Continuação das aguarelas de George Vitalievich Smirnoff (1) de 194494 – 1945 que estavam no então Museu «Luís de Camões». (2)
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/george-smirnoff/
Continuação das aguarelas de George Vitalievich Smirnoff (1) de 194494 – 1945 que estavam no então Museu «Luís de Camões». (2)
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/george-smirnoff/
In memoriam de José Neves Catela
Subi um dia à Guia, alta colina
Que deu à China o seu farol primeiro:
E abarquei dum olhar o corpo inteiro
Desta Macau formosa e peregrina.
Mas no silêncio em que a alma se ilumina
E o cérebro divaga, rotineiro,
Considerei que em espaço tão maneiro
Palpita uma metrópol´pequenina.
Macau é, sim, um mundo em miniatura
Frágil caleidoscópio pueril
Pletórico de imagens multicores…
…Mas nunca nele vi qualquer figura,
Qualquer combinação menos subtil
Dos múltiplos cambiantes dessa cores …
Hernâni Anjos
NOTA: Os sonetos de Hernãni Anjos foram publicados no n.º 6 da Revista «Mosaico», publicada em Fevereiro de 1951. (1) José Neves Catela (autor da foto acima – o farol e a colina da Guia vista da Estrada de S. Francisco) faleceu no dia 1 de Fevereiro e por isso, o Director da Revista, Dr. António Nolasco da Silva, dedicou este número à memória do colaborador da revista.
“O dia 1 do corrente mês ficou tristemente assinalado na história ainda tão curta do Círculo Cultural de Macau e do seu órgão de expansão, o “MOSAICO”. Foi com efeito, na manhã desse dia, que o nosso prezado consócio, José Neves Catela, se despediu de todos nós, deixando-nos mergulhados na dolorosa saudade da sua simpática e atraente personalidade.
José Catela que, aos 49 anos de idade, tinha o dinamismo, a vivacidade e o espírito de iniciativa dum rapaz de vinte anos, foi um dos mais incansáveis propagandistas do círculo Cultural e desta Revista, em cujas páginas , sobretudo naqueles em que têm publicitado alguns dos mais curiosos aspectos fotográficos de Macau, ficou imortalizada a sua veia artística que à Fotografia dedicou uma grande parte de tão curta vida.
Além de colaborador do MOSAICO, José Catela dispendeu também a sua preciosa actividade como Administrador da nossa Revista. No Círculo Cultural dirigiu, com superior critério e brilhante entusiasmo, a Secção Fotográfica, e na Direcção daquele organismo exerceu, proficientemente, as funções de Tesoureiro-Geral …”
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/01/31/poesia-salve-macau-seis-sonetos-de-hernani-anjos-i/
Informações anteriores de José Neves Catela em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jose-neves-catela/
Foi determinado em acta do Leal Senado de 11 de Maio de 1940, a inauguração de algumas vias públicas nesse ano, atribuindo-lhes o nome de figuras históricas dentro do programa das comemorações do Duplo Centenário da Independência e da Restauração (oitavo centenário da Independência e terceiro centenário da restauração de Portugal),
Era Governador do território, o Capitão de Fragata Gabriel Maurício Teixeira.
Inauguração da Avenida de D. Afonso Henriques
A Avenida de D. Afonso Henriques, começa na Avenida de Lopo Sarmento de Carvalho, em frente da Avenida do Infante D. Henrique e termina perto do Reservatório.
Foi inaugurada a 4 de Junho de 1940.
Afonso Henriques filho de D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa, foi o 1.º rei de Portugal (1128-1185).
Inauguração da Avenida de Lopo Sarmento de Carvalho
Começa entre a Rua da Praia Grande, e a Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, em frente da Estrada de S. Francisco, e termina na Avenida da Amizade. Foi inaugurada a 25 de Junho de 1940.
Lopo Sarmento de Carvalho, natural de Bragança, estabeleceu-se em Macau, em 1615, casando com Maria Cerqueira, natural de Macau (falecida a 26 de Outubro de 1639, sepultada em S. Paulo, na capela de Jesus).
Foi o último Capitão-Mor da viagem de Japão no governo de Macau (1617/18 e 1621/22), pois a 7 de Julho de 1623, o primeiro Governador e capitão-geral, D. Francisco de Mascarenhas, tomava posse.
Obteve grandes lucros da viagem ao Japão, em 1617, de maneira que em 1920 comprou três viagens de Japão. Das três viagens que comprou só pode realizar uma em 1621(com 6 galeotas e de lá trouxe muita seda, de que auferiu grande lucro). Foi o herói da vitória contra os holandeses em 24 de Junho de 1622 (1).
Um filho seu, Inácio (Macau 1616 – Goa 1676) foi capitão-geral da Armada e da Costa do Norte, governador e capitão-geral de Diu e capitão-geral de Moçambique, e tem perpetuado, em Macau, o seu o nome: Travessa de Inácio Sarmento de Carvalho.
Inauguração da Avenida de D. João IV
A Avenida de D. João IV começa na Rua da Praia Grande, em frente do Jardim de S. Francisco e termina na Avenida da Amizade (nessa altura, Dr. Oliveira Salazar). Foi inaugurada a 1 de Dezembro de 1940.
D João IV (1604-1656), 8.º duque de Bragança, foi coroado a 15 de Dezembro de 1640, após o golpe do 1.º de Dezembro, Rei de Portugal (1640-1656)
Inauguração da Avenida de D. João IV (outro aspecto)
Fotos do Anuário de Macau, 1940-1941 e informações de TEIXEIRA, P.. Manuel – Toponímia de Macau, Volume II.
(1) Ver em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/monumento-da-vitoria/
Fotografias “tirado de avião”, publicadas pela Agência Geral das Colónias em 1929.
Macau – O pôrto interior tirado de avião
Macau – Uma vista da Praia Grande, do Pôrto Interior, tirado de avião
NOTA: a Avenida Almeida Ribeiro bem visível ligando o Porto Interior à Baía da Praia Grande
Macau – Aspecto da Praia Grande, tirada de avião, vendo-se à direita o Quartel de S. Francisco
NOTA: os primeiros aterros à frente do Quartel e da Estrada de S. Francisco
Livro (1) de J, Dyer Ball (2), de 1905
Acerca da muralha da cidade, (3) relata o autor:
“In the olden days when Macao was growing into a place of greater importance it was felt necessary to protect it from the assaults of covetous enemies and it was determined that a wall should be erected for that purpose.
One writer informs us that the open consent of the Chinese officials was first sought by a deputation from Macao but failing this, largesses prevented the corrupt mandarins from awkward objections or a hostile attitudeto the undertaking : so that in A. D. 1622 a wall was run from the Monte (the height in the centre of the penuisula) in a north easterly direction to the sea near St. Francis and, it is stated, the work might have been completed in A. D. 1626. This wall may still be seen. It starts from the Place of Luiz Camoens. At this point the author remembers a small arched gate, the San Antonio gate, (Sam Pa Mun) which was closed at night. This has now been pulled down and the road widened. From this place the wall runs along and then up the hill to the Monte Fort from whence it runs down the hill on the opposite side where at the foot there used to be another gate, that of San Francisco, now also abolished. The wall from here runs up the opposite hill towards the sea, to the ruined fort of San Joao, whence it proceeds towards San Francisco fort, which lies at one end of the Praya Grande, then running along the side of the Estrada da San Francisco down the hill facing the fort, mentioned above, where it ends. Thus the city was entirely closed on the land side. Some Dutch prisoners taken in 1622 were employed in the building of this wall.
Another short city wall is to be seen to the south of the city. It runs from the church on Penha Hill to the road above the disused Bom Parto Fort or just about opposite the old Boa Vista Hotel.”
(1) BALL, James Dyer – Macao: The Holy City; The Gem of Orient Earth. Printed by The China Baptist Publication Society, Canton, 1905, 83 p.
O livro está digitalizado pelo “Internet Archive”, em 2007 e poderá consultá-lo em
http://archive.org/details/macaoholycitygem00ballrich
(2) J. Dyer Ball (1847-1919) foi um sinologista nascido em Cantão; trabalhou como funcionário público em Hong Kong durante 35 anos (“Security officer” e ” Chief interpreter”) . Faleceu em Inglaterra, no ano de 1919
http://en.wikipedia.org/wiki/James_Dyer_Ball
É autor de vários livros: “Things Chinese”; “The Cantonese Made Easy Series”; “How to Write Chinese”; “Hakka Made Easy”; “Cantonese Made Easy”; “How to Speak Cantonese”; “Readings in Cantonese Colloquial”; “The Cantonese Made Easy Vocabulary”; “An English-Cantonese Pocket Vocabulary”; “Easy Sentences in Hakka, with a Vocabulary”; “How to Write the Radicals” (in the press)”; “The San Wui Dialect”; “The Tung Kwun Dialect”; “The Hong Shan or Macao Dialect”; “The Shun Tak Dialect”; “The English-Chinese Cookery Book”; “Things Chinese”.
(3) A primeira cerca muralhada, consentida pelos mandarins em Macau, foi mandada levantar em 1568 pelo Capitão-Mor Tristão Vaz da Veiga, em taipa (chunambo). (4) . Mas foi o Capitão-Geral e primeiro Governador da Cidade de Macau, D. Francisco Mascarenhas que assumiu funções a 17 de Julho de 1623 quem mandou cercar a cidade com uma muralha e aperfeiçoou o sistema de fortificação, em geral.
SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Séculos XVI-XVII, Volume 1. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, 2.ª Edição, Macau, 1997, 198 p (ISBN 972-8091-08-7)
(4) “Chunambo” – mistura de barro, terra, areia, palha de arroz, pedras e conchas de ostras moídas, compactado em camadas sucessivas.
Parte da antiga muralha junto ao Templo de Na Tcha (ao lado das Ruínas de S. Paulo)
Publiquei em post anterior, parte de muralhas existentes na Rua Nova à Guia em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/colegio-de-santa-rosa-de-lima/