Archives for posts with tag: Igreja de Santa Clara

No dia de 23 de Agosto celebra-se a festa litúrgica de Santa Rosa de Lima (1).

Recordo o papel missionário ligado ao ensino do Colégio de Santa Rosa de Lima, em Macau, nomeadamente a acção educativa das Franciscanas Missionárias de Maria transcrevendo parte dum artigo (com fotos) não assinado, publicado no Boletim de Macau (2)

As alunas numa aula prática de Físico-Química

“O Colégio de Santa Rosa de Lima ficou debaixo da direcção das Franciscanas Missionárias de Maria (F.M.M.) (3) a partir de 1903. Foi no dia de 17 de Novembro de 1903, que as Franciscanas chegaram a Macau, tendo assistido ao seu embarque a própria fundadora do seu Instituto, a Reverenda Madre Maria da Paixão. Anos antes havia ela visitado Portugal por ocasião do sétimo centenário de Santo António de Lisboa, pelo qual ela tinha grande devoção, e daí levou gratas recordações do país.

Professoras dão aulas de costura

Assim não recusou o pedido (insistente) de D. João Paulino de Azevedo e Castro, para a vinda de um grupo de Religiosas para Macau. Foram instaladas na primitiva habitação das monjas de Santa Clara (4) (5) e, transformado o mosteiro em colégio de educação feminina, com o nome de Santa Rosa de Lima. Assim decorreram anos, quando em 1910, as Religiosas se viram obrigadas a tomar outro rumo, deixando atrás de si uma obra.

Preparando-se para a vida, aprendem também dactilografia

Retomaram esse lugar, quando D. José da Costa Nunes desejando haver uma casa de educação onde fossem instruídas meninas de origem portuguesa, resolveu fazer de Santa Rosa de Lima, um centro intelectual e religioso, admitindo alunas de todas as nacionalidades, qualquer que fosse a crença que professassem. Assim em 1932 era entregue a direcção às F.M.M. este estabelecimento, que, pouco a pouco, vai ampliando e remodelando surgindo do antigo edifício, um novo que foi inaugurado no dia de 24 de Março de 1934. Posteriormente, foi construída a igreja de Santa Clara que liga o Convento com o Colégio, benzida e inaugurada no dia 25 de Outubro de 1936, festa de Cristo Rei.

As alunas escuteiras numa aula de sinalização

No ano lectivo de 1955/1956 estavam inscritas um total de 929 alunas inscritas nas três sessões de ensino, (6) respectivamente: secção portuguesa com 220; secção chinesa com 355 e secção inglesa com 354. Os Cursos Secundários das Sessões Chinesa e Inglesa estavam oficialmente reconhecidos, dando o primeiro ingresso às Universidades da Ilha Formosa e o segundo à Universidade Católica de Washington.

Os desportos fazem parte das actividades diárias das alunas

Há ainda uma escola gratuita primária, para meninas pobres, chinesas, cujas aulas eram diários das 5 h às 7h da tarde. Essas aulas eram frequentadas por 158 crianças. Ministrava-se no Colégio o ensino de línguas estrangeiras, assim como o da música, tendo muitas alunas feito os exames do «Trinity College of Music» em Hong Kong.”

Na Igreja,durante uma festa religiosa no mês de Maio

(1) Rosa de Lima (Lima, 20 de abril de 1586 – Lima, 30 de agosto de 1617), nome de baptismo de Isabel Flores y Oliva, foi uma mística da Ordem Terceira Dominicana, beatificada em15 de Abril de 1668 por Papa Clemente IX e canonizada em 2 de Abril de 1671, Roma por Papa Clemente X. Santa Rosa é a primeira santa nativa da América e padroeira do Peru.

(2) Macau, Boletim Informativo da Repartição Provincial dos Serviços de Economia e Estatística Geral, Ano III, n.º 60, de 31 de Janeiro de 1956, pp. 8-9.

(3) 4-10-1903 – Partiram para Macau, vindas da Europa, (chegaram a 17-11-1903), as religiosas Missionárias Franciscanas de Maria, para dirigirem o Colégio de Sta. Rosa de Lima (iniciativa de D. João Paulino de Azevedo e Castro (1902-1918) para educação de pensionistas, e órfãs, esta gratuitamente). Acolhia, como internas, raparigas de vários pontos do Extremo Oriente – incluindo Tailândia. Depois de um interregno (1916-1932), voltaram, já em tempo de D. José da Costa Nunes. Em 1933 abriu a secção chinesa. Em 1936 é inaugurado o novo Colégio-Sede, resultante de ampliação. (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p. 17)

 (4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/convento-de-santa-clara/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/igreja-de-santa-clara/

 (5) Até 1903, era dirigido pelas Filhas Canossianas da Caridade desde 1889. Antes das canossianas, o colégio, naquela altura chamado de recolhimento, albergou as clarissas, cujo convento foi destruído por um incêndio em 1824. As irmãs foram albergadas no Recolhimento de Santa Rosa de Lima. Com o falecimento da última clarissa em 1875, o recolhimento passou a chamar-se de Colégio de Santa Rosa de Lima.

(6) As línguas de ensino do colégio foram o português, o Inglês e o cantonense. O ano lectivo 1992-1993 foi o último ano do ensino em português do Colégio Santa Rosa Lima. 

Extraído de «BGM», VII- 38 de 24 de Agosto de 1861.

O mais antigo sino em Macau é o que se acha no campanário da igreja de S. Clara, cuja inscrição diz:

Em vez de ARO deve ser ORA; e significa: «Roga por nós, bem-aventurada Madre Clara. Ano do Senhor de 1674»

Francisco Tavares deve ser filho de Manuel Tavares Bocarro, (1) o grande fundidor de sinos e canhões em Macau por um quarto de século. Frei Manuel de Madalena de Lampreia, O. F. M., natural de Macau, foi várias vezes guardião ou superior do Convento de S. Francisco e em 1674 era comissário do Convento de S. Clara (2)

Segue-se o sino de N. Sra da Guia no qual se lê:

Foto de 1998

No outro lado do mesmo sino lê-se:

D. Diogo de Pinho Teixeira foi Capitão-Geral de Macau de 1706 (posse do cargo a 5 de agosto, dia da celebração anual à Nossa Senhora das Neves, celebrada na capela de Nossa Senhora da Guia) (3) a 1710. Posteriormente nomeado para a Capitania de Diu 1716 regressando a Goa em 1719.

Domingos Pio Marques (de Noronha e Castelo Branco) nasceu em Macau, a 06-05-1783 e faleceu a 8-02-1840; sepultado no jazigo de família no Cemitério de S. Miguel) sendo filho de Domingos Marques e de Maria Ribeiro Guimarães. (4) Domingos Pio Marques, proprietário e armador, cavaleiro, comendador da Ordem de Cristo, e comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (1825), foi ao Brasil em 1819, como representante do Leal Senado, para saudar D. João VI, que por decreto de 06-02-1818, outorgara ao Leal Senado o tratamento de «Senhoria».

D. Frei Francisco de N. Senhora da Luz Chacim, O. F. M., foi bispo de Macau de 1804 a 1828, falecendo a 31 de Janeiro de 1828. (5)

(1) Manuel Tavares Bocarro que possuía uma fundição de canhões em Macau de 1625 a 1664, informava que em 1635, o baluarte da Guia tinha 5 peças, i. é, uma colubrina, um pedreiro e 3 sagres, todas de metal; Marco d´Avalo afirmava que, em 1638, tinha 4 ou 5 peças.

(2) TEIXEIRA, P: Manuel – A Voz das Pedras de Macau, 1980, pp. 110-111.

(3) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/08/05/noticia-de-5-de-agosto-festa-de-nossa-senhora-das-neves-ii/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/08/05/5-de-agosto-festa-de-nossa-senhora-das-neves-i-2/

(4) Domingos Marques (1730-1787) e sua mulher estavam sepultados na Igreja de S. Agostinho. A lápide foi removida em 1960 para as ruínas de S. Paulo onde foi partida em dois pedaços em 1967, e depois depositada  na Fortaleza do Monte. (2)

(5) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/d-francisco-de-n-s-da-luz-chacim/

Planta da Península de Macau, 1/5 000, reduzida e desenhada por António Heitor, Macau, 15 de Março de 1889
Pormenor NORTE – Ilha Verde (com a fábrica de cimentos); Istmo do Cerco; Pagode de Lin Fong; Fortaleza de Mong Há; Casa do Destacamento
Pormenor CENTRO – Hospital de Sam Januário; Fortaleza de S. Jerónimo; Igreja de Santa Clara; Fortaleza de S. Francisco; Quartel da Bateria de Infantaria do Ultramar; Grémio Militar; Jardim de S. Francisco; Bateria razante 1.º Dezembro; Baía da Praia Grande; Sé Catedral; C. T. T. ; Igreja de Santo Agostinho; Tribunais/Fazenda; Senado; Quartel do Batalhão Nacional; Igreja de S. Domingos
Pormenor SUL – Fortaleza de Nossa Senhora de Bomparto; Praia do Tanque do Mainato; Baía do Bispo; Ermida de Nossa Senhora da Penha; Quartel da Polícia Marítima; Mesquita de Mouros; Fortaleza da Barra; Pagode da Barra; Doca; Matadouro

Notícia extraída de «A Aurora Macaense». I-40 de 14 de Outubro de 1843.

NOTA: : 01-10-2019 – corrigido o lapso:  a notícia originalmente publicada no dia 10 de Setembro de 2019, como “NOTÍCIA DE 10 DE SETEMBRO DE 1843” deve-se ler “NOTÍCIA DE 7 DE OUTUBRO DE 1843. Peço desculpas pelo erro que não foi devidamente identificado na altura..

Morre em Roma a 29 de Novembro de 1976, depois de receber a visita e bênção de Paulo VI. D. José da Costa Nunes. (1) As Exéquias foram na Basílica de S. Pedro e o seu túmulo está na Igreja de Santo António dos Portugueses em Roma. (2)
Recordo-o, neste dia, apresentando um postal de 1964.

Creio tratar-se de uma foto da missa campal repleta de fiéis celebrada pelo Cardeal D. José da Costa Nunes e co-celebrada pelo Bispo de Macau, D. Paulo José Tavares (bispo de Macau: 1961-1973) em frente às Ruínas de São Paulo, no ano de 1964.
Em 10 de Novembro de 1964, o Cardeal D. José da Costa Nunes foi nomeado pelo Papa Paulo VI, legado papal para as comemorações do IV Centenário das Missões da Companhia de Jesus em Macau e IV centenário da chegada dos primeiros missionários católicos a Macau. (3)
Nesse mesmo mês e durante a sua estadia, no dia 23 de Novembro de 1964, o Leal Senado, em sessão ordinária desta data, proclamou o Cardeal D. José da Costa Nunes (Bispo de Macau de 1920 a 1940) como Cidadão Benemérito de Macau.
(1) Antes de completar o curso teológico, acompanhou para Macau, como secretário particular de Bispo D. João Paulino, tendo chegado a Macau em 1903 e ficou a estudar no Seminário de S. José. Foi ordenado sacerdote e, em 1920, foi nomeado Bispo de Macau, Restaurou o Colégio de Sta. Rosa de Lima, confiando em 1932 a direcção do estabelecimento às Franciscanas Missionárias de Maria; inaugurou a nova igreja de Santa Clara; fundou as escolas chinesas “Pui Cheng”, “Mong Tak”, “Kung Chon” e o Colégio de S José; melhorou a Escola Portuguesa, ambas anexas à Casa de Beneficência; inaugurou em 13 de Outubro de 1935 a nova Igreja de Nossa Senhora da Penha; restaurou o Paço Episcopal; confiou o Seminário de S. José aos jesuítas; foi professor do Liceu de Macau.
(SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 5, 1998).
NOTA 1: Há muita informação sobre a vida e a obra do Cardeal D. José da Costa Nunes acessível através da net:
Sugiro entre outros:
http://www.eccn.edu.pt/index.phpoption=com_content&view=article&id=3&Itemid=268
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_da_Costa_Nunes
COSTA, Susana Goulart – D. José da Costa Nunes (1880-1976); Um Cardeal no Oriente
http://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/4523/1/LS_S2_19-20_SusanaGCosta.pdf
Nos «Arquivos da RTP: Chegada do Cardeal José da Costa Nunes, Vice-camarlengo da Santa Sé. a Lisboa, em 1964.»
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/chegada-do-cardeal-jose-da-costa-nunes/#sthash.TfvpHSEE.dpbs
(2) No dia 27 de Junho de 1997, os seus restos mortais foram solenemente trasladados para a Igreja Paroquial de Nossa Senhora das Candeias, freguesia da Candelária, concelho da Madalena.
(3) A Companhia de Jesus desempenhou papel preponderante na fundação e de Macau. Embora as notícias dos primeiros Jesuítas em Macau datam de 1555, (chegada do padre Belchior Nunes Barreto, o Irmão Fernão Mendes Pinto e o padre Gaspar Vilela (conforme carta escrita pelo padre Belchior Nunes Barreto) os Jesuítas só se estabeleceram definitivamente em Macau em 1563, com a vinda dos padres Francisco Peres e Manuel Teixeira e do Irmão André Pinto:
O padre Francisco Peres, em 1565, fundou em Macau, junto à ermida de Santo António, a primeira residência da Companhia de Jesus.
SEABRA, Leonor Dias de – Macau e os jesuítas (séculos XVI e XVII) . História Unisinos 15(3):417-424, Setembro/Dezembro 2011.
Acessível em
http://revistas.unisinos.br/index.php/historia/article/viewFile/htu.2011.153.09/609
NOTA 2: Circula na net outro postal (mesma imagem) deste evento com a seguinte legenda:

Sam Ba Sing Tzik St. Paul’s Cathedral Macau 1964

apostolado-da-oracao-p-teixeira-paroquia-de-s-lourenco“Cincoentenário do Apostolado da Oração no Centro de S. Lourenço” (1)

O Apostolado da Oração tem como finalidade unir‐se aos pensamentos de Jesus (“a verdadeira devoção ao Sagrado Coração”) e rezar pelas intenções do Papa. A partir de 1910, na sequência dos novos decretos do Papa Pio X, o Apostolado da Oração procura favorecer a comunhão das crianças e convida‐as a interceder pela paz durante a guerra europeia e, depois, mundial. Em 1914, no Congresso Eucarístico Internacional, em Lourdes, faz um apelo a “uma grande liga eucarística dos pequenos que suscitará, a começar na infância, um movimento geral para a Hóstia”. Animados pelo Congresso Eucarístico, alguns grupos organizam‐se. Fala‐se de “Ligas Eucarísticas” e de “cruzadas de oração infantil”. Alguns desses grupos vinculam‐se ao Apostolado da Oração. (2)

cruzada-eucaristica-p-teixeira-paroquia-de-s-lourencoCruzada Eucarística no Centro de S. Lourenço (1)

É no seio da Cruzada de Bordéus, fundada a 13 de novembro de 1915 pelo Padre Albert Bessières e Geneviève Boselli, que tem origem a “Cruzada Eucarística” enquanto tal. O secretariado do Apostolado da Oração, com sede em Toulouse, coordena, nos meses seguintes, as atividades das Cruzadas que se desenvolvem em França. Pouco a pouco, a Cruzada Eucarística vai‐se inserindo no Apostolado da Oração e torna‐se a secção das crianças dos 6 aos 14 anos. O lema é “Reza, comunga, luta e conquista” e, mais tarde, “Reza, comunga, sacrifica‐te, sê apóstolo”.
Em 1960, por ocasião do 50º aniversário do Decreto de Pio XI sobre a comunhão frequente, diante de mais de 3200 delegados do Movimento, o Papa João XXIII não pronuncia a palavra “cruzada”, mas utiliza a expressão “movimento eucarístico”. Em 1962 é oficialmente reconhecida a designação “Movimento Eucarístico Juvenil” pela Assembleia de cardeais e bispos de França (2)
d-jose-da-costa-nunes-1880-1976-bispo-1920-40O Bispo D. José da Costa Nunes/高若瑟 (1880- 1976) que chegou a Macau em 4 de Junho de 1903 como secretário particular do Bispo D. João Paulino e ordenado sacerdote em Macau, foi nomeado bispo de Macau em 1920 embora sagrado a 20 de Novembro de 1921 na Matriz da Horta, por D. Manuel Damasceno da Costa, bispo de Angra; deu entrada solene em Macau como bispo em 4 de Junho de 1922 tomando posse da sua diocese. Restaurou o Colégio de Santa Rosa de Lima, a capela de Nossa Senhora da Penha, a Sé Catedral e o Paço Episcopal. Construiu a igreja de Sta. Clara. Entregou de novo o Seminário de S. José aos jesuítas. Fundou várias escolas católicas: «Pui Cheng», «Mong Tak», «Kung Chon» e o Colégio S. José. Como bispo de Macau (1920-1940) fez imensas peregrinações apostólicas visitando as Missões da China, da Índia, do Indostão, de Singapura e Malaca, e as Missões de Timor.
Uma dessas missões foi dias após a cerimónia referida (Cinquentenário do Apostolado da Oração no Centro de S. Lourenço), no dia 14 de Novembro de 1935 , parte para a China voltando a 6 de Janeiro de 1936.
Nomeado pelo Papa Pio XII, Arcebispo de Goa e Damão em 12 de Dezembro de 1940 e Patriarca das Índias Orientais (1940-1953). Elevado a Cardeal em 1962.
(1) Fotos in TEIXEIRA, Pe. Manuel – Paróquia de S. Lourenço. Macau, sem data.
(2) http://www.popesprayer.net/wp-content/uploads/2016/03/01-MEJ_histo%CC%81ria.pdf
Ver anterior referência em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/08/10/noticia-de-10-de-agosto-de-258-morte-de-s-lourenco-e-leitura-paroquia-de-s-lourenco/

As Madres Franciscanas Missionárias celebram hoje, dia 17, 110 anos da chegada a Macau das primeiras Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria, que chegaram pela primeira vez a 17 de Novembro de 1903 (1) para fundarem o Colégio de Sta Rosa de Lima, sendo Bispo D. João Paulino, (2), para educação de pensionistas, e órfãs, gratuitamente. Também acolhia, como internas, raparigas de vários pontos do Extremo Oriente – incluindo da Tailândia.” (3)

Santa Rosa de Lima, 1955 Macau Pequena MonografiaO Colégio de Santa Rosa de Lima na década de 50 (século XX)

 Recorda-se aqui uma notícia publicada numa revista de 1953 (4) da comemoração do cinquentenário dessa chegada a Macau, realizada no Convento de Santa Clara (5), no dia 22 de Novembro de 1953 com vários festejos comemorativos. 
50 Aniv Sabta Rosa Lima Macau Bol Inf, 1953Sua Ex.ª o Prelado Diocesano, D. João de Deus Ramalho, (6) celebrou missa na Igreja de Santa Clara, de manhã, e presidiu às cerimónias religiosas da tarde a que assistiram alunas de vários colégios católicos e antigas alunas do Colégio de Santa Rosa de Lima, anexo ao Convento, e ainda o clero franciscano aqui refugiado.
Após o acto religioso, realizou-se no Salão de Actos do Colégio uma Academia músico-literária a que assistiram Sua Ex.ª o Governador da Província, Almirante Joaquim Marques Esparteiro, e Sua Exma. Família, além de muitas outras individualidades e famílias das alunas de Santa Rosa de Lima
(1) GOMES, Luís Gonzaga – Efemérides da História de Macau. Notícias de Macau, 1954, 267 p.
(2) D. João Paulino d´Azevedo e Castro (1852-1918), 19.º Bispo de Macau, tendo governado a Diocese entre 1902 e 1918.
(3) “As religiosas partiram para Macau a 4 de Outubro de 1903, vindas da Europa.”
SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Século XX, Volume 4. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, 2.ª Edição, Macau, 1997, 454 p (ISBN 972-8091-11-7)
(4) Macau, Boletim Informativo, 1953
(5) A construção do Convento de Santa Clara e a igreja anexa foi iniciada em 1633 e concluída em 1634. As irmãs clarissas da província franciscana de Toledo (5) que chegaram a Macau a 4 de Novembro de 1633, instalaram-se durante quatro dias na ermida de Nossa Senhora da Guia e depois numas casas provisórias, sendo alojadas definitivamente no Convento em 1634. Foi fundadora a madre Maria Madalena da Cruz, nascida em Pinto, Espanha (3). O Convento de Santa Clara era um convento de completa clausura.
NOTA 1: Recorda-se também que foi nesse ano, 1634 que chegou a Macau o 1.º Padre franciscano (espanhol), Frei António de St.ª Maria Caballero.
SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Séculos XVI-XVII, Volume 1. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, 2.ª Edição, Macau, 1997198 p (ISBN 972-8091-08-7)
NOTA 2: Luís Gonzaga Gomes indica a chegada de seis freiras capuchas, em 04-11-1633, trazidas pelo macaense António Fialho Ferreira, Comandante em Chefe (Capitão-mor) da frota de Macau que teve a iniciativa de fundar um convento de freiras (Convento de Santa Clara) e o Pe. Eusébio Arnaiz (7) especifica que “para este fim, foram escolhidas seis religiosas professas, uma noviça e duas postulantes e como superiora foi escolhida a madre Leonor de S. Francisco.”
(6) D. João de Deus Ramalho (1890-1958), Bispo de Macau de 1942 – 1954. Foi nomeado Bispo de Macau a 26-09-1942, sendo sagrado em Shui-Hang a 06-11-1942, dia em que tomou piosse da diocese por procuração. Chegou a Macau a 23-12-1943. Resignou em 1954
(7) ARNAIZ, Pe. Eusébio – Macau, Mãe das Missões no Extremo Oriente. Sobre este livro ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/09/12/leitura-macau-mae-das-missoes-no-extremo-oriente/