Archives for posts with tag: Fábricas em Macau

Extraído de «O Independente», XI-1, 17 de Janeiro de 1889, pp. 2/3

Extraído de «O Independente», XI-1, 17 de Janeiro de 1889, pp. 2/3

Grande fábrica de panchões ao Norte de Macau

No Anuário de Macau de 1927, estão referenciadas 8 fábricas de panchões (cuja exploração anual era superior a um milhão de patacas), somente uma no norte de Macau (na foto) na Rua Norte de Mong Há – Firma Tong Cheong .

Nova fábrica de tijolos nos terrenos conquistados ao Norte da Ilha Verde

No Anuário de Macau de 1927, estão referenciadas 4 fábricas de tijolos, duas localizadas na Ilha Verde: a firma “The Green Island Cement Works” (gerente T. Arnott) (1) e a referida nesta foto, a ”Macau Brick Work Ltd” (gerente Im Chung Fook) no Norte da Ilha Verde.
(1) A sua produção principal era o cimento que exportava em grandes quantidades para Hong Kong e várias outras partes. Ver referências anteriores:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/fabrica-de-cimento-ilha-verde/  
Fotos extraídas de “Anuário de Macau – ano de 1927

1934
東興火柴廠 (1)
FÁBRICA DE FÓSFOROS TUNG HENG & CO
THE TUNG HING MATCH FACTORY CO LTD
MARCAS DA FÁBRICA

No ano de 1934, o endereço da fábrica de fósforo «Tong Heng on chau-iau-hong cong si» era na Estrada de Coelho de Amaral n.º 110. (2)

ANÚNCIO DE 1938

As marcas das caixas de fósforos apresentadas no anúncio, supostamente fabricadas em Macau,  têm a etiqueta
MADE IN CHINA”

(1) 東興火柴廠mandarim pīnyīn: dōng  xīng huǒ chái chǎng; cantonense jyutping: dung1 hing1 fo2 caai4 cong2
(2) Conforme postagens anteriores, esta fábrica esteve registada como sede (desde 1927 (?) na Avenida do Coelho de Amaral n.º18. No ano de 1934 estava com o n.º 110. A sede foi transferida, em 1938, para Avenida Almirante Lacerda n.º 22 (embora o presente anúncio indica já os n.ºs 22, 24, 26, e 30, o mesmo endereço da década de 50)
Num Anúncio de 1956 estava  indicado os n.ºs 22, 24, 26, 28, 30 e 78.
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/08/26/anuncio-de-1950-fabrica-de-fosforos-tung-heng/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/06/15/anuncio-tung-hing-fabrica-de-fosforos/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/02/12/caixas-de-fosforos-com-publicidade-winston/

O infantário de “Nossa Senhora do Carmo”, na Ilha da Taipa, a cargo do Pároco o Concelho das Ilhas era uma das mais interessantes obras de assistência social de Macau.
O Infantário foi uma obra missionária criada pelo reverendo Pároco das Ilhas (na altura), cónego António André Ngan. (1) Abrigava os filhos da população operária da Vila da Taipa que vivia na grande maioria do fruto do seu trabalho nas fábricas de panchões. Estas empregavam frequentemente, em diferentes misteres, toda uma família: pai, mãe e filhos maiores de 14 anos, ficando então os mais pequenos entregues aos cuidados do pessoal do Infantário, desde as sete horas e meia da manhã às oito da noite.
Inaugurado oficialmente em 8 de Junho de 1952 recolhia diariamente umas 120 crianças divididas em duas secções: infantil e dos bebés. Na primeira eram recebidas as crianças de 2 a 6 anos, mediante a quantia de dez avos que lhes dava direito a uma merenda de tarde, e na segunda os bebés com menos de 2 anos de idade, pagando os pais uma diária de vinte avos para ajudar a despesa feita com o leite que lhes eram administrados durante o dia.
Outra obra do mesmo Pároco – Asilo dos Velhinhos – tinha por fins auxiliar as pessoas mais idosas que, por terem ninguém de família, se veriam na contingência de estender as mãos à caridade, quando despedidas ou impossibilitadas de trabalhar.
De facto, as fábricas de panchões estabelecidas na Ilha da Taipa, uma vez paralisadas ou obrigadas a reduzirem o seu pessoal, despediam, como era óbvio, em primeiro lugar, os velhinhos que, nesta conjectura, iriam recorrer ao Asilo onde receberiam gratuitamente alimentação e alojamento por tempo indeterminado. Aqueles que veriam a conseguir depois, novamente o trabalho, podiam continuar internados, pagando, nesse caso, uma pequena quantia estabelecida de acordo com as suas possibilidades.
O Infantário e o Asilo recebiam os benefícios e o auxílio da Comissão Central de Assistência Pública de Macau, (2) nomeadamente um subsídio anual de $675,00 e $ 1.200,00 respectivamente.

Edifício onde estava instalada a então nova Maternidade da Ilha da Taipa

(1) Cónego (depois Monsenhor) António André Ngan Im Ieoc (1907-1982) foi governador do bispado em 1966 e vigário-geral em 1966-1975 sendo o primeiro padre chinês a ocupar estes cargos na Diocese de Macau. Foi também professor de Música no Seminário S. José (foi professor do Padre Áureo Castro) e publicou dois manuais para ensino do português: “Método de Português para uso nas escolas estrangeiras” (1944) e “Método de Português para uso das escolas Chinesas” (1945), usados durante 50.
Anos, na escola primária, principalmente para as crianças chinesas e na década de 70 n no Instituto D. Melchior Carneiro.
Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/padre-antonio-andre-ngan-im-ieoc/

A sala de partos da Maternidade da Ilha da Taipa

(2) A Comissão Central de Assistência Pública de Macau apoiava (anualmente tinha inscrita anualmente no seu orçamento uma verba) além destas duas instituições, outras na Ilha da Taipa nomeadamente a Maternidade da Junta Local das Ilhas, (prestava assistência gratuita às parturientes declaradamente pobres da Vila da Taipa); as Leprosarias de Ká-Hó e Seac Pai Van (a de Ká-Hó para mulheres albergava cerca 30 leprosas; a de Seac Pai Van, para homens , albergava cerca de 28 doentes e nesse ano (1956) nela estavam também  os que vieram da China transferidos de um prédio isolado na Ilha Verde); O Lar dos Pobrezinhos (instalado num prédio da Vila de Coloane, na Rua dos Cordoeiros), destinada a recolher as criancinhas pobres e desvalidas do Concelho das Ilhas; e um bloco com 6 casas económicas edificadas em 1952 que foram distribuídas, para habitação a pobres mais necessitados da mesma ilha.
Extraído de «Macau Boletim Informativo», IV-78,1956.

KONG CHAI CHI - RÓTULOS DE FÓSFOROS LogoNo seguimento da postagem anterior (1), sobre as “figurinhas de papel” da colecção “KON CHAI CHI”, adquirida no Museu de Macau, emitida pelo Instituto Cultural do Governo da R. A. E. de Macau, por tema ” Rótulos de fósforos“, no prospecto apresentado,  perguntava-se:

“Então quais (os rótulos) são as de Macau?

kong-chai-chi-rotulos-de-fosforos-iiiCreio que destes 21 rótulos, somente três das caixas têm no rótulo a menção do fabrico em  Macau.
kong-chai-chi-rotulos-de-fosforos-ivkong-chai-chi-rotulos-de-fosforos-vkong-chai-chi-rotulos-de-fosforos-viEmbora não possua a rotulagem de Macau , os rótulos que se seguem eram patentes  que estavam registadas em Macau (2) pela empresa “Cheong Meng” ou “Cheong Ming Match Cº”  com sede em Macau (3) mas que possuía também fábricas na China.
kong-chai-chi-rotulos-de-fosforos-viikong-chai-chi-rotulos-de-fosforos-viiikong-chai-chi-rotulos-de-fosforos-ix

kong-chai-chi-rotulos-de-fosforos-xkong-chai-chi-rotulos-de-fosforos-xikong-chai-chi-rotulos-de-fosforos-xiiExemplares das mesmas marcas mas exportadas pela mesma fábrica, por Macau.
kong-chai-chi-rotulos-de-fosforos-xiiikong-chai-chi-rotulos-de-fosforos-xiv(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/09/08/kon-chai-chi-fosforos-e-rotulos-de-fosforos-i/
(2) Registos /patentes dos rótulos das caixas de fósforos em Macau, em 1930
kong-chai-chi-rotulos-de-fosforos-patentes-marca-ikong-chai-chi-rotulos-de-fosforos-patentes-marca-iihttp://www.archives.gov.mo/pt/featured/detail.aspx?id=56
(3) Fábrica de Fósforos “Cheong Meng” : Rua da Alegria n.º 101 e depois n.ºs 95 a 105.
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/03/02/anuncio-fabrica-de-fosforos-cheong-meng/

Outro anúncio da fábrica de fósforos “TUNG HING”” (1) embora este com a denominação original “Tung Heng” , nome registado em 1927 com sede na Estrada Coelho de Amaral n.º 18. Depois a sede foi transferida, em 1938, para Avenida Almirante Lacerda n.º 22  e em 1941 aumento das instalações para n.º 22 e 78 e neste anúncio de 1950  já com os n,.ºs 22, 26, 28 e 30.
ANUÁRIO 1950 -ANÚNCIO -Fábrica de fósforo Tung HengTerá sido neste ano, de 1950, que adopta a denominação “TUNG HING & C.ª”

Fábrica de fósforo Tung HingAspecto de uma das secções da fábrica de fósforos “Tung Hing”
http://actd.iict.pt/view/actd:AHUD21484

(1) Ver anterior anúncio desta fábrica de 1956
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/06/15/anuncio-tung-hing-fabrica-de-fosforos/

FOTO 1973 - Fábrica Têxtil Pacífico Limitada太平毛羢有限公司 (1)
Fábrica Têxtil Pacífico Limitada
Pacific Woollen Mills (Macao) Limited

Uma das fábricas existentes em 1973, instalada em modernos edifícios propositadamente construídos para este fim.
A «Fábrica Têxtil Pacífico Lda», em inglês «Pacific Woollen Mills (Macao) Ltd.» e em chinês «Tai Peng Mou Iong Chong Ou Mun Iao Han Cong Si» (2) era uma fábrica de “cardação, fiação e acabamentos de lãs e mistos”, exportador de artigos manufacturados, situado no Istmo Ferreira do Amaral , n.º 60.
(1) 太平毛羢有限公司mandarim pinyin: tài píng máo róng chǎng yǒu xiàn gōng sī; cantonense jyutping: taa3 peng3 mou4 jung4 cong2 jau6 haan 6 gung1 si1
(2) Denominação registada no Anuário de Macau, 1973.

Bol. Soc. Geografia n.º 7-8-1930 -MACAU Jaime do Inso (I)

Continuação do artigo de Jaime do Inso publicado no Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa  (1)

INDÚSTRIAS
“ARTEFACTOS DE MALHA  – Há 5 fábricas destes artigos dos quais a mais importante pertence ao capitalista Iong Moc Tong que, com uma tenacidade notável e por si próprio, conseguiu montar, em 1899, uma fábrica de meias; depois de longos anos de persistente trabalho, aperfeiçoou-a, estando provida hoje dos mais modernos maquinismos, tendo 100 teares accionados por motores eléctricos e empregando cerca de 300 operários, principalmente mulheres.
A produção mensal, que anda actualmente por 10 a 12 mil dúzias de pares, num valor de cerca de 4 150.000 por ano já atingiu $ 300.000. Os seus produtos são muito perfeitos e são exportados não só para a China como para muitos países distantes da Europa e America, colónias portuguesas, Persia, Índia e Índias Neerlandesas. Os rótulos indicam que o fabrico é em Macau.
CONSERVASExistem em Macau 8 fábricas de conservas de peixe, marisco, frutas e patos. Uma das mais importantes é da firma Kueng Mi Chan que emprega uma média de 150 operários de ambos os sexos en produz anualmente mais de 10.000 caixas de 48 latas cada uma, o que representa um valor de cerca de $ 10.000. Para o peixe, emprega-se o azeite de amendoim e para a fruta, uma calda de assucar mascavado. As fabricas de conserva trabalham alternadamente com peixe ou fruta conforme as épocas e os productos de que dispões.
É uma importante industria local que representa $ 789.198,94 no quadro das exportações, que se fazem quasi na totalidade para Singapura e California.
VINHOS CHINESES O vinho chinês não é mais do que o producto da distinção do arroz levado a diferentes graus e a que se juntam certas substancias de infusão para lhes dar paladares e até efeitos medicinais.
Aquelas substancias podem ser vegetais, como frutos e flôres, ou animais, como cobras, lagartos, lebres, etc.
Esta industria é tão importante que sustenta em Macau 54 fábricas, sendo o valor da produção só das cinco principais cerca de 4 1.000,000 por ano.
A fábrica principal, Sang -Hong, produz para cima de 10.000 boiões de 28 cates (um cate tem 604,55 gr.) por ano.
Os resíduos da destilação são empregados na alimentação do gado suino.
Acaba de fundar-se em Macau uma fábrica chinesa, Harrison Company , de bebidas espirituosas , tipo conhaques, whisky e outras, por meio de processos especiais, empregando uvas sêcas importadas da America e varias essenciais, tendo já lançado no mercado alguns dos seus productos, que são muito bem apresentados.
AZEITE DE AMENDOIM Há 6 fabricas deste azeite, sendo a principal a da firma Tong-Saa que tem uma produção de perto de 300 toneladas anuais, que exporta para Hong Kong , China, Singapura, e América, sendo de perto de $ 400.000 o seu movimento anual. Esta fábrica, emprega mais de 40 operários, é a unica que possue um motor para moagem do amendoim. Nas restantes o amendoim  é esmagado por meio de pesados pilões de maneira manobrados com os pés.A extração do oleo faz-se por meio de prensas especiais, muito primitivas, constituídas por grandes troncos escavados onde se introduz a massa do amendoim, depois de aquecida, em forma de delgadas rodelas, que é comprimida por meio de cunhas batidas a maço. Por este processo, consegue-se extrair de 300 cates de amendoim, 120 de oleo e 140 de resíduos. O oleo vende-se a 30 ou 40 avos o cate e os resíduos, que se empregam como adubo, a $7.20 o pico.
Esta industria é importante porque o consumo do azeite de amendoim é muito grande visto ser o empregado vulgarmente, tanto nas conservas como na cosinha chinesa. Tem tambem  bastante aplicação o azeite de ostras e o de côco. Há duas casas que fabricam azeite de côco, que é principalmente usado na comida pelos mouros e africanos.
UN de Macau no ano XIV da Revolução -Fábrica de Algodão

Interior de um fábrica de tecidos de algodão (1940)

TECIDO DE ALGODÃONesta industria trabalham duas fábricas, sendo a mais importante a da firma Tong-Ha, na Rua da Tercena, que tem 100 teares e 300 operarios de ambos os sexos. O fabrico é manual e produz exclusivamente fazendas baratas que chegam a vender-se a 20 avos a jarda. A exportação , que excede $ 100.000 anuais, faz-se principalmente para as regiões visinhas de Macau.
Como industria, está muito espalhado o fabrico de toalhas em teares de mão.”                                                                                                                                                                continua………
(1) INSO, Jaime do – Macau, extrato de uma monografia. Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, n.º 7-8, Julho -Agosto, Série 48.ª, 1930, pp. 157- 717.
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/06/11/leitura-macau-extrato-de-uma-monografia-do-capitao-tenente-jaime-do-inso-i/

“A indústria fosforeira ocupou largos anos em Macau, (1) um lugar de relevo entre as actividades transformadoras acentuadamente tradicionais e com feição artesanal no sector da manufactura das respectivas embalagens, em que se ocupava, por vezes, a família inteira, dada a relativa facilidade da tarefa.

MACAU B.I.T. XI - 1-2, MARABR 1973 Indústria Fósforos IConcentrada na preparação de caixas de fósforos e
no seu enchimento, uma actividade confiada à indústria caseira

Esta produção macaense espalhou-se pelos mais diversos mercados nesta zona económica do Sudeste Asiático, onde manteve, durante um longo período , uma posição desafogada e competitiva, sobretudo no seio das comunidades chinesas que se difundiram por diversos países.

MACAU B.I.T. XI - 1-2, MAR-ABR 1973 Indústria Fósforos IIEmpacotamento dos fósforos nas respectivas embalagens, nas fábricas.

Os contingentes de exportação viram-se, nas últimas décadas (50 a 60 do século XX), estimados numa média de cerca de $1 5000 000,00, anualmente, chegando mesmo a ultrapassar os 3 milhões, em anos de mais substanciais encomendas, como sucedeu em 1959, que atingiu a cifra de $ 3 646 329,00. Uma indústria que, na relativa modéstia do meio em que desenvolve, se poderia considerar no gozo de certa prosperidade.
Mas sobre ela estão agora a soprar os ventos frios da decadência, que ameaçam fazê-la soçobrar  ruinosamente perante contratempos que não pode superar, com a falta que se regista de encomendas que justifiquem a continuação da actividade…(…)
Os elementos relativos à exportação deste produto revelam a escala do declínio porque vem descendo de ano para ano, perdendo cada vez mais a posição de importância que gozava nos seus tempos mais áureos:

1969 ……………………….$ 667 523,00
1970 ……………………….$ 483 800,00
1971 ……………………….$ 572 600,00
1972 ……………………….$ 332 150,00
1973 ……………………….$ 380 129,00
1974 ……………………….$   60,845,00
1975 ……………………….$     8 960,00″ (2)

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/caixas-de-fosforos/
     https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/carteiras-de-fosforos/
(2) Artigo não assinado e fotos de “MACAU B. I. T., 1976″

Eudore de Colomban Leal Senado 1927O primitivo edifício data provavelmente de 1584 e tinha como anexo o tronco e a cadeia. Daí a denominação de Calçada do Tronco Velho e Beco da Cadeia dada às vias públicas que lhe ficam próximas. Em 1783 foi reconstruído e ampliado, passando a ter um aspecto já muito próximo do actual; em 1874, depois do tufão  que praticamente o destruiu, foi objecto de novas e profundas obras de reconstrução. Em 1940 sofreu importantes obras de remodelação. por ocasião do Duplo Centenário da Independência e de Portugal.

Revista Casa e Jardim 1994 - LEAL SENADO FotoLEAL SENADO em 1994

Ver anteriores referências ao Leal Senado em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/11/29/leitura-o-leal-senado-da-camara-de-macau/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/leal-senado/

Eudore de Colomban Ilha Verde e Fábrica de cimento 1927Colina da Ilha Verde com 57 metros de altura e a fábrica de cimento «Green Island Cement Works» que era gerida nesse ano de 1927 por T. Arnott.

A Ilha Verde deixou de ser “ilha” em 1890 com a construção do dique que o ligava a Macau. O istmo de ligação no início conhecido pela designação de Estrada do Dique da Ilha Verde, viria a ficar com o nome do governador que o mandou construir, Avenida Conselheiro Borja. (Governador Custódio Miguel Borja, 1890-1894).
Em 7 de Maio de 1886, celebrava-se o contrato entre o Seminário de S. José e Creasy Ewens que estabelecia, na Ilha Verde, a «Green Island Company Limited» e quatro dias depois, em 11 de Maio, era concedida licença ao solicitador judicial de Hong Kong, Creasy Ewens para o estabelecimento, nessa Ilha Verde, da referida fábrica.(1)

POSTAL de 1906 - Fábrica de Cimento na Ilha VerdeGreen Island Cement Factories, Macao, 1906 ou 1907
http://industrialhistoryhk.org/green-island-cement-company/

Desta fábrica saiu cimento para muitas das obras que se fizeram em Macau nomeadamente os referenciados no aterro do porto interior (2) e na Rua do Hospital (depois chamada Rua de Pedro Nolasco da Silva (3)
A fábrica de cimento prosperou até carecer de matéria-prima (pedra que deveria vir de Cantão). Conservando o nome da Fábrica de Cimento da Ilha Verde, «Green Island Cement”  mudou-se para East Kowloon (Hong Kong), em 1898 ou 1899, onde ainda hoje permanece. A fábrica em Macau continuou a sua laboração. (4)
Em 8 de Agosto de 1926 houve rescisão do contrato de arrendamento do terreno a sul da Ilha Verde com a área de 13.335 m2 feiro a favor “The Green Island Cement Co Ltda”  (FAC Proc 15162 a 15175) (5) e surge em 1929, outra fábrica inglesa de cimento, no mesmo sítio,  a «The Green Island Cement Works» que aproveitava os lodos do Porto Interior, junto à Ilha Verde, e produzia uma média diária de 70 toneladas mas viria a falir em 1936 (6)
(1) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954 ; e
http://www.macaudata.com/upload_files/book/1065/p-163.html
(2) “2- 09 – 1889 – Fundo de Administração Civil Proc 897 a 932 MCAHM/AC/38/707/A. G12 – Processo 929 Termo do contrato feito entre o Estado  a Companhia “Green Island Cement Company Limited” para proceder o aterro do porto interior.
http://www.macaudata.com/upload_files/book/1065/p-163.html
(3) “1917 – A Rua do Hospital depois chamada Rua de Pedro Nolasco da Silva, pavimentada nesta data pelas Obras Públicas, foi a primeira a utilizar, na sua pavimentação, cimento vindo da fábrica da Ilha Verde que começara a operar, por mão de ingleses, em 1886.”(SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997)
(4) “In 1898 or 1899, the  company moved to a location on the harbour front at  Hok Yuen, an area in East Kowloon near Hung Hom where  a larger and more fully equipped factory was built. (The Macau “factories”  appear to have continued.)
http://industrialhistoryhk.org/green-island-cement-company/
(5) http://www.macaudata.com/upload_files/book/1065/p-163.html
(6) “1936 – Faliu a Companhia de Cimento que, por contrato celebrado pelo sr. Creasy Evans, com o Seminário de S. José, se estabeleceu na Ilha Verde”  (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997)