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Capa + contracapa

Pequeno folheto sobre “Noções básicas sobre higiene alimentar” (em chinês) editado pela “Associação de Investigação Médica de Macau” (com o apoio da “Fundação Oriente “ e “Leal Senado de Macau”), sem indicação do ano de publicação (28 páginas).

Capa: 14,7cm x 20,9 cm
病從囗人 (1) . p. 1

Na 2.ª página, prefácio do Dr. João Baptista Lam (na altura director do Centro Hospitalar Conde de S. Januário; depois Director dos Serviços de Saúde)

(1)病從囗人: mandarim pīnyīn: bìng cóng wéi rén; cantonense jyutping: beng6 cung4 wai4 jan4

Continuação da divulgação da colecção de 12 postais (dimensão do postal: 15 cm x 10,4 cm), intitulada “Património Arquitectónico de Macau / 澳門建築文物 / Architectural Heritage of Macau” contendo desenhos de Ung Vai Meng (do ano de 1983), editado pelo Instituto Cultural de Macau – Departamento do Património Cultural e impresso na Tipografia Welfare. (1)

Templo da Barra – 媽閣廟 – Barra Temple
Ung Vai Meng 1983

“Na primeira capela de Ma-Kok-Miu (ou Ma – Chu-Poh)ou Pagode da Barra, em frente dos arcos do vestíbulo, lê-se uma inscrição chinesa na face interior da soleira da porta, cuja tradução é a seguinte: foi construída na dinastia Ming (1366-1644), no reinado de Mán-Leck (1573-1619) no ano Ut Chi (1605), 33.º ano de Man Leck. Foi reconstruída na dinastia Ming no reinado de Song Ch´ing (1628-1644), no ano K´ei Chi (1629), 2.º ano do reinado de Song. Foi consertada na dinastia Ch´ing (1644-1911), no 8.º ano do reinado de Tou Kuong (1828).

Segundo esta inscrição, o templo foi levantado em 1605, mas deverá ter sido de muitos anos antes. O Padre Mateus Ricci, que chegou a Macau a 7 de Agosto de 1582, menciona este templo no seu Diário, dizendo que os mandarins deram licença aos portugueses para se fixar em Macau, “onde era venerado um pagode que chamam Amá. Por isso chamavam àquele lugar Amacao, que quer dizer na nossa língua Baía de Amá”.

Portanto, segundo Ricci, este templo já existia quando os portugueses aqui fixaram em 1557. (2)

Ver mais informações em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/templo-de-a-ma-da-barra-%E5%AA%BD%E9%96%A3%E5%BB%9F/

Edifício da Misericórdia -仁慈堂 – Misericórdia Building
Ung Vai Meng 3-06-1983

A Santa Casa da Misericórdia de Macau (仁慈堂大樓), é um edifício histórico no Largo do Senado, Macau, China. Estabelecido como um ramo da Santa Casa da Misericórdia, foi construído em 1569 por ordem do Bispo de Macau, Belchior Carneiro Leitão. Foi uma clínica médica e com várias outras estruturas sociais no início da história de Macau. Mais tarde serviu como um orfanato e refúgio para as viúvas de marinheiros perdidos no mar. A 30 de Julho de 1969 a Santa Casa da Misericórdia de Macau foi distinguida como Membro-Honorário da Ordem do Mérito de Portugal.

Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/santa-casa-da-misericordia/

Museu Luís de Camões – 博 物院 – Luís de Camões Museum
Ung Vai Meng 1983

Museu de Luís de Camões, instalado no palacete que pertenceu a Manuel Pereira, no Jardim de Camões (arrendada em 1785 à Companhia Inglesa das Índias Orientais passando a chamar-se ao palacete, a «Casa Garden») foi aberta ao público em 25 de Setembro de 1960, integrado nas Comemorações Henriquinas de Macau. A primeira sugestão de se fundar este Museu partiu do Governador de Macau, Artur Tamagnini Barbosa, em 1927.

O Museu funcionava no edifício que, contíguo ao jardim de Camões foi construído em 1770 e serviu de residência do então presidente da Comissão Selecta da Companhia Britânica das Índias Orientais.

Em 1960, a construção foi convertida em Museu Comercial e Etnográfico Luís de Camões e depois Museu Camões e finalmente adquirido em 1988 pela Fundação Oriente, para sua sede.

Ver mais informações em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/06/18/mapa-turistico-de-macau/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/09/25/noticia-de-25-de-setembro-de-1960-museu-luis-de-camoes/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/museu-luis-de-camoes/

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ung-vai-meng/

(2) TEIXEIRA, Padre Manuel – Pagodes de Macau, 1982, p.47

Catálogo de uma exposição de Aguarelas de Didier Rafael Bayle, (1) “ATÉ SEMPRE MACAU” que esteve exposta na Missão de Macau em Lisboa de 28 de Maio a 7 de Junho de 1991. (2)

Estiveram expostas 50 obras do autor de 1989-1990.

Esta exposição foi uma iniciativa da Fundação Oriente e da Missão de Macau em Lisboa.

A CAPA reproduz uma das obras do autor intitulada “VIELA VERMELHA” (1990), 36x55cm
CONTRA-CAPA – assinatura do autor

FICHA TÉCNICA: Design e Montagem da Exposição: Delfim Sardo e José Fabião; Design Gráfico: Guilherme Ung Vai Meng  e Cristina Mio U Kit; Fotografia: Agnelo Vieira  Impressão: Espaço Dois Gráfico.

As aguarelas expostas são criações dos dois anos (1989-1990) e nelas se pode facilmente notar o progresso artístico de Rafael Bayle. Uma maior certeza no uso da cor e na composição da pintura para recriar o ambiente favorito do artista. Também se nota, sobretudo nas suas panorâmicas da Praia Grande, nas suas vista da tradicional praça de «Fonte de Lilau», na belíssima vista do templo de «Tin- Háu», na ilha da Taipa, nas aprazíveis cenas no «Hotel Bela Vista» (local preferência do pintor) e outras, uma maior capacidade para recriar um beleza e serenidade internas.” (César Guillén-Nunez –“O Macau Pitoresco de Rafael Bayle”, pp.3-4 do Catálogo)

(1) Didier Rafael Bayle nasceu em Grenoble em 1955 sob o signo dos Gémeos. Estudou História e Belas Artes em Aix-en-Provence e, depois, no Instituto de Arte de Paris , onde  obteve, em 1976 o Certificado de Ensino das Artes Plásticas. Efectuou numerosas viagens na Europa, na América Central e do Sul e em 1982 estabeleceu-se em Hong Kong onde ensinou desenho na “French International School”. Percorreu o sudoeste asiático, registando em aguarelas as paisagens e cenas por que se apaixona. Fez várias exposições em Macau (Fevereiro de 1989, na Galeria da Livraria Portuguesa «MACAU») e em Hong Kong (1883-1985; 1987-1990). (dados retirados do Catálogo, pp. 5-7)

(2) BAYLE, Didier Rafael – Até sempre Macau. Catálogo de exposição de aguarelas-, Lisboa: Missão de Macau em Lisboa, 1991, 38 p.: il.; 25 cm x 24 cm.

NOTA: Foi posta em circulação pelos CTT em 1998, uma emissão extraordinária de selos designada «Macau vista por … Didier Rafael Bayle»

Poderá ver a biografia e algumas aguarelas deste pintor em: http://www.icm.gov.mo/rc/viewer/30034/2013 http://www.icm.gov.mo/rc/viewer/20036/1336

Foi inaugurada a 9 de Novembro de 2017 (e esteve até 7 Janeiro 2018), no Museu do Oriente, em Lisboa, a exposição “Macau, Cem Anos de Fotografia”, com a coordenação geral de Maria Manuela d´Oliveira Martins e comissariado por Rogério Beltrão Coelho. (1) Retiro do site do Museu o seguinte texto de apresentação: (2)

“Macau. 100 Anos de Fotografia é uma viagem pela história social e política daquele território, que esteve sob administração portuguesa durante 450 anos. Como em muitos outros domínios, Macau esteve à frente do seu tempo também na fotografia, datando de 1844 os daguerreótipos do fotógrafo amador Jules Itier, que são as mais antigas imagens da região que se conhecem. A obra fotográfica produzida ao longo de cem anos por amadores e profissionais sobre a temática Macau anda dispersa pelo mundo, integrando colecções particulares para além dos espólios de museus e instituições. Nesta colecção de imagens, que fazem parte do vasto acervo fotográfico do Museu do Oriente, viajamos pelo passado histórico de Macau: edifícios e bairros entretanto desaparecidos ou profundamente alterados, os grandes acontecimentos locais e nacionais e as vivências quotidianas das comunidades macaenses, as suas tradições e costumes. Um século de imagens em que se recorda a passagem por Macau de figuras políticas, como Henrique Galvão e o general Gomes da Costa, ou do cinema, como Orson Welles e Clark Gable. São ainda lembrados acontecimentos como as celebrações do IV Centenário da Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia [1898], as primeiras travessias aéreas de Lisboa a Macau [1924 e 1931], a trágica explosão do paiol da Flora, [1931], e o bombardeamento do hangar da aviação civil, pelos americanos, durante a Guerra do Pacífico [1945].”

Durante a exposição foi exibido ainda o curto documentário, com pouco mais de 6 minutos, “Macau: Cidade Progressiva e Monumental”, realizado por Manuel Antunes Amor. (3)

CAPA
CONTRACAPA

Desta exposição foi publicado o catálogo ”MACAU 100 anos de fotografia / MACAU 100 years of photography” ” (em português e inglês) com edição de Dulce Afonso e textos de Rogério Beltrão Coelho. O texto introdutório na  p. 3, é de Carlos Augusto Pulido Valente Monjardino, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Oriente.

de A capa apresenta um dos primeiros daguerreótipos de Macau- a Praia Grande em 1844 feito por Jules Itier (3)

São 35 páginas com textos de R. Beltrão Coelho divididas em:

1- Macau: cem anos de fotografia, 1844- … (pp. 7-8)

2 – Macau na origem das primeiras fotos da China (pp. 9-13)

3 – Os fotógrafos profissionais de Macau (pp. 14-16)

4 – Os fotógrafos amadores (pp. 17-19)

Seguem-se 44 fotografias a preto e branco.

LOMBADA

(1) https://hojemacau.com.mo/2017/11/08/exposicao-macau-cem-anos-de-fotografia-inaugura-amanha-no-museu-do-oriente/

(2) http://www.museudooriente.pt/3073/macau-100-anos-de-fotografia.htm#.X4tdMtBKj3Y

(3) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/manuel-antunes-amor/

NOTA: esta mesma exposição “Macau: 100 Anos de Fotografia” esteve presente em Macau, na Casa Garden “ de 24 de Julho a 21 de Setembro de 2019.

Os dois primeiros postais com fotos datadas de c. 1902, da colecção (10 postais), intitulada “MACAU ANTIGA, ETERNA”  – fotografias das primeiras décadas do século – com legendas em três línguas, publicada pelo Instituto Cultural do Governo da R. A. E. M / Arquivo Histórico de Macau, em 2015.(1)

Vista panorâmica da Baía da Praia Grande, de c. 1902
NOTA. Esta mesma foto já tinha sido editada em postal por “Graça &Co” de Hong Kong, com indicação de c. 1890 (LOUREIRO, João – Postais Antigos Macau, 2.ª edição, 1997, p.26)
Postal – Vista panorâmica da Baía da Praia Grande, de c. 1902, verso
Colina da Penha vista do mar, c. 1902
Postal – Colina da Penha vista do mar, c. 1902, verso

NOTA ACTUALIZADA EM 09-11-2020: Numa recente troca de informações a propósito das fotos desta colecção, Rogério Beltrão Coelho, (a quem expresso o meu agradecimento pela ajuda que me prestou) autor e editor de excelentes álbuns, precursores na divulgação das fotos antigas de Macau (2), revela o seguinte: “Esta foto “Vista panorâmica da Baía da Praia Grande”,  foi publicada no «Jornal Único», de 1898, em foto atribuída a Carlos Cabral. Eu próprio tenho afirmado ser assim, mas hoje tenho dúvidas se a fotos seriam mesmo do Carlos Cabral e julgo ter fundamento para duvidar”. Ver anterior postagem sobre o «Jornal Únicohttps://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jornal-unico/

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/09/25/postais-coleccao-macau-antiga-eterna-i/

(2) Nomeadamente os que possuo: “Álbum Macau 1844-1974” (1989) – Fundação Oriente; “Macau Retalhos passado-presente-futuro” (1990) – Livros do Oriente; “Álbum Macau, sítios, gentes e vivências” (1990) (com Cecília Jorge) – Livros do Oriente; “Álbum Macau-3, sítios, gentes e vivências” (1993) (com Cecília Jorge) – Livros do Oriente. ; “Álbum Macau, memória da cidade” (texto de Cecília Jorge) – (2005) – Livros do Oriente

Saco de plástico preto do Instituto Português do Oriente (Avenida Conselheiro Ferreira de Almeida, n.º 95 –G Tel: 370642/3 Fax: 305426 – MACAU), da década de 90 (séc. XX) (1) (2)
O mesmo design em ambos os lados (dimensões: 43 cm x 23 cm): capa da 1.ª impressão de “Os Lusíadas” de Luís de Camões de 1572.
(1) Antiga sede; hoje: Rua de Pedro Nolasco da Silva, n.º 45-1.º

Capa da 1.ª edição, 1572

(2) Instituto Português do Oriente – 東方葡萄牙學會 (IPOR), é uma entidade pública empresarial portuguesa que visa promover a língua portuguesa e a cultura lusófona no continente asiático. O actual director João Laurentino Neves exerce o cargo desde 2012.  O IPOR foi fundado em Macau a 19 de Setembro de 1989 pela Fundação Oriente e pelo Instituto Camões.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_Portugu%C3%AAs_do_Oriente

Uma notícia retirada do “Jornal de Letras, Artes e Ideias“, n.º 1190,  de 11 a 24 de Maio de 2016, na página 2, secção “DESTAQUE”
EXPOIÇÃO DE SOFIA AREAL EM LISBOAAnuncia a nova exposição de Sofia Areal  “A Oriente Tudo de Novo” inaugurada no dia 12 de Maio no Museu do Oriente (Lisboa) e onde estará patente até o dia 28 de Agosto. De realçar que estão expostos 28 trabalhos mais recentes de técnicas mistas em tinta-da-china, aguarela, lápis de cera, acrílico e grafite, realizados por Sofia Areal após a sua estadia em Macau, em 2014.
Sofia Areal esteve em Macau em Novembro/Dezembro de 2014 como bolseira da Fundação Oriente.
Sofia Areal é uma das mais importantes pintoras da sua geração. Nascida em Lisboa, em 1960, inicia formação em Inglaterra, com os cursos de «Textile Design» e o «Foundation Course, do Hertfordshire College of Art and Design, em St. Albans» (1979-81). (http://economico.sapo.pt/noticias/museu-do-oriente-inaugura-hoje-exposicao-de-sofia-areal_249327.html)

Bernardino Senna FernandesFoi nesta data, 18 de Abril de 1890, agraciado por mercê honorífica com o título de Visconde de Sena Fernandes por duas vidas, o proprietário macaense Barão de Sena Fernandes.

Bernardino de Senna Fernandes nasceu em Macau a 20 de Maio de 1815 e também aqui faleceu a 2 de  Maio de 1893. Era filho de José Vicente Fernandes e de Ricarda Constantina Fernandes, naturais desta Província.
Bernardino Senna Fernandes Brasão IBernardino Senna Fernandes Brasão IIBernardino Senna Fernandes Brasão IIIFoi distinguido com os títulos de Barão em 25 de Outubro de 1888, de Visconde (17-04-1890) e de Conde, em duas vidas (31-03-1893).  Esta ultima mercê só chegou depois da sua morte pelo só pode ser gozada por seu filho que, a falar com rigor foi o 1.º Conde de Sena Fernandes. Enquanto que o nome de família seja referenciado em Macau como “Senna Fernandes“, os títulos foram outorgados como “Sena Fernandes
Bernardino Senna Fernandes Brasão IVBRASÃO DE ARMAS: Escudo de ouro carregado com uma águia bifronte de negro estendida, armada de vermelho e com um crescente de prata apontado para cima sobre o peito ; orla de vermelho carregado com quatro cruzetos de ouro entre quatros crescentes de prata sendo estes acantonados  e aqueles nos centros do chefe, contra-chefe e laterais – Timbre, uma águia de negro andante e armada de vermelho. Virol de ouro e vermelho e assim o paquife; elmo de prata lisa, decorado de oiro lavrado e o forro azul celeste.

Negociante rico, grande proprietário (um dos maiores contribuintes de Macau do século XIX), figura polémica (1) e controversa,  foi Major ordinário, (2) Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, Comendador da Ordem de Cristo, Comendador da Ordem do Elefante de Sião, Cavaleiro de Torre e Espada, Condecorado com a Medalha de Prata de Mérito e Filantropia, Cônsul de Sião e da Itália em Macau, diplomata,  (3) Comandante da Guarda da Polícia, (2) organizador da Polícia do Mar,  (4) superintendente da Emigração Chinesa (isto é da emigração dos cules), inspector de Incêndios,  (5)  presidente da Comissão Administrativa da Santa Casa da Misericórdia e sócio fundador da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses) (APIM). (6)
Deixou numerosa descendência. Casou a 30 de Setembro de 1840 com Antónia Maria de Carvalho. Ficou viúvo, casou a 11 de Julho de 1862 com D. Ana Teresa Vieira Ribeiro e tiveram 9 filhos.

Bernardino Senna Fernandes Estátua IFoto: 2015

Esta estátua foi erecta, em Março de 1871, (no mesmo mês e ano em que foi inaugurado o monumento da Vitória) (7)  num terreno ajardinado do outro lado da rua oposto ao Monumento da Vitória; dali foi removida para o pequeno jardim do vivenda “Caravela”, (8) na Avenida da República, construída pela família Senna Fernandes. A família posteriormente alugou/vendeu (?)  a vivenda “Caravela” para servir de Hotel/Restaurante e nessa altura ofereceu a estátua ao Governo que a mandou colocar no recinto murado do então Museu de Luís de Camões (hoje  propriedade da Fundação Oriente) à direita de quem entra. (9)

Bernardino Senna Fernandes Estátua IIO pequeno jardim à frente da sede da Fundação Oriente com a estátua de Senna Fernandes (na foto: esquerda superior). Foto: 2015

O pedestal tem inscrições em chinês e português. (actualmente muito apagadas)

Bernardino Senna Fernandes Estátua IIIFoto: 2015
PARA PERPETUAR A MEMORIA DO BENEMERITO
CIDADÃO
BERNARDINO DE SENNA FERNANDES
MAJOR HONORARIO
COMMENDADOR DA ORDEM MILITAR DE
NOSSO SENHOR JESUS CHRISTO
COMMENDADOR DA ORDEM DO ELEPHANTE BRANCO
DE SIAM
CAVALEIRO DA ANTIGA E MUITO NOBRE ORDEM
DA TORRE E ESPADA, DO VALOR, LEALDADE E
MERITO FIDALGO CAVALEIRO DA CASA REAL
CONSUL DE SIAM E DA ITALIA
I BARÃO, VISCONDE E CONDE DE SENNA FERNANDES
AGRACIADO COM A MEDALHA DE PRATA
DE MERITO, PHILANTROPIA E GENEROSIDADE
CHEVALIER SAUVETEUR DES ALPES MARITIMES
SOCIO PROTTETORE DE ASSOCIAZIONE DEI
BENEMERITI ITALIANI
MUITO APRECIADO PELA COMUNIDADE CHINEZA
DE MACAU
PELO SEU AMIGO JUSTICEIRO E PROVADA
ESTIMA  E SYMPATHIA
AOS NEGOCIANTES CHINEZES
A QUEM SEMPRE DISPENSAVA PROTECÇÃO
E APOIO
Bernardino Senna Fernandes Estátua IVFoto: 2015
Esta Estátua foi mandada erigir por
Lu-Cheo-Chi, Cham Hau-in, Ho-Liu-Vong
e outros negociantes chinezes de Macau
Em Testemunho de Amizade e Gratidão

(1) “Figura poderosa e polémica, foi naturalmente alvo de invejas e acusações  de toda a ordem, sobre as quais se torna difícil, hoje em dia, tecer um juízo de valor. Seja como for, ele próprio entendeu defender-se e publicou o folheto Um apelo ao publico imparcial, Macau, Typ. Popular, 1869, 24 p., no qual apresenta uma série de documentos comprovativos dos altos serviços prestados à Província. Coincidência, ou não, pouco depois desse desafrontamento pessoal, um grupo de importantes comerciantes chineses, deliberou mandar erigir-lhe uma estátua de corpo inteiro. (FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses)
(2) Senna Fernandes criou um corpo de polícia privado, em 1857, a «Polícia do Bazar», paga por um grupo de comerciantes chineses e depois esta Polícia extendeu-se a toda a cidade. Mas breve surgiram queixas de abuso de poderes. O governo hesitava, falho de meios para se lhe opor. Finalmente usando a velha regra que propõe que “se não os podes vencer junta-te a eles“,  Senna Fernandes foi nomeado Comandante da Guarda da Polícia a 14 de Outubro de 1857 e a 18 de Julho de 1861 foram-lhe concedidas as honras de major. Para demonstrar a sua riqueza, armou a Polícia à sua custa, com o armamento mandado vir propositadamente da Inglaterra.
SARAIVA, António M. P. – Jardins e a história de Macau in Macau, encontros de divulgação e debate  em estudos sociais, pp. 193-205.
Site das Forças de Segurança de Macau  indica como Comandante da Polícia: 14-10-1857 a 29-07-1863. (http://www.fsm.gov.mo/psp/por/psp_org_9.html)
(3) Conseguiu estabelecer com a China vários tratados de comércio, a fim de garantir à população os víveres necessários, depois de várias proibições ordenadas pelos mandarins em consequência da guerra entre a China e a Inglaterra, missão esta muito difícil que só o seu génio e alto prestígio conseguiu levar a bom termo. (Macau B. I., 1954)
(4) Criou também a Polícia do Mar, a quem se deve o salvamento de muitas vidas e propriedades, especialmente a quando do tufão de 27 de Julho de 1862. Reprimiu, à sua custa, com os seus navios e embarcações, o contrabando  e a pirataria nesta paragens, entregando sempre à Fazenda Pública o produto e os artigos das apreensões. Macau B. I., 1954)
(5) Reorganizou os serviços de incêndio da cidade exercendo gratuitamente o cargo de inspector (Macau B. I., 1954)
(6) Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) foi  fundada em 17 de Outubro de 1871, destinada à educação dos «filhos da terra». Em 1878 cria a «Escola Comercial»  (SILVA, Beatriz Basto da Cronologia da história de Macau, Vol.3).
(7) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/monumento-da-vitoria/
(8) O edifício da Caravela, infelizmente demolido em princípios de 1979
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2011/12/31/caixa-de-fosforos-hotel-caravela-2/
(9) TEIXEIRA, P.  Manuel – A Voz das Pedras de Macau, 1980.

Continuação da leitura da 3.ª parte do artigo “Macau Cidade de Prazeres” (1), sem indicação de autor, publicado na “Ilustração Portugueza”, de 1908, nas pp. 807-808.

Ilustração Portugueza1908 Macau Cidade de Prazeres TÍTULO

Não é a embriaguez brutal do occidente, é ainda a forma hypocrita de gosar núma nuvem de fumo o que sem ella ninguém pode obter. As maiores loucuras, mulheres correndo nuas como n´um paraizo novo por entre árvores de sombras bellas e roseiraes sem espinhos, de agradável perfume, os sue lábios abertos para beijos, os seus braços sôfregos de se enlearem; é o amor em toda a sua subtileza divina e em todo o seu final bárbaro.

Ilustração Portugueza1908 Macau Cidade de Prazeres Palácio do Governo“Palacio do Governo”

 Sonhos de glórias em que o homem é Deus n´um céu para elle feito, em que a sua côrte são as maiores belezas da terra, em que basta um gesto para derruir um mundo. Foi isto o que Kouong Tsen revelou aos seus discípulos ao fumar a seiva da papoula vermelha do delírio, foi isto o que se tornou logo vulgar, para ser d´ahi a pouco um dos mais ricos commercios d´essa China mysteriosa. Logo cahiu da grandeza d´uma religião nas casas de venda, e em Macau, como de resto onde há chinezes, embora lhes prohibam por editos tremendos esse goso, sempre hão-de existir os logares de luxo e de asco onde se fuma o opio e onde se sonham delicias.

Ilustração Portugueza1908 Macau Cidade de Prazeres Palácio da Gruta de Camões“Palacio da Gruta de Camões” (2)

 Em todos paira o mesmo perfume adocicado e o mesmo fumo cinzento que mata, que abaçana a pelle e come a carne, tornando o homem transparente e roubando-lhe o pensamento, marcando bem que Deus enlouquece aquelle que deseja perder.

Nas casas ricas como nas espeluncas é sempre o mesmo, acrescentando-se a estas o horror natural do scenario, em que homens e mulheres se misturam em esteira infectas, os olhos cerrados, n´um cheiro nauseante, acordando por fim n´um torpor, os olhos espantados, os membros lassos, com o ar de pessoas que voltassem d´um mundo distante, que estivesse, mergulhadas n´um sonho de seculos e acordassem espantadas deante do que viam.”

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/02/01/leitura-macau-cidade-de-prazeres-i-anno-novo-china-1908/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/02/02/leitura-macau-cidade-de-prazeres-ii-o-jogo-do-fantan-1908/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/02/16/leitura-macau-cidade-de-prazeres-iii-
(2) O Palacete de Manuel Pereira (mais conhecida por «Casa Garden») que depois foi Museu Comercial e Etnográfico Luís de Camões, depois Museu Luís de Camões e adquirido em 1988 pela Fundação Oriente, para sua sede. Ver mais informações em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/06/18/mapa-turistico-de-macau/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/09/25/noticia-de-25-de-setembro-de-1960-museu-luis-de-camoes/

Mapa Turístico década 80 IEste mapa de 46,5 cm x 40,5 cm, dobrável em 16 partes, com a “capa” “TOURIST MAP” ( 23 cm x 11 cm), distribuído gratuitamente aos turistas, pelo Departamento de Informação e Turismo em finais da década de 70 e na década de 80 (ete exemplar provavelmente emitido antes de 1982, já que contém informações nomeadamente do Cine-Teatro Império que fechou em 1982), teve várias versões no seu conteúdo embora mantivesse o “Mapa de Macau” num dos lados (interno) e na metade superior do outro lado (externo), o “ROTEIRO DA CIDADE” com a indicação los lugares de interesse, em três línguas (português, chinês e inglês).

Este tem a particularidade de apresentar na metade inferior do lado externo, a “propaganda” do “MUSEU LUÍS DE CAMÕES“, também nas três línguas.

Mapa Turístico década 80 II“O Museu Luís de Camões é um dos pequenos mas encantadores museus da Ásia notável pela sua excelente colecção de obras de valor histórico e artístico.
O Museu funciona no edifício que, contíguo ao jardim de Camões foi construído em 1770 e serviu de residência do então presidente da Comissão Selecta da Companhia Britânica das Índias Orientais.
Em 1960, a construção foi convertida em Museu e deu-se um aproveitamento consentâneo aos espaços quartos.
De entre as obras expostas, figuram excelentes pinturas de mestres de Kwantung  nessa arte difícil mas expressiva, uma variada gama de porcelana de Shek Wan, esculturas de Poon Yuk Su, pinturas de artistas tais como George Chinnery, George Smirnoff e Marciano Baptista. Numa das salas estão expostos retratos a óleo de mandarins e suas esposas da autoria de Lam Qua e discípulos.
Horário de funcionamento:
Diariamente das 11 às 17 horas, com excepção das quartas-feiras e dias feriados.
Entrada: 1 pataca, livre nas sextas-feiras.”

Mapa Turístico década 80 III

NOTA: O Museu de Luís de Camões, instalado no palacete que pertenceu a Manuel Pereira, no Jardim de Camões (arrendada em 1785 à Companhia Inglesa das Índias Orientais passando a chamar-se ao palacete, a «Casa Garden») foi aberta ao público em 25 de Setembro de 1960, integrado nas Comemorações Henriquinas de Macau. A primeira sugestão de se fundar este Museu partiu do Governador de Macau, Artur Tamagnini Barbosa, em 1927. O espólio do Museu foi-se reunindo desde esta dat até à sua inauguração (este espólio mudou 5 vezes de lugar). Recolheram-se peças de bronze, cerâmica, vidros, pinturas a óleo e a aguarela, porcelanas, armas antigas, arte religiosa, fragmentos arqueológicos encontrados em Coloane, etc.
A «Casa Garden» foi adquirida em 1988 pela Fundação Oriente.
SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Século XX, Volume 5. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, Macau, 1998, 320 p (ISBN 972-8091-64-8)