Archives for posts with tag: Gastronomia Chinesa

Ü PÉI UÀN T´ÂN  魚皮雲吞 (1) –Raviois de pele de peixe

Este termo emprega-se para se referir ao indivíduo que está sempre a intrujar os outros, para que o convidem a comer de graça. A massa que envolve os peixes destes revióis é um tanto rija. Por isso este termo emprega-se também para se referir a um indivíduo difícil de ser burlado.(2)

Ü T´OU魚肚 (3) – Barriga de peixe

Significa literalmente “barriga ou buxo de peixe” e em calão quer dizer um edredão (2)

UÂN UÓNG Ü搵黃魚 (4) – Buscar peixe amarelo

Literalmente, significa “buscar peixe amarelo”, mas na gíria, quer dizer, tomar um indivíduo por parvo, logrando-o ou burlando-o. (2)

(1) –雲吞mandarim pīnyīn: yú pí yún tūn; cantonense jyutping: jyu4  pei4  wan4 tan1

(2) GOMES, Luís G. – Tropos Usados na Gíria Chinesa, in «Mosaico», V-27/28 de Novembro e Dezembro de 1952, p.149.

(3) mandarim pīnyīn: yú dù; cantonense jyutping: jyu4 tou5

(4) 搵 mandarim pīnyīn: wèn huáng yú ; cantonense jyutping: wan2 wong4 jyu4

T´ÜN K´ÜT UÓ TCH´ÔNG斷橛禾虫 (1) – Bocados de larvas dos arrozais

Uma donzela formosa na expressão do seu rosto mas de físico mal conformado e achaparrado é comparada a um bocado de uma larva dos arrozais porque sendo este bicho já pequeno, quando o seu corpo fica dividido embocados, estes serão forçosamente de tamanho insignificante.

Estas larvas de arroz, parecidas com minhocas, depois de preparadas com vários condimentos, são comidas pelos chineses na época da recolha; isto é, na estação da ceifa. Quando partidas ao meio é impossível juntar-se as duas partes em consequência da extrema vitalidade que possuem esses bichos e também pelo facto de serem extremamente escorregadios. Por isso, ao indivíduo que fale ou escreva, desorientadamente, coisas sem pés nem cabeça, isto é, sem nexo nem ligação entre si, se pode aplicar esta frase.(2)

禾虫He Chong, Fujian Fuzhou called flow trilobata, scientific name warts kiss Nereis, is annelids , polychaetes , are aquatic animals , shaped like a long centipede. The mid-autumn festival is the breeding season for the insects. The insects will emerge from the mud in the middle of the night. At this time, the insects (lime) are mature and very plump. The protein content of grass insects is very rich.”

https://baike.baidu.com/item/%E7%A6%BE%E8%99%AB/5874111

TCHÔK TCHEK ÁP竹織鴨 (3) – Pato tecido com bambu

Para os chineses a sede do pensamento encontra-se no coração. Como os patos que se fazem com hastilhas de bambu tecidas e se destinam a servir de brinquedos às crianças não têm coração, este termo é empregado para se referir a um indivíduo desmemoriado que anda sempre com a cabeça no ar. O tchôk-tchek-áp é também o nome dum petisco chinês constituído por um pato com recheio. Para se rechear o pato, desventra-se, completamente, o animal e, para que não perca a forma natural, pois são-lhe extraídos todos os ossos, introduz-se-lhe no interior um esqueleto artificial tecido com hastilhas de bambu.(2)

(1) –斷橛禾虫 mandarim pīnyīn: duàn jué hé chóng,; cantonense jyutping: dyun3 kyut3 wo4 cung4

(2) GOMES, Luís G. – Tropos Usados na Gíria Chinesa, in «Mosaico», V-27/28 de Novembro e Dezembro de 1952, pp. 144 e 148

(3) 竹織 mandarim pīnyīn: zhú  zhī yā; cantonense jyutping: zuk1 zik1 aap3

T´ÓNG PÁK LÂT糖不甩 (1) – Doce que não descola

É o nome dum rebuçado feto com melaço e amendoim torrado e revestido de gergelim. As pessoas que se tornam imediatamente íntimas dos indivíduos que lhes são pela primeira vez apresentados, dando-se ares de grande familiaridade, são comparadas a estes rebuçados que têm por característica principal o serem muito pegajosos.

T´ÓNG TCH´I TÂU糖黏豆 (2) – Feijão com açúcar pegajoso

Emprega-separa se referir a dois amigos muito íntimos.

T´ÓNG TCH´Í TÂU  糖黐豆 (3) – Tortas pegajosas de feijão e melaço

É o termo empregado para se referir aqueles que se tornam muito íntimos das pessoas que mal acabam de conhecer.

(1) –糖不甩mandarim pīnyīn: táng bù shuǎi;  cantonense jyutping: tong2 bat1 lat1

(2) – 糖黏豆 – mandarim pīnyīn:  táng  nián   dòu; cantonense jyutping: tong2 nim2 dau2

(3) – 糖黐豆mandarim pīnyīn: táng chī  dòucantonense jyutping: tong2 ci1 dau2

Retirado de GOMES, Luís G. – Tropos Usados na Gíria Chinesa, in «Mosaico», V-27/28 de Novembro e Dezembro de 1952, pp. 147-148.

TIN TÂNG TÁM電燈胆 (1) – Lâmpada eléctrica

Na gíria cantonense diz-se que um indivíduo é t´ông-hei (que deixa passar o ar), quando o mesmo for condescendente e oportunamente discreto. Porém, como o interior duma lâmpada eléctrica é um vácuo não tendo, por isso, ar, o nome de tin-tâng-tám costuma ser aplicado ao indivíduo indiscreto ou ao importuno que estorva um par de apaixonados que se encontra entretido no seu idílio amoroso. Pode também ser usado para significar um indivíduo indolente e sem vitalidade ou energia, que brilha no entanto, neste mundo, não obstante a sua insignificância e mediocridade, devido à protecção que lhe dispensam os seus padrinhos.

TÔNG-SÂN TCH´ÁU NGÂU-IÔK冬笱炒牛肉 (2) – Carne de vaca com rebentos de bambu

É um prato de carne de vaca, preparada com rebentos de bambu. Este termo é empregado para se referir à conquista de criadas de servir ainda não casadas.

TCHU HUT T´ONG豬血湯 (3) – Caldo de sangue de porco

Este termo figura na frase sek chu- ó hut -hâk-si 食豬血疴黑屎 (quem come sangue de porco  dejecta excremento negro) (3) que é empregada para dizer que uma obra foi imediatamente realizada , quando ainda mal planeada.

Retirado de GOMES, Luís G. – Tropos Usados na Gíria Chinesa, in «Mosaico», V-27/28 de Novembro/Dezembro de 1952, p. 145

(1)電燈胆mandarim pīnyīn: diàn deng dǎn; cantonense jyutping: din6 dang1 daam2

(2) 冬笱炒牛肉mandarim pīnyīn: dōng gǒu chǎo niú ròu; cantonense jyutping: dung1 gau2 caau2 ngau4 juk6

(3) 豬血湯mandarim pīnyīn: zhū xiě tāng; cantonense jyutping: zyu1 hyut3 tong 1

(4) 食豬血疴黑屎mandarim pīnyīn: shí zhū xiě  kē hēi, xī; cantonense jyutping: sik6 zyu1 hyut3 o1 haak1 si2

TCHÔNG UÀN KÂI春瘟鷄 (1) – Galinha empestada

As galinhas que se encontram neste estado andam sem tino, tropeçando e indo de encontro aos objectos como se não pudessem ver. Este termo aplica-se, geralmente, às pessoas que fazem as coisas com hesitação ou que tentam vários expedientes para poderem conseguir o seu fim

TCH`UN AP全鴨 (2) – Pato inteiro

É um prato que se serve nos grandes banquetes chineses, em que este palmípede é apresentado inteirinho, sendo recheado com cevada, ginçó e sementes de loto. Este termo é empregado para dizer que não há negócio.

TENG TCHI HÁI頂趾鞋 (3) – Calçado que aperta os dedos do pé

Os chineses comparam a desgraça de terem de aturar um mau filho ou uma má mulher a um calçado que magoa os pés, pois, assim como um indivíduo se vai acostumando a um calçado apertado também vai habituando a aturar um mau filho ou uma má mulher

(1) 春瘟鷄mandarim pīnyīn: chūn wēn jī ; cantonense jyutping: ceon1 wan1  gai1

(2) 全鴨mandarim pīnyīn: quán yā; cantonense jyutping: cyun4 aap3,

(3) 頂趾鞋mandarim pīnyīn: dǐng  zhǐ  xié; cantonense jyutping: deng2  zi2   haai4

Retirado de GOMES, Luís G. – Tropos Usados na Gíria Chinesa, in «Mosaico», V-27/28 de Novembro e Dezembro de 1952, pp. 144-145.

Lám Iân  – (1)
Amêndoas das azeitonas

“As azeitonas chinesas não são aproveitadas para a fabricação do azeite. A espécie pák lám 白欖 (2) é comida fresca, atribuindo-se-lhe qualidades diuréticas. As outras espécies apresentam-se à venda no mercado condimentadas de diversos modos, sendo consumidas como gulodices. As principais variedades são a kâm-tch´ôu-lám (azeitona condimentada com alcaçuz) e a uó-sèong-lám (azeitona do bonzo).
Fazem-se com os caroços das azeitonas lindos trabalhos artísticos, como lorchas e tancares em miniatura.
Ora, nos grandes restaurantes chineses localmente designados por coulaus, servem-se, geralmente, antes de qualquer banquete, frutas secas ou frescas, pevides, amêndoas torradas e às vezes amêndoas de azeitonas que em Macau, se chamam pinhões.
Como lám-iân 欖仁 (amêndoa de azeitona) é homófona de lám-iâm 欖人 (abraçar um indivíduo) (3) este termo emprega-se na frase kâm-mán sêk lám-iân  今晚食欖仁 (esta noite comerei amêndoa de azeitona) (4)  para significar que se tenciona passar a noite abraçado a uma mulher.” (5)
(1) 欖仁 – mandarim pīnyīn: lǎn rén ; cantonense jyutping: laam5 jan4
(2) 白欖 – mandarim pīnyīn: bái  lǎn; cantonense jyutping: baak6 laam5
(3) 欖人 – mandarim pīnyīn: lǎn rén; cantonense jyutping: laam5 jan4
(4) 晚食欖仁 – mandarim pīnyīn: jīn wǎn shí lǎn rén; cantonense jyutping: gam1 maan5 sik6 laam5 jan4
(5) GOMES, Luís Gonzaga in «Mosaico», IV-21/22 de Maio/Junho 1952

Kón Tchin T´óng Sât –  (1)        
Peixe «t´ong sât» frito sem tempero

Os peixes t`óng sât  – 塘虱 – têm vários fios de bigode mas na China só os velhos é que usavam bigodes. Assim este termo aplicava-se aos velhos sevandijas (2) que frequentavam os bordéis sendo convencidos pelas prostitutas a passarem lá a noite e que se deixavam extorquir mas sem proveito nenhum. (3)

https://zh.wikipedia.org/wiki/%E5%A1%98%E8%99%B1

(1) 乾 煎 塘 虱 – mandarim pīnyīn: gān jiān táng  shī cantonense jyutping: gon1 zin1 tong4 sat
乾 – gān/gon1 – seco
煎 – jiān/zin1 – frito em gordura ou óleo/ ferver em água
塘虱 – táng  shī/tong4 sat1 – parasita do tanque = peixe-gato
(2) Sevandija – pessoa que vive à custa alheia = parasita ou pessoa que passa por todas as humilhações sem mostrar ressentimento.
https://dicionario.priberam.org/sevandija – consultado em 13-01-2020
(3) GOMES, Luís Gonzaga in «Mosaico», IV-21/22 de Maio/Junho 1952

Nin Kou – 年糕 à maneira cantonense  
https://en.wikipedia.org/wiki/Nian_gao

 NIN-KOU – 年糕 (1)
Pudim do ano (2)
É uma espécie de pudim que os chineses fazem durante a festividade do Ano Novo e que, por ser feito com arroz glutinoso, é de natureza extremamente peganhenta.
Esta expressão emprega-se para se referir aos parasitas que comem, fumam e vivem à custa dos seus semelhantes.“(3)

Tchin tui 煎堆
https://www.google.com/search?q=%E7%85%8E%E5%A0%86&sxsrf=ACYBGNQuje1ZGxc6pNdEB1-

NIN-MÁN TCHIN-TUI –年晚煎堆 (4)
Bolo da véspera do ano
O tchin-tui é uma espécie de bolo feito com arroz glutinoso, revestido de gergelim e frito em azeite de amendoim, contendo recheio diverso. Na véspera do Ano Novo não há casa chinesa onde todos os seus membros não estejam atarefados a fritar esses bolos.
A expressão nin-mán tchin-tui é, porém, empregada para se referir àquilo que é vulgar, isto é, aquilo que toda a gente possui.” (3)
(1) 年糕_- mandarim pīnyīn: nián gāo; cantonense jyutping: nin4 gou1
(2) Também chamado Bolo do Ano Novo Chinês pois embora possa ser feito ao longo do ano, é tradicionalmente consumido neste período porque o termo nián gāo / nin4 gou1 poderá ser pronunciado nián gāo/nin4 gou1 年高, isto é, “ano alto”,  com os sentido de “ano mais próspero
(3) GOMES. Luís G. – Tropos usados na Gíria Chinesa. Mosaico, VOl. IV, n.º 21 e 22 de Maio e Junho de 1952, p. 475.
(4) 年晚煎堆mandarim pīnyīn: nián wǎn jiān duī; cantonense jyutping: nin4 maan5 zin1 deoi1

LÔU NGÁU –老藕 (1)
Velha raiz de loto (lótus)
O talo grosso e carnoso do loto (lótus) é que é considerado como a raiz desta planta. No dialecto de Macau é conhecido por restrate, (2) deturpação de raiz do trate, visto que à loto se dá o nome de trateira e às suas sementes trate.
Estes talos entram na confecção da comida chinesa e na fabricação de medicamentos, encontrando-se também em forma de farinha branco-encarnada conhecida por ngâu fân.
Dizem os chinas que as raízes do loto são tanto mais saborosas quanto mais velhas ou maduras forem porque se tornam afarinhadas, isto é hâi fân -起粉 (levantar farinha). (3)
O termo lôu ngáu aplica-se porém, para se referir às mulheres de idade madura.”(4)

Restrate – 藕 – rizoma de lótus
https://news.sina.cn/2017-11-04/detail-ifynmvuq8587109.d.html

(1) 老藕mandarim pīnyīn:  lǎo  ǒu; cantonense jyutping: lou5 ngau5
(2) “Restrate – raiz de trate ou rizoma de lótus ou loto. O termo é já muito pouco usado substituído pelo chinês lin ngàu, lingau.
O restrate é usado na culinária sino-macaense e também era antigamente ingrediente de mezinhas, como:
«Mezinha para torçar de barriga: Nós de restrate salmourado, coza-se a canja e bebe-se de vez em quando, quando sente-se torçor ou disenteria» – De um caderno manuscrito de receitas antigas (1883)
Dava-se também o nome de trate, antigamente à semente de lótus, hoje vulgarmente designada pelo chinês lin chí ou lin tsi 蓮. » (5)
BATALHA, Graciete Nogueira – Glossário do Dialecto Macaense, 1977.
(3) 起粉mandarim pīnyīn: qǐ fěn; cantonense jyutping: hei2 fan2.
(4) GOMES. Luís G. – Tropos usados na Gíria Chinesa. Mosaico, Vol. IV, n.º 21 e 22 de Maio e Junho de 1952, p. 470-471.
(5) 蓮子 mandarim pīnyīn: lián zǐ ; cantonense jyutping: lin4 zi2.

Hoje dia 13 de Setembro de 2019, celebra-se o 15.º dia do 8.º mês – Dia do Festival do Outono, mais conhecido como a Festa do «Bate-Pau» ou das «lanternas»
Do “Ta-Ssi-Yang-Kuo – Arquivos e Anais do Extremo Oriente Português” (1) (pp. 392~393), a propósito dos “Costumes e crenças da China” de Francisco Pereira Marques, retiro o seguinte:
A lua corresponde ao mez de setembro é consagrada pelos chins à festa do bate-pau ou das lanternas a que eles chamam Chung – chau e os inglezes Mid Autumn festival, por coincidir com a quadra outomnal.

Caixa contendo quatro bolos bate-pau

Dá-se o nome de bate-pau a um bolo que os chins preparam n´esta ocasião, que é arredondado e parecido com um pastelinho com crosta de farinha, recheado de doces. Há varias espécies de bolos de bate-pau: uns que que só entra feijão; outros o mungo (2); outros a semente de trate (3); e outros o gergelim, amêndoa e toucinho.
Só durante esta lua ou pouco antes é que os chins preparam estes bolos para venda e exportação.
Tambem por este tempo os chins vendem caramelos em forma de castello, embarcação, jarro, etc.; pães de farinha figurando um porco de tamanho de trez e quatro polegadas, metido n´um cesto de bambú de feitio conico; bolos de massa de farinha muito dura coma configuração de um prato com pintura a côres, representando paisagens e figuras humanas, postos n´uma caixinha de papelão de forma circular, polygonal ou oblonga, segundo o feitio do bolo, com uma rede muito fina e transparente de cassa. Este bolo só é feito para ornato e presente às creanças.

Bolo Bate.pau embalado

O bolo de bate-pau é o symbolo da lua, e os chins chamam-n´o em dialecto mandarim Yué-ping 月餅 e em cantonense Yut—peang. Geralmente o seu peso nao atinge meia libra.
Os macaístas conhecem-n´o pelo nome de bate-pau, por ser preparado com um pau em forma de ferula, com um orifício no centro onde se mettem a massa de farinha e os recheios, carregando com a palma da mão para comprimil-o bem; e em seguida batem o pau com força, por duas ou tres vezes sobre a meza, para fazer expellir o bolo que é levado acto contínuo ao forno, a assar.
Todo este mez lunar é consagrado a esta festa, mas o decimo quinto dia da lua é o mais solemne.
As lojas, onde se fazem e vendem stes bolos, costumam ter nos seus terraços ou telhados um mastro com bandeiras e ou lanternas.”
(1) PEREIRA, J. F. Marques (“coligidos, coordenados e anotados” )- Ta-Ssi-Yang-Kuo, Archivos e annaes do Extremo-Oriente Português. 1899-1900. Série II, – Vols. III e IV. Edição S.E.C., !984.
(2) Mungo é uma espécie de feijãosinho que os chins do sul chamam Loc tau 綠豆(feijão verde) e, se não me engano, é o Phaseolus mungo, conhecido entre os ingleses pelo nome de “kidney beans”. Os chins cozem o mungo com jagra (melaço) fezes de assucar mascavado, a que chamam Wong-tong 黃糖 (assucar amarello) e vende-se em pães e se serve quente em chávenas como refrigerante, com o nome de Loc-tau-choc 綠豆粥(cozimento de mungo com jagra) e Loc-tau-sá  綠豆沙 (cozimento de mungo) , segundo o modo de o prepararem.
Quasi todos os navegantes que fazem viagens longas nas embarcações, costumam prover-se de mungo, e, quando a bordo há falta de hortaliça, os chinas borrifam agua sobre uma porção de mungo, que, ao cabo de dois ou três dias, gréla em espiga tenra.. Cozem-n´o como hervas e dão-lhe o nome de Teang-ká-choi 蛋家菜,, isto é, hortaliça dos barqueiros.
(3) Trate é uma planta aquática muito apreciada no Oriente. Os chins aproveitam toda esta planta, desde a flôr até a raiz, e denominam-na Lin-chi 蓮子… (…)
Os chins gostam muito da semente d´esta planta, que cosem com sopa e carne. Aproveitam esta semente para fazer doce e também preparam uma bebida, cosida com assucar e ovo de galinha e que servem ás chávenas, conhecida pelo nome de Lin-chi-kang 蓮子 羹 A sua raiz denominam Lin-ngan 蓮藕 e é apreciada para se cozer com carne de porco ou de vacca, e também fazem d´ella doce. Attribuem-lhe propriedades sedativas e anti-aphrosidíacas.
Anteriores referência a este festa em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/bolo-lunar-bolo-de-bate-pau-%E6%9C%88%E9%A5%BC/

Festa Chineza do Outono

Do livro de  Chrétien-Louis-Joseph de Guignes (1759-1845),  “Voyages à Peking, Manille et l’Île de France, faits dans l’intervalle des années 1784 à 1801”. 8vo. 3 vol. Avec Atlas in folio. Paris 1808
https://www.chineancienne.fr/17e-18e-s/de-guignes-voyage-%C3%A0-peking/