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Foram apreendidos e confiscados pela Autoridade Administrativa, (1) no dia 11 de Junho de 1913, grande quantidade de diversos materiais destinados ao fabrico de pau-cheung (panchões).

Extraído de «Boletim Oficial» XIII-25 de 23 de Junho de 1913, p. 276

Anúncio da Repartição Superior de Fazenda da Província de Macau de 19 de Junho, chamava a atenção para a venda em hasta pública destes materiais e utensílios destinados ao fabrico de pau-cheung e pau-cheung já preparados, no dia 28 do mesmo mês, no Depósito do Material de Guerra dos Particulares, sito na Fortaleza da Barra. Foram apreendidos às firmas Iu-Seng-Long-Tac-Qui e Tac-Heng-Long, estabelecidas no sítio do Tanque do Mainato, vulgo Calçada das Chácaras desta cidade.

(1) Transgressão do «Regulamento para o Comércio de Armas, Munições e Explosivos e Indústrias de Fogo de Artifício» (Portaria Provincial de 19 de Agosto de 1907) .

Em 24 de Fevereiro de 1868, o aterro do rio, para o lado da Barra, achava-se já unido ao aterro do Pagode chinês, de modo que as povoações da Barra e Patane ficaram em comunicação pela estrada marginal (1)

Manuel de Castro Sampaio, no seu livro “Os Chins de Macau” (1867) informa (2): “Uma das primeiras povoações fica próxima da fortaleza da Barra e é por isso chamada Povoação da Barra. A outra acha-se na encosta outeiro da Penha, onde está a fortaleza do Bom Parto, e onde se encontram as mais lindas chácaras de Macau. Esta é conhecida pelo nome de Tanque-Mainato, nome derivado de um tanque de lavadeiros ou mainatos, como lhes chamam no paiz. As outras três povoações são denominadas de Patane, de Mong-ha e de S. Lázaro. Patane é de todas as cinco a mais importante, pela sua industria fabril e pelo seu comercio, principalmente, em madeiras de construção. Esta fica no litoral do porto interior, tendo Mong-ha do lado oposto, onde existe a maior parte dos agricultores e onde há alguma industria e comercio, como em todas as outras povoações, excepto a do Tanque-Mainato, onde pouca industria e nenhuma comercio há, por ser um povoado insignificante. A Povoação de S. Lázaro, que está em continuação  da cidade cristã, é onde principalmente habitam os chins que não tem abraçado o christianismo. Nesta povoação há além da Igreja de S. Lázaro que é o mais antigo templo de Macau, uma pequena capella a cargo de um sacerdote catholico, que se dedica a catechese”. (3)

Miguel Aires da Silva (4) concessionário das obras do cais e aterro, foi o homem que se abalançou à terragem da marginal do Porto Interior, ficando as obras concluídas em 4 de Março de 1881. (3)

Em 17 de Janeiro de 1873, o Governador Januário de Almeida, Visconde de S. Januário, ordenou a execução da primeira fase do alargamento do aterro marginal do Porto Interior e simultânea regularização do regime da corrente do rio, numa extensão de 160 metros, desde a Fortaleza da Barra até à Doca de Uóng-Tch´oi. (5)

NOTA: José Maria de Ponte e Horta governou Macau de 26-10-1866 a 16-05-1868. O Vice almirante Sérgio de Sousa chegou a Macau a 1-8-1868, tomou posse do governo a 3 de Agosto de 1868 e governou até 23 de Março de 1872, sucedendo o Visconde de S. Januário Correia de Almeida que governou de 23 de Março de 1872 a 7 de Dezembro de 1874. Na toponímia de Macau a Rua do Almirante Sérgio começa na Rua das Lorchas, a par da rua do  Dr Lourenço Pereira Marques e ao lado da Praça de Ponte e Horta e termina no Largo do Pagode da Barra

(1)

«Boletim da Província de Macau e Timor» , XIV-8 de 24-02-1868, p.45

(2) Sobre Manuel de Castro Sampaio, ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/manuel-de-castro-sampaio/

(3) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, 1997,p 403

(4) Sobre Miguel Aires da Silva, ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/miguel-aires-da-silva/

(5) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954

Extraído de «O Portuguez na China», II-14 de 3 de Dezembro de 1840, N.º 64.

O navio «NEMESIS» (1) partiu a 28 de Março de 1840 de Liverpool (Inglaterra) com 60 homens, oficiais e marinheiros (nas suas operações na China, chegou a ter cerca 90 homens a bordo.) com destino ao Oriente, embora o plano de viagem fosse secreto, pois com a chamada “ 1.ª Guerra do Ópio”, em curso (1839 –1842) seria um teste para experimentar a eficácia do primeiro navio de guerra a vapor de ferro). (2) Era comandante do navio, William Hutcheon Hall (depois, em 1842, capitão Richard Collinson). Passou por Portugal (Cabo Finisterra a 2 de Abril) e esteve três dias em Funchal (chegada: 8 de Abril).  Chegou à costa da China em finais de 1840, passou por Macau a 2 de Dezembro. (3)

(1) “NEMESIS”, propriedade da “East India Company”, lançado em 1839, contruído nos estaleiros de “Birkenhead Iron Works”. Foi o 1.º navio de guerra oceânico britânico, de ferro (“steam iron ocean-going iron warship”). Os chineses apelidaram-no de “navio diabo”. https://en.wikipedia.org/wiki/Nemesis_(1839)

“The East India Company steamship Nemesis (right background) destroying Chinese war junks in Anson’s Bay during the Second Battle of Chuenpi, 7 January 1841” https://en.wikipedia.org/wiki/First_Opium_War

(2) O relatório da viagem bem como as intervenções militares na China foram descritos pelo comandante W. H. Hall e publicados em livro:  

(3) “On the 13th, the Nemesis, which had been for some days at anchor with the fleet, a few miles below Chuenpee, conveyed Captain Elliot down to Macao, while the rest of the fleet moved nearer up towards the Bogue, as if with the object of supporting the “negotiations” by a firm display of power. Captain Elliot’s stay at Macao was very short, and from the increased activity of our preparations at the Bogue, it became evident that the “negotiations” were not going on satisfactorily.” (p. 108 do livro citado)

Extraído de «O Independente», Vol I- 46 de 20 de Julho de 1869, p. 407
Planta da Península de Macau, 1/5 000, reduzida e desenhada por António Heitor, Macau, 15 de Março de 1889
Pormenor NORTE – Ilha Verde (com a fábrica de cimentos); Istmo do Cerco; Pagode de Lin Fong; Fortaleza de Mong Há; Casa do Destacamento
Pormenor CENTRO – Hospital de Sam Januário; Fortaleza de S. Jerónimo; Igreja de Santa Clara; Fortaleza de S. Francisco; Quartel da Bateria de Infantaria do Ultramar; Grémio Militar; Jardim de S. Francisco; Bateria razante 1.º Dezembro; Baía da Praia Grande; Sé Catedral; C. T. T. ; Igreja de Santo Agostinho; Tribunais/Fazenda; Senado; Quartel do Batalhão Nacional; Igreja de S. Domingos
Pormenor SUL – Fortaleza de Nossa Senhora de Bomparto; Praia do Tanque do Mainato; Baía do Bispo; Ermida de Nossa Senhora da Penha; Quartel da Polícia Marítima; Mesquita de Mouros; Fortaleza da Barra; Pagode da Barra; Doca; Matadouro