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A sagração episcopal de D. Arquimínio da Costa realizou-se a 25 de Março de 1976.
A nomeação do novo bispo de Macau, na pessoa do Padre Arquimínio Rodrigues da Costa (1) pelo Papa Pauli VI, veio preencher a vaga deixada pelo falecimento de D. Paulo José Tavares. A notícia do acontecimento, foi transmitida em 21 de Janeiro de 1976, pela Rádio Vaticano e foi recebida pela população católica de Macau com manifesto regozijo, dada a simpatia que o nomeado desfrutava em Macau.

O novo prelado dá entrada na Sé Catedral

A Sé Catedral vestiu as suas melhores galas pera receber o seu novo Antístite, e os Revs. Prelados que vieram presidir à cerimónia litúrgica da sagração. Dísticos em português e chinês engalanavam o frontispício do templo e saudavam o novo prelado com o dizer evangélico: «BENDITO O QUE VEM EM NOME DO SENHOR».

Arquimínio da Costa dirige, pela primeira vez, como Bispo de Diocese, a palavra aos fiéis

A assistência à cerimónia da sagração episcopal, vendo-se no primeiro plano o Governador, coronel Garcia Leandro e Sua esposa.

Nas primeiras bancadas destacava-se a presença do Governador, Coronel Garcia Leandro e esposa, Madre Maria Clemência da Costa (irmã de D. Arquimínio), os Secretários-adjuntos, o Meritíssimo Juiz da Comarca, o Cônsul-Geral da França e muitos Chefes de Serviços e suas esposas. Em lugar especial da capela-mor, via-se o Bispo Anglicano de Hong Kong, Dr. John Gilbert Baker, o Rev. Frank Lin, pastor anglicano da Igreja de S. Marcos, em Macau e esposa.

Outro aspecto da assistência, estando na primeira bancada, destacadas autoridades oficiais.

D. Arquimínio da Costa entrou na Catedral na companhia do Bispo Sagrante, D. João Baptista Wu, de Hong Kong e dos Bispos consagrantes, D Carlos Lemaire, Bispo titular de Otrus, e D. Júlio X. Labayen, Bispo da Prelatura de Infanta, Filipinas.

O Governador de Macau apresenta os seus cumprimentos de felicitações a D. Arquimínio Rodrigues da Costa

(1) D. Arquimínio Rodrigues da Costa (1924 – 2016)  高秉常, natural da Ilha do Pico (Açores), veio para Macau na companhia de Monsenhor José Machado Lourenço, com mais três companheiros, em 1938, dando ingresso no Seminário de S. José a 8 de Dezembro desse ano. Foi sempre um aluno modelar, tanto no comportamento como nos estudos, pelo que foi durante anos subprefeito da disciplina dos seminaristas (1949-1953). Terminado o Curso Teológico, foi ordenado sacerdote por D. João de Deus Ramalho, S. J., no dia 6 de Outubro de 1949, celebrando a sua missa nova três dias depois. Foi professor de várias disciplinas, entre as quais Filosofia tanto para alunos internos como externos. Ficou reitor interino do Seminário de Fevereiro a Maio de 1955, na ausência do então reitor Cónego Juvenal Alberto Garcia (gozo de licença graciosa). Em 1957 seguiu para Roma a fim de cursar Direito Canónico na Universidade Gregoriana onde se licenciou em 1959. Regressou a Macau no dia 15 de Outubro de 1960, sendo novamente nomeado prefeito da disciplina e professor do Seminário. Em 1 de Agosto de 1961, foi nomeado reitor interino e, em 30 de Novembro, reitor efectivo daquele estabelecimento. Nomeado governador do Bispado nas ausências, em Roma, de D. Paulo José Tavares, em 1963 e 1965, durante o Concílio Vaticano II. Com a transferência do curso filosófico para o Seminário do espírito Santo de Aberdeen, Hong Kong, foi nomeado professor daquele estabelecimento de ensino, a partir do ano lectivo de 1968-69, onde lecionou Filosofia e Latim e foi prefeito de estudos do Curso Filosófico.
A 14 de Junho de 1973, foi eleito pelo Cabido vigário capitular da Diocese, cargo que exerceu até ser eleito Bispo de Macau. Bispo de Macau entre 1976 e 1988. Foi o último bispo de etnia portuguesa da Diocese de Macau. Eleito Bispo emérito de Macau, em 06-10-1988, regressou à sua terra natal nos Açores.
D. Arquimínio da Costa foi o terceiro Bispo de Macau, natural da Ilha do Pico, os outros dois foram D. João Paulino de Azevedo e Castro e o Cardeal D. José da Costa Nunes. É o quinto bispo natural dos Açores, sendo os outros, o Bispo D. Manuel Bernardo de Sousa Enes, da Ilha de S. Jorge, e o falecido Bispo D. Paulo José Tavares, da Ilha de S. Miguel.
Extraído de «MBIT» N.º 1-2, 1976.

A Comissão Administrativa da Associação de Futebol de Macau promoveu no dia 28 de Maio de 1956, (1) no Campo Desportivo «28 de Maio», um festival desportivo para a entrega de prémios aos vencedores das provas oficiais disputadas na época de 1955-56, o qual decorreu perante grande público.

MBI III-68 31MAI56 ENCERRAMENTO DA ÉPOCA DE FUTEBOL (I)Os grupos das seis escolas que disputaram o 1.º Campeonato Escolar de Macau

O festival integrado no programa das comemorações do 30.º Aniversário da Revolução Nacional (2) teve a colaboração do Comissariado Provincial da Mocidade Portuguesa que fez desfilar os grupos concorrentes ao 1.º Campeonato Escolar de Futebol de Macau tendo nele tomado parte os desportistas estudantes do Colégio «It Va» (3), Seminário de S. José, Escola Comercial «Pedro Nolasco», Colégio D. Bosco, Liceu Nacional Infante D. Henrique e Escola «Chi Iau».(4)
Terminado o desfile, as equipas da Escola Comercial «Pedro Nolasco» e do Colégio «It Va”, finalistas do Torneio Relâmpago  Inter-escolar (na véspera, dia 27, realizaram-se as eliminatórias) entraram em campo para a disputa da  Taça «28 de Maio».  A equipa da Escola Comercial saiu vitoriosa.

MBI III-68 31MAI56 ENCERRAMENTO DA ÉPOCA DE FUTEBOL (II)O governador Marques Esparteiro entregando aos vencedores os vários troféus ganhos durante a época.

Receberam  prémios de vencedores das provas oficiais, entregues pelo  governador Almirante Marques Esparteiro, os seguintes agrupamentos:
Grupo Desportivo da Polícia, campeão de Macau da 1.ª Divisão
Grupo Desportivo «Negro-Rubro», vencedor dos Torneios da Taça «Sarmento Rodrigues e da «Taça de Macau» .
Colégio D. Bosco, campeão escolar de Macau.
Escola Comercial «Pedro Nolasco», vencedor do Torneio Relâmpago
Grupo Desportivo «Lusitano»,  “Prémio de bom comportamento”
Escola «Chi Iau» , “Prémio de bom comportamento”.
De cada escola concorrente ao Campeonato Escolar  foi escolhido para receber o prémio de desportista exemplar, cabendo assim as seis medalhas a:
Felisberto de Carvalho, do Colégio D. Bosco,
Vong Chi King, do Colégio «It Va»,(2)
Chin Chun, da Escola « Chi Iau»,
Rui Aires da Silva, da Escola Comercial,
José Miranda Vieira, do Liceu e
José Ribeiro do Seminário S. José.
Houve ainda uma medalha de honra destinada a premiar o desportista exemplar da 1.ª divisão, a qual foi ganha por Luís Anísio da Cunha, capitão do Grupo Desportivo da Polícia.
Foram ainda entregues pelo governador os prémios do concurso promovido pelo diário «Notícias de Macau», para a eleição do «Melhor Futebolista do Ano».
(1) Na época 1955/56 a Associação de Futebol de Macau era dirigida por uma Comissão Administrativa, nomeada por Portaria n.º 5:740, de 5 de Novembro de 1955 (Boletim Oficial n. 45 do mesmo ano):
Presidente – Mário Vieira da Costa
Vogal-secretário – José dos Santos Ferreira
Vogal-tesoureiro – Joaquim Morais Alves
(2) Ver: “Comemorações do «28 de Maio»” em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/05/28/noticia-de-28-de-maio-de-1956-comemora-coes-do-28-de-maio/
(3) Trata-se do Colégio «Yuet Wah», com referências anteriores em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/colegio-yuet-wah/
(4) Consultando o “Anuário de Macau de 1956-57″, não encontrei listado a Escola”Chi Iau”; com nome parecido estão duas escolas: Escola «Chi Hang» e Escola «Chi Iông».
Fotos e reportagem retirados de «MACAU B. I., 1956».

MBI I-15 15MAR1954 Seminário S. José IA fachada da Igreja do Seminário de S. José

A imponente fachada das Ruínas de S. Paulo não constitui apenas um monumento religioso. Aquela mole gigantesca de granito apregoa na sua aparente nudez, uma época brilhantíssima em que com toda a justiça, Macau era apontada como o ponto de irradiação da Cultura Lusíada nestas paragens.
Do Colégio-Universidade de S. Paulo (ou S. Paulo, o Grande – Tai Sam Pá / 大三巴) fundado no final do século XVI) saíram para a China, para o Japão, para todo o Extremo Oriente, legiões de missionários, padres e leigos empenhados na obra de difundir entre os infiéis, a Fé e a Civilização Cristãs.
Remonta também a essa época o começo do Seminário de S. José, fundado como Colégio de S. Paulo, pelos Jesuítas.
Há grande divergência entre os investigadores sobre a data da sua fundação. Sabe-se que já existia em 1749, podendo situar seguramente o seu começo no segundo quartel do século XVIII. Existia, então, no sítio onde se levanta o actual edifício, conhecido durante muito tempo como Monte do Mato Mofino, um grupo de 3 casitas pertencentes a um homem rico, Miguel Cordeiro, que as ofereceu aos missionários jesuítas. Nelas se instalou o primitivo Seminário e delas se foi erguendo, ano a ano, gradualmente o grandioso maciço que ainda é conhecido entre os chineses: Sam Pá Tchai ou S. Paulo Menor/ 三巴仔.(1)
Com a expulsão dos jesuítas, em 1762 , registou-se um período de abandono, até 1784, ano em que o Seminário foi confiado aos Lazaristas ou Padres da Missão, vindos do Seminário de Chorão (Goa).(2)
Dentre os novos professores, que conseguiram levantar o seu prestígio cultural a um grau bastante elevado, distingiu-se o famoso sinólogo, Padre Joaquim Afonso Guimarães, cujas cinzas, como as do Bispo de Pequim, D. Joaquim de Sousa Saraiva, ainda se conservam na igreja do Seminário.
Em 1820, ensinavam-se nela, além de ler, escrever e contar, as Línguas Portuguesa, Inglesa, Francesa e Chinesa, a Música, a Retórica, a Filosofia, os Estudos Eclesiásticos. Havia também aulas de Matemática, uma Academia e de Marinha.
Em 1828, o Seminário adquiriu, por compra, a Ilha Verde, então verdadeira ilha, para nela se construir uma casa de repouso, onde os seminaristas passavam as férias de Verão.(3)

MBI I-15 15MAR1954 Seminário S. José IIAltar de Nossa Senhora da Conceição

Com a execução, em Setembro de 1835, do decreto que extinguia toas as congregações religiosas e, mais tarde com a morte, em 1853, do Pe. Joaquim José Leite, último reitor lazarista, entrou o então «Real Colégio de S. José» num novo período de decadência.
Em Março de 1862, porém, graças aos esforços do bispo D. Jerónimo José da Mata, chegavam os jesuítas Padres Francisco Xavier Rôndina (o seu retrato está num dos salões do edifício do Leal Senado) e José Joquim de Afonso Matos, que deram notável impulso ao ensino, atraindo ao Seminário alunos de Hong Kong, das Filipinas e doutros pontos do Extremo Oriente.
Em 1870, os seus estudos foram oficializados, para os que se não destinavam ao sacerdócio, passando a denominar-se «Seminário-Liceu», facto este que confere o direito de ser considerado o primeiro Liceu da Província.(4)
Em 1871 com a expulsão, primeiro dos professores estrangeiros e, mais tarde, de todos os padres da Companhia de Jesus, sofreu o Seminário novo golpe.(5)
O bispo D. António Joaquim Medeiros confiou em 1890, o ensino, e, em 1893, a direcção e administração do Seminário, novamente, aos jesuítas.
Com a terceira expulsão destes, em 1910, tomou a direcção do Seminário, o clero secular, até 1929, ano em que o bispo D. José da Costa Nunes a entregou, outra vez, aos jesuítas que nela se mantiveram  até 1940. Desde então foi dirigido pelos cleros seculares, auxiliados por alguns religiosos e leigos até ao seu fecho em 1968 (externato); no ano anterior tinha sido encerrado o curso eclesiástico por falta de vocações.

MBI I-15 15MAR1954 Seminário S. José IIIAltar-mor da Igreja do Seminário

Em 1931, fundou-se o Colégio de S. José para alunos externos chineses, anexo ao Seminário até 1938, data em quer foi desligado, passando a funcionar independentemente.
Em Maio de 1938, fecharam-se as portas do Seminário aos alunos externos, sendo frequentado apenas pelos candidatos à vida missionária.(6)
Mas, em 1949, reabriu para os externos, o curso primário e, em 1950, o curso secundário.

MBI I-15 15MAR1954 Seminário S. José IVApós obras de reconstrução, em 1955, os dois edifícios novos do Seminário de S. José. Ao fundo o Salão de Actos e sala de estudo e em primeiro plano a nova escola para alunos esternos.

Em 1954, (7) após a restauração da igreja do Seminário construída igualmente pelos jesuítas, em data que se ignora, mas já existente em 1758, o bispo João de Deus Ramalho, S. J. inaugurou dois pavilhões novos, um para sala de estudos dos seminaristas e salão de actos e outro para aulas dos externos e residências dos professores.
Em 1954/1955 funcionavam neste estabelecimento, 4 cursos distintos, com 2 classes diferentes de estudantes (96 seminaristas e 330 alunos externos):
1 – Curso de Instrução Primária, para alunos portugueses;
2 – Curso Secundário, para alunos portugueses;
3 – Curso Secundário, para alunos chineses;
4 – Curso Eclesiástico, constituído por 2 anos de Filosofia e 5 de Teologia, comum a chineses e portugueses.
À parte funcionava ainda um Curso Especial nocturno de Português para chineses , frequentado especialmente por empregados comerciais.
No seu período áureo, por muitos anos, chegou a manter, com grande proveito para os que não pretendiam seguir a carreira eclesiástica, entre outros cursos especiais, uma Escola de Pilotagem e um Curso Comercial em língua inglesa.(8)
Durante mais de dois séculos, o Seminário de S. José formou sucessivas gerações de pessoas que se destacaram em Macau e no mundo, nomeadamente: Marechal Gomes da Costa, Leôncio Ferreira, o antigo governador de Macau  Artur Tamagnini Barbosa, D. José da Costa Nunes (Vice-Camarlengo da Santa Sé), D. Jaime Garcia Goulart, (Bispo de Timor), Guilherme José Dias Pegado Gouveia ((doutor e lente de Matemática/Física da Escola Polytécnica e seu irmão Manuel Maria e  Pedro José Lobo, Pedro Nolasco da Silva, José Silveira Machado, Manuel Teixeira, José Machado Lourenço, D. Jerónimo José da Mata, D. Arquimínio Rodrigues da Costa, D. Domingos Lam Ka-tseung, D. José Lai Hung-seng e D. Jaime Garcia Goulart. (9)

MBI I-15 15MAR1954 Seminário S. José VO corpo docente e discente do Seminário de S. José (1954/1955) com o novo reitor, Rev. Pe. Arquimínio Rodrigues

(1) 19-02-1783 – Foi erecto em seminário o antigo colégio de S. José, que os padres jesuítas tinham estabelecido em 1754 com três casitas que Miguel Cordeiro doou à Missão dos Jesuítas em Nanquim.(10)
      07-03-1783 – Foi criado no Colégio de S. José de Macau, um seminário para a educação da mocidade macaense.(10)
(2) 01-10-1784 – Foi inaugurado o Seminário de S. José, confiado aos lazaristas, com oito alunos. (10)
(3) Referências anteriores à Ilha Verde:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ilha-verde/
(4) O decreto de 20 de Setembro de 1870 é o primeiro documento oficial completo, referente ao Seminário, que, além dos estudos eclesiásticos e da formação dos missionários para a China, visava também oficializar os estudos no referente a alunos que não se destinavam ao sacerdócio. Na verdade, o n.º 3 do artigo 1.º diz assim « Servir de liceu em que recebam instrução secundária os indivíduos que não se destinarem aos estado eclesiásticos». Aparece, portanto, o Seminário de S. José, como o primeiro liceu na realidade, em Macau,  visto que o Liceu de Macau só foi criado em 27 de Julho de 1893.
22-12-1881 – Decreto organizando o Seminário de S. José, sob o nome de Seminário -Liceu de S. José de Macau, continuando, porém a serem mantidas a cadeira de náutica e as aulas do ensino comercial.(10)
(5) 20-09-1870 – Todos os professores estrangeiros do Seminário de S. José foram obrigados, por decreto, a deixar o ensino.(10)
(6) 18-05-1938 – Foi extinto o Colégio e ficou só o Seminário de S. José, por Portaria Eclesiástica, em cumprimento às instruções da Santa Sé de as aulas do Seminário só poderem ser frequentadas por candidatos à vida eclesiástica(SILVA, B. B. .Cronologia da História de Macau, Vol.4)
(7) MARÇO DE 1954 – Concluídas as obras de reparação nela introduzidas, foi reaberta ao público a Igreja do seminário de S. José. Nesse dia, Sua Exa. o Bispo D. João de Deus Ramalho conferiu o Santo Crisma a 18 seminaristas recentemente vindo vindos da metrópole. (Macau B. I., 1954)
(8) 22-12-1881 – Decreto organizando o Seminário de S. José, sob o nome de Seminário -Liceu de S. José de Macau, continuando, porém a serem mantidas a cadeira de náutica e as aulas do ensino comercial.(10)
(9) Seminário de S. José – Macau B. I. 1955 e Seminário de S. José in Anuário de Macau 1953-55.
(10) GOMES, Luís Gonzaga – Efemérides da História de Macau, 1954
NOTA: a Igreja e o Seminário de São José estão incluídos na lista dos monumentos históricos do “Centro Histórico de Macau”, que por sua vez foi classificado pela UNESCO em 2005 como sendo um Património Mundial da Humanidade.

Na sua passagem por Hong Kong, vindo de Taipé, o célebre pugilista do Estados Unidos, Joe Louis, (1) concedeu uma entrevista ao representante do “Notícias de Macau”, sr. Veríssimo do Rosário, (2) professor de educação física das Escolas Primárias Oficiais, declarando ser grande admirador de Portugal e da sua gloriosa história.” (3)

MOSAICO III-17-18 1952 - Joe Louis em HK IO ex-campeão de pesados apertando a mão ao representante do “Notícias de Macau”

MOSAICO III-17-18 1952 - Joe Louis em HK IIJoe Louis à direita de vários professores de educação física de Hong Kong e Macau.

Joe Louis em 1941
(1) Joe LouisJoseph Louis Barrow (1914 –1981) foi um pugilista norte-americano. É considerado um dos maiores pugilistas de todos os tempos, Louis manteve o título dos pesos pesados durante doze anos (1937-1948), defendendo-o em 26 lutas.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Joe_Louis
(2) Veríssimo Francisco Xavier do Rosário Jr (1921 – ? ) filho de Veríssimo Francisco Xavier do Rosário que foi durante mais de duas décadas (50 e 60 do século XX), Chefe de Secretaria do Leal Senado, foi um conhecidíssimo professor de ginástica e fundador da Escola de Educação Física «Rosário», com o seu irmão José Victor do Rosário, também este um excelente atleta de ginástica e exímio no hóquei em campo. Foi depois “convidado para professor das escolas Primárias realizando um trabalho muito apreciável e durante vários anos apresentou, nos festivais realizados no Campo da Caixa Escolar, os seus pupilos com enormes enchentes por parte do público que não se cansava de aplaudir os executantes das suas lições.  Mais tarde foi para a Escola Comercial, onde realizou trabalho de relevo pois nunca deixou de apresentar as suas classe de ginástica nos festivais da comemoração da data da fundação da Escola – de cuja Associação de Instrução dos Macaenses o seu pai fazia parte. Mais tarde o Prof. Veríssimo concorreu a uma vaga de professor de Educação Física do Ultramar, sendo colocado em Lobito (Angola)(4)
A Escola de Educação Física “Rosário” que funcionava na Estrada da Vitória fechou quando o Prof. Veríssimo ingressou no ensino oficial. Numa exibição de ginástica, realizada no Teatro Apollo, em 16 de Junho de 1944, em benefício do Natal das Crianças Pobres de Macau, “a Escola do Professor Veríssimo apresentou uma exibição de pirâmides e no levantamento olímpico de pesos e alteres, em que os srs José Victor do Rosário , Francisco Hagatong Jr. e Reinaldo Ângelo se revelaram atletas de primeira categoria…(…); o quarteto constituído pelos srs. Francisco Noronha, João da Silva, Cham Pen In e Chan Kai Tong ofereceram ginástica de argolas por sinal ainda pouco desenvolvida entre nós… (…); o sr Abel Chun mostrou-se com agrado geral um exímio ginasta das barras paralelas… (4)
(3) Informação retirada da revista «Mosaico», 1952
(4) RÊGO, José de Carvalho e – Figuras Desportivas do Passado, 1996.
NOTA: No Blogue «Crónicas Macaenses» de Rogério P. D. Luz,  do arquivo de Rigoberto Rogério do Rosário (irmão de Veríssimo e José Victor) apresenta um fotografia do Grupo Juvenil Juniores de Hóquei em Campo de 1934 onde está  Veríssimo do Rosário representando o  Externato do Seminário de São José.
http://www.memoriamacaense.org/id229.html.

Integrado no programa das Comemorações Henriquinas, foi levado a efeito em Macau, nos dias 29 e 30 de Abril e 1 de Maio de 1960, no Campo Desportivo «28 de Maio», um Torneio Escolar de Atletismo, que “em todos deixou as melhores impressões”. (1)

O evento desportivo foi “o segundo dos que ultimamente se realizaram em Macau”, promovidos pelos Serviços de Instrução da chefia do Intendente António Emílio Maria Rodrigues da Silva, com a colaboração da Mocidade Portuguesa, Leal Senado e Conselho Provincial de Educação Física.

Estiveram inscritos neste certame atlético 376 estudantes de ambos os sexos pertencentes aos seguintes estabelecimentos de ensino:

Colégio D. Bosco,
Colégio do Sagrado Coração,
Colégio de Santa Rosa de Lima,
Escola Comercial «Pedro Nolasco»,
Escolas Primárias Oficiais «Pedro Nolasco» (sexo masculino e sexo feminino),
Instituto Canossiano,
Instituto Salesiano,
Liceu Nacional Infante D. Henrique e
Externato do Seminário de S. José.

Comemorações Henriquinas Torneio Escolar IProva de corridas 100 metros (?) , vendo-se três atletas do Liceu

Nos dias 29 e 30 de Abril fizeram-se as eliminatórias e as provas de apuramento.

Comemorações Henriquinas Torneio Escolar IIProva do lançamento do dardo, vendo-se três atletas do Colégio D. Bosco

Foram disputadas as seguintes taças:
Taça «Infante D. Henrique» entregue ao Liceu Nacional Infante D. Henrique
Taça «Governador da Província», entregue ao Colégio de Santa Rosa de Lima
Taça «Leal Senado», entregue ao Instituto Salesiano.
Quatro taças «Conselho Provincial de Educação Física», entregues no final às classes de ginástica das quatro escolas que as apresentaram.
Duas taças «Mocidade Portuguesa», entregues no final à equipa do Liceu, vencedora da luta de tracção masculina e à equipa do Colégio de Santa Rosa de Lima, vencedora da luta de tracção feminina e
Taças «Serviços de Instrução» foram entregues às escolas vencedoras das provas de estafetas.

Comemorações Henriquinas Torneio Escolar IIIProva de salto em comprimento de um atleta da Escola Comercial

No dia 1 de Maio, o programa compreendia a apresentação de quatro classes de ginástica, do Colégio de Santa Rosa de Lima, das Escolas Primárias Oficiais (1) , do Colégio D. Bosco e do Instituto Salesiano; desfile dos atletas e ginastas e disputa das finais das provas do torneio.
O Governador à entrada do recinto, foi saudado pelos primeiros acordes do Hino Nacional, executados pela Banda do Instituto Salesiano da Imaculada Conceição.
No campo, os estudantes, em formatura e sob a direcção do reverendo Pe. José Barcelos Mendes, entoaram «A Portuguesa», acompanhados pela banda dos alunos salesianos, findo o que, desfilaram perante a tribuna, saudando a primeira autoridade da Província.

Os juízes das provas estavam sob a direcção do Sr. José dos Santos Ferreira.

Informações recolhidas de: Comemorações, em Macau, do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique. Leal Senado da Câmara de Macau, 1960, 417 p.

(1) Quanto à apresentação da classe de ginástica da Escola Primária Oficial (sector masculino), pode ver três fotos, tiradas nesse dia, 1 de Maio de 1960, da minha participação nessa classe de ginástica , então aluno da 3.ª classe da primária.
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/03/14/escola-primaria-oficial-pedro-nolasco-da-silva-emblema-i/