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Entrou em Macau no dia 23 de Agosto de 1708, desgovernada e desmastreada por um tufão que a assaltara, a fragata Nossa Senhora das Neves que vinha de Goa, comandada pelo capitão-de-mar-e-guerra Jerónimo de Mello (Pereira), trazendo como passageiros, feitor por sua Magesta Miguel Pinto, Tenente D. Henrique de Noronha e o Capitão de Infantaria António de Albuquerque Coelho, (1) que mais tarde seria Governador de Macau. (2) (3)  

A fragata entrou no porto desarvorada, sem mastros nem leme, e a ré sem beque, (e, por isso, saracoteando-se) sendo precizo ir (outras) em embarcações rebocá-la para dentro, por cauza do grande temporal que apanhou na altura de 19 graos (golfo de Tonquim, junto à ilha de Hainão). Ficou em Macau, de invernada para se consertar” (4)

“A fragata N.ª Sra.ª das Neves, de Sua Majestade (ou do estado da Índia, a que Macau e Timor estavam sujeitos), chegou pela primeira vez à cidade do Nome de Deus, na primeira metade de Agosto de 1703 sob o comando do capitão-de-mar–e-guerra Luís Teixeira Pinto e trazendo o governador e capitão-geral desta cidade José da Gama Machado (tomou posse a 15-08-1703).  Recolheu a fragata a Goa, antes do Inverno, levando o governador cessante (Pedro Vaz de Sequeira). No dia 23 de Agosto de 1708, o mesmo barco de guerra chega de Goa… (…). A sua oficialidade, entretanto, causou grande inquietação na Cidade do Nome de Deus. Foi o caso do célebre romance amoroso entre António Albuquerque Coelho (1) e a órfã Maria de Moura. A infantaria da fragata, com o seu comandante, aquartelou na Casa de Campo de S. Francisco (que, por volta de 1780, era de Francisco Josué, natural de Vila do Mato, Beira, e seu pai; em 1801, de um filho do mesmo nome). Albuquerque demorou-se em Macau, com os seus soldados e a fragata, até ao 1.º de Agosto de 1714, dia do enterro, na Igreja de S. Francisco, de sua esposa, falecida do segundo parto. Em 13-11-1715, a Sr.ª das Neves já não existe por talvez nunca se ter recomposto do temporal que a colheu, em 1708, e da invernada seguinte em Macau.” (3)

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/antonio-albuquerque-coelho/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/08/23/noticia-de-23-de-agosto-de-1708-fragata-nossa-senhora-das-neves/

(2) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1952

 (3) PIRES, Benjamim Videira – A Vida Marítima de Macau no Século XVIII, 1993, p. 26

(4) BRAGA, Jack  M.  – A Voz do Passado, 1987,p.25

Macao
Praia Grande, vista da Colina da Penha, c. 1885. Autor desconhecido
Gravura feita após fotografia, colorida posteriormente

A Praia Grande em 1885
O Dr. Augusto Pereira Tovar de Lemos (1) descrevia assim a Praia Grande no «Relatório do serviço médico da província de Macau e Timor referido ao anno de 1885»: (2)
«Esta enorme e larga rua (Avenida da Praia Grande), na maior parte pertencente á freguesia da Sé, é curva e talhada juntamente com a muralha que a limita pelo E, S e SO em amphiteatro. É arborizada. Em curva mais suave, segue-se uma extensa linha de prédios, qual deles o melhor. Ao centro d´esta rua está um bello palácio, que por muito tempo foi residência dos Governadores, acomodando actualmente as seguintes repartições públicas – junta da fazenda, tribunaes judiciaes, europeu e china, com os respectivos cartórios e repartição de decimas. E um bello estabelecimento; em harmonia coma amplidão e elegância das salas está a sua mobília. Estão em decência á altura e dignidade de taes repartições. Apenas há a notar e sentir que algumas salas interiores no rez do chão, e que servem para cartórios da repartição da procuratura, tenham pouco ar e pouca luz, resultando, já se vê, crescimento de humidade, e por tanto insalubres, em especial no tempo invernoso. A sala de tribunal é mais de decente, é magestosa.
Um outro palácio de mais subido gosto, segundo a maioria dos pareceres, se encontra ao seguir da mesma fileira de prédios na Praia Grande o qual olha para o S. ou talvez mais rigorosamente para SO. Todo o palácio, como o seu adorno, está em circunstâncias de receber os mais elevados dignitários estrangeiros, sem quebra de nossa dignidade nacional. N´elle reside o actual Governador (Tomás de Sousa Rosa), a quem se deve tanto o melhoramento do palácio com a útil e grandiosa idea de reunir a maior parte das repartições, não se poupando a esforços para que as referidas repartições, se alojassem com o decido conforto, e decência. Todos os prédios que em graciosa e suave curva limitam pelo N. a praia são belos, e como são pintados ou caiados a diversas cores, o conjunto forma um todo bello. A rua é toda arborizada do lado S No limite E fica um elegante edifício, o Grémio Militar, e por detraz d´este em mais elevado plano o vistoso e bom quartel de S. Francisco. Do lado S.O. fica a montanha arborizada da Penha.
Entre os prédios dos particulares os que mais se distinguem são os do sr. Commendador Senna Fernandes e o Hotel (Macao Hotel ) que é de bom gosto. A apparência  d´estes edifícios não está em geral em harmonia com as divisões das casas, que têem irregularidades, com algum prejuízo para a hygiene».
(1) O Dr. Augusto Pereira Tovar de Lemos ( ? – 1933), chefe de serviço honorário da província de Moçambique, chegou a Macau no transporte «África», no dia 1 de Janeiro de 1882, acompanhando como médico, o 1.º Batalhão do Regimento de Infantaria do Ultramar. A 10 de Maio de 1884, foi nomeado cumulativamente o serviço também do 3.º Batalhão. Foi nomeado de 2 de Maio a 19 de Novembro de 1844, Chefe interino do Serviço de Macau e Timor substituindo o Director, Dr. Lúcio da Silva que esteve nesse período em Portugal de licença graciosa  Foi depois chefe interino algumas vezes  (17 de Janeiro a 1 de Dezembro de 1885; 27 de Junho a 3 de Outubro de 1887 e de 18 de Janeiro a 2 de Julho de 1888) , substituindo o Dr. Gomes da Silva, ausente quer por licença graciosa quer em missão de serviço a Timor e Sião. Seguiu de viagem para Portugal em 15 de Outubro de 1889, para se tratar da saúde, não mais regressou. Faleceu no dia 30 de Janeiro de 1933 segundo « Diário da Manhã» Ano II-n.º 630, 3 Janeiro de 1933.

(2) Publicado no Boletim Oficial, 6 de Maio de 1886, p. 154.

Quatro quadros fotografados por José Neves Catela (1) e publicados na revista «Mosaico» (2) São (eram?) aguarelas pintadas pelo 2.º sargento de Infantaria, Eduardo de Gouveia, que estavam expostas e a ornamentar uma das salas do Aquartelamento das Barracas Metálicas de Mong Há em 1950, na altura, comandado pelo major José Joaquim da Silva e Costa.
(1) Sobre este fotógrafo ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jose-neves-catela/
(2) Ver em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/mosaico-circulo-cultural-de-macau/

A bordo do novo paquete “Índia” da Companhia Nacional de Navegação, chegou no dia 22 de Setembro de 1951, um contingente composto de 527 homens, sob o comando do Tenente-coronel Acácio Vidigal das Neves e Castro, que vieram render os seus camaradas cuja comissão de serviço foi dada por finda.

O Comandante Militar de Macau, Coronel de Infantaria Tirocinado (depois Brigadeiro) Paulo Bénard Guedes (1) tenho à direita o Coronel A. Cabrita e à esquerda o  Tenente -coronel  Acácio das Neves Castro.
Após o desembarque, os novos soldados formados para seguirem para os seus quartéis. (2)

Nesta data, 22 de Setembro de 1951, procedeu-se a uma remodelação dos nomes das companhias estacionadas em Macau terminando a designação de «Expedicionário»(3)
Assim:
1 – O 1.º Batalhão de Caçadores de Moçambique que desembarcou em Macau a 28 de Junho de 1951 e  ocupava nessa data os aquartelamentos da Porta do Cerco, Ilha Verde, Mong Há (Fortaleza e Asilo) e Ramal dos Mouros, passou a designar-se Batalhão de Caçadores n.º 1 (3) Comandante: Major de infantaria Mário da Costa Santos Anino (4)
2 – O 2.º Batalhão de Caçadores de Moçambique que desembarcou em Macau a 28 de Junho de 1951 e estava aquartelada em Coloane, passou a designar-se Batalhão de Caçadores n.º 2.  (3) (5) Comandante: Major de infantaria Mário Gustavo A. Barata da Cruz.(4)
3 – A Bataria Independente de Artilharia Anti-Aérea 4cm Expedicionária que estava em Mong Há, transformou-se em Bataria de Artilharia Anti-Aérea 4 cm. (3) Comandante: Capitão de artilharia Gastão M. de Lemos Lobato Faria.(4)
4 -A Bataria Independente de Artilharia Anti-Aérea Expedicionária de 7, 5 cm que estava na Flora desde o desembarque em 1949, e estava aquartelada nessa data no aquartelamento das Barracas Metálicas de Mong Há, desde Julho de 1951, transformou-se em Bataria de Artilharia Anti-Aérea de 7,5 cm. (3) Comandante: Capitão de artilharia Maurício Martins Lopes. (4)
5 – A 1.ª Bataria de Artilharia Ligeira de Moçambique transformou-se em Bataria de Artilharia Ligeira de 8.8 n.º1. (3) Comandante: Capitão de artilharia Eduardo Afonso Rodrigues Salavisa.(4)
6 – A 2.ª Bataria de Artilharia Ligeira de Moçambique transformou-se em Bataria de Artilharia Ligeira de 8,8 n.º 2.  Ficou administrativamente adida à Bataria de Artilharia Ligeira 8,8 n.º 1.  (3) Comandante: Capitão de artilharia Adriano Vitor Hugo L.  Cadima. (4)
O agrupamento de Batarias de artilharia estava sob o comando do Tenente-coronel de artilharia Acácio Vidigal das Neves e Castro.(4)
7- A Companhia de Engenharia Expedicionária, que em 1949 foi para o aquartelamento da Fábrica de Panchões (junto à Porta do Cerco), foi transferida para o aquartelamento da Flora (barracas metálicas) e passou nesta data a designar-se Companhia de Engenharia. (3) Comandante: Capitão de engenharia Henrique Pedro Daniel D. Silva P. Aranda.(4)
8 – A Companhia de Metralhadoras (no quartel de S. Francisco) foi transformada em esquadrão Motorizado sob o comando do capitão Cavalaria José Carlos Sirgado Maia. (3)
(1) Ver anteriores referencias em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/paulo-benard-guedes/
(2) Fotos de «Mosaico» III-14, 1951.
(3) CAÇÃO, Armando António Azenha – Unidades Militares de Macau. Gabinete das Forças de Segurança de Macau, 1999.
(4) Anuário de Macau 1951-1952.
(5) Os batalhões de Moçambique que vieram substituir os de Angola saíram de Macau em Setembro de 1953 no navio «Niassa», na sequência dos incidentes na Porta do Cerco que culminaram em 25 de Julho de 1952 com a morte do soldado africano Joaquim Mundau (6) e consequente início da redução dos efectivos militares, deixando de haver mais soldados africanos em Macau.
(6) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/07/25/noticia-de-25-de-julho-de-1952-falecimento-de-jacinto-mundau/

Continuação da leitura de Francisco de Carvalho e Rego, publicado em anterior post (1):

As três curvas da Baía da Praia Grande (final da década de 40, século XX)

“… Então, o cunho português desaparecia, surgindo o aspecto de um a pequena cidade chinesa, que a avenida marginal do Porto Interior revelava aos olhos cobiçosos do observador.
O peixe estendido pela via pública, exposto ao Sol, na salga que o chinês faz a capricho, espalhava pelo ar um aroma desagradabilíssimo que, de mistura com o cheiro de hortaliças salgadas, do balichão e outros produtos da indústria explorada, confundia e perturbava quem a ele não estivesse acostumado.
Altos rickshaws, pintados a vermelho, com aros de ferro nas rodas, cruzavam a rua em correria, sem que os peões se afastassem, apesar dos altos gritos dos cúlis.
O casario baixo e sujo igual em toda a Avenida marginal, sendo os baixos utilizados para comércio e o primeiro e único andar para moradia.
Junto ao cais de desembarque viam-se muitos rickshaws, e cúlis segurando longos e grossos bambus, prontos para a descarga.
Serviço da polícia marítima, rudimentaríssimo, era feito nos cais por um ou outro indiano, auxiliado pelos chamados loucanes, que vestiam uniforme curiosíssimo, com meias brancas por fora das calças e pequenos chapéus feitos de filamento de bambu.
O policiamento das ruas pertencia aos soldados de infantaria que, de grandes chapéus de aba larga, se lobrigavam de quando em vez, aqui, ali, ou acolá.
Desse cais do porto interior caminhava-se para o coração do bairro chinês e, por ruas tortuosas, vinha dar-se ao Largo do Senado, onde o edifício da Câmara mais e melhor nos fazia lembrar que tínhamos deixado a China e regressado a Portugal.
Só faltava o pelourinho!”…”

continua

Balichão – tempero para guisados ou acepipes; molho composto de camarões pequenos, esmagados com sal, pimenta, malagueta, aguardente e aromatização com folha de louro (2)
Cúlis do inglês coolie – Cule- trabalhador chinês: carregador (carregava aos ombros  os palanquins, liteiras)  estivador, puxador de carroças e riquexó, condutor de triciclo, etc (2) Ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/cules/
Loucanes – assim denominados os “marujos chineses”.
Riquexó, “rickshaw” ou jerinchá – é o meio de transporte humano em que uma pessoa puxa por uma carroça de duas rodas. Ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/riquexos/
(1) REGO, Francisco de Carvalho e – Macau … há quarenta anos in «Macau». Imprensa Nacional, 1950, 112 p.
(2) (BATALHA, Graciete – Glossário do Dialecto Macaense, 1988 e Suplemento ao Glossário do dialecto Macaense, 1988.

Extraído de «BGC XXVI-302-303,1950»
12-07-1910 – O Governador Eduardo Marques ordenou por portaria, a suspensão de garantias constitucionais, em todos os territórios do Concelho de Taipa e Coloane, sendo enviadas, pelas 4.00 horas de madrugada, duas forças uma de 45 praças de infantaria, comandada pelo Tenente Aguiar e outra do destacamento da Taipa e Coloane, sob o comando do tenente Albino Ribas da Silva, para desalojarem os piratas da quadrilha de Leong Tai Tchan e Leong Ngi Uá, que tinham o seu covil, nas furnas da ilha de Coloane. Devido à resistência oferecida pelos piratas foi enviada uma força de artilharia e, pelas 11.30 horas, a lancha canhoneira Macau, chefiada pelo primeiro-tenente Joaquim Anselmo Mata e Oliveira À tarde, seguiu novo reforço de 105 homens do Corpo da Polícia e infantaria, sob o comando do Capitão de infantaria Eduardo Azambuja Martins, indo assumir o comando geral das forças o major Alfredo Artur de Magalhães, comandante da Polícia de Macau O combate iniciou-se no dia seguinte e a rendição dos piratas foi no dia 14 embora as operações “de limpeza” tenham prolongado até 29 do mesmo mês.Desta acção resultou o completo extermínio dos piratas que tinham o seu quartel-general nessa ilha de Coloane, com a libertação de 18 crianças, mulheres e velhos e aprisionados 21 piratas reconhecidos, 39 indivíduos suspeitos, 11 mulheres de piratas num total de 89 pessoas. (1) Morreram 3 portugueses, segundo algumas fontes (2) mas somente é referido nos relatórios oficiosos, a morte do cabo António Maria d´Oliveira Leite, no dia 12 de Julho.

Militares portugueses, durante os combates em Coloane contra os piratas, em 1910

NOVEMBRO de 1910 – Julgamento dos piratas sequestradores de Coloane no Quartel de S. Francisco. Condenados 8 piratas a 28 anos de prisão, com degredo em Moçambique. Sete piratas foram absolvidos por faltas de provas dos crimes imputados.
O Júri do Conselho de Guerra: (1)
Presidente: Major António Joaquim Garcia
Vogais: Capitão Manuel das Neves e Alferes Mendes
Auditor: Camilo de Almeida Pessanha
Promotor: Tenente Rosa
Defensor oficioso: Alferes Rebelo
04-02-1911 – É escolhido o feriado municipal – 13 de Julho – do Concelho das Ilhas, e apresentada a justificação no B. O. n.º 5, desta data. Trata-se de sublinhar na memória de todos, em cada ano, a data do «combate de Coloane», contra os piratas, no ano anterior. (3)
(1) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954; TEIXEIRA, Pe. Manuel – Os piratas em Coloane em 1920, 1960
(2)  «MBI, III-71, 1956.»
(3) SILVA , Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997.

Em honra do Senhor Ministro do Ultramar, Comandante Sarmento Rodrigues, na sua visita a Macau em Junho de 1952, realizou-se no dia 20 de Junho um grandioso desfile militar, na qual participaram todas as forças de terra e mar que desfilaram perante a tribuna de honra (colocada à frente do Palácio do Governo), com grande variedade de viaturas, material pesado e outros engenhos bélicos. (1)
À esquerda da tribuna ministerial estava formada a guarda de honra, uma companhia do Batalhão de Caçadores n.º 1, sob o comando do capitão Marques de Carvalho e a banda de música da Polícia de Segurança Pública.
DESFILE MILITAR 20JUN1952 IÀ chegada do Ministro do Ultramar, a um toque de clarim, a guarda de honra apresentou armas e a banda musical tocou “A Portuguesa”.
DESFILE MILITAR 20JUN1952 IIO Comandante Sarmento Rodrigues acompanhado pelo Comandante Militar , tenente-coronel António Cyrne Pacheco.
DESFILE MILITAR 20JUN1952 III                                              … passou revista à guarda de honra.
Às 9,30 horas começou o desfile.
DESFILE MILITAR 20JUN1952 IVA um toque de clarim começou a marcha pela Rua da Praia Grande, abrindo com dois castelos da Mocidade Portuguesa com os respectivos estandartes.
Seguia depois um carro militar com o comandante das forças em parada, que parrou em frente à tribuna.
DESFILE MILITAR 20JUN1952 XIO comandante das forças em parada, o tenente-coronel de artilharia, Acácio V. Neves e Castro e adjunto tenente-miliciano de artilharia, Francisco F. Novo, prestaram a continência pedindo autorização para o desfile, após o que se colocaram à esquerda da Tribuna Ministerial juntamente com o ordenança, clarim e estafeta.
DESFILE MILITAR 20JUN1952 XIIDesfilou então a parte apeada com uma companhia da Marinha de Guerra com bandeira, sob o comando do 2.º tenente Caldeira Saraiva.
Depois vinha a Banda de Corneteiros composta por pessoal indígena dos batalhões de Caçadores 1 e 2. Seguidamente a Bandeira Militar tendo como porta-bandeira o tenente de artilharia Álvaro Manuel V. Cepeda e a respectiva escolta constituída por um sargento, um furriel e um 1.º cabo; um Batalhão de Caçadores sob o comando do major de infantaria, Mário dos Santos Anino, tendo como adjunto um capitão, um sargento (como porta-guião do batalhão) e uma ordenança. Depois, a 1.ª Companhia de Atiradores sob o comando do capitão Carlos Eduardo Campelo de Andrade Bandeira de Lima; a 2.ª Companhia de Atiradores a quatro pelotões, sob o comando do capitão de infantaria, Pedro de Barcelos; a 3.ª Companhia de Atiradores, a quatro pelotões, sob o comando do capitão de infantaria, Miguel Ângelo Cambraia Duarte e a 4.ª Companhia de Atiradores a quatro pelotões, sob o comando do capitão de infantaria Carlos da Costa Campos de Oliveira.
Seguiu-se a Polícia Marítima, a um pelotão sob o comando do chefe Joaquim Baptista e a Polícia de Segurança Pública, a uma companhia a três pelotões , com bandeira sob o comando do tenente José da Conceição Miguel.
Seguiu-se depois a parte motorizada.
DESFILE MILITAR 20JUN1952 VIIUma coluna sob o comando do capitão de infantaria, Mário Gustavo de Araújo Barata da Cruz, tendo como adjunto um capitão de infantaria com ordenança-estafeta; Companhia Anti-Carro, do Batalhão de Caçadores sob o comando do capitão de infantaria João Melo de Oliveira, um corneteiro e um estafeta;
DESFILE MILITAR 20JUN1952 VIII1.º Pelotão Anti-Carro a quatro secções, sob o comando do tenente miliciano de infantaria Carlos Fernandes Camacho, o 2.º pelotão Anti-Carro, a quatro secções, sob o comando do alferes miliciano de infantaria, José F. Lino.
Seguia-se o Agrupamento de Baterias de Artilharia, sob o comando do capitão de artilharia Eduardo Afonso S. Salaviza, com um 1.º sargento, porta guião e um estafeta-moto;
Bateria de Artilharia Ligeira 8,8 n.º 1, sob o comando do capitão de artilharia Adriano Vítor Hugo Landercet Cadima, a duas divisões e quatro secções;
Bateria de Artilharia Ligeira 8,8 n.º 2, sob o comando do tenente de artilharia, Joaquim Humberto da Silva Porto Oneto, a duas divisões e quatro secções;
Bateria de Artilharia Anti-Aérea de 4 cm, sob o comando do tenente de artilharia, Domingos Sebastião Gama de Câmara Stone, a duas divisões e quatro sessões.
Bateria de Artilharia Anti-Aérea de 7,5 cm, sob o comando do capitão de artilharia, Maurício Martins Lopes, a duas divisões e quatro secções.
DESFILE MILITAR 20JUN1952 IXDesfilou a seguir o Esquadrão Motorizado sob o comando do capitão de cavalaria, José Carlos Sirgado Maia, com um 1.º sargento porta-guião, clarim e estafeta-miliciano.
Depois, o Pelotão de Auto-Metralhadoras, sob o comando do alferes miliciano de cavalaria, Mário António de P. Valente;
DESFILE MILITAR 20JUN1952 XIIIo Pelotão de Metralhadoras-Auto (Brens), sob o comando do alferes miliciano de cavalaria, Rui Ferreira, pelotão auto T. T., sob o comando do alferes miliciano de cavalaria, Jácome Saavedra de O. Bruges;
Desfilou depois a Companhia de Engenharia, sob o comando do capitão de engenharia, Henrique Pedro Daniel e Aranda, com um 1.º sargento porta-guião, clarim e um estafeta -moto; Pelotão de Sapadores sob o comando do tenente de engenharia Manuel Mesquita Borges e um Pelotão de Transmissões, sob o comando do alferes miliciano de engenharia, Fernando José Brochado de Miranda;
Um pelotão de Motociclistas da Polícia de Segurança Pública e seis “jeeps”, sob o comando do tenente Francisco Maria Candeias, e uma Companhia de Bombeiros Municipais sob o comando de chefe Manuel Dimas Pina, fecharam a parada.
Dirigiu a parada o capitão Alberty Correia, subchefe do Estado Maior.
(1) Segundo testemunhos dos militares radicados em Macau, terá sido o maior desfile militar até então e nunca mais repetido nessa grandeza, quer em termos humanos quer em meios utilizados. As tropas tinham a testa da formação, junto do antigo Palácio das Repartições (depois Tribunal); as forças motorizadas e corporações militarizadas estendiam-se até ao Porto Exterior, ao longo da Avenida então chamada Dr. Oliveira Salazar.
Informações de BARROTE, David (coordenação) – A Visita do Ministro do Ultramar a Macau em Junho de 1952. Editado pela Repartição Central dos Serviços Económicos, Secção de Propaganda, 328 p.
Referências anteriores ao comandante Sarmento Rodrigues e à sua visita a Macau em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/manuel-m-sarmento-rodrigues/