Ainda a propósito da última postagem referente ao Padre Régis Gervaix (1), está publicado no «Anuário de Macau» de 1922, (2) na secção “MACAU ATRAVEZ À OPINIÃO ESTRANGEIRA (Macau d´aprés les étrangers)” um artigo (em português e francês) do mesmo com o pseudónimo de Eudore de Colomban, intitulado «Hommes et Choses d´Extrême-Orient»
(1) Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/eudore-de-colomban/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/regis-gervais/
Ver biografia completa em:
TEIXEIRA, Manuel – Fr. Régis Gervaix the great french historian of Macao in
http://www.icm.gov.mo/rc/viewer/20019/1013
(2) GERVAIX, Régis – Macau atravez a opinião estrangeira (Macao d’après les étrangers) In: Anuário de Macau. – Ano 1 (1922), pp. 95-98.
No dia 4 de Novembro de 1940, faleceu em Paris, com 67 anos de idade, o padre Jean François Régis Gervaix, (1) que com o nome de Eudore de Colomban (2) foi autor de um «Resumo da História de Macau» (3). Nascido em França, a 3 de Dezembro de 1873, foi ordenado em 24 de Setembro de 1898 como missionário das Missões Estrangeiras de Paris, tendo partido de imediato para Guangdong(Cantão), onde missionou durante vários anos. No ano de 1916, veio de Cantão para Macau, tendo sido nomeado membro do Padroado Português a 28 de Junho de 1917; entre 1917 e 1925 foi professor do Seminário de São José. Foi o principal redactor, durante muito tempo, do Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau Em 1925, por convite, leccionou francês e literatura francesa na Universidade de Pequim, tendo por isso aí residido.
O Padre Régis Gervaix na Gruta de Camões (ao lado do busto) entre alguns catecúmenos chineses
(1) Ver biografia completa em
TEIXEIRA, Mgr Manuel – Fr. Régis Gervaix the great french historian of Macao in
http://www.icm.gov.mo/rc/viewer/20019/1013
(2) O Padre Régis Gervaix, com o pseudónimo de Gervásio, publicou no jornal «O Progresso» em 16 de Julho de 1916 (ano em que chega a Macau), um poema em francês, de homenagem a Camilo Pessanha, intitulado «Desiludido de Tudo e de Todos!»
“Je ne sais que ton nom, j’ignore ton visage,
Qu’on dit celui d’un sage,
D’un poete, sacré par le choix merité
De la posterité…
Car ton nom passera lumineaux d’âge en âge,
Comme un feu qui surnage
A l ‘horizon qui fuit sur l’abîme agité
De l’immortalité…”
(3) Ver anteriores postagens em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/regis-gervais/
MAPA DO PORTO DE MACAU
Plano de futuros (depois de 1926)
In p.144 de COLOMBAN, Eudore de – Resumo da História de Macau, 1927.
Várias formas de insígnias (1) recolhidas da imprensa escrita.
Embora legendado como brasão da Província de Macau , (2) trata-se duma insígnia (3) do Leal Senado de Macau, num formato não habitualmente observado ou publicado; veio impresso num número especial comemorativo da 1.ª Exposição Colonial Portuguesa do Porto, em 1934. (4)
Esta foto é de 1956 e apresenta a insígnia ”oficial” fixada em madeira, em 1810, no Salão Nobre do Leal Senado de Macau. O listel inferior refere “CIDADE DO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL”, (5)
“As armas reais portuguesas coroadas, e os emblemas das descobertas – esfera armilar e Cruz de Cristo, também. Os anjos são dois adolescentes, apresentando-se completamente vestidos e de joelhos” (6)
A insígnia conforme capa do livro “Resumo da História de Macau” de Eudore de Colomban, 1927.
(1) Anteriores referências a Brasões/Insígnias de Macau em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/insignias-brasoes/
(2) Brasão de armas ou, simplesmente, brasão, na tradição europeia medieval, é um desenho especificamente criado – obedecendo às leis da heráldica – com a finalidade de identificar indivíduos, famílias, clãs, corporações, cidades, regiões e nações.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bras%C3%A3o
(3) Insígnia é um sinal ou marca que identifica uma instituição, um cargo ou o estatuto social de uma determinada pessoa.As insígnias são, normalmente, usadas sob a forma de emblemas ou distintivos.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ins%C3%ADgnia
(4) «Boletim da Sociedade Luso Africana do Rio de Janeiro», n.º 9 Número especial Comemorativo da 1.ª Exposição Colonial Portuguesa – Porto 1934.
Ver também anterior referência a este boletim em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/03/25/brasoes-de-macau-antigo-macau-e-o-dragao-xliv/
(5) «MACAU Boletim Informativo»,1956 .
(6) SILVA, Beatriz Basto da – Estudo –Insígnias de Macau, 1986.
(7) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/10/10/leitura-resumo-da-historia-de-macau/
Foi promulgado em 20 de Março de 1588, o primeiro regimento da Ouvidoria de Macau cuja existência datava de 1580, tendo Rui Machado sido o primeiro Ouvidor. (1) (2)
“Desde Rui Machado do que foi, em 1580, o primeiro ouvidor, até Amaral, que foi o último (1837), Macau andou sempre em luta com os poderes excessivos que estes ouvidores usavam.
A Ouvidoria era tão odiada e achava-se em tal contradição com o bem-estar da Colónia, que D. João V aboliu-a.
Foi porém, restabelecida mais tarde, em 1784, na pessoa de Lázaro da Silva Ferreira.
A Ouvidoria, aumentada em breve com as jurisdições concedidas pelo alvará de 26 de Março de 1803, veio a ter um poder enorme.
A Fazenda, a Câmara, a Alfândega, a Misericórdia, os Órfãos, as Confrarias, as Capelas, os Presídios , os Defuntos e Ausentes, em geral, tudo quanto era administração, estava nas suas mãos, além do próprio ofício de julgador, letrado único na terra, de quem todos dependiam.
Com tal poder, a vontade do Ouvidor era pouco menos que lei.
Não tendo superior no ramo judicial, pois que na mesma Junta de Justiça e da Coroa eram os ouvidores os primeiros vogais, relatores, intérpretes das leis, e quem as aplicava e julgava de direito e de facto, o que era um Ouvidor, desde 1784, senão um pequeno rei?
Em 1738 principiaram os bens municipais a confundir-se com os da Fazenda Real, aproveitando-se o Ouvidor A. Pereira dos Santos deste facto, para se intrometer na administração do Senado.
Publicou, pois, um artigo de lei, em que dizia que, achando-se os bens do Senado misturados e confundidos com os da Fazenda Real, era por esse facto precisa a assistência do Ouvidor na administração do Senado.
Foi deste modo que os ouvidores entraram na administração do antigo Senado.
Este, mais ou menos maniatado pelas medidas tomadas, em 1784, pelo Governo da Índia, não pôde opor-se a semelhante intrusão.” (3)
Residência do Governador no ano de 1845 e fortim de S. Sebastião (Praia Grande)
(1) O primeiro ouvidor de Macau foi Ruy Machado que tomou posse do seu cargo em 1580.Os outros membros do Senado eram dois juízes ordinários, três vereadores e um procurador da cidade, a cujo cargo estava a gerência dos dinheiros públicos. GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954.
(2) “Em 1580, os portugueses habitantes de Macau procederam, por iniciativa própria, à eleição do Ouvidor e impuseram leis de Portugal em Macau. Foi esta a primeira tentativa de os portugueses habitantes de Macau estabelecerem no Território uma estrutura administrativa. Em 1586, o Senado de Macau voltou a pedir a cessação do poder jurisdicional do Capitão sobre Macau, e finalmente, obteve a autorização do Rei de Espanha. Em Fevereiro de 1587, o Rei de Espanha nomeou um Ouvidor para Macau para governar os assuntos de administração e de justiça.”
HG Siu Yu – A Administração de Macau ao Longo da sua História . Administração, n.º 34, vol. IX, 1996-4.º, 1015-1028.
(3) COLOMBAN, Eudore de – Resumo da História de Macau, 1927, pp.89-91.
“Aos 6 de Outubro de 1644, Passou o Tequessy huma chapa p.ª a terra da sepultura do P. João Rõis conforme o despacho q ja tinhão dado em Cantão o Chayem, e outros Mandarins grandes, e o de Ansão. Esta chapa era p.ª a terra q defronte da Ilha Verde para dentro de parede nova: porem depois se tomou por melhor lugar para os Mandarins o dar e o pe do Monte de Oitem junto a ribeyra dagua.
Aos 26 de Outubro sendo reitor deste Collº (de S. Paulo), o Padre Gaspar de Amaral se tomou posse a 1.ª vez levantando quatro entenas com letras que dizião esta terra deo o Chayem em nome do Rey da China p.ª sepultura aos Padres de S. Paulo.
Passados alguns dias se acharão tiradas as entenas. E aos 18 de Abril de 1645 se tomou posse em forma arvorando huma cruz no monte que fica ao Leste da Ribeyra, e se tratou de cortar pedra, em virtude da chapa do Tequessi. A cidade repugnou e os Pes. sobrestiverão athe vir o Pe. Francisco Sambiasi (1) q trouxe de Kankim ordê do Rey para poder dar algumas terras devolutas e incultas; e assim em nome do sobretido rey deu terra de Oitê (Oitem) (2) p.ª sepultura do Pe. João Rois (3), q tinha feito grande serviço ao Rey da China, como também ao Pe. Manuel Pereyra (4) a Ilha que chamão dos Bugios, e a António de Mesquita (5) huma terra q está defronte da Cidade. Tambem Oitem se nos tinha dado em virtude de outro despacho do Tutão de Cantão o anno de 1644 em agracem.to de huma peça de artelharia q cõ licença do Capitão geral tinha levado da parte do P. Reitor desta Collº o mesmo P. Sambiasi ao Tutão para se defender dos levantados. Esta fazenda se largou em 1728…” (6)
Luís G. Gomes e Beatriz Basto da Silva (7) apontam duas datas para este mesmo acontecimento.
“Em 18 de Abril de 1596, foi formalmente tomada posse na Ilha da Lapa, em Oitem, dum terreno que o Imperador da China concedeu para nele se construírem as sepulturas dos padres de S. Paulo (daí também o nome de ilha dos Padres)” e
“Em 6 de Outubro de 1644, as autoridades chinesas concederam um pedaço de terreno em frente da Ilha Verde para nele ser sepultado o padre João Rodrigues, mais tarde, em vez desse terreno deram outro em Oitem na Ilha da Lapa.”
António Feliciano Marques Pereira em «As Alfândegas Chinezas de Macau» aponta também o ano de 1645, para a perpétua confirmação da posse dada pelo imperador Shunzhi (terceiro imperador da dinastia Qing e o primeiro imperador Qing a governar toda a China), a título de renumeração dos serviços que prestara em Pequim o padre João Rodrigues. (6)
MAPA- MACAU E ILHAS PRÓXIMAS
Ta-Ssi-Yang Kuo, Vol I-II, 1889-1900
(1) Francisco Sambiasi (Francesco Sambiasi -Bi Fangji 畢方濟) nascido em Cosenza, Calabria, em 1582; chegou a Macau em 1610 e faleceu em Cantão em Janeiro de 1649.
“Even as late 1645, one year after the death of the last Ming emperor, the Jesuit Father Francisco Sambiasi arrived at Macao from Nanjing with further requests for Portuguese military aid in exchnage for new Ming concessions. The Portuguese iniciatives to send military aid and auxiliaries to assist Ming forces were clearly an attempt to stalilise any further deterioration in Portuguese relations with the Ming. Wittingly or unwittingly, the Portuguese were embroiled in the internal politics in the dynastic transition between the Ming and the Qing.”
ZHANG Yongjin – Curious and exotic encounters: Europeans as supplicants in the Chinese Imperium, 1513-1793 p. 64pp. in SUZUKi, Shogo;; QUIRK, Joel – International Orders in the Early Modern World: Before the Rise of the West. Routledge, 2014, 214 p.
Anterior referência a este jesuíta em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/12/12/noticia-de-12-de-dezembro-de-1643-envio-de-artilheiro-para-cantao/
(2) Oitem ou Oiteng fica na Ilha da Lapa, em frente das Ilhas do Bugio (Ma-lao-chau)
(3) João Rodrigues nascido em Sernancelhe, diocese de Lamego em 1561; missionou no Japão de 1580 a 1610, ano em que foi expulso devido ao incêndio e afundamento do navio português Madre de Deus em Nagasaki e voltou para Macau (onde tinha sido ordenado sacerdote); em 1630 acompanhou a expedição militar portuguesa a Pequim; faleceu em Macau a 1 de Agosto de 1633. Escreveu o primeiro dicionário de japonês-português e a primeira gramática da língua japonesa. É conhecido no Japão por João Rodrigues Tçuzu (o Intérprete).
(4) Manuel Pereira nascido no Lugar da Cruz, Portugal, em 1637; chegou a Macau em 1667 e faleceu em Xangai a 18 de Maio de 1681.
(5) António de Mesquita Pimentel foi governador/capitão-geral de Macau (1685-1688). Mais informações em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/07/05/noticia-de-5-de-julho-de-1685-novo-governador-de-macau/
(6) TEIXEIRA, Padre Manuel –Taipa e Coloane, 1981. Também pode ser consultado em
http://www.library.gov.mo/macreturn/DATA/PP27/PP027073.HTM
(7) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954; SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 1., 1997.
FOTO do livro COLOMBAN, Eudore de – Resumo da História de Macau, 1927.
Em 1927, o Comandante Militar e Administrador do Concelho das Ilhas era o Tenente-Coronel António Júlio Guimarães Lobato (10-12-1926 a 07-09-1933) (1)
Quando os portugueses tomaram conta da Taipa, ficou com a denominação de “Posto Militar da Taipa” e tinha por única autoridade um oficial como comandante militar, e a guarnição do forte e alguns marinheiros para guarnecerem um escaler; os rendimentos limitavam-se a subsídios dados pelas povoações, licenças e barcos de pesca, algumas ostreiras e pedreiras, mas isto não era sujeito a regulamento da fazenda, sendo todos os meses remetido para a repartição de fazenda de Macau, os rendimentos acompanhados coma relação da proveniência deles.
Em 1872, por Portaria Provincial n.º 64 de 30 de Setembro, foi nomeado o primeiro Administrador do Concelho, sendo determinado que o comandante acumulasse estes serviços, mas o pessoal ficou sendo o mesmo e em nada alteraram a forma de recebimento dos diferentes rendimentos de fazenda. Em 1878 (1) foi nomeado novo administrador e um escrivão para administração, mas a forma de recebimento dos rendimentos continuou na mesma até 1879 (2)
A sede da Câmara Municipal das Ilhas na década de 90
Foi nesse ano (28 de Agosto de 1879) que a Administração do Concelho Municipal da Taipa e Coloane, criada em 1 de Dezembro de 1869, deixa de funcionar na fortaleza da Taipa e começa a «funcionar na povoação nas casas que lhe pertencem». (3)
O edifício das repartições públicas seria restaurado e passaria a ser a sede da Câmara Municipal das Ilhas (4)
Em 23 de Dezembro de 1864, o Governador de Macau José Rodrigues Coelho do Amaral enviou ao Comandante Militar da Taipa por este ter solicitado a pedido dos habitantes de Coloane, uma força militar – destacamento de 10 praças da polícia – para protecção dos habitantes face à presença de soldados chinas. Estes como se recusaram sair do seu posto em Coloane, foram presos. Foi assim que no ano da Graça de 1864 foi ocupada a ilha de Coloane, segundo o Padre Teixeira (1)
(1) TEIXEIRA, Padre Manuel – Taipa e Coloane, 1981.
(2) Em 1879 foi posto em vigor o regulamento e instruções para a cobrança das contribuições industriais de 30 de Novembro de 1878 e o art.º 23 deste regulamento determinava as obrigações e responsabilidades, nomeando um recebedor com responsabilidade dos rendimentos cobrados. (1)
(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 3.
(4) Em 31 de Dezembro de 2001, o município que estava depois da passagem para a Região Administrativa Especial de Macau, como provisório bem como os seus respectivos órgãos municipais, foram abolidos, dando lugar a um novo órgão administrativo, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM]. O IACM está subordinado à Secretaria da Administração e Justiça.
NOTA: Estas fotos foram retiradas do livro COLOMBAN, Eudore de – Resumo da História de Macau, 1927. No entanto, a primeira (edifício das repartições públicas) é de 1922.
“Um dos sítios outrora mais procurados pelos chineses pela razão da sua beleza era a magnífica praia da Areia Preta.
Incrustada numa pequena angra era ali que nas tardes de Verão os habitantes desta cidade concorriam em grande número para se divertirem, quer nadando quer gozando a fresca aragem vinda do mar.
Frente à enseada, as escalvadas Nove Ilhas e a Lêng-Têng quebravam a monotonia do extenso horizonte com as suas recortada s silhuetas, disfrutando-se assim da praia um admirável e inspirador cenário.
Enterradas na praia, os recifes e os penhascos, brunidos e exalviçados pela ressaca das vagas, forneciam outra nota de graciosidade ao local já de si tão aprazivelmente encantador.” (GOMES, Luís Gonzaga – Curiosidades de Macau Antiga, 1996)
Má Kau Seac (Macau-Siac) significa ” Rochedo do Cavalo no Coito“, pois essa pedra tinha a forma de dois cavalos a cobrir-se um ao outro; ficava na Areia Preta, tendo sido destruída durante os trabalhos das Obras do Porto Exterior.
A Monografia de Macau /Ou-Mun Kei-Leok diz a pág. 37: «Na encosta setentrional fica a Ma-Kau-Seak (Rochedo do Dragão-Cavalo), diminuto, áspero sem base, pois é sustentado por três pequenos blocos de pedra, que têm sido conservados até hoje, alisados pelas vagas do mar”
“12-10-1922 – Foi assinado o contrato definitivo da empreitada da primeira fase das obras do porto artificial de Macau, entre o representante do governo da província, o Almirante Hugo de Lacerda, Director das Obras dos Portos , e o Engenheiro Vam Exter, representante da companhia adjudicatária «The Netherland Harbour Work & C.º» Amesterdão”. (GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954)
“15-04-1925 – Contratos celebrados entre a Direcção das Obras dos Portos e a «Netherlands Harbour Works Co.»; publicação em Boletim Oficial e divulgação através de separatas (A.H.M. – F.A.C. P. n.º 126-S-C)”. (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997)
Anteriores referência de Ma Kau Seac /Macau Siac, ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ma-kau-seac-macau-siac/
Fotos do livro COLOMBAN, Eudore de – Resumo da História de Macau, 1927.
José Inácio de Andrade, em “Cartas escriptas das Índia e da China“, (1), escreve:
«Existe em Macao, no téso de uma quinta, na freguesia de Santo António, um alpendre sôbre columnas, ao qual uns chamam pagode outros gruta de Camões.
Foi erigido há séculos, em comemoração de ter composto alli a sua epopéa, os Lusíadas.. (…)
Compoe-se de três grandes penedos facetados, levantados pelas mãos da Natureza, a poucos passos do alpendre: dois a prumo, e o terceiro horizontal, servindo de tecto à lapida, onde o meu excelente amigo Manoel Pereira mandou exculpir , em bronze , os versos de Camões proprios a enriquecer aquele veneravel monumento»
O monumento de Vasco da Gama que se planeava levantar no centro da Avenida Vasco da Gama, em 1898, foi inaugurado a 31 de Janeiro de 1911, tendo as obras começado em 1907. O escultor foi Tomás da Costa A parte central do jardim onde está o monumento fazia parte da extinta Avenida de Vasco da Gama (abrangia as áreas ocupadas pelas antigas instalações das Escolas Primárias Oficiais Luso-Chineses «Sir Robert Ho Tung», Hotel Estoril, Escola Primária Oficial «Pedro Nolasco da Silva», e Comando da Polícia de Segurança Pública. Foi rasgada em 1898 pelo Eng. Augusto César d´Abreu Nunes para comemorar o IV Centenário da Descoberta da Índia por Vasco da Gama. Media 500 metros na sua maior extensão tendo a largura média de 65 m. (TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, 1997)
Fotos retirados de COLOMBAN, Eudore de – Resumo da História de Macau, 1927
(1) ANDRADE, José Inácio de (1780-1863) – Cartas escriptas da India e da China nos annos de 1815 a 1835. Macau, Livros do Oriente, 1998.
Portas do Cerco no século XVI (1)
Foi inaugurado, no dia 31 de Outubro de 1871, pelo Governador António Sérgio de Sousa (governação de 1868 – 1872), o arco da Porta do Cerco dedicado à memória do Governador João Maria Ferreira do Amaral e ao feito heróico do Coronel Vicente Nicolau de Mesquita. (2)
Nas paredes interiores há duas lápides com as datas do início e fim da construção:
22 de Agosto de 1870
31 de Outubro de 1871
Nas exteriores outras duas datas com as datas do assassínio do Governador Amaral e da tomada do Passaleão
22 de Agosto de 1849
25 de Agosto de 1849
Está também gravada o lema “A Pátria honrai, que a Pátria vos contempla“. (4) POSTAL – PORTA DO CERCO – The Border Gate
foto de Wong Wai Hong, 1992
(1) Segundo o Padre Teixeira, reprodução de um quadro de autor desconhecido que existia no Museu Luís de Camões, em Macau. TEIXEIRA, P.e Manuel – Os Militares em Macau, 1975.
(2) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954.
(3) COLOMBAN, Eudore de – Resumo da História de Macau, 1927.
(4) A Porta do Cerco era encimada por uma inscrição chinesa, que os chineses lá tinham colocado « Admirai a nossa grandeza, respeitai a nossa virtude»