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Publicação no dia 23 de Janeiro de 1576 da bula de erecção “Bula Super Specula Militantis Ecclesiae”) pelo Papa Gregório XIII, (1) em que o bispado de Macau, abrangendo a China e o Japão (em 1588 foi desmembrada da diocese de Macau, as ilhas do Japão que passaram a constituir um novo bispado), foi criada a primeira diocese no Extremo Oriente dos tempos modernos (1) (2)
Por esta bula, foi também elevada à dignidade de Sé Catedral uma igreja com o nome de Santa Maria, que já estava fundada e erecta de há muito mas que não é a presente Sé Catedral. (3) O 1.º Bispo da nova Diocese foi D. Leonardo de Sá, da Ordem de Cristo e a 1.ª Catedral pensava-se tradicionalmente ter sido a Igreja antiga de S. Lázaro (ermida de Nossa Senhora da Esperança) mas a lógica e a falta de provas fizeram abandonar a ideia. (4)
Celebra-se assim neste dia, 446 anos de existência da diocese católica romana de Macau.
(1) TEIXEIRA, P.e Manuel – A Erecção da Diocese de Macau in «Macau e sua Diocese», Volume, II 1940, pp. 59-65
(2) Dado em Roma em São Pedro, no ano da Incarnação do Senhor MDLXXV, aos 23 de Janeiro, ano quarto do Pontificado. O ano quarto do Pontificado de Gregório XIII vai de 13 de Maio de 1575 a 13 de Maio de 1576. Ora, neste espaço de tempo, aquela data, 23 de Janeiro só fica no ano de 1576. No estilo florentino é 23 de Janeiro de1575, visto o ano começar a 25 de Março e terminar a 25 de Março. O Janeiro deste ano (florentino) está no nosso ano de 1576. (1) O primeiro Administrador Apostólico da Diocese (governou com autoridade delegado o Bispado de Macau até ao ano de 1581,foi o padre D. Belchior Carneiro SJ. (5).
(3) GOMES, Luis G.- Efemérides da História de Macau, 1954)
(4) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume I, 2015, p. 73.
(5) D. Belchior Carneiro, S. J., (Melchior Nunes Carneio Leitão) (1513-1583) foi bispo de Nicea e coadjutor do patriarca da Etiópia (1555-1566), delegado na China no Japão (1566-1583). D. Melchior não tinha o título de Bispo da China e do Japão, mas tão somente o encargo das almas destas vastíssimas regiões. Foi o primeiro bispo que veio para Macau, de cuja diocese nunca foi titular pois, que, a ser erecta esta diocese em 23 de Janeiro de 1576, logo foi provida de bispo na pessoa do franciscano D. Diogo Nunes da Figueira.
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/d-belchiormelchior-carneiro/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/01/23/noticia-de-23-de-janeiro-de-2016-rectius-noticia-de-23-de-janeiro-de-1576-a-diocese-de-macau-2/
Em 18 de Dezembro de 1582, as autoridades de Macau reconheceram oficialmente Felipe II de Espanha, como seu soberano, (Filipe I de Portugal) com a condição desta cidade servir de intermediária obrigatória das Filipinas nas suas relações com a China e que nada traísse aos olhos dos chineses da sua comunidade de soberano. Os mandarins perceberam, porém, bem depressa a mudança de regime (1)
Em 1583, (2) foi criado o (Leal) Senado de Macau pelos bons ofícios de D. Belchior Carneiro. D. Leonardo de Sá viria a presidir às primeiras eleições do Senado (D. Belchior morreu pouco depois). Na origem desta importante instituição estava o facto de os portugueses residentes em Macau, receosos de se tornarem simples súbditos espanhóis (união ibérica -1580), terem deliberado em reunião presidida pelo Bispo D. Belchior Carneiro, criar uma forma de administração que lhes desse alguma independência. Nasce assim o Senado (foi autorizada a continuação do uso da bandeira portuguesa, com a aprovação do Vice-Rei da Índia, D. Francisco de Mascarenhas. Três anos depois, 10 de Abril de 1586, o Vice-Rei Duarte de Menezes concedeu ao mesmo Senado o estatuto e privilégios de Cochim (Évora e Coimbra), passando Macau s ser considerada como cidade portuguesa com o nome de Cidade do Nome de Deus do Porto de Macau na China. Com o Governo Municipal nasceu o cargo de Procurador, especificamente, em Macau, um dos mais importantes da hierarquia do senado. Tinha, entre outras funções, a de gerir as relações com a China; foi criada também uma guarda de segurança e muda-se o nome de “povoação” para “cidade” (3)
(1) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954.
(2) 1583 – Fundação do Leal Senado – O Senado foi fundado pouco depois de 18 de Dezembro de 1582. (TEIXEIRA; Pe. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, 1997, pp. 48-49.)
(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume I, 2015, p. 84
Continuação da leitura de alguns trechos “Cousas da China, Costumes e Crenças”, de Joaquim Heliodoro Calado Crespo, cônsul de Cantão, “homem hábil e culto que deixou algumas obras interessantes sobre a China do seu tempo”. (1) (2)
A PRIMEIRA EXPEDIÇÃO PORTUGUEZA À CHINA (p. 37)
A LÍNGUA CHINEZA (pp. 41 -43)
(1) CRESPO, Joaquim Heliodoro Callado – Cousas da China, Costumes e Crenças. Contribuições da Sociedade de Geographia de Lisboa. Quarto Centenário do Descobrimento da Índia. Acabou de imprimir-se aos 31 dias do mez de Maio do anno M DCCC XCVIII nos prelos da Imprensa Nacional de Lisboa. 1898, 283 p., 25 cm x 17 cm.(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2021/03/19/leitura-cousas-da-china-costumes-e-crencas-i/https://nenotavaiconta.wordpress.com/2021/07/13/leitura-cousas-da-china-costumes-e-crencas-ii/
Envelope simples de 17 cm x 10 cm, com carimbo comemorativo do “DIA DO SELO” (1) (canto inferior esquerdo) emitido pelos “Correios, Telégrafos e Telefones” / C. T. T.”, (2) em 1 de Dezembro de 1974. No canto superior direito, sobre o selo de 50 avos com a figura do Bispo D. Belchior Carneiro emitido no “IV Centenário da Santa Casa da Misericórdia 1569-1969” (3)
(1) Em Portugal, o primeiro “Dia do Selo” comemorou-se a 17 de Janeiro de 1955, no ano seguinte ao da fundação da Federação Portuguesa de Filatelia. Desde 1957, o “Dia do Selo” é comemorado em Portugal, a 1 de dezembro apesar de, em alguns anos, ter sido assinalados noutras datas.
(2) Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/correios-de-macau-c-t-t/
(3) Emitido em 16 de Outubro de 1969: 1.º Dia de circulação do selo comemorativo do “IV Centenário da Fundação da Santa Casa da Misericórdia de Macau 1569-1969”, com carimbo e envelope comemorativo. Ver: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/10/16/noticia-de-16-de-outubro-de-1969-1-o-dia-de-circulacao-iv-centenario-da-fundacao-da-santa-casa-da-misericordi-a-de-macau/
No dia 2 de Julho de 1956, celebrou-se na Sé Catedral, a festa de Nossa Senhora da Visitação, (1) orago da Santa Casa da Misericórdia a que assistiram mesários, irmãos, funcionários da Santa Casa e pobres protegidos por esta secular instituição de beneficência, fundada nesta cidade, em 1569, pelo primeiro bispo de Macau, D Melchior Carneiro. (2)
D. Belchior Carneiro, (3) bispo titular de Niceia e governador do Bispado fundou em 1569, a Confraria da Misericórdia; a construção inicial englobava uma igreja consagrada à Visitação de Nossa Senhora, que foi demolida em 1883, Há uma informação do Padre Videira Pires, (4) referente ao século XVIII : “A igreja da Santa Casa, ao lado da sede, no Largo do Senado, tinha mestre de capela, organista e «meninos cantores», mas estes eram mal pagos”
(1) “A devoção a Nossa Senhora da Visitação originou-se entre os primeiros franciscanos. Trata-se de uma devoção totalmente inspirada no Novo Testamento, mais precisamente no Evangelho de São Lucas 1, 39-56. Quando o anjo Gabriel anunciou a Maria que ela seria a Mãe do Salvador, ele disse que Isabel, prima de Maria, já idosa, estava no sexto mês de gravidez por um milagre de Deus. Por isso, Maria foi às pressas até a região montanhosa da Judeia, à cidade de Ain Karnm, para visitar Isabel. Daí o nome de Nossa Senhora da “Visitação”. (5) Porém somente com o Papa Pio V (papado 1566 – 1572) ela tornou-se obrigatória para toda a Igreja Latina e inserida no calendário geral das festas e no Missal romano, transferindo a data de 2 de Julho, na qual era antes comemorada, para 31 de Maio, o último dia do mês mariano.
(2) «M.B.I.», Ano III, n.º 71, 15 JUL 1956, p. 14.
(3) Anteriores referências a D. Belchior Carneiro em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/d-belchiormelchior-carneiro/
(4) PIRES, Benjamim Videira – A Vida Marítima de Macau no Século XVIII,1993.
(5) http://www.cruzterrasanta.com.br/historia-de-nossa-senhora-da-visitacao/202/102/
Apontamentos de José Baptista de Miranda e Lima que foram publicados em vários números do jornal “O Macaísta Imparcial” em 1836. O primeiro, um pequeno apontamento sobre D. Belchior Carneiro
Anteriores referências a D. Melchior Carneiro em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/d-belchiormelchior-carneiro/page/1/
Extraído de «A Voz do Crente», Anno I n.º 1 de 1 de Janeiro de 1887
Igreja de S. Lázaro, década de 30 (séc XX)
“D. Melchior Carneiro, chegado a Macau, em 1568, fundou logo no ano seguinte a Santa Casa da Misericórdia, de que foi o primeiro provedor, e os hospitais de S. Rafael e de S. Lázaro. Não se conhece a data certa da erecção da Ermida de Nossa Senhora da Esperança que devido à leprosaria anexa, ficou vulgarmente conhecida pelo nome de Igreja de S. Lázaro. Também não sabemos qual existiu primeiro: se a Ermida ou o hospital de leprosos. Parece no entanto, pelo que dissemos atrás que, juntamente com Santo António e S. Lourenço, a Ermida de N. Senhora da Esperança deve ter sido coeva do estabelecimento dos portugueses em Macau… (…)
Em volta da Ermida, no decorrer dos tempos, foram-se estabelecendo os chineses, havendo já ali em 1818 nada menos que 98 casas de cristãos chineses; para atender aos seus interesses espirituais levantou-se uma capela aproximadamente no local da actual escola de Kong Kan, ficando a Ermida reservada aos leprosos. Tendo o bairro chinês aumentado mais e mais e sendo já insuficiente a pequena capela para os cristãos chineses foi-lhes cedida em 1878, de acordo com a autoridade eclesiástica, a mesma Ermida ou Igreja de N. S. da Esperança com a sacristia e a casa anexa do sacristão, passando o padre china que vigariava aquele bairro a celebrar os actos do culto na dita igreja. Arruinada com o decorrer do tempo, foi esta igreja, por Portaria Provincial n.º 65 de 8 de Agosto de 1885, reconstruída em 1886, de modo a poder estabelecer-se a nova Paróquia de S. Lázaro, sendo nesta ocasião demolida a capela. A nova igreja servia para cristãos e leprosos, assistindo estes aos ofícios divinos num compartimento reservado, gradeado de ferro.
Em 1895 espalhou-se em Macau uma terrível epidemia, provindo um grande número de casos das miseráveis choupanas do bairro chinês; alguns anos depois, foram elas expropriadas, de comum acordo entre o Governador Horta e Costa e o Bispo Carvalho e então o hábil arquitecto Abreu Nunes delineou e executou o plano de ruas do actual bairro de S. Lázaro. Por esta ocasião, foram removidos os leprosos para a Ilha de S. João e as leprosas para Ká Hó, ficando desde então até hoje a cargo do Governo, depois de terem estado a cargo da Santa Casa durante perto de três séculos e meio.”
TEIXEIRA, P. Manuel – Macau e a sua Diocese I, 1940, p.169-171