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Continuação dos anúncios dos advogados e solicitadores que exerciam asua profissão (privada) em Macau no ano de 1921, publicados no «Anuário de Macau 1921», pp II –III- IV (1)

18-05-1918 – Concessão de passagem para a Metrópole ao Senador eleito por este círculo, Carlos de Melo Leitão (A.H.M. – F. A. C. P. n.º 525 – S- P) (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997) 28-05-1918 – Tendo sido eleito Senador pelo Círculo de Macau, na eleição em 28 de Abril de 1918, o tabelião privativo de notas desta comarca bacharel Carlos de Melo Leitão, ficou desde aquela data entregue ao seu ajudante, Henrique Nolasco da Silva, o respectivo cartório («BOGPM», , n.º 18 de 4 de Maio de 1918)

22-12-1916- Processo n.º 399 – Série N – Nomeação do advogado Henrique Nolasco da Silva, para ajudante do tabelião Privativo de Notário desta Comarca, Dr. Carlos de Mello Leitão. (Boletim do Arquivo Histórico de Macau, Tomo I – Janeiro/Junho de1985, p.199).

 (1) Ver anterior em:  https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/12/17/anuncios-de-1921-advogados-i/

ACTUALIZAÇÃO EM  01-05-2021 – Duas preciosas achegas a esta postagem, enviadas por Rogério Beltrão Coelho, sempre atento com os seus precisos apontamentos que muito agradeço.

1 – Constâncio José da Silva teve, de facto, escritório de advogado, mas não era formado em Direito. Beneficiou do estatuto de advogado provisionário. (Pormenores nas pp.18-22 do livro “Roque Choi: um Homem dois Sistemas”).

2 – Tudo leva a crer que Carlos de Melo Leitão nunca marcou presença no Parlamento português embora a viagem para Lisboa lhe tivesse sido concedida. (Pormenores na p.69 do livro “Roque Choi: um Homem dois Sistemas”).

Relação dos trinta maiores contribuintes de todas as contribuições (predial, industrial de taxa varável e industrial por licenças) no ano de 1923, muitos deles figuras/individualidades notáveis da época (grandes negociantes da área comercial e industrial, alguns ligados actividades liberais, advogados, médicos, etc.)

Extraído do «BOGPM», suplemento ao n.º 24 de 18 de Dezembro de 1923.

16-11- 1915Aforamento de um terreno com a área de 4.000 m2 sito na Estrada dos Parses, a pedido de Francisco Xavier Anacleto da Silva. Ali mandou construir uma das mansões actualmente classificadas como património arquitectónico de Macau, Vila Alegre, hoje Colégio Leng-Nam”. (1) Idêntico pedido de aforamento de um terreno sito na colina de S. Januário em nome de Francisco Xavier Anacleto da Silva, consta no Processo n.º 42 do A. H. M. de 06-19-1916. (2)

Postal de c. 1920 – Vivendas no Monte da Guia (LOUREIRO, João – Postais Antigos Macau, 2.ª edição, 1997, p. 40)

A construção do palacete Vila Alegre, hoje escola “Leng Nam” bem como a Casa Branca ou casa Nolasco da Silva, sua vizinha, hoje Autoridade Monetária e Cambial, iniciaram se em 1917. Foram mansões residenciais respectivamente dos advogados macaenses Francisco Xavier Anacleto da Silva e Luiz Nolasco da Silva construídos mais propriamente na encosta da colina de S. Jerónimo., segundo um projecto do Eng. John Lamb, de Hong Kong. (1) (3)

A Vila Alegre só foi concluída em 1921, porque a mulher do proprietário, que tão entusiasticamente tinha escolhido as linhas arquitectónicas de uma casa que apreciou em Xangai- e que mandou fotografar – faleceu de parto e as obras foram suspensa. (1) Em 1937, a mansão senhorial de Francisco Xavier Anacleto da Silva – Vila Alegre – deu lugar à instalação da Escola Secundária Leng Nam/Ling Nam (posteriormente ampliada com um edifício anexo (1)

POSTAL de c. 1920 – Vista da Rada do Farol da Guia (Lei Kun Min; Lei Fat Iam – Macau em Bilhetes Postais do Séc. XIX e XX, p. 45.

Nota à foto anterior: o porto exterior ainda sem os aterros de 1923 com o sudeste da Colina da Guia (à direita) banhado pelo mar. Moradias: dt para esq. No sopé da Guia, a casa de Silva Mendes; a casa Nolasco da Silva e a seguir, Vila Alegre na encosta da colina de S. Jerónimo, em 1920 e no topo desta colina, o Hospital Militar São Januário (inaugurado em 1874)

Francisco Xavier Anacleto da Silva, (1883-1946) que teve como seu padrinho de baptismo, o Cónego Francisco Xavier Anacleto da Silva (1815-1888), estudou no Liceu de Macau e iniciou a sua vida na carreira de intérprete sinólogo. (4) Fez depois exame para advogado provisionário. (5) Foi Presidente do Leal Senado, (08-01-1921 – 14-06-1922; 02-04-1928 – 15-01-1930), (6) vogal do Conselho Legislativo, do Conselho Inspector da Instrução Pública e do Conselho da Administração das Obras do Porto. Comendador da Ordem de São Gregório Magno, da Santa Sé (7) e senador por Macau durante a 1.ª República. (8) Viúvo de Maria Bernardina dos Remédios, casou em Macau (2.ª núpcias) a 29-V-1920, com Leolinda Carolina Trigo (1891 – 1983), filha de Adriano Augusto Trigo, Director das Obras Públicas entre 1919 e 1925. (9)

(1) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Vol. 4 (1997) e Volume III, 3.ª edição, 2015,  pp. 33, 85, 96, 175, 256, 288)

(2)06-09-1916 – Processo n.º 42 – Série A – Pedido de Francisco Xavier Anacleto da Silva, do aforamento de um terreno sito na colina de S. Januário (Boletim do Arquivo Histórico de Macau, Tomo I (Janeiro/Junho de 1985), p. 167) – A.H.M.-F.A.C.P. n.º 37 – S-A

(3) Na 1.ª edição do Volume 4 da “Cronologia da História de Macau” (1997), p. 138, informação de que o projecto da mansão “Vila Alegre” poder ter sido do Engenheiro macaense José da Silva, mas essa informação não surge na edição reformulada e aumentada de 2015 (1)

(4) “18-01-1909 – Nomeação de Francisco Xavier Anacleto da Silva, intérprete-tradutor de 2.ª classe da Repartição do Expediente Sínico, para, durante o impedimento do respectivo titular, desempenhar o lugar de Professor da cadeira da língua Sínica do Liceu Nacional” (1)

(5) REGO, José Carvalho e – Notícias de Macau 7-04-1968 inTEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Vol. II, 1997, p. 437)

(6) “11-01-1916 – Nomeação do Presidente do Leal Senado da Câmara, Francisco Xavier Anacleto da Silva, para desempenhar as funções de Administrador do Concelho de Macau, durante o impedimento do proprietário Daniel da Silva Ferreira júnior” (A.H.M.-F.A.C.P. n.º 356 –S-N)-Arquivos de Macau, Boletim do Arquivo Histórico de Macau, Tomo I (Janeiro/Junho de 1985) , p.195.

(7) “28-10-1925 – Festa importante da entrega da Comenda da Ordem de S. Gregório Magno, concedida por S. S. o Papa Pio XI ao macaense Sr. Francisco Xavier Anacleto da Silva, Senador por Macau. (1)

(8) 1949 – Francisco Xavier Anacleto da Silva é o 1.º macaense a ter «assento em S. Bento». Esta a referência colhida em Macau na V Legislatura da Assembleia de Nacional, 1949-1953», Macau, U.N., 1953, pág 23, a propósito da eleição de António Maria da Silva, irmão do primeiro e que igualmente vem a ser eleito Senador da Republica (1)

(9) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Vol II, 1997, p. 434)

A OPINIÃO”, semanário independente, iniciou a sua publicação a 24 de Novembro de 1921 e somente se publicou 27 números, sendo o último de 25 de Maio de 1922.
O editor foi o advogado João Jacques de Lima Gracias (1) com redacção, administração e tipografia na Rua da Praia Grande n.º 73
(1) Nesse ano de 1922 era também vereador do Leal Senado da Camara que era presidida por Francisco Xavier Anacleto da Silva e como vice – presidente, o tenente-coronel José Luís Marques. Outros vereadores: António Alexandrino Gonzaga de Melo, e Álvaro Alvares.

Como referi em anterior “post”, (1) o “semanário de propaganda e defeza das colonias” «Gazeta das Colonias», nos anos de 1924 e 1925, apresentou vários artigos sobre a educação e o ensino em Macau.
GAZETA COLÓNIAS I-15 15-12-1924 - O PROBLEMA DA INSTRUÇÃO IEste artigo “MACAU – INTERESSES DA COLÓNIA. O problema da instrução ” apareceu no n.º 15 de 15 de Dezembro de 1924. Foi escrito por Raul Boaventura Real, engenheiro, 1.º Tenente maquinista naval (em Macau 2.º tenente) que foi o 2.º Director das Oficinas Navais de Macau (1918-1919), director da Escola «República» e autor de vários livros sobre marinhagem (2)
… No decurso dos últimos catorze anos, período a que me estou reportando , foi Álvaro de Melo Machado, um dos mais distintos oficiais da nossa marinha, infelizmente hoje afastado dos serviços dessa corporação e do convívio dos seus camaradas que muito o estimavam e apreciavam, o primeiro governador que aos assuntos da instrução dedicou assinalado interesse.
Por sua iniciativa foi criada a primeira escola «República», comemorando o advento do actual regime, escola essa que ele manteve pelo seu bolso particular e pelo de alguns amigos dedicados. Enormes foram as dificuldades a vencer para se conseguir manter essa escola, sobretudo depois de Álvaro Machado ter deixado a Colónia em 1912.
A falta de recursos poderá ser avaliada – sabendo-se que, ao tomar o signatário desta carta a direcção da Escola, em Outubro de 1913, recebeu do seu antecessor um saldo de quatro escudos e sessenta e dois centavos em cofre, e uma quotisação mensal de trinta escudos e vinte e cinco centavos… 
… Não pode o governador que a Álvaro Machado se seguiu e que foi o ilustre oficial de artilharia Anibal Sanches de Miranda, deixar uma obra notável em Matéria de instrução...(…)

GAZETA COLÓNIAS I-15 15-12-1924 - O PROBLEMA DA INSTRUÇÃO IIConvivas ao almoço em honra do Comandante Mendes Norton (X), no dia 08-07-1928, em Lisboa. Assinalado com o n.º 13 , o primeiro-tenente e engenheiro de máquinas Raul Boaventura Real
http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=1207963

… Em 1914 tomou o Governo da colónia José Carlos da Maia, esse grande e desventurado amigo, cuja perda ainda hoje sentimos com irreprimível revolta e cuja obra em Macau hade ser sempre  recordada com saudade… (…) 
E de facto nesse sentido foram as suas primeiras diligencias; tendo tomado posse do Governo em 10 de Junho de 1914, logo em 6 de Julho, pela Portaria Provincial numero 160, nomeava uma comissão a quem entregava a elaboração das bases em que deveria assentar a reforma da instrução.
Sob a presidência do actual deputado por Macau, sr. Manuel Ferreira da Rocha, ao tempo Secretário Geral do Governo da Provincia e consequentemente Inspector da Instrução Publica, constituiram a comissão com vogais os srs:
Francisco Xavier Anacleto da Silva, nessa data vice-Presidente do Leal Senado e, em 1924,  senador por Macau;
Francisco Gonçalves Velhinho Correia, deputado da Nação e então professor do liceu;
Dr. Carlos de Melo Leitão, Presidente do Leal Senado;
Mateus António de Lima, engenheiro e Reitor do liceu;
Artur da Silva Bastos, Director das Escolas Luso-Chinesas;
Patrício da Luz , Director da Escola Comercial dos Macaenses;
Francisco Xavier Gomes, Director das Escolas Primarias
Como secretário da comissão: Raul Boaventura Real.

GAZETA COLÓNIAS I-15 15-12-1924 - O PROBLEMA DA INSTRUÇÃO III… No seu trabalho reconheceu a comissão que o liceu, então com cinco classes, tinha uma frequência diminuta, havendo apenas dois ou três macaenses que as tivessem aproveitado para seguirem cursos superiores: havia, é  certo, que ter em consideração a frequencia por parte dos filhos dos funcionarios que da metropole iam desempenhar as suas comissões em Macau…
… Assim resolveu a comissão propor que o ensino liceal fôsse reduzido às três primeiras classes e que o ensino comercial fôsse instituído  com o desenvolvimento conveniente para pôr os macaenses em condições de concorrerem com os chineses e outros estrangeiros…
… na hipótese de qualquer macaense desejar seguir qualquer curso superior, admitir em principio o subsídio para quem o merecesse, propôr a utilização da magnífica Universidade de Hong Kong, a quatro horas de Macau, onde qualquer se poderia especializar na engenharia, na advocacia, na medicina, nas artes, etc…
… Enviadas para a Metrópole as bases e o relatório elaborados pela comissão, nenhuma resolução, nos consta, foi tomada sobre eles, sendo de prever que se encontrem sepultados no arquivo do Ministério…
GAZETA COLÓNIAS I-15 15-12-1924 - O PROBLEMA DA INSTRUÇÃO IV...Voltando nós a Macau, em 1918, fomos encontrar o liceu com sete classes, em vez das Três que tinham sido propostas; os professores já não são interinos, eram efectivos; quanto à frequência são elucidativos os elementos que possuímos e pelos quais vemos que em 1919 teve o liceu nas sete classe, 37 alunos matriculados, sendo apenas 25 macaenses e os restantes filhos de metropolitanos… (…)
GAZETA COLÓNIAS I-15 15-12-1924 - O PROBLEMA DA INSTRUÇÃO VInteressante esta fotografia inserida no artigo: Escola Municipal na Ilha da Taipa

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/08/24/macau-na-imprensa-portuguesa-de-1925-fomento-colonial-e-a-questao-do-ensino-em-macau/
(2) Encontro no Arquivo Histórico de Macau, uma entrada intitulada:
Diferença de £12.00 proveniente de passagens debitado ao 2.º tenente maqinista, Raul Boaventura Real, no seu regresso à Metrópole (1917/01/30 – 1917/08/27)” sobre um pedido do 2.º tenente maquinista, Raul Boaventura Real, para não ser obrigado a repor a quantia de doze libras, referente à diferença de passagens entre os preços da viagem Hong Kong-Lourenço Marques e Hong Kong-Cabo da Boa Esperança.
http://www.archives.gov.mo/webas/ArchiveDetail2013.aspx?id=25553