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As Madres Franciscanas Missionárias celebram hoje, dia 17, 110 anos da chegada a Macau das primeiras Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria, que chegaram pela primeira vez a 17 de Novembro de 1903 (1) para fundarem o Colégio de Sta Rosa de Lima, sendo Bispo D. João Paulino, (2), para educação de pensionistas, e órfãs, gratuitamente. Também acolhia, como internas, raparigas de vários pontos do Extremo Oriente – incluindo da Tailândia.” (3)

Santa Rosa de Lima, 1955 Macau Pequena MonografiaO Colégio de Santa Rosa de Lima na década de 50 (século XX)

 Recorda-se aqui uma notícia publicada numa revista de 1953 (4) da comemoração do cinquentenário dessa chegada a Macau, realizada no Convento de Santa Clara (5), no dia 22 de Novembro de 1953 com vários festejos comemorativos. 
50 Aniv Sabta Rosa Lima Macau Bol Inf, 1953Sua Ex.ª o Prelado Diocesano, D. João de Deus Ramalho, (6) celebrou missa na Igreja de Santa Clara, de manhã, e presidiu às cerimónias religiosas da tarde a que assistiram alunas de vários colégios católicos e antigas alunas do Colégio de Santa Rosa de Lima, anexo ao Convento, e ainda o clero franciscano aqui refugiado.
Após o acto religioso, realizou-se no Salão de Actos do Colégio uma Academia músico-literária a que assistiram Sua Ex.ª o Governador da Província, Almirante Joaquim Marques Esparteiro, e Sua Exma. Família, além de muitas outras individualidades e famílias das alunas de Santa Rosa de Lima
(1) GOMES, Luís Gonzaga – Efemérides da História de Macau. Notícias de Macau, 1954, 267 p.
(2) D. João Paulino d´Azevedo e Castro (1852-1918), 19.º Bispo de Macau, tendo governado a Diocese entre 1902 e 1918.
(3) “As religiosas partiram para Macau a 4 de Outubro de 1903, vindas da Europa.”
SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Século XX, Volume 4. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, 2.ª Edição, Macau, 1997, 454 p (ISBN 972-8091-11-7)
(4) Macau, Boletim Informativo, 1953
(5) A construção do Convento de Santa Clara e a igreja anexa foi iniciada em 1633 e concluída em 1634. As irmãs clarissas da província franciscana de Toledo (5) que chegaram a Macau a 4 de Novembro de 1633, instalaram-se durante quatro dias na ermida de Nossa Senhora da Guia e depois numas casas provisórias, sendo alojadas definitivamente no Convento em 1634. Foi fundadora a madre Maria Madalena da Cruz, nascida em Pinto, Espanha (3). O Convento de Santa Clara era um convento de completa clausura.
NOTA 1: Recorda-se também que foi nesse ano, 1634 que chegou a Macau o 1.º Padre franciscano (espanhol), Frei António de St.ª Maria Caballero.
SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Séculos XVI-XVII, Volume 1. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, 2.ª Edição, Macau, 1997198 p (ISBN 972-8091-08-7)
NOTA 2: Luís Gonzaga Gomes indica a chegada de seis freiras capuchas, em 04-11-1633, trazidas pelo macaense António Fialho Ferreira, Comandante em Chefe (Capitão-mor) da frota de Macau que teve a iniciativa de fundar um convento de freiras (Convento de Santa Clara) e o Pe. Eusébio Arnaiz (7) especifica que “para este fim, foram escolhidas seis religiosas professas, uma noviça e duas postulantes e como superiora foi escolhida a madre Leonor de S. Francisco.”
(6) D. João de Deus Ramalho (1890-1958), Bispo de Macau de 1942 – 1954. Foi nomeado Bispo de Macau a 26-09-1942, sendo sagrado em Shui-Hang a 06-11-1942, dia em que tomou piosse da diocese por procuração. Chegou a Macau a 23-12-1943. Resignou em 1954
(7) ARNAIZ, Pe. Eusébio – Macau, Mãe das Missões no Extremo Oriente. Sobre este livro ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/09/12/leitura-macau-mae-das-missoes-no-extremo-oriente/

Fiz várias vezes referências a este livro (1) em anteriores postagens. (2)
O autor descreve o passado missionário e evangelizador de Portugal no Oriente, justificando no “Preâmbulo”:
“…oferecer uma visão panorâmica e compendiosa da grande obra missionária da Nação Portuguesa, através da mais pequena e remota das suas províncias ultramarinas.”

Salienta-se que o livro foi traduzido do original espanhol pelo Pe. Artur Augusto Neves. (3)
Na “Apresentação”, Pe. Neves refere que o “Pe. Eusébio Arnaiz tendo-se proposto escrever um artigo sobre a acção missionária e evangelização de Macau através da história , para ser publicado um número especial do Boletim Diocesano, comemorativo  da passagem do quarto centenário da fundação desta cidade, com persistente esforço e não menor paciência, foi coligindo todos os elementos que a compulsão e o manuseamento dos arquivos macaenses lhe facultaram, verificando a breve trecho ser impossível enclausurá-los adentro dos acanhados limites de um artigo…”

Apresenta dois mapas, um entre as páginas 52-53 e outro, numa página, não numerada, após o índice.

Mapa da Diocese de Macau na História (21,6 cm x 19,5 cm), com indicação da sua “erecção” em 1575

Mapa Delta de Cantão (10 cm x 9,5 cm)

(1) ARNÁIZ, Eusébio Pe – Macau, Mãe das Missões no Extremo Oriente. Separata do “Boletim Eclesiástico”, 1957,  Tipografia Salesiana, Macau, 182 p., + 2.
Este livro é uma separata do trabalho que foi publicado parcial e mensalmente noBoletim Eclesiástico” da Diocese de Macau. – 1956, vol. LIV, n.º 631, pp. 814-823
(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/missoes/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/centro-historico-de-macau/
(3) Pe. Artur Augusto Neves – Director do seminário “O Clarim”, de 4-3-1962 a 4-8-1966;  professor do Seminário de S. José (externato) e da disciplina de Religião e Moral no Liceu Nacional Infante D. Henrique (1964 a 1966)

8 de Agosto é a festa litúrgica de S. Domingos, canonizado em 1234 pelo Papa Gregório IX.
Domingos de Gusmão (24-06-1170 / 6-08-1221) foi o fundador e Mestre Geral da Ordem dos Pregadores, mais conhecidos como “dominicanos” (1)
O primeiro dominicano a visitar as ilhas do arquipélago de Cantão foi o português Fr. Gaspar da Cruz. (2) (3)

“Os frades de s. Domingos não usam barrete. Arrastam um fato comprido que, por fora, é preto e, por dentro, branco. Atrás tem um pano branco para cobrir os seus ombros” (4)
 

Da igreja e convento dos Padres Pregadores de Macau só resta a conhecida Igreja de S. Domingos (5) e denominada pela população chinesa com o nome de N. Senhora do Rosário. (3)
Deve-se também a esta Ordem (época áurea em Macau no século XVII) a influência para que a Câmara do Senado tenha proclamado S. Catarina de Sena, padroeira da cidade, à semelhança da Imaculada Conceição, S. João Baptista e S. Francisco Xavier. ( 3)

(1) Ordem dos Dominicanos ou Ordem Dominicana, foi fundada em Toulouse (França), no ano de 1216 por S. Domingos de Gusmão, sacerdote castelhano. Os dominicanos não são monges, mas sim religiosos, realizam voto de pobreza, castidade e obediência. Vivem em comunidade que se designam por conventos e não como abadias ou mosteiros.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dominicanos
(2) Autor do livro “Tratado das cousas da China e de Ormuz“. Um verdadeiro missionário no Oriente, renunciou ao bispado de Malaca para se dedicar à propagação do evangelho.
Como curiosidade, “tendo chegado a Cantão em 1556, foram escassos os frutos do seu apostolado, não constando mesmo se chegou a baptizar algum pagão, motivo por que se retirou da China” (3)
(3) ARNAIZ, Pe. Eusébio – Macau, Mãe das Missões no Extremo Oriente. Macau, 1957, 180 p. + |5|
(4) OU-MUN KEI-LEOK (Monografia de Macau) por Tcheong-U-Lâm e Ian-Kuong-Iâm, tradução do chinês por Luís G. Gomes. Macau-Imprensa Nacional, 1950, 250 p. + |2|
(5) O convento foi fundada no ano de 1587, dando-se logo começo à igreja. A actual Igreja é de época muito posterior e serviu durante muitos anos de catedral.
1 de Setembro de 1587 – chegaram a Macau, vindos do México (embarcaram no porto de Acapulco em 3 de Abril de 1587), o Pe. António de Arcediano e seus dois companheiros Alonso Delgado e bartolomeu Lopes, no navio S. martinho, com o capitão português Lopes de palácio, os quais, tendo partido de Espanha em Junho de 1586, vieram fundar nesta cidade o Convento dos Dominicanos. (foram acolhidos primeiramente no Convento de Santo Agostinho
23 de Outubro de 1587 – Fundação do Convento de S. Domingos, dedicado a Nossa Senhora do Rosário. Os dominicanos espanhóis foram substituídos por portugueses em Março de 1588, por ordem do Vice-Rei da Índia”
SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Séculos XVI-XVII, Volume 1. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, 2.ª edição, Macau-1997, 198 p., ISBN 97-8091-08-7.