Archives for posts with tag: Expressões Maquistas

Do mesmo artigo da Professora Ana Maria Amaro (1), umas receitas de tradição oral:

CHÁ DE POLOPÉ – Esta palavra aparece, por vezes, nos velhos cadernos de receitas de culinária e de mezinhas das senhoras de Macau, sem significado expresso. Ouvimos, às senhoras macaenses, chamar polopé e polopei à casca de toranja, por deturpação de pó lôk pei (波碌皮), nome chinês da casca de jamboa.(2) O chá de polopé, tal como o chá de casca de toranja, são usados contra sustos, o que nos leva a crer que polopé (3) é, realmente, casca de toranja.

MEZINHA SUZO-BARATASuzo-barata é o nome de Macau dado às pequenas bolas pretas que se vendem nas farmácias chinesas, geralmente envolvidas por hastilhas finas de bambu e que não são nem mais nem menos do que excrementos esféricos de escaravelhos. Segundo informadores chineses, na China do Norte é costume enterrar-se em pequenos covachos bolas do diâmetro de 3 a 5 cm, feitas com bosta de búfalo. Aí desenvolvem-se rapidamente os escaravelhos que depositarão nas bordas dos seus ninhos os excrementos esféricos com valor medicinal. (4) Tanto contra susto como contra mal-de-ar esta mezinha é muito estimada, tanto na China como em Macau.

O escaravelho chinês é o Xylotrupes dichotomus L. Alguns informadores macaenses consideravam que o chamado chá de sete folhas, usado em lavagens contra mal-de-ar também surtia efeito no caso de mal-de-susto. Contudo, ao que parece, reinava entre as senhoras portuguesas de Macau uma certa confusão entre o chá de sete folhas e o chá de sete estrelas (chat seng chá 七星 茶 ), específico para crianças, mas usado contra doenças gastro-intestinais (5)

Além da pedra cordial, atrás citada havia quem usasse, em Macau, pó de aljofre (pérola moída no sá pun– (沙盤 ) aberto com água ao qual se juntava, por influência chinesa, uma pitada de pó de carimbos (cinábrio). (6). Este pó cozido com coração de porco (usado homeopaticamente) é, também, considerado muito eficaz contra sustos e futuros males cardíacos.

(1) AMARO, Ana Maria – O mal de susto ou subissalto (A queda da alma) in: Revista de Cultura. – Vol. 3, nº 10 (Abril/Maio/Junho 1990), p. 43-50. Ver em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/01/25/leitura-mal-de-susto-ou-subissalto/

(2) Jamboa é o nome dado em “patois” de Macau à toranja (Citrus grandis Osbeck)., cujo nome clássico chinês é iau

(3) É possível, porém, que pelo-pé seja aqui equivalente a pelo-do-pé, isto é, pelos pubianos que se usavam no Brasil, sob esta designação, como “elixir de amor”, e portanto, como mezinha de carácter mágico. (1)

(4) É de registar que este simples, conhecido por “châu keong” (草 薑 ) gengibre de mau cheiro em tradução literal, entra também nalgumas receitas de mezinha para lavar contra mal de ar ou savan. (1) Creio que o caracter chinês 草 (mandarim: zào / cantonense: chou2) que está no artigo não está correcta pois significa “erva” e não mau cheiro 臭(mandarim: chòu/ cantonense: cau3). O correcto deveria ser “châu keong臭薑

(5) Esta composição é, aliás, constituída por 12 simples que se vendem em pacotinhos nos ervanários de Macau, já triturados e prontos a serem fervidos no gargu (bule de barro que vai ao lume). Deve ministrar-se às crianças durante três dias consecutivos, contra indisposições intestinais acompanhadas d febre ligeira. (1)

(6) O cinábrio (HgS) é um produto tóxico, usado em medicina chinesa como antiespasmódico e sedativo em casos de taquicardia de natureza nervosa e ainda no tratamento de convulsões infantis. É, também, considerado pelos tauistas uma substância dotada de poderes sobrenaturais. (1)

1- Refogado à chinesa, geralmente constituído por uma mistura de carnes e vegetais variados.

Esta expressão entra na designação de vários pratos da cozinha macaense, por exemplo «chau-chau pele» (o mesmo que tacho), «galinha chau-chau parida», «porco chau-chau mamá», «pigmentos chau-chau», «arroz chau-chau», «chau-min»  etc

2 – Mistura de coisas diferentes.

3 – Chau-chau lau-lau – Confusão, mixórdia, desordem.

«É tudo um chau-chau lau-lau» – está tudo fora dos eixos, em confusão, ninguém se intende

«Fazer um chau-chau» pode significar «fazer um estrugido de vários ingredientes»

ou «fazer uma misturada, uma confusão» (1)

Étimo – ch´áu –    (2) –  refogar, estrugir, frigir ((em pequena porção de gordura). Entre os macaenses a reduplicação chau-chau designa de facto variedade de comidas, mas em chinês o sentido fundamental é o estrugir, frigir.

Toda a informação de BATALHA, Graciete Nogueira – Glossário do Dialecto Macaense, 1977

(1) «Ung´a chau-chau lau-lau ná-mas!» isto é uma mixórdia, nada mais! (FERNANDES, Miguel Senna; BAXTER, Alan Norman – Maquista chapado, 2001

(2) mandarim pīnyīn: chǎo; cantonense jyutping: caau2

Antigamente, o balichão, 鹹蝦醬 (1) pasta de camarão salgado (ingrediente/condimento da cozinha cantonense) era abundantemente produzida nas águas costeiras de Macau, pois era muito utilizado quer pelos chineses na sua culinária quer pelos macaenses que incorporaram-no na sua cozinha e consideram-no «coisa de Macau»
O balechão é um tempero ou um acompanhamento para certos pratos. É feito de camarões pequenos, sal, e ingredientes picantes. Guarda-se como uma conserva e vai-se utilizando em pequenas porções que se juntam aos refogados para tempero ou se passam na frigideira para acompanhamento. O nome deve ser de proveniência malaia e aprendido pelos chineses através da culinária macaense . As donas de cada macaenses, que o prepavam para consumo da família diziam que «balechão china é muito ordinário»” (2)
NOTA 1 – BALICHÁM – condimento salgado preparado com camarões muito pequenos, secos; muito importante em muitos pratos macaenses (3). Neste livro regista ainda o termo. «Bicho-balichám» como pessoa irrequieta.
NOTA 2 – BALCHÃO (prato goês) é o termo registado por Sebastião R. Dalgado, (4), mas conforme referência que extrai do “Ta-Ssi-Yang-Kuo” de 1990, em Macau, o termo usual é BALICHÃO.


NOTA 3 – O nome está na toponímia de Macau nomeadamente a «Travessa do Balichão – 鹹蝦巷» situada no centro da povoação de Coloane, perto do Parque Eanes, entre a Avenida 5 de Outubro e a Rua dos Negociantes.
鹹蝦巷mandarim pīnyīn: xián xiā hàng; cantonense jyutping: haam4 haa1 hong6
NOTA 4 – Dum texto em patuá de 23-11-2013 do saudoso Carlos Coelho publicado em (5):
“Tõma caldo di Tong-Kuá cô rábo di pêxe, hám-sun-chõi chau-chau sun-keong, kiu-tou cô chá-siu, chau-nap-nap cô chõi-pou, fã-sang, margôso-minchi cô bálichãm máquista, pêxe.cucûz cô sutate, cebolinha china. Sabroso rufã cô arroz branco. Rufã qui nádi pódi pára. Cãva tudo rispirâ fundo. Qui rámede. Tudo cumizaina sã pêdi arroz. Senti tem qui vâi sium pádri confessã qui tâ comê di Gula. Qui ferrádo. Dessã vai-ia. Nuncasã tudo ano tem tanto gente volta nossô amado Terra Macau. Sã nunca?
NOTA 5Sabores da Lusofonia – Balichão
http://www.gastronomias.com/lusofonia/mac007.htm

NOTA 6 – Não esquecer,  recordar a letra da “Rua di Balicám” do Adé dos Santos Ferreira em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/01/23/musica-rua-di-balicham/

(1) 鹹蝦醬 – mandarim pīnyīn: xián xiā jiàng; cantonense jyutping: haam4 haa1 zoeng3
(2) BATALHA, Graciete – Glossário do Dialecto Macaense, 1977, p. 304
(3) FERNANDES, Miguel Senna; BAXTER, Alan Norman – Maquista Chapado, IIM, 2001
(4) DALGADO, Sebastião Rodolfo – Glossário Luso-Asiático, Volume I, 1919
https://ia800202.us.archive.org/31/items/glossriolusoas00dalguoft/glossriolusoas00dalguoft_bw.pdf
(5) http://jbfoco.com.br/2019/11/escritos-em-patua-di-macau-por-carlos-coelho/

Recentemente a propósito dum acidente de viação utilizei o termo «choncâ» e os meus familiares disseram que não «existia este termo em português»
Com razão pois segundo a Professora Graciete Batalha (1) o étimo veio do chinês.
Chocar, embater (diz-se geralmente em referência a acidentes de viação): «o carro foi choncá noutro»; «cuidado, nã vai choncá!» (linguagem corrente)
Étimo – Chinês chong, 撞 (2) – “ colidir, dar encontrão em”, possivelmente com contaminação do português chocar.
(1) BATALHA, Graciete – Glossário do Dialecto Macaense, 1977, página 404
mandarim pīnyīn: chuáng; cantonense jyutping:  zong6.

Estando a preparar um texto para a postagem (1), encontrei este termo maquista “gavartá” num dos parágrafos da “Carta di Siára Pancha a Nhim Miquéla” (2)
Agora tá gavartá Sam Paulo; achá un-há buracu na Monte, ôtro na frontipicio di igreja e gente antigo fallá sam caminho di basso di téra que vai di igreja pra fortaleza na tempo de paulista , por isso agora gavartá tudo aquelle mato, pra descobri caminho. Tudu gente fallá ali tem tanto pataca qui jisuita injterá, eu achá graça; pôde crê? Padri que cusa pôde tem? coitado! Eu sinti sam historia. Mesmo caminho, qui sabe? Elôtro qui cuza fazê cô caminho basso di têra? Elôtro nunca sam heregi como pedrêro livre, que cusa fazê di lugar pra esconde?” (3) (4)

“Gavartá” é um termo maquista que nunca ouvi; mas está referenciado em (5)

Gavartâ – esgaravatar, revolver
Gavartâ armário – revolver o armário.
“Gavartâ ôsso di bur-bur” – esmiuçar, pesquisar ou investigar em todos os pormenores.

Ouvia-se e falava-se muitas vezes, o termo “gafinhâ”, talvez com o mesmo sentido – esgravatar, procurar – (6) (7)

Gafinhâ – Procurar, esgaravatar, descobrir uma coisa difícil de achar
Úndi vôs já vai gafinhâ estung´a pintura?” – Onde foi que descobriu este quadro?
“Gafinhâ ôsso di bur-bur” – diz-se da pessoa que é muito bisbilhoteira, que faz muitas perguntas indiscretas. (bur-bur é uma variedade de peixe do mar, sem espinhas)

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/11/19/noticia-de-19-de-novembro-de-1864-visita-dos-voluntarios-artilheiros-de-hong-kong/
(2) «Carta di Siára Pancha a Nhim Miquéla» in «Ta Ssi Yang Kuo», Volume I, p. 324. (3)
(3) «Siára Pancha» relata as investigações que se fizeram em 1864 para achar a comunicação subterrânea que se dizia existir entre a fortaleza do Monte e a igreja dos jesuítas (S. Paulo).
(4) “Agora estão a escavar em São Paulo: acharam um buraco no Monte e outro no frontispício da igreja e as pessoas mais velhas dizem que é um caminho subterrâneo que ia da igreja para a fortaleza no tempo dos paulistas; por isso estão agora a escavar todo aquele mato, para descobrir o caminho. Toda a gente diz que há ali muito dinheiro que os jesuítas enterraram. Eu acho graça: consegues crer? O que é que os padres podem ter? Coitados. Acho que são histórias. Até mesmo o caminho, quem sabe? O que é que eles fariam com um caminho subterrâneo? Eles não eram hereges como os maçons, o que fariam do esconderijo”.
CARDOSO, Hugo C., HAGEMEIJER, Tjerk, ALEXANDRE, Nélia – Crioulos de Base Lexical Portuguesa in pp. 666-687.
http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/30870/1/Cardoso_Hagemeijer_Alexandre2015-Antologias_crioulos.pdf
(5) FERNANDES, Miguel Senna ; BAXTER, Alan Norman – Maquista Chapado, 2001
(6) Esgravatar (ou esgaravatar) – remexer com as unhas (a terra) (FIGUEIREDO, Cândido – Dicionário da Língua Portuguesa, Volume I, 1939)
(7) A professora Graciete Batalha refere também “gafinhar” com o sentido: “ fazer comichão ou cócegas com as unhas: « …lembrá que são algum animal que tá gafinhá com pê na sua mão ?» (Glossário do Dialecto Macaense) 

Recentemente entre amigos, relembrando termos/expressões «maquista» surgiu esta

CIFRÂ DENTE

com utilização num sentido que desconhecida:  “vai à merda
Segundo outros autores consultados o termo é usado como

Cifrâ (ou Cifâ) – cerrar ou arreganhar(1) (2)
Cifrâ dente – vai-te embora, não me chateies (1)
Cerá-dente – cerrar os dentes, dando mostras de zangado (2)

Em “Maquista Chapado” (1) os autores apresentam a expressão:

Nê-bôm cerá dente – calma, não se irrite

José dos Santos Ferreira (2) (3) apresenta as duas formas: Cerá ou Cifrâ
Cifrá-dente  – mostrar os dentes, com expressão de cólera

Vôs nancassá cerá dente; iou nádi susto – não esteja com este ar zangado; não me assusta.
«Ti Vicente boca gránde,/
Cifrá dente, preguntá…»

A Dra. Graciete Batalha (4) refere o seguinte:
Cifar verbo ant.
Polir com cifa?
Usado apenas na expressão plebeia cifá dente! “vai-te embora, não me maces, não me chateias”
Penso que deste termo cifa, areia fina, se derivaria em Macau cifar dente, no sentido de “arear, polir os dentes”. Informadores idosos recordam-se de polir ou escovar antigamente os dentes com uma espécie de cinza de casca de arroz, visto que não existia pasta dentífrica. Em vez dessa cinza, poderia ser usada, em época mais antiga, areia fina ou qualquer semelhante a areia.”
(1) FERNANDES, Miguel Senna; BAXTER, Alan Norman – Maquista Chapado, 2001.
(2) FERREIRA, José dos Santos – Macau di Tempo Antigo, Vocabulário, 1985.
(3) FERREIRA, José dos Santos – Macau sã assi, Vocabulário, 1967.
(4) BATALHA, Graciete Nogueira – Glossário do Dialecto Macaense, 1977.

Outra expressão empregada na minha infância principalmente quando me queixava:
Mamá, mana chipi eu.
Mãe, a mana (irmã mais velha) beliscou-me.
Chipir – apalpar com os dedos, apertar na mão, agarrar (1)
« co su mám (…)… chipi na patinga …» com a sua mão agarrar na barriga da perna. (2)
(1) Étimo – V. chipe-chipe. Deve ser verbo formado – quer no malaio, quer no malaio-português – a partir do subst. Chipe, “ostra”, e sob a sugestão do movimento de abrir e fechar da concha. Cf. O provérbio do português de Malaca:
«Querê chipê, medo morrês; querê abri, medo aboá» – não saber o que fazer, como a pessoa que tem um pássaro na mão: se aperta, tem medo que o pássaro morra; se abre a mão, tem medo que ele voe. (Cit. pelo Prof. P.e Silva Rego, Apontamentos para o estudo  do dialecto português de Malaca , in Bol. Geral das Colónias, ano XVII, n.º 198)
BATALHA, Graciete Glossário do Dialecto Macaense, 1977.
(2) FERREIRA, José dos Santos – Macau sã assi.

Recentemente ouvi a expressão dum macaense: : “Boa Tacada
Utilizou-a no sentido – “Boa ideia”
Graciete Batalha (1) refere uma outra expressão no mesmo sentido:
“Tem tacada!” – é esperto, tem boas ideias, tem habilidade (linguagem corrente)
Alan Baxter /M. Senna Fernandes (2) apresentam outras expressões com este termo.

  • Golpe, truque.
  • Maneira. Buscâ ung´a tacada – procurar uma maneira.
  • Astúcia. Sã ung´a quiança inchido di tacada – é uma criança cheia de astúcia.
  • Imaginação. Vôs nôm têm tacada – você não tem imaginação.
  • Ung´a tacada já cavá tudo – acabei num instante.

(1) 1- Pancada de taco (no jogo do bilhar) 2 – Esperteza, manha, boa ideia, boa descoberta
Étimo – Port. Tacada
BATALHA, Graciete – Glossário do Dialecto Macaense, 1977.
(2) FERNANDES, Miguel Senna ; BAXTER, Alan Norman – Maquista Chapado, 2002.

Ouvi recentemente a expressão que há muito não utilizava

Cartâ vai, cartâ vêm

CARTÂ – trazer ou levar, transportar
          Cartâ vai – levar
          Cartâ vêm – trazer

José dos Santos Ferreira (1) aponta outro significado: estar grávida

Jêto qui tâ cartâ – aspecto de estar grávida.

e ainda outro:

Cartâ levâ – levar recados; contar novidades (1)

Utilizo mais no sentido de transportar:
Cartâ água – transportar a água da fonte para casa
Cartâ um-cento livro vêm casa – trouxe (transportou) uma quantidade de livros para casa.

(1) FERREIRA, José dos Santos – Macau di Tempo Antigo. Edição do autor, 1985, 183 p.

Outro termo maquista que recentemente ouvi da minha prima portanto ainda de uso corrente – CHUBÍ

“Fulano” chubí-chubí iuo sã rabiosque
“Fulano” beliscou o meu traseiro

O termo Chubí pode ser utilizado em dois sentidos. O mais empregue é o de beliscar
Qui-foi chubí iou?  – Quem foi que me beliscou
Sora, ele sempre chubi eu! – Professora, ele está sempre a beliscar-me! – (1)
Já chubí  iuo-sã braço – beliscou-me no braço (2)

Pode também ser utilizado no sentido: partir ou arrancar com os dedos pedacinhos de pão, bolo, ou das pétalas  duma flôr (1); partir em bocados (2)
Olha, nada de chubi bolo, hã? – aviso às crianças, que têm sempre dois dedos lestos para um bolo acabado de fazer. (1)
Chubí pâm partir o pão em bocados (2)
Étimo: do malaio “chubit” «pinching, pressing between finger and thumb» (1)

Passagem duma canção antiga: (2)

Nom-mestê chubi-chubi
Iou sã carne pa senti
Não me belisque tanto
Também sou carne para sentir

Outra variante: CHUBIDELA – «dar uma chubidela» – beliscão (1) beliscadura (2)
(1) BATALHA, Graciete Nogueira – Glossário do Dialecto Macaense, 1977.
(2) FERREIRA, José dos Santos – Macau di Tempo Antigo. Edição do autor, 1985, 183 p.