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Extraído de «O Oriente» I- 8 de 7 De Março de 1872

“Um chinês que morre é envolvido em mortalhas de seda, de crepe ou de qualquer tecido de algodão e a parte superior do corpo não deve nunca levar mais fatos que a parte inferior. A proporção é geralmente de cinco para quatro. Em indivíduos ricos, fazem envergar o morto com mais dois fatos, sendo enterrado com um total de onze peças de vestuário. 

Enterro chinês déc 50 MACAU Terra de LendasEnterro de chinês rico na década de 50 (século XX)

 As peças que revestem as partes inferiores do corpo não devem nunca ser pressas por cintos, que em chinês se chama fu-t´au-tái (1) (fita que prende a parte superior das calças) pois, como a palavra tái (cinto) também significa “levar (2), a família arriscar-se-ia a ver-se brevemente despojada de toda a fortuna que seria levada pela influência do morto. 

 Caixão chinês déc 50 MACAU Terra de LendasCaixão chinês

É necessário também haver grande cuidado em vigiar a câmara ardente, de contrário, o aparecimento de uma gata grávida poderá fazer erguer o cadáver do seu catafalco e levar consigo o mortal que se encontre presente. Se no seu caminho,o morto não tiver deparado com nenhuma vítima e for esbarrara contra a parede, esta ficará para sempre ameaçada de desmoronar a qualquer momento.

Enterro chinês déc 50 II MACAU Terra de LendasEnterro de chinês rico na década de 50 (século XX)

 O receio de intervir nas acções que julgam ser provocada pelo destino fazem com que os chineses jamais de atrevam a salvar qualquer individuo que tenha caído ao mar, pois receiam ser requisitados pelo rei do inferno para substituir aquela condenada alma.” (3)

(1)mandarim pinyin: kù tóu dài; cantonense jyutping; fu3 tau4 daai2
(2)Por exemplo:帶走  – mandarim pinyin: dài zou; cantonense jyutping; daai2 zau2 – levar, “to take away
(3) GOMES, Luís G. – Chinesises. Instituto Cultural de Macau/Leal Senado., sem data,  217 p.
Fotos retiradas de.
PINTO, Hermengarda Marques – Macau terra de lendas. Campanha Nacional de Educação de Adultos, Tipografia da Atlântida-Coimbra, 1955, 128 p. https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/03/17/leitura-macau-terra-de-lendas/