vemos todas as variantes deste “tom” nas páginas 192-195 (entre parênteses apresento a pronunciação em pinyina vermelho e em cantonense jyutpinga azul) (3)

DicionárioChinês-Português 1962 Pgs 192-193

fôk – Tira de pano. Letra designativa de mapa, parede, pintura, etc. (; fuk1)
fôk  – Felicidade. Auspicioso. (; fuk1)
fôk – Ventre, abdómen. (; fuk1)
fôk – Morcego. (; fuk1)
fôk – Réptil venenoso. (; fuk1)
fôk – Dobrado. Duplicado. (; fuk1)
fôk – Tornar a. Tombar. Derrotar. Responder.(; fuk1)
fôk – Raios de uma roda. (; fuk1)
fôk – Prostar-se. Esconder-se. Humildemente. (; fuk6)
fôk – Mais uma vez. Novamente. Repetir. Restaurar. (; fuk6)
fôk – – Vestuário, Submeter-se. Luto. Dose. Tomar medicamento. (; fuk6)
fôk – Raiz da China (botânica). (; fuk6)
fôk –Pano para embrulhar roupa. (; fuk6)

(1) 葡字典mandarim pinyin: zhōng pú zì   dian; cantonense jyutping: zung1 pou4  zi6 din2.
(2)  A Comissão encarregue da feitura deste dicionário era constituída por A. H. de Mello, Padre António André Ngan e Padre Luís Hó.
Recorda-se que o Padre (depois, em 1976, Monsenhor) António André Ngan Im-Ieoc (1907-1982) foi governador do bispado (1966) e vigário-geral (1966-1974), sendo o primeiro chinês a ocupar estes cargos. É autor de vários livros bilingues nomeadamente do mais antigo manual de estudo de português nas escola chinesas.
NGAN, António André – Método de português: para uso das escolas chinesas. Imprensa Nacional, edição de 1977.
Outro livro de grande interesse:
NGAN, António André, Monsenhor – Concordância sino-portuguesa de provérbios e frases idiomáticas. Macau : Associação de Educação de Adultos de Macau, 1998. – 274 p.; 24 cm. – Edição bilingue.
(3) Actualmente como acontece com a uniformização da romanização do chinês (mandarim) com o sistema pinyin, também para o cantonense se adopta o sistema jyutping, sistema que apresento no meu blogue. No entanto mantenho a minha consulta neste dicionário para tirar dúvidas, pois adopta uma pronúncia do cantonense que eu aprendi.

O Juramento de bandeira dos novos soldados em Macau no ano de 1960, ano das “Comemorações do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique”, foi realizado com um festival militar, no Campo Desportivo «28 de Maio», no dia 11 de Dezembro de 1960

 11DEZ1960 Festa da Guarnição Militar IO recinto do festival estava profusamente engalanado, sobressaindo a tribuna de honra, em que predominavam motivos henriquinos

 A festa militar anual da guarnição teve como primeiro objectivo, dar ao acto do Juramento de Bandeira dos soldados portugueses, recrutados em Macau, a solenidade e o luzimento que a transparência do mesmo merecia.
À festa assistiram o Governador, bem como individualidades civis e militares e numeroso público.

Às 10.00 horas o Governador, Tenente-coronel do C. E. M. Jaime Silvério Marques foi recebido à entrada pelo Coronel Artur Ferrão Pimentel da Costa, comandante militar da Província e outros oficiais, tendo passado revista à guarda de honra, prestada pelo Esquadrão de Reconhecimento, sob o comando do Capitão Baracho.
Dentro do campo desportivo um batalhão de seiscentos homens, sob o comando geral do Major Mota Cerveira (1) prestou a Sua Ex.ª o Governador as honras militares da ordenança.

11DEZ1960 Festa da Guarnição Militar IIA seguir, as forças em parada prestaram continência e procedeu-se à recepção da Bandeira Nacional.

11DEZ1960 Festa da Guarnição Militar IIIO Tenente Estorninho leu os Deveres Militares e em seguida, o Alferes Araújo fez uma alocução aos jovens que a seguir fizeram o Juramento de Bandeira.

A segunda parte do programa foi preenchia com a distribuição de condecorações (Medalha Militar de Comportamento Exemplar ou Medalha de Bons Serviços no Ultramar) a vários sargentos, cabos e soldados.

Após a entrega de condecorações, as forças em parada desfilaram com garbo perante a tribuna de honra.

11DEZ1960 Festa da Guarnição Militar IVPatrulha – Competição

 A terceira e última parte do festival foi preenchida por demonstrações de caracter militar e ginástico: um serviço de patrulha em campanha, efectuado pelo Esquadrão de Reconhecimento; a luta de tracção entre as equipas das várias unidades, classificando-se em primeiro e segundo lugar respectivamente o Esquadrão de Reconhecimento e a C. I. C. n.º1; uma classe de saltos, apresentada pelo Tenente Bastos Machado; e uma classe de ginástica educativa efectuada por praças africanas, sob a direcção do Tenente Milton Borges.

11DEZ1960 Festa da Guarnição Militar VUm aspecto da classe de saltos

 A banda da música da P. S. P. tocou, nos intervalos, alguns números do seu vasto reportório.
Os números foram executados com agrado geral da assistência, que por várias vezes se exteriorizou em manifestações de muito apreço.

Informações retiradas de “Comemorações, em Macau, do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique”,  ver em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/01/16/leitura-comemora-coes-em-macau-do-v-centenario-da-morte-do-infante-d-henrique-ii/
(1) Carlos Armando da Mota Cerveira, futuro comandante do Corpo de Polícia de Segurança Pública de Macau e depois comandante militar , nos acontecimentos do “1-2-3# de 1966.

Em 16-01-1960, o Governador da Província, tenente-coronel do Corpo do Estado-Maior, Jaime Silvério Marques determinou em despacho que se compilasse um opúsculo contendo as principais actividades e celebrações levadas a efeito, nesse Ano Henriquino. O livro (com 417 p.+ |8|), com edição do Leal Senado da Câmara de Macau, foi publicada em Dezembro de 1960, com impressão da Tipografia da Missão do Padroado.
Livro Capa

Conforme referi em anterior post (1) sobre o mesmo livro, em 1960, Macau comemorou o V Centenário da morte do Infante D. Henrique, como Ano Henriquino, com actividades e celebrações ao longo do ano. As comemorações Henriquinas em Macau foram promovidas pela Comissão Administrativa do Leal Senado da Câmara de Macau, de que era presidente o Dr. Pedro José Lobo, vice-presidente o capitão José Francisco de Azevedo Fernandes Basto e vogais, Jaime Robarts, Engo. José Maria Paulo Rodrigues e Joaquim Morais Alves.

Livro 2.ª. páginaAs Comemorações iniciaram-se no dia 4 de Março de 1960 com o hastear das bandeiras Nacional e da Cruz de Cristo em todos os edifícios públicos.
Os edifícios públicos, durante as festas, ficaram “enfeitados”, por “iluminação de gala” conforme refere o livro.

Iluminação CorreiosIluminação do Correios, Telégrafos e Telefones

Iluminação LiceuIluminação do Liceu Nacional Infante D. Henrique

Iluminação Palácio RepartiçõesIluminação do Palácio das Repartições (depois Edifício dos Tribunais)

(1)
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/11/13/comemora-coes-em-macau-do-v-centenario-da-morte-do-infante-d-henrique-1460-1960-i/

O Infante D. Henrique morreu a 13 de Novembro de 1460.
Em 1960, Macau comemorou o V Centenário da sua morte, como Ano Henriquino, com actividades e celebrações  ao longo do ano (1)
As comemorações Henriquinas em Macau foram promovidas pela Comissão Administrativa do Leal Senado da Câmara de Macau, de que era presidente o Dr. Pedro José Lobo, vice-presidente o capitão José Francisco de Azevedo Fernandes Basto e vogais, Jaime Robarts, Engo. José Maria Paulo Rodrigues e Joaquim Morais Alves.
As Comemorações iniciaram-se no dia 4 de Março de 1960 com o hastear das bandeiras Nacional e da Cruz de Cristo em todos os edifícios públicos e às 11.00 horas,o “Te Deum Laudamos”  na Sé Catedral, presidida pelo Bispo D. Policarpo da Costa Vaz.
Na tribuna dos cantores, as vozes da «Capela da Santa Cecília»., do Seminário de S. José e da «Scola Cantorum» da Sé, sob a regência do Pe. Áureo da Costa Nunes e Castro.
Às 16.30 horas, no Salão Nobre do Leal Senado, sessão solene em honra do Infante. Discursou o Dr. Pedro José Lobo, estando presentes na mesa, o Governador da Província, o Bispo de Macau, o Meritíssimo Dr. Juiz de Direito e o Comandante Militar.

O orador da conferência, foi o Dr. José Tertuliano Cabral, reitor do Liceu Nacional Infante D. Henrique.

Nesse ano, realizou-se em Portugal, o “Acampamento Internacional Infante D. Henrique” (6 a 16 de Agosto) tendo uma delegação da Mocidade Portuguesa de Macau (2)  participado com dez filiados. A delegação partiu  para Hong Kong, no dia 31 de Julho, efectuando-se o embarque na Ponte N.º 16, às 22.00 horas, seguindo de avião, no dia 1 de Agosto, para Lisboa aonde chegaram, no dia 3 do mesmo mês. O regresso foi a 8 de Setembro.
Para que se  conste, os filiados de Macau foram: (3)
Fernando Airosa Branco, José António de Melo, João Baptista Lam e Ernesto Basto da Silva do Liceu Nacional Infante D. Henrique;
Rogério Máher Mendes e Luís da Silva Pedruco, da Escola Comercial;
Alberto Pais de Assunção e Mário José do Rosário, do Colégio D. Bosco; e Lísbio Maria Couto e Tomás Ferreira de Almeida, do Seminário de S. José
           LEGENDA: Alguns dos filiados de Macau, confratenizando com os da “metrópole”

(1) Em 16-01-1960, o Governador da Província, tenente-coronel de Corpo do Estado-Maior, Jaime Silvério Marques determinou em despacho que se compilasse um opúsculo contendo as principais actividades e celebrações levadas a efeito, nesse Ano Henriquino. O opúsculo donde se retirou as informações, tem 417 p. e tem edição do Leal Senado da Câmara de Macau. Foi publicada em Dezembro de 1960, com impressão da Tipografia da Missão do Padroado.
(2) Nessa data, o Comissário Provincial da Mocidade Portuguesa era o Pe. Júlio Augusto Massa e o instrutor, Fausto Afonso Branco.
(3) Dos que conheço, um grande abraço ao Ernesto Basto da Silva e saudosa memória do Dr. João Lam  e Lísbio Couto.

Trata-se de uma revista produzida pelo Gabinete da Ponte Macau-Taipa em 30 de Abril de 1973, sobre o projecto e as especificidades da ponte. Impresso na Imprensa Nacional de Macau.
São 12 páginas mais 6 “folders” com desenhos e 1 mapa de Macau (apresentarei este mapa numa próxima oportunidade) de 31,5 cm x 22 cm.
Na 1ª página reproduz uma afirmação do General Nobre de Carvalho, Governador de Macau:
Para toda a população portuguesa e chinesa, a ponte Macau-Taipa é bem o símbolo do Futuro de Macau”

Do Índice:
Localização da obra-de-arte,
Descrição geral da obra
“Gabarit” de navegação
Natureza dos solos de fundação
Solicitações consideradas
Método de cálculo
Tensões admitidas.
A obra-de-arte é formada por dois terraplenos de aproximação, um junto de Macau e outro da Taipa com a extensão respectivamente de 107,11 metros e 773 metros; por dois viadutos de acesso de betão armado, um do lado de Macau com o comprimento de 282 metros e outro do lado da Taipa com 1.038 metros e por a ponte propriamente dita, constituída por uma estrutura contínua de betão armado e com um vão central de 73 metros de comprimento, em estrutura de betão preesforçado perfazendo 1.213 metros.
O comprimento total da obra entre o eixo da Avenida Doutor Oliveira Salazar e o entroncamento na Ilha da Taipa é de cerca 3.450 metros.
Toda a obra-de arte tem duas vias de rodagem, uma para cada sentido, com largura de 2x 3,60 metros, ladeadas por passeios sobrelevados de 0,80 metros úteis”
A construção iniciou-se em 1970… e a inauguração aconteceu a 5 de Outubro de 1974. O arquitecto Edgar Cardoso foi o autor do projecto. Mudou por completo a vida de Macau e das ilhas. O seu formato lembra um dragão (cuja cabeça é o Hotel Lisboa). A 25 de Novembro de 1973, as autarquias de Macau resolveram atribuir à Ponte Macau-Taipa o nome do Governador, intitulando-a “Ponte do Governador Nobre de Carvalho”, sendo colocada uma placa de bronze com esse nome.
A partir de 2006, é utilizada somente por transportes públicos (autocarros e táxis)
A ideia da construção da ponte vinha desde o tempo do Governador Jaime Silvério Marques, os estudos prosseguiram com o governador Lopes dos Santos, sendo finalmente realizada por Nobre de Carvalho (governador entre 1966-1974)
Fotos da ponte podem ser visualizados em:
http://cambetabangkokmacau.blogspot.com/2010/07/ponte-macau-taipa-5-de-outubro-de-1974.html