Archives for posts with tag: Década de 20 (séc XX)

Mais dois postais de calendários publicitários antigos de Cantão, Hong Kong e Macau, série “ANOS DE OURO” (10 postais), editados pela Câmara Municipal das Ilhas Provisória de Macau. (1)
Calendários possivelmente dos anos 20/30 do século XX, estes de “modelos” com vestuários com recortes mais tradicionais.

Este calendário tem uma “legenda” (embora de difícil visualização dos caracteres)  em que se publicita uma loja de artigos eléctricos.
(1) Ver anteriores postais desta colecção:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/08/12/postal-de-calendario-publicitario-i/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/03/05/postal-de-calendarios-publicitarios-ii/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/07/02/postal-de-calendarios-publicitarios-iii/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/07/09/postais-de-calendario-publicitario-iv/ 

A loja comercial, “ Casa Brunswick” estava localizada na Avenida Almeida Ribeiro, n.º 14 (Telefone n.º 293) e vendia discos e grafonolas que na altura (1929) era uma novidade.
A única informação que consegui recolher desta casa comercial, foi a indicação do registo, em 1932 da «Brunswick (sub-Agência)» na mesma Avenida mas com o n.º 8 (Directório de Macau, 1932). No entanto a casa já não figurava no item “Agência de Companhias Estrangeiras” no Directório de 1933, pelo que suponho não ter durado muito a actividade desta casa comercial.

Anúncio publicado no «Jornal de Macau», de 1929.

A «Brunswick Records» foi uma das três grandes gravadoras dos Estados Unidos, juntamente com «Victor» e «Columbia Records», nas décadas de 30 a 70, do século XX.
A companhia começou primeiramente produzir fonógrafos em 1916, no Canadá e com a fidelidade de áudio dos primeiros anos de 1920, os discos Brunswick, acusticamente gravados, estavam acima da média para a época.
Em 1930 a «Brunswick-Balke-Collender» vendeu a patente para a «Warner Brothers», que no ano seguinte o passou para a «American Record Corporation». Em 1932 a filial britânica da «Brunswick» foi vendida à «Decca Records». Em 1973, todas as empresas que pertenciam à «Music Corporation Of America» – inclusive a «Decca», a «Uni Records» e a «Kapp Records» – foram transformadas na «MCA Records». (1)
É de notar que a maioria dos discos referidos no anúncio estão associados a canções-temas dos filmes que na altura eram ainda mudos.
Das canções enumeradas no anúncio, o n.º 40432 – “Ramona (cantado)” , o n.º 40476 – “Gallito e o n.º 403 74 –“Juventuded que vás” estão referidas na lista das gravações elaborada por Ross Laird – Brunswick-Balke-Collender Company e  Brunswick Radio Corporation.
Brunswick Records New York sessions, 1916-1931” (disponível na net)
A melodia n.º 40476 – “Gallito” é um “paso doble flamenco. (2)
A canção n.º 40432 – “Ramona” foi cantada por GENE AUSTIN (1900 -1972), compositor e cantor, um dos primeiros chamados “crooners”, muito popular nas décadas de 20-30 (século X). As suas composições “How Come You Do me Like You Do?” (1924) ; “When My Sugar Walks Down the Street” (1924)  “The Lonesome Road” (1929) e “Ridin Around in the Raian “ (1934) foram êxitos na rádio e nos discos. (3)
A canção “Ramona” é de 1928 e foi composta por Mabel Wayne com letra de L. Wolfe Gilbert .(4) É canção-tema do filme “Ramona” de 1928, dirigido por Edwin Carewe (5)
A canção ”Juventud que te vás” um “charleston foi muito popular na voz duma das    melhores mezzo-sopranos de Cuba (zarzuela, ópera e concertos), Tomasita Nunez (1901-1980). (6)

A canção N.º 40485 – “Angela Mia” é um “foxtrot”, gravado em 21 de Abril de 1928 (“Victor” 21338), música de Erno Rapée, letra de Lew Pollack. (7)
Foi a canção-tema do filme “Street Angel” de 1928 (produção de William Fox) com os actores Janet Gaynor (1906-1984) (8) e Charles Farrell (1902-1990).
A canção n.º 3129 – “Napolitan Nights”, de 1928, é cantado por James Melton. (9)
Canção-tema do filme “Fazil” de Howard Hawks, de 1928. (10)
(1) https://en.wikipedia.org/wiki/Brunswick_Records
(2) Gallito, Paso Doble Flamenco de Santiago Lope interpretado ao piano  por H. Asborno
https://www.youtube.com/watch?v=V57n6NP8Mnw
Gallito, Paso Doble Flamenco de Santiago Lope interpretado pela Banda de Almenara
https://www.youtube.com/watch?v=xB7ux-ONLUM
(3) https://www.google.pt/search?q=Gene+Austin&oq=Gene+Austin&aqs=chrome..69i57j0l5.13143j0j8&sourceid=chrome&ie=UTF-8
Gene Austin – My Blue Heaven (1927)
https://www.youtube.com/watch?v=5w-_xbBmXJ4
Gene Austin – Forgive Me (1927)
https://www.youtube.com/watch?v=APn30l293wA
(4) Disco gravado em 2 de Abril de 1928. O lado B. do disco “Girl of My Drams” foi também muito popular.
“Ramona” (1928) pela orquestra “Brunswick Hour Orchestra”
https://www.youtube.com/watch?v=gpZF0QDRkfA
Ramona” foi n.º 1 do ano de 1928 – a canção gravada mais popular (a 2.º mais popular foi a célebre canção “Sonny Boy” de Al Jolson). Foi canção-tema do filme “Ramona” protagonizada por Dolores del Rio. Existem várias versões desta canção.
https://en.wikipedia.org/wiki/Gene_Austin#/media/File:Gene_Austin_01.jpg
(5) “Ramona”, filme de 1928, mudo, drama dirigido por Edwin Carewe com os actores Dolores del Rio e Warner Baxter
https://en.wikipedia.org/wiki/Ramona_(1928_film)
(6) Tomasita Nunez –Sin Encontrarte

Tomasita Nunez –Por Eso Te Quiero

(7) Versões disponíveis na net:
“Angela Mia”, cantado por James Melton
https://www.youtube.com/watch?v=HXTkmu6wpOo
Ângela mia (My Angel), com Francisco Alves acompanhado por Simão Nacional Orquestra.
https://www.youtube.com/watch?v=Fj7yUSACJsQ
Paul Whiteman – My Angel (Angela Mia) (1928)
https://www.youtube.com/watch?v=fJLFukGTVgE
“Angela Mia” cantdo por Harold Scrappy Lambert
https://www.youtube.com/watch?v=Tf6kxC3avTM
(8) Janet Gaynor foi a primeira actriz a receber o Óscar de melhor actriz principal em 1928, por três filmes: “7th Heaven” (1927), “Sunrise: A Song of Two Humans” (1927), e “Street Angel”l (1928) (foi a única vez que uma actriz recebeu este galardão por múltiplas participações)
(9) “Napolitan Nights”, cantado por James Melton
https://www.youtube.com/watch?v=7YtsHahgXzk
(10) “Fazil”, de 1928, filme mudo, drama, dirigido por Howard Hawks, Com os actores Charles Farrell (1902-1990). e Greta Nissen

Continuação dos rótulos de embalagem de panchões da Fábrica Iec Long, da Taipa (1)
Rótulo de embalagem de um panchão bomba hexagonal manufacturado pela Fábrica de Panchões Iec Long (utilizado na década de 1920, na fase inicial do negócio)

Verso do ex-libris anterior

Rótulo de embalagem de panchões da marca Duck aplicado desde a abertura da Fábrica de Panchões Iec Long

Verso do ex-libris anterior

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/07/03/rotulos-de-embalagem-de-panchoes-da-fabrica-iec-long-i/

Pequeno envelope de papel de 7,5 cm x 8 cm de dimensões, contendo no seu interior 5 cópias de rótulos de embalagem de panchões produzidas pela Fábrica de Panchões Iec Long da Taipa. Emitido pelo Instituto Cultural do Governo da R. A. E. Macau, comprado no Museu de Arte de Macau, por dez patacas, em 2016.

Fábrica de Panchões Iec Long
Ex-Libris
Yick Loong Firecworks Factory

Envelope com “design” “Extra Selected Firecrackers” semelhante à embalagem dos marcadores de livro com cópias das etiquetas das embalagens de panchões das várias fábricas que existiam na Ilha da Taipa.
Os cinco “ex-libris” têm as seguintes dimensões: 7 cm x 8 cm.
Este é um rótulo de embalagem de panchões da marca ”Duck – Encanto” (Duck Brand Beauty) manufacturado pela Fábrica de Panchões Iec Long (em inglês “Yick Loong Fireworks Factory”) em 1940.
A Fábrica de Panchões Iec Long sita na Vila da Taipa, terá iniciado o negócio na década de 20) (século XX) havendo registado um pedido feito por Tang Pec Tong de renovação da licença da fábrica Iec Long, datado de 6 de Setembro de 1926 Em 26 de Novembro de 1928 houve um grande incêndio e explosão na fábrica de panchões «Iec Leong». O socorro foi prontamente prestado pelo pessoal militar da Aviação Naval, das 6.ª e 50.ª Companhia Indígenas em diligência na Taipa, da Carreira de Tiro e da Polícia de Segurança; aguentaram o combate ao incêndio até chegarem os socorros de Macau, impedindo a propagação a barricas de clorato de potássio e acudindo aos trabalhadores da fábrica. (1)

Verso da embalagem
Instituto Cultural do Governo da R. A. E. de Macau

Ver anteriores referências a esta fábrica em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/panchoes/
(1) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997.

Capa do Anuário de Macau de 1925 (1) com a imagem da Torre de Belém e seguinte inscrição:

“1524 -1924
A “Torre de Belém” em
Macau nas festas cente-
nárias de Vasco da Gama “

(1) Impresso na Escola de Artes e Oficios, em Macau, 1925, 171-vi pp. De 21 cm x 14 cm.
A Escola de Artes e Ofícios funcionava no Orfanato da Imaculada Conceição e ministrava-se neste estabelecimento, um ensino intelectual (puramente elementar em vigor nas escolas primárias chinesas) e profissional (segundo programas exclusivamente europeus) a alunos chineses. Entre as várias oficinas que o estabelecimento possuía, a tipografia, era a mais conceituada (com secções de composição, impressão e encadernação) e donde, na década de 20 (século XX), se imprimia muitos dos livros publicados em Macau.

“Macau é o mais remoto padrão da estupenda actividade portuguesa no Oriente nesses tempos gloriosos. Note-se que digo padrão, padrão vivo: não digo relíquia. Há com efeito, padrões mortos. São essas inscrições obliteradas em pedra, delidas pela intempérie e de há muito esquecidas ou soterradas, que os arqueólogos vão pacientemente exumando como penivelmente decifrando, tão lamentavelmente melancólicas como as ressequidas múmias dos faraós.

A fatalidade do determinismo histórico fez a colonização portuguesa quase exclusivamente se desenvolvesse adentro dos trópicos, com exclusão de Macau, todas as colónias portuguesa ou ex-portuguesas de clima relativamente temperado são situadas no hemisférico austral.

MACAU Jaime do Inso Praia Grande 1929A Praia Grande, Avenida da República e o Hotel Bela Vista na década de 20  (século XX) (2)

Assim é Macau a única terra do Ultramar Português em que as estações são as mesmas da Metrópole e sincrónicas com estas. É a única em que a Missa do Galo é celebrada em uma noite frígida de Inverno; em que a exultação da aleluia nas almas religiosas coincide como o alvoroço da Primavera – Páscoa florida com a alegria das aves novas ensaiando os seus primeiros voos: em que a comemoração dos mortos queridos tem lugar no Outono. Mais ainda: em Macau é fácil à imaginação exaltada pela nostalgia em alguma nesga de pinhal, menos frequentado pela população chinesa, abstrair da visão dos prédios chineses, das sepulturas chinesas, das misteriosas inscrições chinesas, destacando a cada canto, em rectângulos de papel vermelho, das águas amarelas do rio e da rada, onde deslizam as lentas embarcações chinesas de forma extravagante, com as suas velas de esteira fantástica, e criar-se, em certas épocas do ano e a certas horas do dia, a ilusão de terra portuguesa.

MACAU Jaime do Inso Colina da Guia 1929A Colina da Guia na década de 20 (século de XX) (2)

Quem estas linhas escreve teve, por várias vezes (há quantos anos isso vai!), deambulando pelo passeio da Solidão, a ilusão, bem vivida apesar de pouco mais duradoira que um relâmpago, de caminhar ao longo de uma certa colina da Beira Alta, muito familiar à sua adolescência. (1)

NOTA: Este texto serviu de base ao “Exercício de Língua e História Pátria” referido em (3)

(1)   PESSANHA, Camilo – China. Agência Geral das Colónias, Lisboa, 1944, 33 p.
(2)  As duas fotos pertencem ao livro “MACAU” de Jaime do Inso, 1929
(3) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/10/02/leitura-texto-de-camilo-pessanha/
Outras referências de Camilo Pessanha no meu “blog”:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/camilo-pessanha/

Macau Artístico - Largo Senado“Largo do Senado – Avenida Almeida Ribeiro” (década de 20 – séc XX)

“LEAL SENADO (MUNICIPAL CHAMBERS). In former times the Leal Senado was vested with the government of the Colony which was carried on by the Senators in conjunction with the Governor or Captain-General and the Ouvidor (Chief Justice). In 1835, a new colonial régime supplanted this mode of government, and with the appointment of a Civil Governor, the Senate was vested solely with the municipal administration of the Colony. At the entrance hall of the Senate may be seen the following historical inscription: – Cidade do Nome de Deos não ha outra mais leal. (City of the Name of God, there is none more loyal). This inscription was placed by the command of King D. João IV at the restoration of the Portuguese monarchy, as a recognition of the loyalty of the Macaenses in giving their allegiance to Portugal instead of Spain as then sought for.”

HURLEY, R. – Macao (1)

(1)   in LACERDA, Hugo de (coordenação) – Macau e seu futuro porto. Tip: Mercantil – N. T. Fernandes e Filhos, Macau, 1922, 84 p.

NOTA: sobre R. C. Hurley, ver  anterior “post”:    https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/08/12/leitura-macau-e-a-gruta-de-camoes-xiii/

Postal de calendários publicitários antigos de Cantão, Hong Kong e Macau, série “ANOS DE OURO” (10 postais), editados pela Câmara Municipal das Ilhas Provisória de Macau. (1)                     

Anos de Ouro (III)Calendário possivelmente dos anos 20/30 do século XX, em que se publicitava a “modernização” da mulher chinesa com o uso do vestuário oriental mas “estilizado” e muito possivelmente, o uso do relógio.  

(1) Dois postais desta colecção em anteriores “posts”:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/03/05/postal-de-calendarios-publicitarios-ii/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/08/12/postal-de-calendario-publicitario-i/

Postal de calendários publicitários antigos de Cantão, Hong Kong e Macau, série “ANOS DE OURO” (10 postais), editados pela Câmara Municipal das Ilhas Provisória de Macau.                       

Anos de Ouro (II)

Calendário possivelmente dos anos 20/30 do século XX, em que se publicitava a “modernização” da mulher chinesa com o uso do vestuário e o mobiliário  de padrão ocidental.

 

MACAU e o seu porto - Praia GrandePraia Grande

MACAU e o seu porto - Templo BarraPagode  Ma-chu-min na Barra

(Templo de A-Má /Ma Kok Miu/Templo da Barra)

MACAU e o seu porto - Jardim S. FranciscoJardim de S. Francisco

MACAU e o seu porto - Farol da GuiaFarol da Guia

(Em primeiro plano o Cemitério dos Parses e a seguir a Casa de Silva Mendes e o início da Estrada de Cacilhas. Notar que ainda não havia a Rampa do Padre Vasconcelos.

NOTA: postais fotográficos de LACERDA, Hugo (coord) – Macau e o seu futuro porto. Macau: Tip. Mercantil – N. T. Fernandes e Filhos, 1922, 84 p.:il; 25 cm + |2| mapas desdobr.