Archives for posts with tag: Daniel Pires

 Exp. Macau nas escolas - PANFLETOFolheto de 41,5 cm x 21 cm dobrável em quatro partes, da «Exposição – Macau nas escolas», organizada pela Missão de Macau em Lisboa (sem indicação do ano de realização; provável década de 90).

Exp. Macau nas escolas - 1.ª parteA Exposição tinha como objectivo primordial sensibilizar a população para a realidade multimoda daquele território nas suas vertentes históricas, geográfica, económica, religiosa e socio-cultural.

Exp. Macau nas escolas - Paines IEnfatizava a convergência de civilizações, o encontro prolífero de dois povos em convívio fecundo ao longo dos séculos.

Exp. Macau nas escolas - Paines IIA exposição era constituída por 24 painéis que proporcionaram uma panorâmica abrangente desta cultura e por objectos do quotidiano macaense: cabeças de leão, máscaras, frascos de perfume, miniaturas de barcos típicos, brinquedos tradicionais, chapéus, sombrinhas, produtos farmacêuticos, géneros alimentares, cestos, papagaios chineses, leques, jornais, um ábaco, um instrumento musical, etc.

Exp. Macau nas escolas - Paines IIIConsiderando a vertente manifestamente pedagógica, esta exposição fez uma itinerância pelas Escolas Secundárias de Camões, da Pontinha, de Carnide, de Pedro Nunes de Alvide, Fernando Mendes Pinto, Machado de Castro, Rainha Dona Leonor, São Domingos de Rana e padre António Vieira. E também na Fundação Serralves (Porto) e Biblioteca Municipal de Setúbal.

Exp. Macau nas escolas - PANFLETO versoA exposição teve como coordenadores: Maria Filomena Silva Pinto e Daniel Pires.
Os textos foram de Ana Maria Amaro, Daniel Pires, Francisco Figueira, Graça Barreiros, Graciete Batalha, Lu Yan Bin, Margarida Alcântara de Melo e Rui Manuel Loureiro.

Exp. Macau nas escolas - 2.ª parteNeste folheto apresenta ainda os “Dados históricos sobre a fundação de Macau

Exp. Macau nas escolas - 3.ª partee uma pequena explicação da “Dança do Leão” que transcrevo:
A dança do Leão, há mais de dois mil anos executada em ocasiões de alegria e de festa, insertas no calendário religioso chinês, pretende manifestar bons augúrios, afugentando o mal, e por isso, protegendo.
Em cena há dois deles, isto é, dois ou quatro homens que dançam em corpos de leão de papel ou de tecido colorido. Um outro dançarino coloca-se em frente dos leões, ostentando uma bola, no alto de uma vara de bambú, representando o sol ou uma pedra preciosa.
A dança é executada ao som de um gongo, de pratos e de tambor, com pancadas rítmicas bem definidas e alternadas a um tempo o ritmo calmo do leão adormecido, depois o leão acordado, coreografado pelos movimentos energéticos de um experimentado praticante de Kung-Fu.
O leão – ser vivo – não é oriundo da China, tendo sido introduzido como símbolo na arte chinesa através do Budismo.”

INFORMAÇÃO ACTUALIZADA EM 05-11-2015: Esta exposição sobre a memória cultural das famílias macaenses radicadas em Portugal  esteve patente em Outubro de 1992 no Palácio Foz, em Lisboa e foi inaugurada pelo Governador Rocha Vieira  que se encontrava em Lisboa em visita de trabalho, tendo representado o Presidente da República.

Neste dia, Camilo Pessanha proferiu no Grémio Militar (actualmente, Clube Militar) uma conferência sobre «Literatura Chinesa» (1)

Esta conferência intitulada «Sôbre a Literatura Chinesa» (2) foi posteriormente publicada no livro “China (Estudos e traduções)”, Capítulo VII (pp. 1103 a 112). (3)

CHINA de Camilo Pessanha 1944

“Exemplificando, desenhou o conferente, no quadro preto, três desses caracteres, traduzindo ideias abstractas em cuja composição entra o elemento ideográficoi, ou radical, , significando cavalo. O primeiro – – significa dirigir, governar, regrar, moderar; o segundo – ts´ân – significa espontâneo, maleável, fluente (v. g., o estilo de um escritor); o terceiro – p´eng – significa companheiros, parceiros, camaradas. Mostrou como essas ideias, quando transmitidas ao espírito por esses caracteres (de outros muito dispõe a escrita chinesa para representá-klos, em diversíssimas modalidades), surgem ali concretizadas em imagens – melhor, em grupos plásticos – de que um ou mais cavalos são a principal componente: – um auriga segura na mão as longas rédeas de uma fila de cavalos fogosos, cujo ímpeto selvagem e dispersivo coordena sem esforço, para fazer voar, ao longo da pista, o seu veículo ligeiro; o estilista, senhor da língua em que escreve, e que, a seu talante, a faz curvetear, como o bom cavaleiro ao cavalo fino; finalmente, os dois camaradas, arrastando pela vida fora um destino comum, como duas azêmolas atreladas à mesma carroça.”

O livro reúne algumas obras de Camilo Pessanha que tinham sido anteriormente publicadas em jornais e revistas, nomeadamente:
I –«Introdução a um estudo sôbre a civilização chinesa»,  que serviu de prefácio a um livro do médico, José António Filipe de Morais Palha, “Esbôço Crítico da Civilização Chinesa”, publicado em Macau,  em Maio de 1912.
II – «Macau e a Gruta de Camões», publicado no semanário “A Pátria”, em 7 de Junho de 1924.
III -« Literatura Chinesa (Prefácio à tradução das Elegias)». Publicada no jornal “O Progresso”, em Macau, de 13 de Setembro de 1914.
IV –  «Oito Elegias Chinesas (tradução e notas)», publicadas, pela primeira vez, no semanário “O Progresso”, de Macau, de 13  e 20 de Setembro e 4 e 18 de Outubro de 1914  e depois republicadas (com notas explicativas e eruditas)  no n.º 1 da revista “Descobrimentos” (1931 – Director: João de Castro Osório).
V – «Vozes de Outono (tradução do chinês – Dinastia Tang)», publicada ne revista “Atlântida” (ano III, n.º 27, de 15 de Janeiro de 1918.
VI – Legenda Budista (tradução do chinês).
VIII – «Sôbre Estética Chines ( Conferência) », publicada no jornal “A Verdade” de 2 de Junho de 1910.

Este livro traz ainda no Capítulo IX – «Catálogo da colecção de arte chinesa de Camilo Pessanha, hoje no Museu de «Machado de Castro», de Coimbra.» Este catálogo da autoria do próprio Camilo Pessanha,  “ficará aqui indicando ao estudioso onde e como, tendo por guia a mesma superior sensibilidade que como escritor a descreveu e criticou, pode conhecer e sentir a velha civilização chinesa (da Nota explicativa). (3)

NOTA: tenho outra edição da “China  – Estudos e Traduções”, com prefácio de Daniel Pires, que foi publicada, em 1993 (2.ª edição), (Colecção Mnésis – Clássicos da Literatura Portuguesa) pela Vega , 126 p. (ISBN 972-699-387-3).

CHINA de Camilo Pessanha 1993 I

Neste livro que, o leitor ora tem nas mãos, China – Estudos e Traduções , todo esse devotamento a um país estranho se exprime, surpreendendo-nos de página para página. Embora sob outros ritmos, outros tons e outros brilhos, o certo é que os deparamos com o exímio autor de Clepsidra – e nos sentimos trambém irmanados, através do rigor de Pessanha de dizer só o que é, com outros mundos que existem para além da nossa casa, da nossa rua, do número da nossa porta ...” (na contracapa).

CHINA de Camilo Pessanha 1993 II

(1) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Século XX, Volume 4. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, 2.ª Edição, Macau, 1997, 454 p (ISBN 972-8091-11-7).
(2) Publicada no semanário “O Progresso”, de 21 de Março de 1915.
(3) PESSANHA, Camilo – China (Estudos e traduções). Agência Geral das Colónias, Lisboa, 1944, 31 p.