Archives for posts with tag: Fortaleza de S. Tiago ou da Barra

 Hoje é dia de São Tiago, um dos doze Apóstolos de Jesus. São Tiago é conhecido como Tiago Maior, para diferenciá-lo de Tiago Menor, que era de Nazaré e primo de Jesus. (1)

CAPA

Para comemorar esta data, relacionando-a à Fortaleza de S. Tiago da Barra, escolho uma Capa da Pousada de São Tiago, de meados da década de 80 (século XX), então considerado um dos hóteis de luxo de Macau. (2)

No interior da Capa (29,8 cm x 21,5 cm x 0,5 cm) encontra-se vários folhetos turísticos (29, 5 cm x 21 cm), todos em inglês, publicitando

Pousada de São Tiago, Only in Macau

No interior da capa vem anexada um cartão de visita (9 cm x 5,5 cm) do “General Manager: H. Reinhard Steffen”

Cartão de visita
Cartão de visita verso

São Tiago, o Grande – Pintura de 1661 – Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606-1669)

(1) Também conhecido como: Santiago e Santiago de Compostela. É padroeiro dos cavaleiros, peregrinos, farmacêuticos, veterinários, dos químicos. Martirizado no ano 44. É festejado a 25 de julho, nas igrejas católica e luterana. Os ortodoxos comemoram-no a 30 de abril, os coptas a 12 de abril, e os etíopes a 28 de dezembro https://pt.wikipedia.org/wiki/Santiago_Maior

(2) A Pousada de São Tiago abriu em finais de 1981, com 23 quartos e suites. https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/08/21/anuncio-pousada-de-sao-tiago-decada-de-80/

Anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/pousada-de-santiago/

Foi construída esta fortaleza em 1740. (1) Na actualidade tem trinta e duas peças de artilheria, sendo três de bronze e as mais de ferro. Oito estão apeadas, e todas as outras montadas. O oficial comandante do destacamento, que a guarnece, e que é rendido todos os mezes, é também o comandante interino da fortaleza” (2) (3)

Fortaleza de S. Tiago da Barra – entrada do Porto Interior (aguarela sobre papel; Marciano Baptista c. 1875-80; Martyn Gregory Gallery

Esta fortaleza (edificada no local de uma anterior bateria de canhões), está situada na ponta Sul da Península de Macau, como fortificação costeira das margens da colina da Barra, à entrada da barra do Porto Interior.

(1) A Fortaleza (Forte da Barra) não foi construída em 1740. Foi construída de 1616 a 1629 ; em 1740 foi construída a Capela de S. Tiago, no interior do forte, aquando da ampliação e reforço do forte. (TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Vol II. ICM, 560 p. )

(2) «Almanach Luso Chinez de Macau para o anno de 1866», pp. 42-43

(3) Entre 1846-1851, foi comandante da Fortaleza da Barra, em Macau,  José Manuel de Carvalho e Sousa. Natural de Goa, foi ajudante às ordens do Governador Geral da Índia, Barão de Sabroso, em 1838, depois secretário do Governador de Macau, Adrião Acácio Silveira Pinto. Após o comando da Barra regressou à India. Escreveu três capítulos da sua História de Macau, editada em Macau na Tipografia de Silva e Sousa. A obra não teve muitaa ceitação pelo que , planeada para publicação mensal e subscrição pública, ficou incompleta (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, pp. 102-103.

Entre 18-03-1861 a 31-01-1867, foi comandante do forte Jerónimo Pereira Leite, major da Guarnição da província de Macau e Timor.

Anteriores referências a este forte e o pintor em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/capela-de-s-tiago-barra/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/fortaleza-de-s-tiago-ou-da-barra/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/marciano-antonio-baptista/

Na terça feira (6 de Fevereiro de 1872) pelas onze horas da manhan sentiram-se duas detonações e á segunda um bala explosiva de calibre 40 veio cahir n´uma caza china próximo da fortaleza da barra, tendo passado pela popa da corveta Palmella” (1)

Notícia extraída de «O Oriente», I-4 de 8 de Fevereiro de 1872
PORMENOR DO MAPA- MACAU E ILHAS PRÓXIMAS
Ta-Ssi-Yang Kuo, Vol I-II, 1889-1900
A CORVETA «DUQUE DE PALMELLA» ESCOLA DE ALUNOS MARINHEIROS EM FARO
http://alernavios.blogspot.com/2016/01/

(1) Corveta “Duque de Palmela” – corveta de madeira de 15 peças e 952,671t métricas de deslocamento, lançada à água em Lisboa em 25-01-1864, esteve ao serviço na Real Marinha de Guerra Portuguesa de 1864 a 1913. Foi em 1866 para a Estação Naval de Angola para reprimir o tráfico de escravos e em 1870 seguiu para a Estação de Macau. Em 1874 desarmou e passou em 1877 a sede da Escola de Alunos Marinheiros em Lisboa, que em 1895 foi transferida para Faro na mesma corveta. Em 1913 desarmou e foi vendida no ano seguinte.
Anteriores referências à corveta “Duque da Palmela” em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/corveta-duque-de-palmela/

Extraído de “A Aurora Macaense” I-1, 14 de Janeiro de 1843.

Extraído de «O Independente» I-14 de 27 de Novembro de 1869, p. 89/90

O semanário “O Independente” foi forçado a suspender a publicação em Macau (último n.º 46 de 20 de Julho de 1869) pelo que o seu redactor e proprietário José da Silva, ausentou- se para Hong Kong e passou o jornal a ser impresso e publicado nesta cidade com o mesmo título, por E. Ferreira na Tipografia da redacção «Mercantile Printing Office»  em Peel Street (Hong Kong)
O primeiro número foi publicado a 18 de Setembro de 1869 e na sua introdução afirma:
Eis o Independente que foi assassinado em Macao para vir ressuscitado em Hong Kong! Os assassinos desta folha liberal já deviam contar com este resultado. A liberdade, uma vez plantado na terra, não é coisa que se possa jamais extinguir…

Postais de Macau publicados no «Jornal Único» de 1898 (1)

NOTA:Os chichés das vistas photographicoas foram tirados pelo photographo amador Carlos Cabral. Todos os trabalhos respeitantes a este «Jornal Único» foram executados em Macau

Praia Grande
Palácio do governo – Edifício das repartições públicas

Extractos do artigo publicado neste mesmo jornal, “Praia Grande” de António Joaquim Basto

Porto Interior

Extractos do artigo publicado neste jornal, “O Porto Interior de Macau” de A. Talone da Costa e Silva
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jornal-unico/
http://purl.pt/32511/3/html/index.html#/1

Notícia publicada no Boletim do Governo (1) respeitante à transladacção dos restos mortais do ex governador José Maria Ferreira do Amaral no dia 2 de Janeiro de 1851, do Palácio do Governo onde estava para a Capela de Nossa Senhora do Carmo na Igreja de S. Francisco, contígua ao edifício do então Quartel do Batalhão de linha.
(1) Extraído de «Bol. G.P.M.T.S.», VOL 6, n.º 8, 1851.
NOTA: sobre o governador João Ferreira do Amaral, ver referências anteriores em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/joao-m-ferreira-do-amaral/

Ordem à Força Armada n.º 19 de 1 de Julho de 1871 publicada no «Boletim da Provincia de Macau e Timor», XVII- n.º 27 de 3 de Julho de 1871 em que a junta da justiça (1) condena António Dias, soldado n.º 307 da 2.ª companhia do batalhão de linha de Macau na pena 30 dias de prisão no calabouço, por na noite de 10 para 11 de Novembro do ano 1757, no posto de sentinela, se deixou dormir e roubar a sua arma, devendo ainda pagar à fazenda por meio de desconto a arma, que deixou roubar.
(1) Junta de justiça composta por:
António Sérgio de Sousa (vice almirante) Governador (2)
Vicente Nicolau de Mesquita, tenente-coronel (3)
José António da Costa, tenente-coronel (4)
J.P. Leite tenente coronel (5)
Lourenço  Marques (6)
Júlio Ferreira Pinto Basto (7)
Francisco de Assis e Fernandes.
(2) Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/antonio-sergio-de-sousa/
(3) O tenente-coronel Vicente Nicolau Mesquita reformou-se em 1873 (27-11-1873) no posto de coronel estando nessa altura como comandante da Fortaleza do Monte (inaugurada a 01-07-1873). Vicente Nicolau Mesquita tinha sido comandante da Fortaleza da Taipa, e depois comandante da Fortaleza de S. Tiago (Barra).
Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/vicente-nicolau-de-mesquita/
(4) O então tenente Vicente Nicolau de Mesquita foi substituído no comando da Taipa em 24-09-1849 pelo alferes Caetano Gomes da Silva, mas este morreu pouco depois, afogado pelo que foi substituído pelo então tenente José António da Costa em Outubro de 1850.
(5) Jerónimo Pereira Leite tenente coronel foi  ajudante de campo do governador Ferreira do Amaral , depois nomeado  comandante da Polícia.
(6) Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/comendador-lourenco-marques/
(7) Dr Júlio Ferreira Pinto Basto foi Procurador dos Negócios Sínicos a partir de 1872 tendo depois sido eleito Deputado pelo círculo de Macau. Em 1880, nomeado Cônsul Geral de Portugal em Shanghai.

Mais dois “slides” digitalizados da colecção  “MACAU COLOR SLIDES  – KODAK EASTMAN COLOR)”comprado na década de 60 (século XX), se não me engano , na Foto PRINCESA (1)

Miradouro de Nossa Senhora da Penha

 O Miradouro está situado no término da Estrada de D. João Paulino, à entrada da Ermida da Penha e da Residência Episcopal, quase no vértice da Colina da Penha, voltado ao Sul. (2)

Ermida de Nossa Senhora da Penha de França

“Campeia no topo da colina a Ermida de N. Sra. da Penha de França e, mais em baixo, a Gruta de N. Sra. de Lourdes. A Gruta foi construída em 1908, por iniciativa de D. João Paulino de Azevedo e Castro, bispo de Macau (1903-1918), que ali foi sepultado.
Segundo se lê numa lápide, na parede da direita da Igreja da Penha, esta Igreja foi construída em 1934-1935 em substituição da primitiva capela edificada em 1622 e reedificada em 1837. Parece que foi a ermida construída em 1622, que deu o nome de Penha à colina, que antes se chamava de Nilau.” (4)
Existia antigamente uma fortificação no alto da Penha
Na relação do italiano Marco d´Avalo em 1638, escreveu acerca deste forte: «Chama-se o segundo dos fortes Nostra Seignora de la Penna de Francia, porque tem dentro uma ermida com este nome. Está guarnecido com «6 pequenas peças, de 6 a 8 libras de balla» (4)
«Desta Hermida descobre o mar da parte de Oeste, e tem hua peça de bronze de seis libras invocada N. Snr.ª de Penha, e correndo a ilha da parte de sudoeste a largo de tiro de peça está a Fortaleza da Barra» (5)
1) Ver anteriores slides desta colecção em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/artes/
(2) Ver anteriores fotografias deste miradouro:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/11/23/postais-do-miradouro-da-penha-1940-e-1950/
(3)  Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ermida-da-penha/
(4) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, 1997.
(5) Ta-Ssi-Yang-Kuo, Série I – Vols. I e II, pp. 418,421

A propósito do ataque de piratas à ilha inglesa de Cheong Chau, (1) corre o boato de que na ilha de Tai Vong Cam (em litígio entre Portugal e a China) (2) há piratas açoitados. O governo de Hong Kong pretende organizar uma expedição mista de forças terrestes chineses e de forças navais inglesas e portuguesas para bater os piratas nas ilhas de Vong Cam. Governo de Macau discorda da proposta por entender que a expedição deve ser levada a efeito, em terra e no mar, por forças portuguesas e por forças chinesas se estas quiserem colaborar. Realiza-se, nestas condições, uma exposição combinada entre os Governos de Macau e Cantão, mas nenhum pirata é encontrado.” (3)
Nesse ano de 1912, a pirataria nos mares da China, principalmente nas ilhas do delta, estava bastante intensa, incomodando as populações das ilhas menos povoadas, com notícias várias de assalto de piratas como a uma lorcha nas alturas de Ka Tai, em 03-05-1912; em 1-07-1912, os piratas de Tai Vong Cam  assaltaram o Hospital de Leprosos em D. João e um tancar de Macau, na Ribeira da Prata (A lancha «Macau» foi fazer o policiamento daquele local) e a 14-08-1912, o Capitão dos Portos oficiava ao Comandante da Companhia Indígena da Índia, solicitando que dêsse ordens às praças de serviço na Avenida da  República para prestarem atenção a qualquer sinal feito da Taipa. Idêntico pedido foi feito, a 19 de Agosto ao Quartel da Fortaleza da Barra. Muitos proprietários de embarcações pediram autorização para adquirir pólvora para sua defesa. (3) (4)
Na verdade, posteriormente, no dia 26-08-1912, a ilha inglesa de Cheung Chau era atacada por piratas que cometeram vários assassinatos e roubos, A polícia de Macau descobriu a pista dos criminosos que se haviam refugiado na ilha da Lapa e prenderam alguns suspeitos. (3)
(1) Cheung Chau 長洲, literal: “ilha comprida” a 10 km sudoeste de Hong Kong.
(2) Ilha da Montanha – Tai-Vong-Cam – 大横琴島 – Da Hengqin
(3) GOMES, Luís G. – Catálogo dos M. M e Arquivos de Macau, Boletim do Arquivo Histórico de Macau, Tomo I (Jan/Jun 1985)
(4) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau ,Volume 4.
Anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ilha-da-montanha-tai-vong-cam-%E5%A4%A7%E6%A8%AA%E7%90%B4%E5%B3%B6-da-hengqin/