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Notícia de Janeiro de 1945 revela que “à revelia dos tratados sino-portugueses vigentes e numa tentativa para obliterar no terreno o regime de extraterritorialidade portuguesa na China, as autoridades chinesas de Chongqing (重慶) detêm o macaense Lourenço Osvaldo Sena, antigo agente do corpo da PSP de Macau, sob suspeitas de ter ligações com os japoneses e com o cônsul britânico e por outros actos praticados em Macau no exercício das suas funções policiais.” (1)  

E neste dia de 16 de Janeiro de 1945, ás 9 horas da manhã, teve lugar o primeiro bombardeamento aéreo de Macau por uma esquadrilha de três aviões da «Carrier Task Force 38», da Força Aérea dos EUA, sob o comando do almirante William Halsey. (2)  O alvo principal do ataque aéreo era a destruição dos depósitos de combustível existentes no hangar do extinto Centro de Aviação Naval de Macau, construído em 1938 e situado no Porto Exterior . (1)

Recordações do Padre Teixeira desse dia:

Nam Van” n.º 10 de 1 de Março de 1985, pp.23-25

Em 1945 começou a guerra civil na China, Chiang Kai-shek –
蔣介石(1887 –1975, em mandarim como Chiang Chieh-shih ou Jiang Jieshi) lançou um golpe em Shanghai , desfazendo a aliança entre o seu partido , o Kuomitang, (國民黨), e o Partido Comunista. O conflito terminou com a vitória da facção de Mao Zedong (毛泽东) e o estabelecimento da República Popular da China em 1949. O governo de Chiang Kai-shek fugiu de Xunquim (Chongqìng) (4) em 1949 após a derrota na Guerra Civil Chinesa.

(1) (FERNANDES, Moisés Silva – Sinopse de Macau nas Relações Luso-Chinesas 1945-1995 Cronologia e Documentos, 2000. Pp. 27-28.

(2) A força naval “Carrier Task Force 38”, formada pelos aliados para dar batalha à Esquadra Japonesa do Sul, sob o comando do almirante William Halsey, tinha como núcleo, oito grandes porta aviões: Yorktoun, Hancock, Ticonderoga, Essex, Wasp, Hornet, Enterprise e Lexington; e seis porta aviões mais ligeiros como apoio: San Jacinto, Monterey, Cowpens,langley , Cabot e Independence. Estes porta aviões que levavam 850 aviões dirigiram-se para o mar da China do Sul em 10 de Janeiro de 1945 para atacar os navios e os aviões japoneses . A 14 desse mês atacaram a baía de Cam-rahn e o porto de Saigão; mas os coraçados japoneses não estavam lá; estavam em Singapura. A Task Force 38 dirigiu-se para o norte para atacar os aeródromos na costa da China do Sul, de Yulin, na ilha de Hainão até Swatow. Foi designado o Grupo 5 da Task Force 38, conhecido por T. F. 38.5 para atacar os navios e aeródromos japoneses na proximidade do Estuário do Rio das Pérolas. Isto significava ataques aso aeródromos do Hong Kong, Cantão, e infelizmente, Macau. (3)

(3) Na data desta entrevista (1985), o liceu que ficava no Tap Seac, era o edifício da Delegacia de Saúde. Hoje Instituto Cultural. TEIXEIRA, P.e Manuel – Bombardeamento de Macau 16 de Janeiro de 1945 in Nam Van” n.º 10 de 1 de Março de 1985, pp.23-25.

(4) Xunquim (重慶 ; mandarim pinyin: Chóngqìng) é uma cidade no sudoeste da China. Administrativamente, é um dos quatro municípios sob administração direta do governo central da República Popular da China (os outros três são Pequim, Xangai e Tianjin) e o único município localizado longe da costa. É a cidade mais populosa do mundo. Em 1901, criou-se uma colônia japonesa na cidade. Em 1938, Xunquim transformou-se na capital provisória da China Nacionalista durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa, (1937-1945), depois da queda de Nanquim (Nanjing). Xunquim foi gravemente bombardeada pelas tropas japonesas durante esse período. https://pt.wikipedia.org/wiki/Xunquim

Anteriores referências aos bombardeamentos de Macau, na Guerra do Pacífico: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/01/18/noticias-de-16-e-20-janeiro-de-1945-bombardeamento-aereo-de-macau/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/01/16/noticia-de-16-de-janeiro-de-1945-bombarde-amentos-em-macau/

Pequeno extracto dum artigo de 1940, (pp.127-134) escrito pelo 1.º tenente A. Gomes Namorado, comandante do Centro de Aviação Naval (1)  para a publicação “ U N de Macau”,  (137 p.) da União Nacional de Macau no ano XIV da Revolução, 1940.
“… Interessante seria registar nestas páginas as milhares de toneladas, em especial correio, e as centenas de milhares de passageiros hoje transportados por aviões. Aqui mesmo, Macau, é um exemplo, talvez quási despercebido. Efectivamente, saber-se-á que em 1938 e 1939 o número de cartas enviadas por correio ordinário e aéreo foi respectivamente de 1.829.662, 4.032.945 e 39.434 e 92.577. A consideração destes números mereceria talvez a atenção de capitais da Colónia, adiantando-se a iniciativas estranhas que à Colónia veem buscar rendimentos que nela deveriam ficar.
Macau precedeu êste movimento pro-aviação. Data de 1921 a criação da sua primeira escola de aviação, criada pelo Governador Paço d´Arcos. A sua vida foi efémera; 6 alunos pilotos a frequentaram e destes apenas 2 concluíram as provas.
Em 1939, por proposta do actual Governador, o Governador que primeiro e melhor viu as possibilidades da aviação, Sua Exa. o Ministro das Colónias, a quem a aviação nas Colónias tudo deve, criou a Escola de Aviação de Macau para formação de pilotos, mecânicos, artífices e radiotelegrafistas. Dotada, desta vez, com os meios necessários, a Escola poderá desempenhar cabalmente da sua missão, desta forma contribuindo para o desenvolvimento da Colónia.” (2)

(1) Recorda-se que nesse ano, o Serviço de Aviação de Macau tinha aparelhos velhos e dos quatro aparelhos apenas um conseguia voar e, mesmo assim não muito bem. Em 1939, a aviação tinha três pilotos em Macau, o primeiro-tenente José de Freitas Ribeiro (2.º comandante do Centro de Aviação Naval) o 1.º tenente aviador Pedro Correia de Barros e o 2.º tenente aviador Rodrigo Henriques Silveirinha (morreria no acidente aéreo em 26 de Junho de 1942, queda do Osprey n.º 6 no Bairro do Tap Seac) auxiliados pelo 1. º Sargento mecânico aviação, Joaquim Macedo Girão e os 2.ºs sargentos artífices de aviação, Rafael Afonso de Sousa e João dos Santos Louceiro.
O 1.º Comandante, capitão-tenente António Gomes Namorado júnior, encontrava-se em Lisboa a frequentar o curso naval de guerra e o Governo decidia-se pela construção de um novo hangar no Porto Exterior, onde coubessem, em condições razoáveis, os aparelhos. Namorado Júnior regressa a Macau e ao comando do Centro em 1940 até Maio de 1941, sendo substituído por Freitas Ribeiro que , por doença de sua mulher – tuberculose- pediu demissão do cargo e regressaria à metrópole, em 1941. O comando passou para o primeiro tenente Pedro Correia de Barros, então com 30 anos de idade.

A construção do hangar no Porto Exterior, cerca de 1941

Informações de Anuário de Macau 1940-1941 e SÁ, Luís Andrade de – Aviação em Macau, Um Século de Aventuras, 1990 p.79
Anteriores referências ao Centro de Aviação Naval em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/centro-de-aviacao-naval/

https://www.marinha.pt/conteudos_externos/RevistaArmada/423/HTML/files/ra_423_sut08.pdf

(2) António Gomes Namorado Júnior (1901-?) foi um oficial de Marinha que serviu na Aviação Naval desde 1926 como piloto-aviadGomes or e deixando-a em 1948 como cap.-frag. RF
É autor de vários artigos e textos aeronáuticos (“Crónicas de Aviação”) publicados nos “Anais do Clube Militar Naval” entre 1927 e 1933 (22 dos 26 textos publicados neste período),
Participou na “Lisboa-Madeira-Açores-Lisboa”,  a primeira viagem com aviões em grupo realizada pela aviação da Armada entre 30 de junho e 31 de julho de 1935.  Tinha como objetivo o treino de manobras e navegação. Os três aviões eram tripulados por Namorado Júnior, Ferreira da Silva, Aires de Sousa, Carlos Sanches, Bernardino Nogueira, Correia Matoso, Brandão, Falcoeira e Nascimento.
Quanto às crónicas de Namorado Júnior, no seu primeiro texto de 1928 (janeiro e fevereiro) de 1928 (assinado N.J.) inserido, tal como o anterior e os restantes, na “Crónica Naval”/”Crónica Marítima” o autor defende a importância de os governos comparticiparem as viagens aéreas (raids) como forma de conhecerem melhor as suas potencialidades a nível económico e militar. Também é defendido que o desenvolvimento e apoio da aviação civil é importante no sentido em que esta pode servir os fins militares em caso de guerra”
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/25055/1/ASPOF%20Faria%20Pinheiro%20-%20A%20Avia%C3%A7%C3%A3o%20Naval%20nos%20Anais%20do%20Clube%20Militar%20Naval.pdf

F6F HellcatsDois Grumman F6F – 3 Hellcats em Maio de 1943
https://en.wikipedia.org/wiki/Grumman_F6F_Hellcat#/media/File:Hellcats_F6F-3,_May_1943.jpg

Uma esquadrilha de F6F, caças «Hellcats», da «Taskforce 38» da força aérea americana, (1) sob o comando do almirante William Halsey,  atacou pouco antes das 9.30 horas de 16 de Janeiro de 1945, alguns pontos da cidade, como a estação telegráfica de Dona Maria, que ficou danificada,  a Avenida Marginal e o Porto Exterior, sendo o principal alvo do ataque, a destruição dos depósitos de combustível existente no Centro de Avião Naval de Macau (CANM), situado no  Porto Exterior da península, que se incendiou, ficando o hangar completamente arruinado. Conhecedora das intenções das autoridades de venderem parte do combustível aos japoneses, (2) a marinha de guerra americana  efectuou as duas operações para destruir o alvo. A operação de manhã demoliu o alvo e os aviões regressariam pela tarde, (3)  lançando mais bombas, na área do hangar. O bombardeamento saldou-se em cinco mortos (4) e na destruição do antigo Museu Marítimo de Macau, (5)  que estava abrigado no hangar de aviação. (6) (7)

F6F Hellcats no porta-aviões YorktownF6F Hellcats do porta-aviões Yorktown
http://science.howstuffworks.com/grumman-f6f-hellcat.htm

(1) Tratava-se do Grupo 5 da «Task Force 38» conhecido por «T. F. 38.5», integrado no chamado «Carrier Task Force 38» , sob o comando do Almirante William Halsey e que tinha como núcleo oito grandes porta-aviões: Yorktoun, Hancock,Ticonderoga, Essex, Wasp, Hornet, Entrepise e Lexington; e seis porta-aviões mais ligeiros como apoio: San Jacinto, Monterey, Cowpens, Langley, Cabot e Independence.

Porta-aviões EnterprisePorta-aviões Enterprise
Capacidade para 90 aviões e uma tripulação de 2217 homens.
http://ww2db.com/ship_spec.php?ship_id=296

O «T. F. 38.5» pertencia ao grande porta -aviões Entreprise, porta-aviões de apoio Independence e de seis contratorpedeiros: McCord, Trathen, Franks, Hazelwood, Haggard e Buchanan. Tinha como missão atacar os navios e aeródromos japoneses na proximidade do Estuário do Rio das Pérolas.
TEIXEIRA, P. Manuel – Bombardeamento de Macau,  16 de Janeiro de 1945.  NAM VAN, 1985.
 

Porta-aviões IndependencePorta-aviões Independence
Capacidade para 30 aviões e uma tripulação de 1569 homens
http://ww2db.com/ship_spec.php?ship_id=220

Nesse dia, 16 de Janeiro de 1945, os alvos dos bombardeiros da Task Force 38 na China foram os campos militares dos japoneses em Amoy, Swatow, Hong Kong (e oficialmente, uma esquadrilha atacou Macau por engano) e na Baía de Samah, em Hainão.
(2) Pedro de José Lobo, chefe dos Serviços de Economia vendeu aos japoneses que careciam de gasolina (desde 9 de Janeiro desse ano, após a invasão do Luzon do norte -nas Filipinas, pelo General Douglas MacArthur, a esquadra americana destruía em terra e no mar todas as fontes de abastecimento dos japoneses) o depósito de gasolina da Pan-American que mantinha carreiras para Macau, armazenada no Hangar. A transacção estava marcada para esse dia, 16 de Janeiro de 1945.
(3) “Cerca das duas e meia da tarde, cinco ou seis aviões voltaram e começaram a metralhar o aeródromo, a pista dos hidroaviões e da área vizinha. Estes aviões não lançaram bombas; usaram apenas metralhadoras para alvejar os automóveis, (8) os transportes do governo e os carros de bombeiros parcados na Avenida da Amizade. Os aviões afastaram-se e cerca de um quarto de hora depois, usando a imponente estátua do governador Amaral como ponto de referência, dois aviões fizeram um último voo baixo metralhando a área perto do aeródromo destruído enquanto outros aviões voavam mais alto a cobri-los para os proteger“- depoimento de Armando da Silva, citado pelo Padre Teixeira (1)
(4) O relatório oficial do Governo que foi enviado para a Comissão Americana após a guerra para efeito de compensação de todos os prejuízos, consta como resultado dos bombardeamentos, a morte de 5 pessoas e vários feridos para além da destruição da gasolina, a destruição do hangar (que foi depois reconstruída), a destruição do Museu Marítimo e de Pescarias e os vidros em vários edifícios. No entanto, os vários relatórios dos observadores militares e civis não foram conclusivas quanto à morte ou número de mortos, segundo informação oral do quarteleiro da bataria da Guia e observador militar da área do Porto Exterior durante a guerra, soldado 4371 Pereira.
(5) A criação em Macau de um museu dedicado ao estudo e divulgação das actividade relacionadas com o mar remonta ao ano de 1919 por iniciativa do então adjunto do capitão dos Portos de Macau, Primeiro-tenente Artur Leonel Barbosa Carmona. O Museu Marítimo e Pescarias ficou instalado na Capitania dos Portos até ser mudado, em 1934, para o Hangar da Aviação Naval. Entre o espólio que se perdeu com os bombardeamentos, encontravam-se cinco modelos, extraordinariamente precisos, de barcos de Macau que foram premiados com «Grand Prix» na Exposição Universal de Paris (7)
(6) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954.
(7) SILVA, Beatriz B. – Cronologia da História de Macau,  4.º Vol, 1997.
(8) Segundo Padre Teixeira (1) os americanos que tinham em Macau a sua espionagem bem montada, nessa manhã, quando Pedro José Lobo se dirigia para o Hangar do Porto Exterior, surgiu uma onda de bombardeiros que despejaram bombas incendiárias sobre o hangar e perseguiram com metralhadoras o automóvel doe Pedro Lobo; este se salvou, saltando do carro e escondendo-se no lodo da estrada” Episódio verídico, confirmado pelo relatório do quarteleiro da bataria da Guia e observador militar da área do Porto Exterior durante a guerra, soldado 4371 Pereira.

23OUT1936 China Clipper em Macau I23-10-1936 – Chegou o primeiro hidro avião da »Pan American Airways» (1) em viagem de experiência. Foi um «Philippine Clipper” (2) de quatro motores e vinte e cinco toneladas de peso que vindo de Manila, (rota S. Francisco – Manila – S. Francisco) sobrevoou por duas vezes a cidade e pousou nas águas do Porto Exterior. À tarde partia para Hong Kong.  (3)
23OUT1936 China Clipper em Macau II(1) O contrato foi celebrado em 21 de Outubro de 1936 entre o Governo Português e a «Pan-American Airways», pelo qual os aviões desta empresa aérea ficaram com o direito de utilizar o aeroporto de Macau, no Porto Exterior, o que fizeram com regularidade (desde 28 de Abril de 1937) até Março de 1939. No princípio desse ano (o Despacho n.º 21 de 18-01-1936, já anunciava a chegada, para breve, do 1.º hidroavião) a «Pan-American Airways Company» da carreira de S. Francisco, abria um escritório em Macau e preparava um posto meteorológico e de radar na Colina da Penha. Em 16 de Outubro constituía a “Sociedade Aeroportos Pan Americana de Macau, Limitada” com sede no Pavilhão de Abrigo do Porto Exterior (Hangar) (2)
“Manila was Pan Am’s first air terminus, not the British crown colony of Hong Kong, because His Majesty’s government refused Trippe landing rights. In fact, one of their own carriers, Imperial Airways, had plans to develop the territory, and the British were not about to let an impudent Yankee in.
But Juan Trippe was an old hand at overcoming obstacles. He simply entered into negotiations with the Portuguese for landing rights at nearby Macao. When Lisbon granted these rights in 1936, the British reluctantly allowed Pan Am to use Hong Kong as well. The first passenger flight to Hong Kong scheduled for 21 October 1936.
http://www.historynet.com/martin-m-130-flying-boat-china-clippers-trans-pacific-flights.htm
(2) A base da «Pan Am Philippine» estava em Cavite, na Baía de Manila. O avião era um “China Clipper“. Pode-se ver o seu voo inaugural em 21 de Outubro de 1936 no trajecto Honolulu -Manila em:
http://www.yourepeat.com/watch/?v=FBLP3VKnZcQ
CARTAZ China Clipper 1936Idêntico hidro-avião “China Clipper”, foi “protagonista” do filme do mesmo nome:  “China Clipper”, de 1936, realizado por Frank McDonald para a Warner Brothers e protagonizado por Pat O´Brien, Beverly Roberts e Humphrey Bogart.
O filme dramático tem por base, a vida de Juan Trippe, no tempo da fundação da «Pan American Airways», em 1927. Ver “trailers” do filme em:
https://www.youtube.com/watch?v=ILa3z3wdcoo
https://www.youtube.com/watch?v=KKq1WUmjSBw
Poster retirado de:
https://en.wikipedia.org/wiki/China_Clipper_(1936_film)#/media/File:ChinaClipper.jpg
(3) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954 e SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997.
“Mais de duas mil pessoas estiveram presentes na amarragem. Os passageiros saídos do avião prateado, pilotado pelo próprio fundador  patrão da companhia Juan Trippe, foram quase levados em ombros até aos sítios que Macau tinha para mostrar: a gruta de Camões, o farol da Guia, o templo da Barra… Depois às três e meia da tarde, após um banquete oferecido à tripulação e passageiros,  o «Phillippine Clipper» partiu para Hong Kong ” (, Luís Andrade de – Avião em Macau Um Século de Aventuras, 1990″)
Sobre este  tema, nas minhas anteriores postagens, ver em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/transportes-aereos/

HANGAR Porto Exterior (1940)O hangar do Centro de Aviação Naval em construção no Porto Exterior. (1940)
Vê-se à esquerda, a casa do Alferes Luís na Estrada de Cacilhas. Ao fundo e no alto, o Farol da Guia.

O Centro de Aviação Naval (ou Marítima) de Macau (1) foi extinta a 11 de Abril de 1933. Foi depois reactivada em 1937 (2) ou 1938 (3) (4) como Centro de Aviação Naval da Colónia de Macau. Desta vez, com aviões OSPREY, dois embarcados nos navios «Afonso de Albuquerque» e «Bartolomeu Dias», a que se juntaram mais tarde quatro aviões também OSPREY, comprados ao governo inglês.
Em 1942, em plena II Guerra Mundial, o Centro de Aviação Naval, foi definitivamente extinta. O hangar inaugurado em 1940, foi bombardeado  por cinco  bombardeiros americanos pertencentes à esquadrilha sino-americana a 16 de Janeiro (duas vezes), a 25 de Fevereiro e a 11 de Junho de 1945. Depois da Guerra, foi reconstruído mas serviu mais para depósitos de materiais e residência para família de militares.

Inauguração Hangar Porto Exterior 1940Inauguração do interior do Hangar do Centro da Aviação Naval de Macau (1940)

Efectivos da Aviação Naval 1940/1941 (5)
1.º Comandante – Capitão-tenente aviador, António Gomes Namorado.
2.º Comandante – 1.º tenente aviador, José de Freitas Ribeiro
1.º tenente aviador – Pedro Correia de Barros
2.º tenente aviador – Rodrigo Henriques Silveirinha
1.º sargento mecânico aviação – Joaquim Macedo Girão
2.º sargentos artífice de aviação – Rafael Afonso de Sousa e João dos Santos Loureiro

Inauguração Hangar Porto Exterior II 1940Inauguração do Hangar do Centro da Aviação Naval de Macau (1940)

(1) Em 1927, havia apenas três centros de Aviação Naval dependentes da Marinha de Guerra: Lisboa, Aveiro e Macau. Em 1928 o Governo aprovou a transferência, para a Marinha privativa da colónia de Macau, do material pessoal e equipamento do anterior centro de Aviação Naval.

HANGAR DA AVIAÇÃO TAIPANa primeira praia, a leste da Taipa Grande, onde é hoje a Avenida da Praia, esteve até 1940, estabelecida a base da aviação naval da Colónia.

O primeiro tenente, José Cabral ex-combatente da I Grande Guerra, foi apresentado voluntariamente em Macau para dirigir o Centro de Aviação Naval.
Esteve três anos no território e escreveu no relatório o que fora a sua actividade na Colónia: quase 500 voos, num total  de 218 horas e 15 minutos. Os aviões , só podiam ser usados em certas condições, com a maré cheia ou quando a água tivesse pelo menos sete pés de profundidade; o pessoal europeu da Aviação Naval não ultrapassava a meia dúzia  com ele e com o sargento, ajudante de carpinteiro, Joaquim Carpeta; havia ainda seis  loucanes e um guarda africano, um cavalo e algumas cabras que querendo em liberdade, insistiam em destruir as árvores e plantas do jardim da Taipa, perante o desespero e indignação da Comissão Municipal das Ilhas e a bonomia do comandante da Aviação Naval que não via como pôr termo a tal abuso ( SÁ, Luís Andrade de – Aviação em Macau, um Século de Aventuras, 1990)

Outro Aspecto da InauguraçãoOutro aspecto da inauguração do interior do Hangar

(2) “1937 – É Criado o Centro de Aviação Naval da Colónia de Macau pelo artigo 144.º do Decreto n.º 28 263, de 8 de Dezembro de 1937, publicado no Suplemento ao B. O. N,º 4 de 26-I-1938. Fica fazendo parte da marinha privativa, nos termos do decreto n.º 28 641 de 9 de Maio de 1938, publicado no B.O. n.º 26, de 25 de Junho de 1938. Logo no início de 1938 é nomeado o capitão-tenente piloto aviador José Cabral para ira Inglaterra receber e verificar o material de aviação destinado a Macau” (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4.)
(3) 1938 – Reactivado o Centro de Aviação Naval desta vez com aviões OSPREY, primeiro os n.ºs 71 e 72, aviões que tinham embarcado nos navios «Afonso de Albuquerque» e «Bartolomeu Dias», a que se juntam mais tarde quatro aviões também OSPREY. Em 1942, em plena II Guerra Mundial, o Centro de Aviação Naval, é definitivamente extinta. (VILARINHO, Manuel – entrevista à Revista «MACAU», n.º18, 1989, p.50)
(4) “Só em 1938, quando o conflito sino-nipónico, assinalava o agravamento da situação no continente chinês, o Governo da República decidiu enviar para a colónia de Macau o aviso Afonso de Albuquerque com dois aparelhos Osprey e elementos da aeronáutica. O navio chegou a Macau no dia 22 de Outubro de 1937 e na colónia encontrou um hangar desactivado,  com dois aviões de tela apodrecida, guardado por uma companhia indígena, cujas portas, baixas, eram demasiadas pequenas para que um dos Osprey pudesse ficar abrigado do mau tempo. Em Dezembro desse ano comprou-se ao Governo inglês mais quatro aviões Osprey, além de peças e motores sobresselentes. (, Luís Andrade de – Aviação em Macau, um Século de Aventuras, 1990).
(5) Anuário de Macau 1940/1941

Algumas fotografias do Porto Exterior do meu álbum, tiradas neste dia.
A primeira foto é o que está mais bem conservada, sem manchas de humidade. As restantes estão manchadas.

As duas primeiras foram tiradas do Miradouro de Nossa Senhora do Mar na Estrada de Cacilhas e vê-se o Hospital Central Conde de S. Januário, o Hotel Matsuya (1) e o edifício em construção (habitação) à direita, na foto. No sopé da colina, algumas vivendas entre elas, a Vila “Tai Yip” (2) e a Escola Pui Tou, na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues.

9DEZ1964 Hospital-Matsuya IA seguir a mesma foto apresentada já em (1) tirada do mesmo sítio, vendo-se melhor, no sopé da colina, as hortas e as barracas.

9DEZ1964 Hospital-Matsuya II

As duas fotografias que se seguem foram tiradas da parada do Quartel da Guia – a ponte cais do Porto Exterior com o navio “Macau” atracado, da carreira diária de ligação Macau – Hong Kong , e o arvoredo da colina.

9DEZ1964 Ponte Cais Porto Exterior

Nesta foto à esquerda o que restava do Hangar e as primeiras construções “modernas” nestes aterros.

9DEZ1964 Ponte Cais Hangar Porto Exterior

As duas seguintes foram tiradas na Avenida, à beira mar. A primeira, da bancada principal do Grande Prémio, visualizando a ponte cais do Porto Exterior.

9DEZ1964 Ponte Cais

Esta a seguir, já apresentada em (3), a colina da Guia, a estrada de Cacilhas e os aterros ainda com as barracas e as hortas.

9DEZ1964 PColina Guia Est Cacilhas(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/03/31/caixa-de-fosforos-hotel-matsuya/
(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/04/07/lugares-de-outrora-vila-tai-yip/
(3) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/05/10/estrada-de-cacilhas-i/

Parte do texto retirado do livro escolar de 1970 (autorizado, para cinco anos -1/8/970 a 31/7/975-, por despacho ministerial de 2 de Julho de 1970) “História e Geografia” para o 2.º ano Ciclo Preparatório (1)

História e Geografia MAPA

Macau, também foi antigamente uma ilha; o istmo, agora chamado da Porta do Cerco, formou-se depois.
O território de Macau é de 16 quilómetros quadrados apenas, – com uma população calculada para 1966 em cerca 280 000 pessoas o que dá a espantosa densidade de 17 500 habitantes por quilómetro quadrado….(…)
            Muitos dos habitantes vivem em barcos, no porto de Macau.

História e Geografia SAMPANAS

Sampanas no porto de Macau

 A  indústria mais importante é a de roupa e confecções.
Mas há muitas outras: de fogo-de-artifício, de fósforos, de tecidos, etc. As matérias-primas para estas indústrias são importadas.
Em 1966, o total das exportações foi de 690 000 contos.
O primeiro lugar coube aos artigos de vestuário e roupas, com quase 270 000 contos, o segundo ao fogo-de-artifício, com 60 000 contos, seguidos por 21 000 contos de peixe e 43 000 de crustáceos e moluscos, 28 000 de tecidos, 13 000 de calçado, etc.
A importação foi de quase um milhão e meio de contos.

História e Geografia HIDROAVIÃOHidroavião da carreira de Hong Kong, na rampa em frente ao Hangar do Porto Exterior (2)

O turismo é uma grande fonte de receita. Com efeito, Macau é visitada por muitos orientais e europeus que aí fazem seus negócios e se distraem…

(1)   FERNANDES, Maria da Graça Lameiras; SIMÕES, Manuela Lobo da Costa; FREITAS, Gustavo de – História e Geografia de Portugal, para o 2.º ano de Ciclo -Preparatório do Ensino Secundário. Porto Editora/ Emp. Lit. Fluminense/Livraria Arnado, 1970, 279 p.

História e Geografia CAPA

(2)   Esta foto será do final da década de 50 ou princípio de 60. A “carreira de Hong Hong” era feita pela “Companhia Limitada de Transportes Aéreos de Macau” (registada em Abril de 1948 por Pedro Lobo e Liang Chang) e era quase exclusivamente ao transporte do ouro, embora pudesse também transportar passageiros, sobretudo nos voos entre Macau e Hong Kong.
Em 1961, as estatísticas indicavam um movimento anual de 48 hidroaviões em Macau, transportando ouro no valor de 305 milhões de patacas. Mas a MATCO (Macao Air Transport Company) estava condenada a desaparecer e mesmo quando foi comprada por Stanley Ho ninguém acreditou na sua viabilidade. Os aviões foram sendo vendidos às companhias da região… (, Luís Andrade de – Aviação em Macau, Um Século de Aventuras. Companhia do Aeroporto de Macau/Gabinete do Aeroporto Internacional de Macau/Livros do Oriente, 1990, 119 p. ISBN 972-9418-07-1)

Mais um anúncio, este de 1938, da Tipografia Mercantil N. T. Fernandes e Filhos.
Sobre a importância e a “história” desta casa industrial (“uma das mais antigas casas industriais portuguesas do Extremo Oriente” ) consultar anterior “post”:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/04/04/anuncios-tipografia-mercantil-de-n-t-fernandes-e-filhos/ 

A Tipografia foi fundada em 1855 por Nicolau Tolentino Fernandes (1823-1893) e sucedeu-lhe no cargo, seu filho Jorge Carlos Fernandes.

Tipografia N. T. Fernandes 1938

Salienta-se aqui o diploma “Menção Honrosa” atribuído na Exposição Universal de Paris de 1900 (1), a “aprovação dos trabalhos de arte gráfica” (e único estabelecimento português ) na “International Specimen Exchange” nos Estados Unidos da América em 1887, a Medalha de Ouro na Exposição Industrial de Macau de 1926 e o Diploma de Honra na Exposição Colonial Internacional de Paris em 1931.
Na área da encadernação ( “onde fazem elegantes brochuras, estilo moderno, e encadernações as mais artísticas e luxuosas“), a Tipografia foi premiada com a Medalha de Ouro na Exposição Colonial Internacional de Paris em 1931.

(1) Foi nessa Exposição que Macau obteve o «Grand Prix» pelos 5 modelos, extraordinariamente precisos de barcos. Estes modelos integraram futuramente o Museu Marítimo e de Pesca (1934) instalado no Hangar do Porto Exterior e destruídas (com o restante espólio) pelo bombardeamento da aviação americana na Guerra do Pacífico, em 1945.

Lorchas, juncos e outros barcos I

Ilustrado com estampas coloridas (1) e gravuras extra texto, desdobráveis. Apresenta-se  com glossário bilingue, português-chinês, dos termos náuticos, dos nomes das embarcações, do calendário da pesca e de outras actividades marítimas.
Muitos dos desenhos desta publicação foram copiados posteriormente no opúsculo editado pela Repartição Provincial dos Serviços de Marinha (Comando da Polícia Marítima e Fiscal), em 1968 intitulado “Tipos de barcos chineses, usados na pesca, tráfego, diversões etc, cujos desenhos foram copiados do relatório do Ex. mo Senhor Contra-Almirante Artur Leonel Barbosa Carmona“.  Este opúsculo tem 17 páginas, de 30 cm e foi compilado por Nunes da Silva (almirante). Poderá ver este opúsculo em:
http://cronicasmacaenses.files.wordpress.com/2011/08/barcos-chineses-calm-artur carmona.pdf

NOTA:  O 1º tenente Artur Leonel Barbosa Carmona, (1889-1965) teve uma  notável acção em Macau, onde serviu doze anos nos Serviços de Marinha (de 1920 a 1924, como adjunto da Capitania, de 1927 a 1931 no Comando da Polícia Marítima e Capitão do Porto e depois novamente em 1933 -1934. Regressou à Metrópole em 1934 como Capitão-tenente). Dirigiu o Observatório Meteorológico e como director, introduziu-lhe valiosos melhoramentos, o que permitiu uma intensiva cooperação com os de Manila e Xangai na previsão de tufões. Foi em 1930 a Timor, proceder à instalação de um posto rádio por si construído, que tornou possível efectuar comunicações daquela colónia com a metrópole, via Macau, as quais se faziam, antes por intermédio do Timor holandês. Regressado de Macau, comandou diversos navios, o último dos quais o “Afonso de Albuquerque”, em missões de soberania, durante a II Guerra Mundial. Dirigiu tambem as Obras Públicas de Macau (particularmente no sector da electricidade, em que era especializado).
É lembrado porque reuniu um valioso espólio para a criação (proposta sua ao Governador Artur Tamagnini Barbosa) do Museu Marítimo e de Pesca, primeiramente instalada numa dependência da Capitania dos Postos (1919)  e depois no Hangar do Porto Exterior (depósito de petróleo da Província).  Recorda-se que o Hangar foi bombardeado em 1945, e com o incêndio se perdeu todo o recheio (3).
Preparou a representação de Macau na Exposição Internacional do Rio de Janeiro, em 1922 onde foram exibidos alguns dos curiosos modelos de lorchas, juncos e outras embarcações dos mares da China.

(1) CARMONA, Artur Leonel Barbosa – Lorchas, juncos e outros barcos usados no sul da China : a pesca em Macau e arredores. 2.ª edição, Obra Social dos serviços de Marinha, 1985, 77 p. : il. ; 27 x 21,5 cm. Tem esta edição, uma nota introdutória do Cap.-Frag. João Manuel Nobre de Carvalho

Lorchas, juncos e outros barcos IIA 1.ª edição é de 1954, Macau – Imprensa Nacional, 26 cm X 21 cm, com 73 p.

(2) As estampas foram feitas pelo Senhor Eurico Fonseca, desenhador da Escola Naval.
(3) Incluindo cinco modelos de barcos, notáveis pela sua precisão que fizeram parte do mostruário da Província de Macau na Exposição Universal de Paris de 1900, ao qual foi atribuído o «Grand Prix»
This beginning ironically symbolised an outflow of heritage, rather than the contrary. The episode was repeated when Lisbon requisitioned items linked to fishing and vessels from Macao and Timor to be put on show in Portugal’s pavilion at the 1900 Paris World Fair. The aim was to affirm a country’s place on the international scene and its presence on various continents. In any case, the articles only returned to Macao after the Maritime and Fishing Museum opened in 1919, with the addition of some items collected in the meantime by the assistant to Artur Leonel Barbosa Carmona, then director of Macao’s port authorities.”
MESQUITA, Pedro Dá – artigo publicado no “Macao Magazine“:
http://www.macaomagazine.net/index.php?option=com_content&view=article&id=83:macao-museums&catid=38:issue-3

Em 31-07-1971 foi constituída a “Sociedade de Pelota Basca de Macau S. A. R. L.” que obteria em 1972 (até 5 de Fevereiro de 1989), a concessão de exploração da «pelota basca» , jogo espanhol importado, via Filipinas.

As sessões começaram a 15 de Junho de 1974 no Estádio «Jai Alai», onde em 1975 se instalaria também um casino da STDM (1), mediante contrato de arrendamento de parte das instalações. A regulamentação do jogo foi “complicada”, necessitou de três  portarias para a redação final (Portaria n.º 80/74 de 29 de Maio,  Portaria n.º 222/74 de 16 de Novembro e a publicada no Boletim Oficial n.º 3 de 18 de Janeiro de 1975 (2)
“O jogo é originário do país basco (jai-a-lai). O motivo do entusiasmo despertado pela modalidade deve-se, essencialmente à possibilidade de apostar em qualquer um dos jogadores ou equipas da partida. Contratados por dois anos, trinta jogadores bascos e cinco naturais de Macau defrontam-se em encontros singulares ou em pares, todos os dias ao longo de 14 partidas, motivando apostas que, por jogo, não excedem os 80/90 contos. Cada vitória concede-lhes o prémio de 20 dólares americanos e um segundo lugar, 10 dólares. Ao apostador que ganhe, nas modalidades de Vencedor (Win), Classificados (Place), Forecast e Quinella, são atribuídos os dividendos que um totalizador computorizado assinala antes do início da cada partida.

O campo de jogo (“Cancha”) está situado em frente dos camarotes e dos assentos dos espectadores, com 55 metros de comprimento, 16 de largura e 15 de altura. As paredes fronteira e posterior são revestidas de chapas de mármore, de 5 e 2 polegadas de espessura, respectivamente.  Em frente do campo, uma rede metálica protege os espectadores permitindo-lhes, contudo, uma perfeita visão.” (3)
A gravura acima mostra uma jogada de pelota basca: o jogador (A) lança a bola para a parede fronteira, O adversário (B) falha a bola, mas o seu parceiro (C) apanha-a e devolve-a contra a mesma parede. Devido à força do lançamento a bola vai de encontro à parede oposta e é recebida pelo jogador (D) parceiro do (A) (3)

O Casino Jai Alai também servia para espectáculos. Lembro-me de um, realizado  no dia 10 de Setembro de 1988, para eleição da Miss Macau. Nesse ano foi eleita Helena Branco de 19 anos de idade.
Este postal intitulado “Macau Jai-Alai Stadium” é do fotógrafo Chi-Woon Kong. Sem data mencionada,. mas diria, após abertura do Casino, como eu o conheci em 1975. Custou-me o postal a quantia de $ 1.50 (um pataca e meia).

Do “MACAU travel trade handbook” de 1981 (4):
Jai-Alai Stadium – A spectacular stadium with a capacity of 5,000, where the fastest ball game in the world is played seven days a week”.
Jai-Alai, know as Basque Pelota, Is played each night of the week (starting 7.30 p.m.), Saturdays and Sundays. when there are matinée performances (from 2 p. m.). The game takes place in the Jai-Alai Palace located on Macau´Outer Harbour near the hydrofoil terminals.
Admission is 1 pataca. Boxes are 18 patacas for six persons. Totalisator betting on teams or players is available for win, place, quinella or forecast.
Bar, snack-bars and restaurants facilities are available in the stadium”

NOTA: O edifício ficava no Porto Exterior, nos terrenos onde estava o Hangar de Macau e nos anos 60, um campo de futebol (bolinha). Na primeira foto, ainda se “via” á frente, o antigo Terminal Marítimo de Macau (jetfoils). O edifício foi posteriormente demolido e no seu lugar edificado e instalado o centro comercial  YAOHAN  (八佰伴  – em cantonense:  baat 3; baak3; pun5; “departamento comercial de oito centos) (que foi rebaptizado passado algum tempo para NEW YAOHAN e que por sua vez, em 2008, transferido para onde está presentemente, perto dos Lagos Nam Van)

(1) Com a abertura do casino da pelota basca, encerrou-se o casino do Hotel Estoril. Ver blogue anterior:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/hotel-estoril/
(2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Século XX, Volume 5. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, Macau, 1998, 320 p. ISBN -972-8091-64-8
(3) Suplemento do Diário de Notícias de 1980 dedicado a Macau, p. 35
(4) MACAU travel trade handbook“, Department of Tourism and Information Government of Macau, 1981, 75 p.