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Livro de referência, em português, sobre arte chinesa, onde apresenta a colecção (parte dela) de José Vicente Jorge (1872 – 1948) (1), na altura considerada a colecção particular mais valiosa na arte chinesa.

25, 5 cm x 19 cm x 3,5 cm

Fornece a descrição cronológica da arte chinesa e das suas principais produções em cada dinastia
No seu prólogo intitulado “EXPLICANDO “ o autor explica os motivos que o levaram a redigir esta obra sobre a arte chinesa
Macau, Setembro de 1940
J. V. JORGE

Contracapa

Diz ainda o autor:
“A MINHA COLECÇÃO
Tem cêrca de 10 000 peças, representando os principais ramos da arte chinesa – cerâmica, bronze, jade, pintura, caligrafia, escultura, esmalte, laca, bordado e mobília.
A reprodução de todas as peças tornaria esta obra muito dispendiosa e êste livro demasiadamente volumoso.
As gravuras que seguem são das principais peças e dão uma boa ideia da colecção, que, como ficou dito, me levou cêrca de 50 anos a fazer.
Acho também de interesse reproduzir alguns aspectos, em conjunto, para se poder julgar do seu valor decorativo.
Macau, Setembro de 1940.”

(1) JORGE, J. V. – Notas sobre a Arte Chinesa. 1940, Tip. Mercantil de N. T. Fernandes & Filhos Ltda., Macau, 150 p + 111 folhas com 524 gravuras de peças antigas impressas em separado. O Instituto Cultural de Macau fez uma nova edição desta obra, em 1995.

NOTA: Recordo a postagem anterior de 30-11-2014 que mostra um quadro do pintor Fausto Sampaio retratando o vestíbulo da casa de José Vicente Jorge, com a sua colecção de arte chinesa.

“O quadro mostra o vestíbulo da casa de José Vicente Jorge, com a sua colecção de arte chinesa. “Macaense de destaque na Colónia e um dedicado cultor da arte chinesa. Serviu como encarregado de Negócios de Portugal em Pequim, quando da proclamação da República, em 1910 e mais tarde, em 1912, sendo chefe de Expediente Sínico em Macau foi a Cantão várias vezes, como agente diplomático, quando do tratado de expatriação com a China …(…) A colecção de preciosidades que possue é tida como a melhor do Extremo-Oriente e já mereceu a visita do director do Museu Britânico de Londres
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/11/30/leitura-fausto-sampaio-pintor-do-ultramar-portugues-vi/

Sobre este livro algumas considerações em:
TING, Caroline Pires 丁小雨; BUENO, André – Colecionismo Orientalista como Resultado de um Processo de Interação Cultural entre China, Macau e Portugal in pp. 221 a 232 de: https://entresseculos.files.wordpress.com/2018/01/anais_versc3a3o-3_2018.pdf
TING, Caroline Pires – Exposição do Mundo Português e Divulgação da Arte Chinesa in pp. 65- 69 de:
https://books.google.pt/books?id=klg6DwAAQBAJ&pg=PA65&lpg=PA65&dq=Notas+
s%C3%B4bre+arte+chinesa+#v=onepage&q=Notas%20s%C3%B4bre%20arte%20chinesa&f=false

Este livro “Exposição do Mundo Português: Secção Colonial”, inaugurada a 23 de Junho de 1940, (1) serviu de catálogo da área colonial da “Exposição do Mundo Português” cujo director da secção colonial foi o Capitão Henrique Galvão (2)
Henrique Galvão afirma no Prefácio: “Uma vez que a Secção Colonial se instalava no Jardim Colonial, onde já se encontram numerosos espécimens da flora ultramarina e que fica situada junto de gloriosas e impressionantes recordações da nossa epopeia Além-Mar como são os Jerónimos e a Torre de Belém – isto é: uma vez que a Exposição se situava em quadro próprio, bastava assegurar a duração das construções e orientar de certa forma a realização para ficarmos automaticamente com o Museu Popular as Colónias que nos faltava e assegurarmos à cidade mais uma grande atracção de carácter permanente. Demais seria êste um museu originalíssimo – único do género na Europa.”
A capa apresenta foto de um quadro de Fausto Sampaio intitulado “Macau – Rua 5 de Outubro“. (3) Deste autor, estiveram expostos na Sala Fausto Sampaio, na área “Rua de Macau, 39 quadros com a temática: Macau e inserido neste livro, estão ainda fotos e outros 4 quadros de Macau, nomeadamente: “Velha rua com chuva”, “Leong-Soi Teng –O Curandeiro” , “Um Retrato”  e “Tancareiras” (4).
Do pintor Chiu Shiu Ngon estiveram presentes 22 quadros
O livro está dividido em duas partes A primeira apresenta os dados referentes às colónias nomeadamente: informação geográfica; informação económica; vias de comunicação; indústria; Comércio; situação financeira; informação etnológica e etnográfica;
Referente a Macau (pp.131 a 164) constam os seguintes dados: informação geográfica; informação económica; principais centros de população e colonização; produtos; vias de comunicação; comércio; indústria; pesca; informação etnológica e etnográfica sobre a população; vida material; vida intelectual – linguagem; arte e faculdades intelectuais; vida social, religião e família e acção civilizadora.
A 2.ª parte apresenta os catálogos, mapas, fotografias e esquemas dos pavilhões das colónias na secção colonial da Exposição. Está dividida em 5 secções:
Secção I – Pavilhões das províncias ultramarinas.
De Macau (pp. 276- 278) apresenta a “Rua de Macau” (composição dos cenógrafos Saúl de Almeida e Raúl Campos, sobre documentação fornecida pelo Director da Secção) composta por uma rua típica de Macau, com a sua côr, o seu movimento, o seu pitoresco e os mais importantes elementos de carácter.
Legenda:
1 – Carta da Colónia
2 – Diuramas
3 – Quadros

Entrada do pavilhão de Macau, (Eduardo Portugal) (5) para a Rua de Macau

Uma recriação da “Rua da felicidade”
Diário da Manhã, número especial da Exposição do Mundo Português em 1-12-1940

Fazem parte da rua, o Pavilhão de Macau com o seu material de documentação, vários estabelecimentos comerciais, a casa das lotarias, o Fan-Tan, um templo (pagode) e as moradias dos naturais da colónia que vieram à Exposição. Numa oficina típica, artífices de Macau realizavam os seus trabalhos em cedro e cânfora. Na rua, circulava os típicos riquechós conduzindo passageiros. Em edifício especial, ao lado do Pavilhão, no primeiro andar estava a «Sala Fausto Sampaio».
Secção II – Pavilhões diversos e instalações de documentação
Secção III – Aldeias e habitações dos povos indígenas
Secção IV – Monumentos, construções de utilidade pública, diversos
Entre eles, o Pavilhão do Chá Português (concepção: José Bastos e Decoração: Lino António)
Secção V – Pavilhões e mostruários particulares.
Secção VI – Expositores oficiais de arte.
Secção VII – Catálogos
(1) Exposição do mundo português: secção colonial / pref. Henrique Galvão. – s.n., 1940 (Lisboa: Neogravura. – [7] f., 299 p., XCVI pp (anúncios). il. ; 22 cm x 16,5 cm.
Incorporado na lombada (superior) um marcador (18 cm x 5,5 cm) com anúncio (idênticos dos dois lados) da marca “Graham” – (tecidos de Algodão crús, branqueados, estampados e tintos, etc)
(2) A Exposição do Mundo Português (exposição histórico-cultural) realizou-se de 23 de Junho a 2 de Dezembro de 1940, em Lisboa, e teve o propósito de comemorar simultaneamente as datas da Fundação do Estado Português (1140) e da Restauração da Independência (1640) mas, também (e esse seria o objectivo primordial), de celebrar o Estado Novo, então em fase de consolidação. Foi a maior exposição do seu género realizada no país até à Expo 98 (1998).
Incluía pavilhões temáticos relacionados com a história de Portugal e tinha uma Secção Colonial onde representava o império português no seu todo, incluíndo as colónias: S. Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné Portuguesa (Guiné-Bissau), Angola, Moçambique, São João Baptista de Ajudá (um enclave) e pelas colónias orientais de Macau, Timor Português (Timor-Leste) e Índia Portuguesa (Diu, Damão, Goa e Dadrá e Nagar Haveli).
(3) Já publicado em postagem anterior em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/10/21/leitura-fausto-sampaio-pintor-do-ultramar-portugues-iv/
(4) Também já reproduzidos em anteriores postagens:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/12/28/leitura-fausto-sampaio-pintor-do-ultramar-portugues-vii/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/10/01/leitura-fausto-sampaio-pintor-do-ultramar-portugues-i/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/10/11/leitura-fausto-sampaio-pintor-do-ultramar-portugues-ii/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/10/27/leitura-fausto-sampaio-pintor-do-ultramar-portugues-v/
(5) Hoje este pórtico encontra-se no Jardim Botânico Tropical (JBT) (outrora chamada Jardim Colonial ou Jardim do Ultramar),
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/01/09/macau-no-exterior-macau-e-o-jardim-oriental-em-lisboa-i/

“…Paremos, agora, em frente dum nebuloso aspecto da China: o fumo do ópio!
O ópio é um polvo imenso, cujas raízes se estendem por todo o Mundo. A êle andam ligados interesses que representam milhões; o ópio é um dos grandes mistérios da China. Não tentemos devassa-lo, mesmo que seria inútil; basta que dêle observemos um aspecto e tenhamos uma idéia, tal como nós é transmitida através da tela impressionante e trágica – podemos dizer – que representa o interior dum fumatório de baixa classe. Na tela, do lado esquerdo, vê-se a entrada para um fumatório de classe superior.
Nunca fumei ópio; as primeiras tentativas são desagradáveis, causam um malestar parecido como o enjôo do mar.

Fausto Sampaio “Fumatório de Ópio”, Macau, 1937

O mal do ópio, que tão bem se revela nos fácies das vítimas representadas nesta tela, não pode ser debelado duma forma radical e imediata, – o assunto tem sido regulado por conferências e acordos internacionais – mas o governo da China tem-se mostrado incansável na repressão dêste terrível vício, e a Colónia de Macau , vítima escolhida para permanentes quão injustos ataques, sempre que se trate de campanhas contra êste estupefaciente – como se todo o ópio que se consome na Terra fosse produzido e exportado da minúscula Macau ! – a Colónia tem cumprido escrupulosamente o estipulado naqueles acordos internacionais.
O ópio fabricado em Macau, é muito apreciado no Oriente, e, tal como sucede com o vinho do Pôrto, sofre da fraude das imitações, havendo uma marca – a marca Leão, que se vende em pequenas caixas – que é a mais usada pela gente do mar, que tem tido muitas imitações, andando muito espalhada, e êste é um motivo a juntar a muitos outros, porque se atribuem a Macau culpas no negócio do ópio que não lhe cabem.
Excerto de uma conferência de Jaime do Inso denominada “Quadros de Macau” in Fausto Sampaio, Pintor do Ultramar Português. Agência Geral das Colónias, Lisboa, 1942, 182 p.
Anteriores referências a Jaime do Inso, e ao pintor Fausto Sampaio, ver em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jaime-do-inso/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/fausto-sampaio/

Extraído de BGU XLV- 528, 1969.
NOTA 1 :  A Casa de Macau em Lisboa foi fundada a 11 de Junho de 1966, tendo a sede num edifício arrendado. Em 1969 foi inaugurada a sede na Praça do Principie Real. Após a invasão da sede no período revolucionário de 25 de Abril, em 1974 e fecho das instalações, seria reaberto em 1979. Em 1988, foi declarada com o estatuto de Pessoa Colectiva de Utilidade Pública. (2) Em 1999 foi inaugurada a actual sede-social na Av. Almirante Gago Coutinho n.º 142 em Lisboa.
A propriedade da antiga sede da Casa de Macau, na Praça do Príncipe Real (1) é actualmente da Fundação Casa de Macau (sede e Centro de Documentação), nascida a 26 de Julho de 1996.
NOTA 2: O presidente do Leal Senado era Joaquim Morais Alves (e não como consta no texto, erradamente, “Dr. Moura Alves”.
(1) Praça do Príncipe Real, 25 1º  1250-184  LISBOA
(2) Diário da República –II Série n.º 22 – 27-1-1988, p. 761 

Os dois últimos quadros de Fausto Sampaio, inseridos no livro já referenciado em anteriores postagens. (1)
Não tenho informações sobre estes dois quadros:“Velha rua com chuva” e “Entrada do pôrto interior”

Fausto Sampaio Pintor do Ultramar Velha Rua

Fausto Sampaio Pintor do Ultramar Entrada do Porto Interior NOTA: tenho uma vaga ideia deste edifício ainda existente na década de 60, localizado ao lado da ponte cais n.º 1(?) da carreira para as Ilhas, no porto interior (hoje, seria ao lado da ponte cais anexo ao Museu Marítimo). Nessa altura já sem a configuração que se vê nesta pintura. Não existia o muro e o portão da frente (destruída para alargamento da Rua do Almirante Sérgio) e a torre nas traseiras do edifício principal. Na década de 60 pertencia ainda à Marinha, e vivia nele o Sr. Coelho, que dava “explicações” a alunos do Liceu.

(1) Fausto Sampaio, Pintor do Ultramar Português. Agência Geral das Colónias, Lisboa, 1942, 182 p. Ver em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/fausto-sampaio/

ACTUALIZAÇÃO 18-01-2015: Recebi do João Botas do blogue “Macau Antigo” , o seguinte esclarecimento sobre este segundo quadro : “Entrada do pôrto interior” : “a entrada do porto interior a que Fausto Sampaio se referia é a que se vê ao fundo no quadro. O edifício fica bem mais acima e ainda existe; fica na Penha junto à igreja e residência do bispo é da década de 1920 (estilo art déco ). Foi residência do pres. da Melco e já muito mais tarde de Carlos Assumpção. Ainda em 2012 a vi; tem na fachada principal a inscrição Skyline“.
Agradeço este esclarecimento e tem toda a razão. Analisei o quadro do ponto de vista , à beira do porto interior e não da perspectiva da Colina da Penha, tendo por isso, confundido o edifício.
Pode-se ver o residência “Slyline” num “Postal de Macau Antigo (IV) – Colina da Penha“, postado em 18-05-2013:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/colina-da-penha/

Continuação da leitura do livro e análise dos quadros de Fausto Sampaio pintados em Macau. (1)

Fausto Sampaio Pintor do Ultramar O Vestíbulo“O quadro mostra o vestíbulo da casa de José Vicente Jorge, com a sua colecção de arte chinesa. “Macaense de destaque na Colónia e um dedicado cultor da arte chinesa. Serviu como encarregado de Negócios de Portugal em Pequim, quando da proclamação da República, em 1910 e mais tarde, em 1912, sendo chefe de Expediente Sínico em Macau foi a Cantão várias vezes, como agente diplomático, quando do tratado de expatriação com a China …(…)
A colecção de preciosidades que possue é tida como a melhor do Extremo-Oriente e já mereceu a visita do director do Museu Britânico de Londres”(2)

(1) Fausto Sampaio, Pintor do Ultramar Português. Agência Geral das Colónias, Lisboa, 1942, 182 p. Ver em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/fausto-sampaio/
(2) INSO, Jaime do – Quadros de Macau in (1)

Continuação da leitura do livro e análise dos quadros de Fausto Sampaio, pintados em Macau. (1)

Fausto Sampaio Pintor do Ultramar Tancareiras

É de notar ao examinar-se o quadro «Tancareiras» que o autor atribuiu à figura da barqueira que está no primeiro plano, olhos de côr azul ou pardo-azulada, quando esta coloração pigmentar do globo ocular jamais aparece nos mongóis e mongoloides. Além disso, nota-se no rosto dessa mulher um deliquidade orbitária muito menos acentuada do que no comum da sua raça, bem como se vê muitíssimo atenuado aquêle bridado da fenda palpebral que é característico do ôlho mongol e que chega a fazer ocultar completamente as pestanas à vista alheia. Não foi, porém, nem ao longe, êrro de visão do artista. Veja-se que essa tancareira, ou era produto de mestiçagem e tinha recebido, por ascendência paterna europeia, essa modificação somática, ou, o que é menos provável, proviria de alguma daquelas populações da Mongólia do Nordeste aonde são relativamente frequentes os cruzamentos com eslavos brancos e louros e que tivesse emigrado para a China Meridional.” (2)

Notabilíssimo quadro é êste, que só por si bastaria para firmar uma reputação. A naturalidade das atitudes, dir-se-ia a, a anatomia das personagens, não esquecendo o miudinho sai-kó (3) pendurado às costas e coberto com o seu pano novo e vermelho – o me-tal (4) – que é a côr da felicidade, o impressionante das côres, o tão bem reproduzido regionalismo dos trajos, tornam esta uma das inspiradas a apreciadas deste certame” (4)

(1) Fausto Sampaio, Pintor do Ultramar Português. Agência Geral das Colónias, Lisboa, 1942, 182 p. Ver em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/fausto-sampaio/
(2) MELO; Lopo Vaz de Sampaio e – A Arte ao serviço do Império in Fausto Sampaio, Pintor do Ultramar Português, p. 29
NOTA: Lopo Vaz de Sampaio e Melo (1884-1949), filho de um notabilíssimo homem de Estado do tempo da Monarquia, com o mesmo nome, Lopo Vaz de Sampayo e Mello (1848-1892), oficial da Marinha da qual pediu a demissão, foi director do Correio da Manhã, professor catedrático da Escola Superior Colonial onde regia as cadeiras de «Colonização Portuguesa», «Administração e Legislação», «Política indígena» e «Etnologia e Etnografia». Foi vogal do Conselho do Império Colonial, onde, em 1936, foi encarregado de fazer o inquérito relativo à existência ou não de escravatura nas colónias portuguesas. Era a favor da introdução de castigos corporais nas colónias “desde que não incluam mutilações (“Política Indígena- Questões coloniaes”, 1910, p. 194)
(3) Sai-Kó (細個mandarim pinyin: xi gé; cantonense jyutping: sai3 go3) – rapazinho, garoto; pequeno moço de recados em escritórios, oficina, etc; rapazito que ajuda os empregados domésticos numa casa. Usam-se também os diminutivos saicozinho, saicozito.
BATALHA, Graciete – Glossário do Dialecto Macaense, 1977.
(4) Deveria ser :“mé tai”.
mandarim pinyin: mie dài; cantonense jyutping: me1 daai2 – Faixa quadrada de pano com que as mulheres chinesas levam os bebés às costas.
(4) INSO. Jaime do – Quadros de Macau in Fausto Sampaio, Pintor do Ultramar Português, p. 103.

Continuação da leitura do livro e análise dos quadros de Fausto Sampaio pintados em Macau. (1)

Fausto Sampaio Pintor do Ultramar Rua 5 de Outubro

A rua 5 de Outubro é o coração do bairro china de Macau, onde ressalta, com extraordinário brilho, todo o pitoresco desconcertante da vida chinesa das ruas, alacre de côres, com suas casas de tabuletas características, que são um dos atractivos que nos enfeitiçam nos meandros do Bazar… “(2)

Foi dado o nome de “Rua 5 de Outubro”, à artéria principal do antigo Bazar, só após a implantação da República em Portugal, em 1910. Anteriormente era a Rua Nova de El-Rei.

(1) Fausto Sampaio, Pintor do Ultramar Português. Agência Geral das Colónias, Lisboa, 1942, 182 p. Ver em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/fausto-sampaio/
(2) INSO. Jaime do – Quadros de Macau in Fausto Sampaio, Pintor do Ultramar Português, pp. 82-83; p.86; p. 101

Continuação da leitura do livro e análise dos quadros de Fausto Sampaio pintados em Macau. (1)

Fausto Sampaio Pintor do Ultramar Macau visto de Coloane“Macau visto de Coloane, revela-nos um dos aspectos de Macau observado de longe, aspectos que, por vezes, mal deixam suspeitar a existência da cidade, dominada e escondida pelas altas terras da China que a sobrepujam.
A velha peça é como um símbolo da nossa soberania numa ilha, onde pela última vez se afirmou, em 1910, a nossa acção ininterrupta, através os séculos, na repressão da pirataria nos mares da China, na campanha de Coloane, em que operaram forças de terra e mar, estas constituídas pela canhoneira «Pátria» e pela lancha-canhoneira «Macau». Um pequeno monumento que há na ilha, comemora aquêle feito”. (Jaime do Inso) (2)
(1) Fausto Sampaio, Pintor do Ultramar Português. Agência Geral das Colónias, Lisboa, 1942, 182 p. Ver em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/fausto-sampaio/
(2) INSO. Jaime do – Quadros de Macau in Fausto Sampaio, Pintor do Ultramar Português, p. 100

Continuação da leitura do livro e análise dos quadros de Fausto Sampaio pintados em Macau. (1)

Fausto Sampaio Pintor do Ultramar Um RetratoEste retrato vale como um romance: é o romance da vida do europeu na China.
Representa um tipo de rapariga haft-cast, português, uma eurasiana de Macau usando aquêle trajo característico da China, semi-europeu, semi-oriental, como a possuidora que o enverga. É filha dum activo compatriota nosso que há muito foi tocado a fundo pela China e lá ficou prêso pelo feitiço do Oriente de que a gente aqui poderá rir-se, na crença duma superioridade que lá se esvai e desaparece como por encanto.
Êste compatriota nosso vivia, até certo ponto, à moda chinesa, tinha várias mulheres e uns 16 filhos, se a memória me não falha.
Esta, conhecia-a, talvez, em pequena, e hoje é formada por uma escola de Hong Kong.
Este quadro é um romance, é um romance da vida na China…” (Jaime do Inso) (2)

(1) Fausto Sampaio, Pintor do Ultramar Português. Agência Geral das Colónias, Lisboa, 1942, 182 p. Ver em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/fausto-sampaio/ 
(2) INSO. Jaime do – Quadros de Macau in Fausto Sampaio, Pintor do Ultramar Português, pp. 100-101.