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Extraído de «BPMT», XIII-31 de 5 de Agosto de 1867, p. 180

I – Peça teatral “O mano Aniceto e o mano Gaspar”, farsa em um acto de Francisco Palha (1827-1890) publicado em Lisboa pela Livraria Popular de Francisco Franco.

Francisco José Pereira Palha de Faria e Lacerda, mais conhecido por Francisco Palha  (Lisboa, 15 de janeiro de 1827 — Lisboa, 11 de janeiro de 1890) foi um escritor, dramaturgo, jornalista, poeta, filantropo e empresário teatral português do século XIX.Gravura de Francisco Palha (autoria de Francisco Pastor, publicada no Diário Illustrado, edição de 12 de janeiro de 1890. https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Palha

II – Aa comédias «O Anjo da Paz» (1856), de José Carlos Santos, e «A República das Letras», de Francisco Palha – eram obras de sucesso, representadas no ano anterior ao da sua impressão, aquelas no teatro de D. Fernando, e esta no Ginásio.

Retrato de José Carlos dos Santos em 1879 (Ilustração Portuguesa, 28 de maio de 1906). José Carlos dos Santos, mais conhecido por Actor Santos Pitorra, ou apenas Actor Santos (1834 — 1886), foi um ator, encenador, dramaturgo, professor e empresário português do século XIX. https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Carlos_dos_Santos_(ator)

III – Após a morte de D. João VI, a 10 de março de 1826, D. Pedro, legítimo herdeiro do trono de Portugal, sendo detentor da Coroa imperial brasileira, era considerado um estrangeiro, o que, pelas leis então vigentes quanto à sucessão do trono, o tornava inelegível para o trono português. A regência, nomeada em 6 de março de 1826, apenas quatro dias antes da morte do rei, na pessoa da infanta D. Isabel Maria, declara D. Pedro Rei de Portugal. A situação, porém, não agradava nem a portugueses nem a brasileiros. Em Portugal, muitos defendiam a legitimidade do trono para D. Miguel, irmão de Pedro. D. Pedro procurou uma solução conciliadora. Assim, após outorgar a Carta Constitucional a Portugal (29 de abril de 1826), abdicou em favor da sua filha D. Maria da Glória, na dupla condição de esta desposar o seu tio D. Miguel e de este jurar a Carta. https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$carta-constitucional

Extraído de «BPMT», XV-3 de 18 de Janeiro de 1869, p. 13

A expedição comandada pelo capitão António Joaquim Garcia que embarcou na corveta Sá de Bandeira, para Timor, tinha como missão “castigar os revoltosos timorenses de Cova”. Ver anterior referência em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/03/29/noticia-de-29-de-marco-de-1887-chegada-a-timor-do-governador-interino-antonio-joaquim-garcia/

Extraído de «BPMT», XIV-42 de 19 de Outubro de 1868, p 194

NOTA I: a primeira corveta americana “USS IDAHO”, de 3241 toneladas, construída em 1864 (nesta data considerada, o mais rápido transporte marítimo na sua categoria, iniciou actividades em 1866, foi destacada para o Oriente tendo chegado a Nagasaki a 18 de Maio de 1868. Ficou neste porto por 15 meses desempenhado funções de hospital e armazenamento da Esquadra Asiática Americana. Em Agosto de 1869 dirigiu.se para Yokohama para efectuar o regresso aos E.U.A. rumo a S. Francisco que se efectuou a 20 de Setembro. Contudo foi apanhado por um violento tufão ficando severamente danificada, e rebocada para o porto de Yokohama. Permaneceu aí até 31 de Dezembro 1873. Desmantelada foi vendida em 1874.como sucata. https://www.history.navy.mil/content/history/nhhc/research/histories/ship-histories/danfs/i/idaho-i.html

“USS Idaho” no porto naval de Nova Iorque, em 1866. https://en.wikipedia.org/wiki/USS_Idaho_(1864).

NOTA II: Bernard Thaddée Petitjean (1829 – 1884), padre (monsenhor) católico colocado no Japão, foi nomeado o primeiro bispo neste país. Chegou ao Japão – Ilhas Ryukyu onde esteve dois anos e em 1863 colocado em Yokohama. Foi professor de francês e responsável pela construção da Igreja dedicada aos “26 Mártires Japoneses”, (conhecida como Igreja Oura) em Nagasaki, inaugurada a 19 de fevereiro de 1865. Morreu em Nagasaki e enterrado no altar da Igreja Oura. https://en.wikipedia.org/wiki/Bernard_Petitjean

Extraído de «BPMT», XIII-20 de 20 de Maio de 1867, p.114

Entre a tripulação da corveta «Sá da Bandeira» (1), vieram 8 chineses de Macau que regressavam, há dois anos, de Havana (Cuba) para a China num navio que naufragou na costa do Brasil. Os náufragos aportaram em Pernambuco e daqui foram depois enviados para Lisboa pelo cônsul português dessa cidade, que os tinha acolhido e protegido.

Extraído de «BPMT», XIII-20 de 20 de Maio de 1867, p.114
A corveta Sá da Bandeira a entrar a barra de Lisboa, com mar encapelado.
Pintura de João Pedroso Gomes da Silva, (2) em 1863. Quadro localizado no Palácio Nacional da Ajuda (Direitos: DGPC/ADF) https://artsandculture.google.com/asset/corveta-s%C3%A1-da-bondeira-joao-pedroso-gomes-da-silva/IQEzZVIVFAPojA?hl=pt-PT

(1) A construção da corveta «Sá da Bandeira», que foi construída pelo construtor naval Conde de Linhares, principiou em Junho de 1859 e foi lançada à água em Janeiro de 1862. A corveta era considerada excelente como navio a vapor e má como navio de vela. As suas principais características eram: comprimento – 16.65 m; boca – 3.23 m; pontal – 2.27 m; armamento em 1873 – 10 peças; lotação em 1863 – 221 homens.

Em 1866 partiu de Lisboa para Gibraltar e para a Estação Naval de Macau. No ano seguinte, participou no combate contra os piratas chineses e desempenhou comissão ao Sião e Timor. Em 1868 esteve em Hong-Kong, para reparações e conserto. Em Maio desse ano saiu de Hong-Kong para o Japão, levando a reboque o transporte ” Príncipe D. Carlos”. A missão da corveta era dar protecção aos súbditos portugueses. Em 1869, partiu em socorro de Timor e navegou de Dili para Batugadé, por duas vezes, em serviço de transporte de tropas e mantimentos. No ano seguinte, zarpou para Macau. Em 1871 regressou à metrópole.

Em 1879, a corveta que vinha de Luanda, estava atacada de formiga branca pelo que foi desmantelada. O casco foi aproveitado para uma experiência de torpedos, que ocorreu no dia 12 de Agosto de 1884. https://arquivohistorico.marinha.pt/details?id=296

(2) João Pedroso Gomes da Silva (1823-1890) foi um pintor, gravador e desenhista português, especializado na retratação de navios. Suas obras podem ser encontradas, hoje, no Museu de Marinha, em Santa Maria de Belém, e no Palácio Nacional da Ajuda, bem como em coleções particulares

Extraído de «A Voz do Crente», I Anno, n.º 25 de 11 de Junho de 1887

António Joaquim Garcia (1835 – 1919) então capitão da guarnição de Macau, partiu de Macau para Timor a 17 de Janeiro de 1869, a bordo da corveta Sá de Bandeira, ao comando de uma expedição para “castigar os revoltosos timorenses de Cova” (1) e por motivos de saúde do então governador Capitão de fragata Francisco Teixeira da Silva, assumiu o cargo de governador interino de Timor Português em 1869, que ocupou até 1870. Depois de terminar seu serviço em Timor, voltou a Macau e escreveu um relatório (2) muito detalhado sobre as condições da colônia de Timor para seus superiores em Macau, reclamando, entre outras coisas, da má situação financeira da colônia (3)

Em 23 de Março de 1877, já major, foi nomeado em Macau para uma comissão como vogal. (4)

Foi depois como coronel, comandante Geral da Guarda Policial e ajudante de campo do Governador Joaquim Joze da Graça (governou de 28-11-1879 até à tomada de posse de Thomaz de Sousa Roza em 23-04-1883). (5)

Em 29 de Março de 1887, António Joaquim Garcia chegou a Timor para novamente tomar posse como governador interino de Timor, substituindo o capitão Adriano Augusto do Rego. Não terá ficado muito tempo pois nesse mesmo ano, 1887, tomou posse como governador, o major de cavalaria, António Francisco da Costa (1)

É autor de um livro intitulado “ Vicente Nicolau de Mesquita” publicado em 18??  –  50 p., 18 cm.

António Joaquim Garcia. Coronel da guarnição de Macau
Autor não identificado
Copyright: Arquivo Histórico Ultramarino,
Foto retirado do Instituto de Investigação Científica Tropical
https://actd.iict.pt/eserv/actd:AHUD7989/web_n6631.jpg

(1) SILVA, Beatriz Basto da Silva – Cronologia da História de Macau, Volume 3, 1995

(2) Relatório do governador interino António Joaquim Garcia, publicado no «Boletim da Província de Macau e Timor», XVI, 44, 31 de Outubro de 1870, pp. 183-185; 184. Veja-se também em Gunn s.d.: 49; e Sherlock 1986: 57, 64.

(3) “Depois de terminar seu serviço em Timor, ele escreveu um relatório detalhado sobre as condições da colônia para seus superiores em Macau. Garcia reclamou, entre outras coisas, da má situação financeira da colônia. Em 1776, 44 reinos pagavam finta, no valor de cerca de 23.000 pardaos de ouro, enquanto em 1869 apenas 23 liurai (pequenos reis) pagaram impostos um total de 2.000 florins. Garcia colocou esperança no uso de recursos naturais: cobre em Vemasse, enxofre em Viqueque e ouro, sal e carvão em Laga . No entanto, não houve sucessos reais. (https://de.wikipedia.org/wiki/António_Joaquim_Garcia)

(4) “21-03-1877 – Portaria n.º 25 publicada nesta data, contém os considerandos que levam à nomeação de uma Comissão que estude o sistema administrativo e económico em vigor nas povoações das Ilhas, introduzindo-lhe as reformas necessárias, segundo a classificação do concelho militar em que se deve basear. A comissão presidida pelo Secretário Interino do Governo, José Maria Teixeira Guimarães integra ainda como vogais o major António Joaquim Garcia, o Comandante Militar da Taipa, tenente João Severino da Silva Reis, o 1.º interprete Sinólogo da Procuratura, Pedro Nolasco da Silva e o 2.º Escriturário da Junta da Fazenda, Francisco de Paula Marçal. ( (1)

(5) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/03/19/noticia-de-19-de-marco-de-1880-tragedia-em-macau-vicente-nicolau-de-mesquita-i/

NOTA: Nesta mesma notícia, vem referido o nome de Porfírio Zeferino de Sousa, (1838-1898) que acompanhou o coronel António Joaquim Garcia, como secretário do governo de Timor, já anteriormente (1882-1883) tinha exercido o cargo de governador interino de Timor (quando Bento da França Pinto de Oliveira renunciou a o cargo porque seu filho e um enteado morreram de malária) e seria depois governador em 1889 (até 1890) e novamente (interino) em 1894 entre o governo de Cipriano Forjaz até à posse de José Celestino da Silva

O Coronel Porfírio Zeferino de Sousa, que fez toda a carreira militar no oriente, veio para Macau em 1868 como alferes de Infantaria, como ajudante de campo de seu tio almirante Sérgio de Sousa, então governador de Macau, Acabou por se fixar definitivamente em Macau. Quando era coronel comandante do Grupo de Companhias de Infantaria de Macau, foi assassinado no Quartel de S. Francisco por um subordinado, o cabo António Pereira Borges no dia 29 de Novembro de 1898. O funeral realizou-se a 1 -12-1898 (FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, Volume III, 1996)